O Canva se consolidou como uma das plataformas de design gráfico mais populares do mundo. Isso ocorreu pois ele democratiza o acesso a ferramentas criativas para milhões de usuários. Sendo assim, recentemente, a empresa chamou atenção ao adotar uma postura inusitada em seu processo seletivo.
Agora, a empresa obriga que candidatos usem Inteligência Artificial (IA) em entrevistas de emprego, especialmente para cargos na área de tecnologia. Desse modo, tal decisão reflete não apenas a evolução da empresa, mas também o impacto crescente da IA no mercado de trabalho. Ou seja, esse contexto aponta para uma nova realidade em recrutamento técnico.
Logo, neste artigo, iremos entender a obrigatoriedade do uso de Inteligência Artificial em entrevistas de emprego do Canva, bem como explorar algumas reações a esse movimento da empresa. Em conjunto a isso, pensaremos sobre a importância da plataforma no mercado de design atual e também refletiremos se outras empresas podem adotar posturas parecidas com a dela. Por fim, iremos listar algumas lições a aprender com esse contexto.
Entenda a obrigatoriedade do uso de IA em entrevistas de emprego do Canva
Enquanto muitas organizações ainda consideram o uso de Inteligência Artificial em entrevistas de emprego uma forma de trapaça ou violação de ética, o Canva tomou o caminho inverso. Ou seja, ele tornou obrigatório o uso de IA durante os testes técnicos para novos candidatos.
Nesse sentido, Simon Newton, chefe de plataforma do Canva, explicou que cerca de 50% dos engenheiros da empresa já utilizam Inteligência Artificial em suas tarefas diárias. Sendo assim, exigir que futuros colaboradores demonstrem familiaridade com essas ferramentas é algo que faz sentido no intuito de manter o alinhamento com a prática cotidiana da equipe.
O que significa usar IA nas entrevistas do Canva?
Na prática, o candidato que concorre a uma vaga de desenvolvimento no Canva deve usar assistentes de programação baseados em Inteligência Artificial, como por exemplo GitHub Copilot, ChatGPT ou outras ferramentas de autocompletar código, enquanto resolve problemas técnicos propostos durante a entrevista.
Dessa maneira, o objetivo não é avaliar apenas a habilidade pura que ele tem de escrever código manualmente. Paralelamente, também visa testar a capacidade do mesmo em aproveitar recursos de IA para ser mais produtivo e eficiente.
Por que essa mudança faz sentido para o Canva?
Segundo Newton, o Canva quer ver como o candidato lida tanto com as limitações quanto com as potencialidades dessas ferramentas. Em vez de apenas decorar algoritmos, o profissional precisa mostrar domínio prático.
Isso significa saber quando confiar no autocompletar, quando corrigir erros gerados pela Inteligência Artificial e como interpretar sugestões automáticas. Assim, o processo de seleção se torna mais realista, pois simula o dia a dia do desenvolvedor dentro da empresa.
Reações a esse movimento do Canva
A decisão do Canva de impor o uso de IA em entrevistas técnicas foi algo que gerou controvérsia, inclusive dentro da própria companhia. Em outras palavras, alguns funcionários não esconderam o incômodo com o novo formato.
Devido a isso, eles apelidaram os testes de “Vibe Coding Sessions”. Sendo assim, a expressão, de tom sarcástico, sugere que as entrevistas perderam a essência de avaliar conhecimentos profundos de ciência da computação.
Críticas internas e externas
Os críticos apontam que o uso excessivo de Inteligência Artificial pode ser responsável por mascarar a real competência técnica dos candidatos, o que cria uma falsa impressão de domínio de código.
Por outro lado, defensores do novo método argumentam que o mercado de tecnologia está cada vez mais integrado a assistentes inteligentes. Então, é natural esperar que um bom engenheiro saiba como trabalhar com eles, não apenas sem os mesmos.
Comparação com outras empresas
Enquanto o Canva abraça a IA de forma tão explícita, outras companhias de tecnologia ainda têm receio de seu impacto em processos seletivos. Nesse sentido, a Anthropic, desenvolvedora do chatbot Claude, é um exemplo de abordagem oposta: em seus termos de candidatura, a empresa desencoraja o uso de Inteligência Artificial para redigir currículos ou resolver testes.
Já organizações como Duolingo e Shopify, da mesma maneira como o Canva, estimulam o uso responsável de IA. Desse modo, elas incentivam os colaboradores a dominar a tecnologia como uma ferramenta de apoio e não como um atalho para enganar recrutadores.

A importância do Canva no mercado de design atual
Não é de hoje que o Canva influencia tendências em design e tecnologia. Em contrapartida, desde seu lançamento, a plataforma revolucionou a forma como empresas, freelancers e usuários comuns criam apresentações, posts para redes sociais, materiais impressos e identidades visuais.
Tal contexto se deve ao fato de que, a simplicidade de uso, somada a uma vasta biblioteca de modelos, faz do Canva a escolha preferida de milhões de pessoas que não possuem formação no setor de design.
Inovações que moldam o mercado
Recentemente, o Canva deu um passo além ao investir em funcionalidades que têm base em IA, como por exemplo a geração automática de imagens, de textos e até mesmo de vídeos curtos.
Ferramentas como o Magic Write e o Magic Design tornam o processo criativo ainda mais rápido e acessível. Isso mostra que a empresa não apenas exige que seus funcionários dominem Inteligência Artificial, mas também democratiza seu uso para os clientes, o que facilita a produção de conteúdo com qualidade profissional mesmo sem expertise técnica.
Reconhecimento global
Com presença em mais de 190 países, traduzido para diversos idiomas e avaliado em dezenas de bilhões de dólares, o Canva figura entre as startups mais valiosas e influentes do mundo.
Dessa maneira, sua atuação ultrapassa o design gráfico e alcança áreas como educação, marketing digital e empreendedorismo. Por isso, suas inovações servem como um termômetro para onde caminham as tendências em design, tecnologia e cultura de trabalho no século XXI.
Outras empresas podem adotar posturas parecidas com o do Canva?
A iniciativa do Canva pode ser responsável por abrir caminho para que outras organizações de tecnologia reavaliem suas políticas de recrutamento. Desse modo, em um cenário em que a IA se torna parte central do fluxo de trabalho cotidiano, faz sentido a exigência de que candidatos demonstrem habilidade em lidar com essas ferramentas desde o processo de seleção.
Em outras palavras, ao integrar a Inteligência Artificial desde o início do processo seletivo de candidatos, as empresas sinalizam uma postura moderna e alinhada com as demandas do mercado atual.
Tendência para o futuro
Empresas que hoje proíbem ou desencorajam o uso de IA podem, em breve, perceber que é mais produtivo alinhar seus métodos de avaliação à realidade do fluxo de trabalho contemporâneo.
Startups e gigantes da tecnologia tendem a abandonar modelos de recrutamento baseados apenas em provas técnicas tradicionais. Com isso, estão migrando para dinâmicas que simulam contextos reais, nos quais a Inteligência Artificial atua como copiloto, acelerando ideias e execuções.
Benefícios e desafios
Essa mudança traz vantagens claras: candidatos são avaliados por sua capacidade de resolver problemas de forma eficiente, criativa e adaptativa, usando as ferramentas mais modernas disponíveis.
No entanto, também surgem desafios importantes. Como garantir que a IA seja um apoio, e não uma muleta? Como medir o raciocínio original do candidato, sua capacidade analítica e o domínio conceitual sem que tudo seja delegado à máquina? O equilíbrio entre automação e avaliação humana será, nos próximos anos, um dos grandes dilemas do recrutamento moderno.
Lições a aprender com esse contexto do Canva
A decisão do Canva de obrigar o uso de Inteligência Artificial nas entrevistas de emprego da empresa deixa algumas lições importantes para candidatos, recrutadores e até mesmo para o mercado de trabalho como um todo.
Para candidatos
Os candidatos precisam aceitar que a Inteligência Artificial não é mais um diferencial, mas uma habilidade essencial. Sendo assim, dominar assistentes de programação, saber formular prompts claros e interpretar respostas da IA são capacidades tão valiosas quanto conhecer linguagens de programação.
Para recrutadores
Os profissionais de RH e líderes técnicos podem se inspirar no Canva para criar processos seletivos mais próximos do que será o dia a dia do contratado. Em outras palavras, isso ajuda a identificar talentos que sabem se adaptar a novas ferramentas e pensar de forma estratégica.
Para o mercado
Empresas de todos os setores, não apenas as de tecnologia, devem observar como a integração de Inteligência Artificial pode otimizar não só os produtos e serviços, mas também o processo de contratação. Isso se deve ao fato de que a transformação digital não para na automação de tarefas operacionais, pois ela também redefine como os profissionais são avaliados e contratados.
Resumindo, o fato de o Canva obrigar que candidatos usem IA em entrevistas de emprego da empresa é um marco importante no cruzamento entre tecnologia, recrutamento e cultura organizacional.
Tal decisão revela que o futuro do trabalho caminha para uma integração cada vez mais natural entre humanos e máquinas inteligentes. Ou seja, para quem deseja atuar em empresas inovadoras como o Canva, dominar a Inteligência Artificial não é apenas recomendável: é obrigatório.
Quer se preparar para essa nova realidade? Aprimore suas habilidades em IA e esteja pronto para processos seletivos como os do Canva!