Os carros elétricos são vistos como o futuro da mobilidade sustentável. Nesse sentido, com promessas de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, eles têm atraído cada vez mais interesse.
Apesar disso, o alto custo ainda é um obstáculo significativo, sendo as baterias de íons de lítio responsáveis por cerca de 50% do valor final de um desses veículos. Desse modo, pesquisas recentes, como a que a Georgia Tech realizou, podem mudar esse cenário, prometendo cortar o preço deles pela metade.
Logo, neste texto, iremos entender como essa nova tecnologia funciona, bem como o seu funcionamento. Em conjunto a isso, discutiremos seu impacto no setor dos carros elétricos e também outras soluções que podem contribuir para a queda dos preços dos mesmos.
Veja tecnologia que promete cortar deixar carros elétricos bem mais baratos
Atualmente, a redução do custo dos carros elétricos é uma prioridade para o setor automotivo. Sendo assim, a maior parte desse valor está nas baterias de íons de lítio, que são usadas para armazenar energia nos veículos. Embora esse tipo de bateria não seja novo, seu uso nos carros elétricos demanda uma maior capacidade de armazenamento, o que acaba por encarecer o produto final.
Dessa forma, uma pesquisa da Georgia Tech oferece uma solução para esse problema, com a criação de um cátodo de baixo custo feito de cloreto de ferro. Então, esse material tem o preço de apenas 1 a 2% dos componentes que normalmente se utilizam em baterias de íons de lítio, como por exemplo cobalto e níquel, que são metais semipreciosos.
Por fim, o cátodo é uma parte fundamental da bateria, influenciando diretamente aspectos como sua eficiência, vida útil e desempenho. Em outras palavras, ao substituir materiais caros por outros mais acessíveis, a inovação da pesquisa da Georgia Tech pode melhorar o desempenho das baterias enquanto reduz drasticamente seus custos. Isso poderia tornar os carros elétricos mais acessíveis a um público mais amplo.
Como funciona essa nova tecnologia?
Como vimos, as baterias de íons de lítio possuem um custo elevado. Logo, a indústria tem se mobilizado para encontrar alternativas mais baratas e eficientes. Até agora, quatro novos cátodos sólidos foram desenvolvidos e comercializados com sucesso. Dessa maneira, o cátodo de cloreto de ferro, que a Georgia Tech desenvolveu, é a quinta inovação significativa nesse campo.
Nesse sentido, as baterias de íons de lítio tradicionais utilizam eletrólitos líquidos para armazenar energia e desencadear a liberação dessa energia quando necessário. Esse método, embora seja eficaz, tem algumas desvantagens, como a possibilidade de vazamento e o risco de incêndios, além de uma menor eficiência em termos de armazenamento energético.
As novas baterias em estado sólido, como a que utiliza o cátodo de cloreto de ferro, usam eletrólitos sólidos em vez dos líquidos. Isso resulta em um produto mais eficiente e também mais confiável.
Além disso, o uso de um ânodo de lítio metálico combinado com o cátodo de cloreto de ferro mostrou, em testes, um desempenho igual ou até superior ao dos cátodos mais caros, com uma voltagem operacional mais alta.
Assim, esses avanços são promissores não apenas para o setor automotivo, mas também para outras indústrias que dependem de baterias de íons de lítio. Entre elas, temos a eletrônica de consumo e o armazenamento de energia renovável.
O que isso pode significar para o setor dos carros elétricos?
A adoção dessa nova tecnologia pode transformar o setor de veículos elétricos. Ou seja, ao reduzir o custo das baterias, o preço dos carros elétricos também cairia significativamente, tornando-os mais acessíveis. Atualmente, o alto custo é uma das maiores barreiras para que esses veículos sejam adotados em massa, principalmente em mercados emergentes.
Do mesmo modo, essa tecnologia também pode impulsionar a competitividade entre as montadoras. Sendo assim, as empresas que adotarem essas inovações mais rapidamente terão uma vantagem significativa, podendo oferecer carros elétricos de qualidade a preços muito mais baixos. Isso pode desencadear uma mudança na indústria, com mais fabricantes competindo para oferecer veículos acessíveis e sustentáveis.
Juntamente com isso, a redução dos preços dos carros elétricos pode acelerar a transição para uma frota global eletrificada. Dessa maneira, com veículos mais baratos, a demanda deve aumentar, levando ao crescimento da infraestrutura de carregamento e à criação de políticas públicas para incentivar a eletrificação. Isso também contribuirá para a redução das emissões de gases de efeito estufa e para a mitigação das mudanças climáticas.
Outras tecnologias que podem reduzir o custo desses veículos
A inovação que a pesquisa da Georgia Tech apresenta é uma entre várias soluções que visam reduzir os custos dos carros elétricos. Em paralelo, outra tecnologia promissora são as baterias de estado sólido, que utilizam eletrólitos sólidos em vez de líquidos. Além de serem mais seguras e eficientes, essas baterias prometem reduzir o custo de produção, eliminando a necessidade de metais caros.
Adicionalmente, o desenvolvimento de novos materiais para baterias também é uma área em rápido avanço. Nesse sentido, a substituição de metais como cobalto e níquel por materiais mais baratos e abundantes, como o lítio e o ferro, pode reduzir drasticamente os custos. Portanto, universidades e empresas de tecnologia ao redor do mundo estão investindo em pesquisas para encontrar alternativas viáveis.
Em conjunto a isso, a produção em larga escala de baterias deve contribuir para a queda dos preços. Grandes montadoras, como Tesla e Volkswagen, estão construindo fábricas gigantes para aumentar a produção e reduzir os custos de fabricação. Assim, com o aumento da demanda por carros elétricos, essas fábricas se tornarão cada vez mais eficientes, o que pode resultar em uma queda ainda maior dos preços.
Em última análise, a promessa de cortar o preço dos carros elétricos pela metade está se tornando mais realista com o avanço de novas tecnologias, como o cátodo de baixo custo que a Georgia Tech desenvolveu. Então, essa inovação tem o potencial de transformar o setor automotivo, tornando esses veículos mais acessíveis e acelerando a transição para uma mobilidade mais sustentável.