Bitcoin e Ethereum continuam sendo as principais criptomoedas do mercado, concentrando a maior parte do valor e da atenção dos investidores. Sendo assim, à medida que abril de 2025 entra em sua segunda quinzena, muitos investidores possuem dúvidas.
Entre elas, está a pergunta: o que esperar dessas duas criptomoedas líderes até o final deste mês? Nesse sentido, o cenário macroeconômico global, somado a indicadores técnicos e on-chain, pode fornecer pistas importantes sobre os próximos movimentos do BTC e do ETH.
Portanto, neste texto, iremos analisar o que esperar tanto de Bitcoin quanto de Ethereum até o final de abril. Em conjunto a isso, explicaremos como as situações de BTC e ETH afetam o mercado cripto e também listaremos algumas lições que podem ser aprendidas com elas. Ademais, iremos discutir se, pensando nas mesmas, vale comprar os ativos digitais no momento atual.
O que esperar do Bitcoin até o final de abril?
O BTC, apesar de sua reconhecida volatilidade, tem se mostrado mais resistente do que muitos esperavam durante o recente período de aversão ao risco que é possível observar nos mercados globais.
Enquanto grandes empresas de tecnologia estadunidenses, incluindo as sete maiores, enfrentam fortes quedas em suas ações, o Bitcoin apresenta uma retração que é menos acentuada.
Tal resiliência é um dos pontos que analistas destacam como sinal de força relativa da moeda virtual, especialmente considerando que ele sempre foi mais volátil que ações tradicionais.
Mesmo com a queda recente, analistas avaliam que esse movimento pode estar indicando um fundo de mercado para o BTC. Geoffrey Kendrick, estrategista do Standard Chartered, aponta que a cripto tende a se valorizar em contextos de isolamento econômico dos Estados Unidos e aumento de riscos tarifários.
Com os EUA enfrentando novos desafios geopolíticos e comerciais, o Bitcoin pode se beneficiar como uma forma alternativa de proteção patrimonial, assim como o ouro já se comportou em ciclos anteriores.
Indicadores técnicos e comportamento dos investidores
Do ponto de vista técnico, o BTC está em uma zona de suporte importante. A média móvel de 100 dias se aproxima dos níveis atuais de preço, e o índice de força relativa (RSI) aponta para uma condição de sobrevendido. Esses fatores, combinados, sugerem que um repique nos preços pode ocorrer nos próximos dias.
Além disso, dados on-chain mostram uma retração nos volumes de envio de Bitcoin para exchanges, o que historicamente tem sido um indicativo de que os investidores estão preferindo manter seus ativos em carteiras frias, esperando por uma valorização futura. O número de carteiras com saldo acima de 1 BTC também continua crescendo, um dado que reforça a tese de acumulação.
O que esperar do Ethereum até o final de abril?
O ETH tem mostrado sinais positivos no ecossistema, mesmo em meio a uma correção de preços. Um dos principais fatores de otimismo é o aumento significativo no valor total bloqueado (TVL) em soluções de segunda camada, conhecidas como Layer-2.
Sendo assim, plataformas como por exemplo Arbitrum e Optimism registraram crescimento constante. Isso é algo que sugere uma maior utilização da rede Ethereum em aplicações descentralizadas (dApps), com taxas mais baixas e maior escalabilidade.
Outro indicador importante é o aumento da quantidade de ETH que está sendo destinado ao staking. Em outras palavras, ele é o processo de bloqueio de moedas para ajudar na validação das transações da rede. Tal movimento é fundamental para a segurança da blockchain, e também é interpretado como um voto de confiança dos usuários na rede Ethereum.
Análise técnica e níveis críticos
Tecnicamente, o ETH se encontra em uma região de forte resistência, próxima à faixa dos US$1.900. Mas, caso consiga romper essa barreira de forma convincente, com volume e confirmação de subida, há espaço para uma movimentação ascendente até os US$2.100, ainda dentro do mês de abril.
No entanto, é válido ressaltar que o suporte em US$1.555 é um nível crítico: uma quebra abaixo desse patamar pode invalidar o canal de alta e abrir caminho para mais pressão vendedora.
Dessa maneira, os investidores estão atentos a esses níveis, e também estão observando o comportamento do par Ethereum/Bitcoin, que recentemente tem mostrado uma força relativa. Logo, uma valorização do ETH frente ao BTC pode indicar maior apetite ao risco no mercado cripto, o que beneficiaria também altcoins de menor capitalização.
Como as situações de Bitcoin e Ethereum afetam o mercado cripto?
Bitcoin e Ethereum representam, juntos, mais de 65% de todo o valor do mercado de moedas virtuais. Ou seja, isso significa que qualquer movimento mais expressivo nessas duas criptos impacta diretamente os preços de outras moedas, como por exemplo Solana (SOL), Avalanche (AVAX), Cardano (ADA) e até stablecoins como USDT e USDC.
Quando o BTC apresenta resiliência em um ambiente macroeconômico desafiador, como o atual, isso pode renovar o otimismo no mercado e atrair novos investidores. Já o crescimento do ecossistema ETH, por meio de soluções Layer-2 e do staking, mostra que há desenvolvimento tecnológico constante, um fator essencial para a maturação do mercado como um todo.
Dominância e capitalização de mercado
A dominância do Bitcoin, melhor dizendo, sua porcentagem em relação à capitalização total do mercado de criptomoedas, é outro dado importante. Em tal sentido, um aumento na dominância geralmente indica que os investidores estão buscando segurança em ativos mais consolidados. Já uma queda pode sinalizar que o mercado está se abrindo para altcoins.
Atualmente, a dominância do BTC está em ligeira alta, o que corrobora a tese de aversão ao risco. Por outro lado, o crescimento do uso do Ethereum em aplicações práticas pode, eventualmente, reverter esse movimento se os indicadores técnicos forem favoráveis ao ETH até o final de abril.

Lições a aprender com as situações de Bitcoin e Ethereum
Importância da análise macro e técnica combinada
Uma das principais lições a serem tiradas dessas movimentações é que a análise técnica isolada não é suficiente. Em outras palavras, a macroeconomia, geopolítica e também o comportamento de grandes investidores (as chamadas “baleias”) têm impacto direto no mercado de criptoativos. Assim, uma abordagem que combine diferentes formas de análise é a mais indicada para entender os possíveis caminhos do mercado.
No caso do BTC, vemos um ativo que está sendo considerado cada vez mais como uma proteção contra instabilidades. Em paralelo, o ETH vem se consolidando como uma infraestrutura que é essencial para o desenvolvimento da Web3.
Dessa maneira, eles são fundamentos diferentes, mas que mostram como as criptos podem ser complementares em uma carteira diversificada.
Ciclos de mercado e paciência do investidor
Outra lição importante é sobre a natureza cíclica dos mercados. Correções fazem parte de qualquer trajetória de alta. A queda recente do Bitcoin e do Ethereum, se analisada dentro de um contexto mais amplo, pode ser algo que representa uma oportunidade de entrada para investidores de longo prazo.
Da mesma forma, a história mostra que momentos de pessimismo costumam ser seguidos por períodos de forte recuperação. Ou seja, quem entende essa dinâmica e mantém uma estratégia bem definida, tende a ter melhores resultados ao longo do tempo.
Pensando nas situações de Bitcoin e Ethereum, vale comprar as criptos agora?
Para quem pensa no longo prazo, tanto o BTC quanto o ETH continuam sendo apostas com fundamentos sólidos. Em tal sentido, o Bitcoin se mostra resiliente em meio à crise das big techs dos Estados Unidos e pode servir como proteção contra riscos geopolíticos.
Já o Ethereum apresenta um ecossistema que está em crescimento, com mais usuários, desenvolvedores e aplicações sendo construídas diariamente. No entanto, é fundamental ter em mente que o mercado cripto permanece volátil.
Portanto, o ideal é que o investimento seja feito com uma estratégia clara, diversificação e, se possível, com entradas fracionadas (famosas compras parciais ou DCA – Dollar Cost Averaging), com o intuito de reduzir o impacto da volatilidade.
Momento exige cautela, mas também visão estratégica
Embora os sinais sejam promissores para uma recuperação ainda em abril, é prudente manter uma postura de cautela. Isso se deve ao fato de que a incerteza no cenário macro ainda é alta.
Juntamente com isso, a correlação entre cripto e ativos de risco tradicionais pode causar surpresas no curto prazo. Porém, os dados técnicos e on-chain apontam para uma possível reversão positiva nas próximas semanas, especialmente se suportes importantes se mantiverem intactos.
Considerações finais
Diante do cenário atual, o BTC demonstra resiliência frente a uma crise de aversão ao risco, sugerindo que pode ter encontrado um fundo local. Já o ETH mostra sinais positivos de crescimento em seu ecossistema, com aumento no uso de soluções Layer-2 e maior participação no staking.
Em resumo, ambos os ativos continuam sendo peças-chave no mercado cripto e suas movimentações devem ser acompanhadas de perto pelos investidores. Considerando os indicadores técnicos e fundamentais, abril ainda pode reservar boas oportunidades, tanto para quem já está posicionado quanto para novos entrantes.
Quer saber mais sobre como se posicionar nesse cenário? Acompanhe as análises sobre o tema e fique por dentro dos próximos movimentos do Bitcoin e do Ethereum.