China lança 35° satélite no espaço e ninguém está falando sobre!

A China, país que em poucas décadas transformou-se em uma superpotência global, realizou mais um feito impressionante no campo da tecnologia espacial. Nesse sentido, enquanto o mundo se distrai com outras questões, o gigante asiático lançou seu 35° satélite no espaço em 2024. Entretanto, foi um marco que parece ter passado praticamente despercebido pela mídia internacional.

Portanto, neste texto, iremos analisar o crescimento da China e também comentar sobre o lançamento de seu 35° satélite no espaço neste ano. Juntamente com isso, discutiremos o que esperar do país no setor da tecnologia espacial nos próximos anos, bem como refletiremos sobre o que o Brasil pode aprender com o contexto do país asiático.

O crescimento da China

O desenvolvimento da China nas últimas décadas é nada menos que impressionante. Desse modo, saindo de uma economia predominantemente agrícola e fechada ao mundo, o país se tornou a segunda maior economia global, atrás apenas dos Estados Unidos.

Esse crescimento não se deu apenas em termos econômicos. Em adição, a China evoluiu significativamente em áreas como por exemplo educação, infraestrutura, ciência e tecnologia. Assim, tornou-se uma referência em inovação

A infraestrutura chinesa é uma das mais avançadas do mundo. Cidades como Xangai e Pequim competem de igual para igual com as metrópoles que estão localizadas no ocidente do globo.

Enquanto isso, projetos ambiciosos, como a Nova Rota da Seda, ampliam a influência do país em todo o mundo. No campo da tecnologia, a China já é líder em áreas como Inteligência Artificial, 5G, e-commerce e, claro, tecnologia espacial.

Por fim, a educação também desempenhou um papel crucial nesse crescimento. Em outras palavras, o país investiu pesadamente em capacitação e formação de sua população. Esse contexto criou um vasto contingente de cientistas, engenheiros e especialistas em tecnologia. Como resultado, este esforço proporcionou um rápido avanço em diversos setores, incluindo a indústria espacial.

A China evoluiu de uma economia fechada e predominantemente agrícola para uma das maiores economias do mundo em um período de tempo impressionante.
A China evoluiu de uma economia fechada e predominantemente agrícola para uma das maiores economias do mundo em um período de tempo impressionante. | Foto: DALL-E 3

Entenda mais sobre o 35° satélite que a China lançou

No início desta semana, um foguete Longa Marcha 6 modificado decolou no Centro de Lançamento de Satélites de Taiyuan, no norte da China. Ele possuía a missão de colocar em órbita o grupo de satélites Qianfan Polar Orbit 01. 

A Corporação de Ciência e Tecnologia Aeroespacial da China (CASC) foi responsável por realizar o lançamento. O órgão informou que o estágio superior do veículo de lançamento foi capaz de posicionar 18 satélites, que serão operados pela Shanghai Spacecom Satellite Technology (SSST), em órbita polar.

Este lançamento marca o início de uma ambiciosa constelação de satélites que recebeu o nome de Qianfan. Ela tem o objetivo de fornecer internet de banda larga para o mundo inteiro. Sendo assim, esta constelação, que inicialmente era conhecida como G60, foi projetada para competir diretamente com sistemas de satélites dos EUA, como por exemplo a Starlink, da SpaceX.

O primeiro estágio da constelação Qianfan será composto por 1.296 satélites, sendo que 108 estão planejados para serem lançados ainda esse ano, em lotes separados de 36 e 54 unidades.

Paralelamente, a previsão é que até o final do próximo ano sejam lançados mais 648 satélites, o que fornecerá uma cobertura regional inicial. A rede completa deverá contar com cerca de 14.000 satélites, oferecendo uma infraestrutura robusta e competitiva frente às redes ocidentais.

O que esperar do país no setor espacial nos próximos tempos

Este recente lançamento representou o 35° voo orbital da China no ano de 2024. Além disso, foi o 530° lançamento da série de foguetes Longa Marcha. Esse número é significativo, pois demonstra o compromisso dos chineses em se tornarem um dos líderes mundiais no campo espacial.

No último mês de fevereiro, o CASC havia declarado que o país pretendia realizar cem lançamentos ainda no ano de 2024. Isso reforça o ritmo acelerado que possui o programa espacial chinês.

Desse modo, esses lançamentos não se restringem apenas à colocação de satélites em órbita, mas também incluem missões ambiciosas, como por exemplo a exploração da Lua e também a exploração de Marte

Nesse sentido, a China já demonstrou sua capacidade com a sonda que recebeu o nome de Chang´e-5. Ela trouxe amostras lunares para a Terra. Em conjunto a isso, houve o rover Tianwen-1, que conseguiu pousar com sucesso em território marciano.

Nos próximos anos, espera-se que a China intensifique ainda mais suas atividades espaciais, com a construção de uma estação espacial própria, a Tiangong, e o envio de missões tripuladas à Lua e, possivelmente, à Marte. Por último, os chineses também estão investindo em tecnologia de reutilização de foguetes, um campo no qual a SpaceX atualmente domina, mas que eles pretendem dominar em breve.

O que o Brasil pode aprender com o avanço da China?

O Brasil, assim como a China, é um país que está em desenvolvimento e há algumas décadas estava em um nível tecnológico similar ao do gigante asiático. No entanto, enquanto a China deu um salto significativo na última década, o Brasil ainda enfrenta desafios consideráveis para avançar no campo tecnológico e espacial.

Um dos principais aprendizados que o Brasil pode extrair do caso chinês é a importância do investimento contínuo em educação e tecnologia. Em outras palavras, a China não chegou onde está por acaso. 

Esse contexto foi o resultado de décadas de investimentos em ciência, tecnologia e formação de capital humano. Então, o Brasil, que também possui um grande potencial, precisa reforçar seus investimentos nessas áreas se quiser competir no cenário global.

Além disso, o Brasil pode aprender com a estratégia de internacionalização e busca de parcerias tecnológicas. A China estabeleceu colaborações com diversos países e empresas, o que ajudou a acelerar o desenvolvimento de suas capacidades tecnológicas. Portanto, o Brasil pode seguir um caminho semelhante, buscando parcerias estratégicas que possam impulsionar o avanço de seu programa espacial.

Finalmente, a criação de uma infraestrutura robusta de satélites, como a constelação Qianfan, é algo que o Brasil poderia almejar. Atualmente, o país depende em grande medida de satélites estrangeiros para serviços essenciais como telecomunicações e meteorologia. Desenvolver uma rede própria, ainda que em menor escala, poderia fortalecer a soberania nacional e oferecer oportunidades econômicas significativas.

Em conclusão, o recente lançamento do 35° satélite da China é mais um lembrete do quanto o país avançou no setor espacial. Embora pareça que ninguém fala sobre isso, a realidade é que essas ações estão moldando o futuro da tecnologia global.

Fonte: https://rtbrasil.com/noticias/4629-china-lanca-primeiros-satelites-sistema-competir-starlink/

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