Como a tecnologia pode ajudar no fim da escala 6×1? Entenda!

A escala 6×1, que consiste em seis dias de trabalho e um de descanso, é uma rotina para muitos trabalhadores brasileiros. Desse modo, com o avanço da tecnologia e novos debates legislativos, discute-se a possibilidade de flexibilizar essa carga horária com o intuito de melhorar a qualidade de vida do trabalhador e promover jornadas de trabalho que seriam menos exaustivas.

Portanto, neste texto, iremos explorar como a tecnologia pode ser aliada para acabar com a escala 6×1, bem como no que consiste essa jornada. Em conjunto a isso, mostraremos qual projeto polemizou este assunto e também outros potenciais transformadores das inovações tecnológicas.

Como a tecnologia pode ser aliada para acabar com a escala 6×1?

Quando bem aplicada, a tecnologia facilita o caminho para jornadas de trabalho mais flexíveis e sustentáveis. Nesse sentido, ferramentas de gestão, Inteligência Artificial e automação oferecem formas eficazes de distribuir turnos e adaptar a carga horária sem comprometer a produtividade.

Por exemplo, aplicativos que monitoram a produtividade e o bem-estar ajudam a implementar jornadas adaptativas. Isso possibilita que cada trabalhador execute suas tarefas de maneira mais eficiente e, muitas vezes, em menos tempo. Tal adaptação reduz a necessidade de longas jornadas e potencialmente elimina a rigidez do modelo 6×1.

Em paralelo, o trabalho remoto também se torna um aliado importante para essa transição. Ao permitir que o trabalhador realize suas tarefas de casa, o home office elimina o tempo de deslocamento, um dos fatores que contribuem para o cansaço em jornadas intensas. Com isso, a tecnologia ajuda a criar um ambiente de trabalho mais equilibrado, onde se priorizam o descanso e o bem-estar.

Por fim, a automação no ambiente de trabalho, especialmente em setores industriais e logísticos, também desempenha um papel fundamental. Robôs e máquinas automáticas podem realizar tarefas repetitivas e desgastantes.

Isso permite que os trabalhadores foquem em atividades mais complexas. Ou seja, pode viabilizar uma redução na carga horária semanal, com uma distribuição mais equilibrada de atividades e, assim, afastar a necessidade da escala 6×1.

A viabilização do home office é um dos meios pelos quais a tecnologia pode ajudar a acabar com a escala 6x1.
A viabilização do home office é um dos meios pelos quais a tecnologia pode ajudar a acabar com a escala 6×1. | Foto: DALL-E 3

No que consiste a escala 6×1?

A escala 6×1 é um modelo de jornada de trabalho que determina seis dias consecutivos de trabalho e apenas um dia de descanso. Essa modalidade é especialmente comum em setores como o comércio e a indústria.

Neles, a necessidade de operação contínua é maior. Apesar disso, o modelo é frequentemente criticado, sendo apontado por especialistas como prejudicial à saúde e ao bem-estar do trabalhador.

Segundo a Constituição Federal Brasileira, no artigo 7º, a carga horária não deve ultrapassar 8 horas diárias e 44 horas semanais. Desse modo, a escala 6×1, ainda que permita uma folga semanal, acaba exigindo jornadas exaustivas e limita o tempo de descanso.

Então, esse fator resulta em problemas como esgotamento físico e mental, além de um impacto negativo na qualidade de vida do trabalhador, que tem menos tempo para atividades pessoais e familiares.

Por último, para as empresas, a escala 6×1 representa uma solução para manter as operações em atividade contínua, mas essa abordagem tem seus custos. Em outras palavras, a longo prazo, o modelo pode gerar índices mais altos de absenteísmo, rotatividade e queda de produtividade. Isso aumenta a necessidade de modelos mais equilibrados e menos sobrecarregados.

Qual o projeto que polemizou este assunto?

A proposta da deputada federal Erika Hilton (PSOL) de reduzir a carga horária semanal trouxe a escala 6×1 para o centro das discussões. No projeto, protocolado no dia 1º de maio, a parlamentar sugere a redução da carga horária semanal de 44 para 36 horas, mantendo o limite diário de oito horas e sem perda salarial.

Sendo assim, o projeto de Hilton tem como objetivo principal iniciar um debate sobre a jornada de trabalho no Brasil, enfatizando a necessidade de uma análise que leve em conta a qualidade de vida dos trabalhadores.

Dessa forma, a proposta destaca que a redução da jornada poderia ser implementada sem redução de salário. Esse é um ponto essencial no intuito de garantir a preservação do poder de compra e também a estabilidade econômica dos trabalhadores.

O movimento “Vida Além do Trabalho” (VAT), liderado por Rick Azevedo e que tem apoio de Erika, defende essa pauta como um avanço para a classe trabalhadora. Para os apoiadores, a tecnologia pode ser uma aliada fundamental na transição para uma jornada mais curta e equilibrada.

Tal realidade manteria a produtividade das empresas e melhoraria a qualidade de vida dos trabalhadores. Nesse sentido, em países como por exemplo Alemanha e Suécia, jornadas reduzidas implementadas com o apoio da tecnologia resultaram em um aumento do bem-estar sem perda de desempenho, o que serve de modelo para a proposta no Brasil.

Outros potenciais transformadores da tecnologia

A tecnologia vai muito além das melhorias no ambiente de trabalho, impactando outros setores da sociedade com inovações que facilitam e transformam o cotidiano dos seres humanos.

Em primeiro lugar, na saúde, o uso de IA e machine learning auxilia diagnósticos médicos, identificando doenças em estágios iniciais com mais precisão e rapidez. Wearables, como smartwatches e outros dispositivos, monitoram sinais vitais em tempo real, ajudando a prevenir problemas de saúde antes mesmo que sintomas se manifestem.

Já na educação, plataformas de ensino a distância permitem que mais pessoas tenham acesso a conteúdos de alta qualidade, independentemente da localização. Adicionalmente, a realidade aumentada e virtual também transformam o aprendizado, trazendo experiências interativas que facilitam o entendimento de conteúdos complexos.

Da mesma maneira, a tecnologia ainda é essencial para o meio ambiente. Sensores de monitoramento de poluição e sistemas de análise de dados contribuem para a preservação de recursos naturais, além de facilitarem práticas sustentáveis na agricultura, como irrigação inteligente e uso racional de fertilizantes.

Em conclusão, todos esses avanços mostram como a tecnologia é um vetor de transformação que transcende o local de trabalho e o auxílio para acabar com a escala 6×1. Assim, ela pode ser responsável por melhorar diversos aspectos da vida cotidiana dos seres humanos.

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