Nos últimos anos, o Brasil tem se destacado no mercado de criptomoedas, apresentando um crescimento contínuo e expressivo de negociações das mesmas. Dessa forma, em novembro de 2024, o país alcançou um novo recorde nesse aspecto, impulsionado por fatores econômicos e políticos globais.
Assim, neste conteúdo, iremos conferir os dados desse recorde de negociações de moedas virtuais no Brasil e também se, apesar do recorde, houve aumento no número de participantes nesse mercado. Juntamente com isso, listaremos as 10 criptomoedas que os brasileiros mais negociaram no período, bem como refletiremos sobre as lições a aprender com a marca histórica.
Confira o recorde de negociações de criptomoedas no Brasil
Os números que a Receita Federal divulgou recentemente mostram que novembro de 2024 foi o mês de maior movimentação em exchanges, o que reflete o crescente interesse dos brasileiros por criptoativos.
Nesse sentido, segundo o portal Livecoins, os dados apontam um volume significativo de negociações tanto em corretoras nacionais quanto internacionais. Sendo assim, os investidores brasileiros declararam movimentações superiores a R$8,78 milhões em exchanges estrangeiras.
Já as corretoras nacionais registraram um volume de negociações ainda maior, atingindo R$25,87 milhões. No entanto, as transações realizadas fora de exchanges não superaram os valores de setembro de 2024, quando atingiram R$97,98 milhões, a maior marca da história desde 2019.
Dessa maneira, um dos fatores que ajudaram a impulsionar esse volume foi a eleição presidencial dos Estados Unidos. Ou seja, a vitória de Donald Trump no dia 5 de novembro de 2024 trouxe otimismo ao mercado financeiro global, influenciando diretamente o setor de ativos digitais. No Brasil, essa confiança se refletiu no aumento das transações.
Por fim, o crescimento das movimentações também mostra que as criptomoedas continuam sendo uma alternativa atraente para investidores que buscam diversificação e proteção contra oscilações do mercado tradicional. Além disso, o avanço das regulamentações no país e o maior conhecimento sobre o setor têm contribuído para consolidar o mercado.

Apesar do recorde, houve aumento de participantes no mercado?
Embora o volume de negociações tenha sido recorde em novembro de 2024, os dados indicam que não houve um crescimento expressivo no número de novos investidores. Isso sugere que a alta movimentação foi impulsionada por participantes já atuantes no mercado.
Segundo os registros da Receita Federal, nesse período, mais de 2 milhões de CPFs participaram das negociações de criptomoedas no Brasil. Em conjunto a isso, cerca de 25 mil empresas (CNPJs) realizaram transações no setor. Tais números indicam que, ainda que o mercado esteja movimentado, ele, até agora, é dominado por investidores experientes.
A entrada de novos investidores é um fator crucial para a expansão do setor. Para que mais pessoas se sintam seguras para investir, é fundamental investir em educação financeira. Muitos brasileiros ainda enxergam os ativos digitais como um investimento arriscado devido à sua volatilidade.
Em paralelo, o crescimento do mercado também depende da evolução das plataformas de negociação. Logo, exchanges nacionais e internacionais têm investido em tecnologia com o intuito de facilitar o acesso aos criptoativos, tornando as opções mais seguras e acessíveis a um público mais amplo.
Desse modo, mesmo com recordes em movimentação financeira, o mercado cripto brasileiro ainda tem potencial de crescimento, principalmente se novas iniciativas forem criadas para atrair investidores iniciantes.
Quais as 10 criptomoedas que o Brasil mais negociou no período do recorde?
No mês de novembro de 2024, a lista das criptomoedas mais negociadas no Brasil permaneceu sem grandes mudanças em relação aos períodos anteriores. Isso reflete a estabilidade nas preferências dos investidores. Abaixo, estão as 10 que estão no topo desse ranking:
- USDT (Tether): a stablecoin mais usada no mercado global foi a criptomoeda com maior volume de negociações, servindo como proteção contra a volatilidade;
- Bitcoin (BTC): apesar de liderar em número de operações, o valor médio das transações foi menor do que o da USDT;
- Ethereum (ETH): a segunda maior moeda virtual do mundo manteve sua relevância no mercado brasileiro;
- Stellar (XLM): continuou em alta devido à sua eficiência em transações rápidas e de baixo custo;
- Solana (SOL): atraiu investidores devido à sua escalabilidade e crescente adoção no setor de finanças descentralizadas (DeFi);
- BRZ (BRZ): a stablecoin manteve sua popularidade, sendo amplamente utilizada nas transações do país;
- USD Coin (USDC): outra stablecoin que garantiu alta liquidez e estabilidade aos investidores;
- Binance USD (BUSD): mesmo com as restrições internacionais, ainda foi uma escolha relevante no Brasil;
- XRP (XRP): continuou sendo utilizada devido à sua aplicação no setor bancário e em transações internacionais;
- Dogecoin (DOGE): seguiu no ranking por sua forte comunidade e suporte de influenciadores como por exemplo Elon Musk;
Lições a aprender com esse recorde
O recorde de negociações registrado em novembro de 2024 traz diversas lições importantes para o mercado brasileiro de criptomoedas. Em primeiro lugar, ficou claro que eventos políticos e econômicos globais impactam diretamente esse setor.
Dessa forma, a eleição presidencial dos EUA demonstrou como mudanças de governo podem ser responsáveis por gerar otimismo ou cautela entre investidores, influenciando o volume de negociações.
Juntamente com isso, os dados mostram que o mercado do Brasil já conta com uma base consolidada de investidores experientes, mas ainda há espaço para crescimento. Iniciativas de educação financeira podem facilitar a entrada de novos participantes, tornando o ambiente mais acessível para quem deseja investir.
Em adição, outro aprendizado importante é o papel crescente das stablecoins. O alto volume de transações em USDT e outras moedas atreladas ao dólar mostra que os investidores estão cada vez mais atentos à volatilidade do mercado e buscam maneiras de proteger seu capital.
Por último, as exchanges desempenham um papel fundamental na evolução do mercado cripto. Ou seja, para que o setor continue crescendo, é essencial que essas plataformas invistam em segurança, tecnologia e acessibilidade, permitindo que mais pessoas possam negociar ativos digitais de modo simples e eficiente.
Concluindo, se essas tendências forem mantidas, o Brasil poderá alcançar novos recordes de negociação nos próximos anos, consolidando-se ainda mais como um dos principais mercados de criptoativos do mundo.