Amazon aposta na troca de humanos por robôs em seus armazéns

A Amazon está promovendo uma verdadeira revolução em seus centros de distribuição ao apostar cada vez mais na troca de humanos por robôs. Nesse sentido, tal transformação reflete não apenas uma tendência crescente na automação logística global, mas também representa uma mudança significativa na forma como a varejista lida com produtividade, custos operacionais e gerenciamento de pessoas. 

Sendo assim, com o avanço da robótica e da Inteligência Artificial, a empresa está cada vez mais próxima de atingir um marco que é inédito: igualar, ou até mesmo superar, o número de robôs ao de humanos em seus armazéns.

Então, neste artigo, entenderemos a troca de humanos por robôs nos armazéns da Amazon e também explicaremos as funções que os dispositivos exercem. Além disso, iremos listar alguns impactos dessa substituição, bem como elencar outras apostas da gigante do e-commerce. Finalmente, apresentaremos algumas lições que podem ser aprendidas com esse contexto.

Entenda a troca de humanos por robôs nos armazéns da Amazon

A Amazon tem investido pesadamente na automação de seus armazéns nos últimos anos, implantando robôs cada vez mais sofisticados para realizar tarefas repetitivas que antes eram exclusivas de trabalhadores humanos. Sendo assim, um dos destaques mais recentes dessa estratégia é o robô Vulcan, projetado para coletar e manipular produtos com precisão nas prateleiras dos centros de distribuição.

Esse tipo de robô tem como principal função reduzir o esforço físico dos funcionários e aumentar a produtividade geral da operação. Com mais de 1 milhão de robôs ativos em suas unidades, a Amazon está perto de atingir um ponto de virada.

Tal contexto consiste em ter tantas máquinas quanto trabalhadores humanos em suas instalações. Logo, essa paridade deve ser alcançada em breve e, com o avanço tecnológico, é provável que os robôs passem a superar em número os funcionários humanos.

O papel do Vulcan e outras máquinas inteligentes

O Vulcan é apenas um entre muitos dispositivos desenvolvidos pela divisão Amazon Robotics. Com sensores, braços articulados e algoritmos de aprendizado de máquina, ele consegue desempenhar com eficiência atividades que exigem repetição e precisão. 

Paralelamente, outras máquinas da empresa também já são capazes de navegar sozinhas por vastos galpões, transportar cargas pesadas, escanear etiquetas e preparar pacotes para envio.

Dessa forma, essa nova geração de robôs representa uma mudança fundamental no modelo logístico da empresa. Isso se deve ao fato de que a automação permite que a Amazon otimize o espaço físico dos armazéns, reduza erros operacionais e mantenha um ritmo acelerado de entregas, mesmo durante picos de demanda.

Qual a função dos robôs nos armazéns da Amazon?

Os robôs da Amazon estão assumindo tarefas tradicionalmente braçais e repetitivas, como por exemplo a coleta, transporte e organização de produtos. Dessa maneira, em vez de caminhar quilômetros diariamente dentro dos armazéns, os funcionários humanos agora atuam mais como supervisores e operadores dessas máquinas.

Cerca de 75% das entregas globais da Amazon atualmente envolvem alguma forma de automação ou assistência robótica. Apesar disso, os robôs ainda não operam de modo totalmente autônomo. Por outro lado, eles dependem de humanos para ajustes, manutenções, configurações e, em muitos casos, tomada de decisões complexas.

Redução do impacto da alta rotatividade

Um dos grandes benefícios da automação para a Amazon é a redução do impacto da alta rotatividade entre os funcionários. Com as máquinas desempenhando tarefas exaustivas, a empresa conseguiu manter níveis mais estáveis de produtividade, mesmo diante de uma força de trabalho volátil. 

Juntamente com isso, a automatização tornou os processos mais consistentes e menos suscetíveis a erros humanos, especialmente durante épocas de grande movimentação, como a Black Friday ou o Natal.

Impactos dessa substituição nos armazéns da Amazon

Ganhos de produtividade

A substituição de humanos por robôs nos armazéns da Amazon tem gerado ganhos significativos de produtividade. De acordo com uma análise do The Wall Street Journal, o número de pacotes enviados por funcionário da Amazon subiu de cerca de 175 em 2015 para aproximadamente 3.870 em 2023. Isso demonstra o impacto direto da automação na eficiência das operações logísticas.

Os robôs permitem que as atividades sejam executadas de forma mais rápida, com menor índice de erro e menor esforço físico. Essa melhoria de performance é um dos principais motivos pelos quais a empresa continua investindo pesado nessa área.

Transformação dos empregos

Contudo, essa automação também trouxe mudanças profundas no perfil dos empregos dentro da empresa. Em vez de eliminar completamente postos de trabalho, a Amazon tem redirecionado parte de sua força de trabalho para funções mais técnicas e qualificadas.

Um exemplo é o de Neisha Cruz, ex-funcionária da Amazon que passou cinco anos separando produtos manualmente em um armazém de Connecticut. Hoje, ela atua supervisionando os robôs que realizam essa atividade, e recebe cerca de 2,5 vezes mais do que no cargo anterior.

A Amazon afirma já ter treinado mais de 700 mil funcionários em todo o mundo para trabalhar com tecnologias de automação. Esses profissionais operam, mantêm e melhoram os sistemas robóticos, tornando-se peças essenciais para o funcionamento da nova infraestrutura.

Redução na média de funcionários

No entanto, há um lado preocupante dessa transformação: o número médio de funcionários por armazém da Amazon caiu para 670 em 2023, o menor número em 16 anos. Isso indica que, mesmo com o redirecionamento de trabalhadores para funções técnicas, o ritmo de contratação diminuiu.

A própria Amazon já declarou que pretende reduzir sua força de trabalho nos próximos anos, o que reforça a tendência de substituição gradual de funções humanas por sistemas automatizados. Essa estratégia visa reduzir custos, tornar as operações mais eficientes e enfrentar os desafios logísticos de forma mais escalável.

A troca de humanos por robôs da Amazon é algo que tem diversos impactos na empresa.
A troca de humanos por robôs da Amazon é algo que tem diversos impactos na empresa. | Foto: DALL-E 3

Outras apostas da Amazon

Inteligência Artificial integrada

A automação nos armazéns não é a única frente de inovação da Amazon. Paralelamente, a empresa também está investindo em IA com o intuito de tornar suas operações ainda mais eficientes. Enquanto os robôs inicialmente foram projetados apenas para tarefas braçais, agora eles estão aprendendo a executar funções mais complexas e até mesmo tomar decisões baseadas em dados.

O cientista sênior Yesh Dattatreya, da Amazon Robotics, garante que esses avanços criarão novos tipos de empregos, que sequer existem hoje. Nesse sentido, ele acredita que a Inteligência Artificial permitirá uma colaboração mais próxima entre humanos e máquinas, o que ampliará as possibilidades de atuação dos funcionários.

O exemplo de Shreveport

Um exemplo dessa integração entre humanos e robôs pode ser visto no armazém da Amazon em Shreveport, Louisiana (EUA). Nessa unidade, os funcionários selecionam os produtos manualmente, enquanto os robôs assumem a responsabilidade de classificar, empilhar e embalar os itens.

Segundo a Amazon, o uso combinado de força humana e robótica fez com que os produtos circulassem 25% mais rápido em Shreveport do que em outras unidades. Essa eficiência demonstra como a tecnologia pode complementar o trabalho humano, e não necessariamente substituí-lo por completo, pelo menos por enquanto.

Lições a aprender com esse contexto da Amazon

A automação como tendência global

A trajetória da Amazon é um reflexo de uma tendência que deve se expandir para outros setores. Em outras palavras, a automação e o uso de robôs não são apenas uma vantagem competitiva, mas sim uma necessidade para empresas que lidam com operações em larga escala. Ou seja, aquelas que não investirem em inovação correm o risco de ficar para trás.

O equilíbrio entre tecnologia e responsabilidade social

Por outro lado, é fundamental que empresas como a Amazon saibam equilibrar o avanço tecnológico com a responsabilidade social. A substituição de trabalhadores humanos por máquinas precisa ser acompanhada de políticas de requalificação profissional, suporte à transição de carreira e valorização do capital humano.

O caso da Amazon mostra que isso é possível, mas também alerta para o risco de enxergar a automação apenas como uma forma de corte de custos, sem considerar os impactos sociais a longo prazo.

Futuro do trabalho

O cenário traçado pela Amazon indica que o futuro do trabalho será híbrido, com robôs e humanos trabalhando lado a lado, cada um com suas especialidades. Tarefas repetitivas e de alta exigência física tendem a ser delegadas às máquinas, enquanto os humanos assumem papéis mais analíticos, criativos e estratégicos.

No entanto, isso exige mudanças na formação dos profissionais, nos modelos de contratação e na cultura organizacional. Empresas que desejam seguir o exemplo da Amazon devem preparar seus times para essa nova realidade desde já.

Considerações finais

Em suma, a Amazon está liderando uma transformação profunda em seus armazéns ao trocar gradualmente humanos por robôs, com foco em produtividade, eficiência e inovação tecnológica. 

Tal mudança traz benefícios claros, mas também desafios que exigem atenção e responsabilidade. A tendência é que essa automatização continue a se expandir e que outras empresas sigam esse mesmo caminho, moldando o futuro do trabalho logístico em escala global.

Quer saber mais sobre o impacto da tecnologia nos negócios e no trabalho? Acompanhe as próximas tendências e entenda como empresas como a Amazon estão moldando o futuro com robôs e Inteligência Artificial. Não perca nenhuma atualização sobre o contexto!

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