A IA impactará 40% dos empregos, conforme indicado pelo FMI

A inteligência artificial (IA) é uma tecnologia que pode realizar tarefas que normalmente exigem inteligência humana, como reconhecer padrões, processar linguagem natural e aprender com dados. A IA tem o potencial de impactar diversas áreas da sociedade, como a economia, a educação, a saúde, a segurança, o meio ambiente, entre outras. No entanto, um dos aspectos mais relevantes e controversos da IA é o seu impacto no mercado de trabalho.

Neste artigo, vamos explorar mais a fundo os efeitos da IA no mercado de trabalho, analisando quais são as profissões mais impactadas pela IA? Quais as habilidades que os profissionais devem desenvolver para se adaptar à IA? E mais. Portanto, vamos seguir

FMI

Segundo um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), publicado em 2021, a IA impactará 40% dos empregos no mundo de duas formas principais:

  • Em alguns casos, a IA irá complementar o trabalho humano, aumentando a produtividade e os salários dos trabalhadores que conseguem aproveitar a tecnologia.
  • Em outros casos, a IA irá substituir o trabalho humano, realizando tarefas que hoje são feitas por pessoas. Isso pode reduzir a demanda por mão de obra, diminuir os salários e até eliminar alguns empregos.

O impacto da IA será diferente de acordo com o nível de renda, a qualificação e a idade dos trabalhadores, assim como o tipo de economia em que eles estão inseridos. O FMI estima que a IA afetará mais os empregos nas economias avançadas (60%) do que nas economias emergentes (40%) ou nos países de baixa renda (26%). Além disso, os trabalhadores mais jovens e com renda mais alta poderão se beneficiar mais da IA, enquanto os trabalhadores com renda mais baixa e os mais velhos poderão ficar para trás.

Quais são as profissões mais impactadas pela IA?

A IA pode impactar diversas profissões, tanto positiva quanto negativamente, dependendo do tipo e do nível de tarefa que elas envolvem. Segundo um estudo do banco Goldman Sachs, cerca de 300 milhões de empregos no mundo podem ser afetados pela IA generativa, uma forma de IA capaz de criar texto ou outro conteúdo em resposta a solicitações do usuário. O estudo estima que 18% do trabalho globalmente pode ser automatizado pela IA, sendo que os países economicamente mais avançados serão mais impactados do que os mercados emergentes.

Algumas das profissões que podem ser mais impactadas pela IA são:

Tecnologia:

Profissionais que trabalham com codificação, programação, engenharia de software e análise de dados podem ter suas tarefas automatizadas pela IA, que pode criar linhas de código mais rapidamente do que os humanos. No entanto, esses profissionais também podem se beneficiar da IA, que pode auxiliar na resolução de problemas, na otimização de processos e na inovação de produtos.

Mídia:

Profissionais que trabalham com criação de conteúdo, como publicitários, redatores e jornalistas, podem ter seus textos gerados ou editados pela IA, que pode escrever, ler e compreender dados no formato de texto. Porém, esses profissionais também podem se diferenciar pela criatividade e pela perspicácia humana, que a IA ainda não pode replicar.

Direito:

Profissionais que trabalham com assistência jurídica, como assistentes e paralegais, podem ter suas tarefas de sintetizar informações e elaborar documentos automatizadas pela IA, que pode processar grandes quantidades de dados jurídicos. No entanto, esses profissionais também podem se aprimorar pela compreensão profunda da lei e pelo julgamento humano, que a IA não pode substituir.

Analista de mercado:

Profissionais que trabalham com análise de dados e identificação de tendências para criar campanhas de marketing podem ter suas tarefas de analisar e prever cenários automatizadas pela IA, que pode processar e interpretar dados de forma rápida e precisa. Por outro lado, esses profissionais também podem se destacar pela intuição humana e pela compreensão do comportamento do consumidor, que a IA não pode replicar.

Professor:

Profissionais que trabalham com ensino e educação podem ter suas tarefas de preparar e ministrar aulas automatizadas pela IA, que pode gerar conteúdo educacional e personalizar o aprendizado de acordo com o perfil do aluno. No entanto, esses profissionais também podem se valorizar pela interação humana e pela motivação dos estudantes, que a IA não pode substituir.

Esses são apenas alguns exemplos de profissões que podem ser impactadas pela IA, mas existem muitas outras que podem sofrer mudanças com o avanço dessa tecnologia. O importante é que os profissionais estejam preparados para se adaptar a essas mudanças, buscando desenvolver habilidades que a IA não pode replicar, como a criatividade, o pensamento crítico, a resolução de problemas, a comunicação e a colaboração.

Quais são as habilidades que os profissionais devem desenvolver para se adaptar à IA?

A princípio, para se adaptar à IA, os profissionais devem desenvolver habilidades que a IA não pode replicar, como a criatividade, o pensamento crítico, a resolução de problemas, a comunicação e a colaboração. Essas habilidades permitem que os profissionais se diferenciem da IA, aproveitem as oportunidades que a tecnologia oferece e enfrentem os desafios que ela impõe. Além disso, os profissionais devem desenvolver habilidades técnicas relacionadas à IA, como a programação, a análise de dados, a estatística e a matemática aplicada. Essas habilidades permitem que os profissionais entendam, interajam e utilizem a IA de forma eficaz e responsável.

Segundo um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), publicado em 2019, as habilidades mais demandadas no mercado de trabalho com a IA são:

  • Habilidades cognitivas, como a capacidade de raciocinar, de resolver problemas complexos, de aprender continuamente e de se adaptar a novas situações.
  • Habilidades socioemocionais, como a capacidade de colaborar, de se comunicar, de liderar, de negociar, de gerenciar conflitos e de lidar com emoções.
  • Habilidades digitais, como a capacidade de usar, de criar, de analisar e de gerenciar dados e informações em diferentes plataformas e dispositivos.

Para desenvolver essas habilidades, os profissionais devem buscar oportunidades de aprendizagem ao longo da vida, tanto formal quanto informalmente. Isso envolve participar de cursos, treinamentos, workshops, webinars, podcasts, entre outros recursos educacionais que possam atualizar e aprimorar seus conhecimentos e competências. Além disso, os profissionais devem buscar feedbacks, mentorias, redes de apoio e comunidades de prática que possam orientar e inspirar suas trajetórias profissionais.

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Imagem: DALL-E 3.

Quais são os desafios éticos e sociais da IA no mercado de trabalho?

A IA no mercado de trabalho traz não apenas oportunidades, mas também desafios éticos e sociais, que devem ser considerados e enfrentados pelos profissionais, pelos empregadores, pelos governos e pela sociedade em geral. Alguns desses desafios são:

Equidade e justiça

equidade e a justiça na distribuição dos benefícios e dos custos da IA, evitando que a tecnologia reproduza ou amplie vieses e discriminações contra grupos sociais vulneráveis, como mulheres, negros, indígenas, pessoas com deficiência, entre outros.

Privacidade e proteção

privacidade e a proteção dos dados pessoais e profissionais dos trabalhadores. Ou seja, garantindo que a IA não viole os direitos fundamentais e as normas legais vigentes. A IA pode coletar, armazenar, processar e compartilhar dados sensíveis dos trabalhadores, como informações biométricas, de saúde, de desempenho, de preferências, entre outras. Isso pode expor os trabalhadores a riscos de invasão de privacidade, de roubo de identidade, de discriminação, de manipulação, entre outros.

Responsabilidade

responsabilidade dos agentes públicos e privados envolvidos no desenvolvimento e no uso da AI. Isto é, assegurando que eles sejam transparentes e possam ser cobrados pelos impactos e pelos resultados da tecnologia. A inteligência artificial pode gerar decisões e ações que afetam a vida e o trabalho dos trabalhadores, como contratações, demissões, promoções, avaliações, remunerações, entre outras. Isso pode gerar conflitos, disputas, reclamações, processos, entre outros.

Segurança e confiabilidade da IA

segurança e a confiabilidade dos sistemas de AI, prevenindo que eles sejam vulneráveis a ataques cibernéticos, erros, falhas ou manipulações maliciosas. Aliás, a inteligência artificial pode controlar ou influenciar sistemas críticos para o trabalho, como máquinas, equipamentos, redes, infraestruturas, entre outros. Isso pode gerar riscos de acidentes, danos, perdas, sabotagens, entre outros.

Transparência e explicabilidade da IA

transparência e a explicabilidade dos algoritmos e das decisões da inteligência artificial. Assim, permitindo que os trabalhadores possam compreender e questionar os critérios e os processos que embasam os serviços e as atividades que envolvem a tecnologia. Aliás, a AI pode operar de forma opaca ou complexa, dificultando ou impedindo o entendimento e a verificação dos seus mecanismos e dos seus resultados. Isso pode gerar desconfiança, insatisfação, resistência, entre outros.

Decerto, esses desafios exigem uma abordagem colaborativa e multidisciplinar entre os diversos atores sociais, como governos, empresas, academia, sociedade civil e especialistas em ética. Além disso, demandam a criação de marcos regulatórios, normas técnicas, princípios éticos e boas práticas que possam orientar o desenvolvimento e o uso responsável da AI no mercado de trabalho.

Em última análise…

Decerto, a inteligência artificial é uma tecnologia que pode transformar o mercado de trabalho. Isto é, gerando oportunidades e desafios para os profissionais, os empregadores, os governos e a sociedade. Segundo o FMI, a inteligência artificial impactará 40% dos empregos no mundo, de forma positiva ou negativa. Tudo depende do tipo e do nível de tarefa que eles envolvem.

Contudo, o futuro do mercado de trabalho com a inteligência artificial é um tema complexo e incerto. Afinal, ele depende das escolhas e das ações dos diversos atores sociais. Sobretudo, o desafio é construir um futuro do trabalho com essa tecnologia que seja justo, inclusivo e próspero para todos.

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