Como usar Inteligência Artificial para auxiliar na saúde mental?

Todo mundo gosta de se sentir bem, não é? Aliás, poder se cuidar contribui muito. De maneira resumida, o autocuidado é aquilo que nós fazemos por nós mesmos, para manter nossa saúde em dia, para prevenir doenças, para ter bem-estar e para nos sentirmos felizes. Entretanto, você sabia que a Inteligência Artificial (IA) pode ser uma incrível aliada nesse processo?

Mas como? De várias formas, afinal, a tecnologia pode fazer tudo, basta sabermos usar as ferramentas, principalmente quando se trata de IA. Nesse sentido, iremos explorar, neste artigo, maneiras inusitadas de como a Inteligência Artificial pode ser usada para auxiliar na saúde mental. Então, vamos continuar.

O que é saúde mental?

Em suma, é o estado de equilíbrio dinâmico entre o indivíduo e o seu meio sociocultural, que permite o desenvolvimento pleno de suas potencialidades, a superação dos desafios, a participação ativa na sociedade e a busca pelo bem-estar e pela qualidade de vida.

Sem dúvidas, é importante desmistificar as conversas sobre saúde mental, afinal, o cuidado é importante e requer prioridade sempre. Aliás, todos temos saúde mental e a instabilidade dela afeta o nosso modo de vida diretamente, sem exceções. Ou seja, você não deve se preocupar com sua saúde mental somente em casos de emergências, condições específicas e etc. Também existe o autocuidado preventivo, inclusive quando se trata de saúde mental.

Inteligência Artificial Terapêutica

A princípio, a IA pode intensificar e diversificar os tratamentos terapêuticos, tanto no âmbito profissional quanto pessoal. Ou seja, profissionais da área podem testar as funcionalidades da tecnologia ou cada indivíduo, ao buscar a inteligência artificial como alternativa para relaxar/se acalmar. Em suma a IA:

  • Auxilia na avaliação psicológica dos pacientes, usando algoritmos que analisam dados clínicos, comportamentais, emocionais e cognitivos. Esses algoritmos podem fornecer diagnósticos mais precisos, identificar fatores de risco e sugerir planos de tratamento personalizados.
  • Facilita o acesso à terapia para pessoas que vivem em locais remotos, que têm dificuldades de mobilidade ou que preferem manter o anonimato. Por meio de plataformas online, os pacientes podem se comunicar com terapeutas humanos ou virtuais, usando texto, voz ou vídeo. Essas plataformas podem oferecer suporte emocional, orientação e feedback em tempo real.
  • Cria intervenções terapêuticas inovadoras, usando técnicas como realidade virtual, realidade aumentada, gamificação e neurofeedback. Essas técnicas podem aumentar a motivação, a adesão e a eficácia da terapia, além de proporcionar experiências imersivas e lúdicas para os pacientes

Avaliação psicológica com Inteligência Artificial

A IA pode auxiliar na avaliação psicológica usando algoritmos que analisam os dados coletados por meio de diferentes fontes, como testes psicológicos, questionários, entrevistas, observações, registros eletrônicos, dispositivos vestíveis e redes sociais. Esses algoritmos podem fornecer diagnósticos mais precisos, identificar fatores de risco e sugerir planos de tratamento personalizados. Por exemplo, um algoritmo pode usar dados de voz, texto ou imagem para detectar sinais de depressão, como tom de voz triste, vocabulário negativo ou expressão facial abatida. Outro algoritmo pode usar dados genéticos, ambientais ou comportamentais para prever o risco de desenvolver esquizofrenia. Um terceiro algoritmo pode usar dados clínicos, emocionais ou cognitivos para recomendar o tipo de terapia mais adequado para cada paciente.

A tecnologia também facilita a coleta e o armazenamento dos dados, reduzindo o tempo e o custo da avaliação, além de aumentar a acessibilidade e a confiabilidade dos resultados. Por exemplo, um aplicativo pode usar a câmera ou o microfone do celular para capturar dados de voz, texto ou imagem do paciente e enviá-los para um sistema de IA que faz a análise e o diagnóstico. Outro aplicativo pode usar um dispositivo vestível, como uma pulseira ou um relógio, para monitorar dados fisiológicos, como batimentos cardíacos, pressão arterial ou nível de cortisol, e enviá-los para um sistema de IA que faz o acompanhamento e o feedback.

Como funciona a Intervenção terapêutica com Inteligência Artificial (IA)
Como funciona a Intervenção terapêutica com Inteligência Artificial (IA). Imagem: DALL-E 3.

Intervenção terapêutica com inteligência artificial

A intervenção terapêutica é o conjunto de ações ou técnicas que visam promover mudanças positivas no funcionamento psicológico e social de uma pessoa ou grupo. Essas ações ou técnicas podem ser realizadas por profissionais da saúde mental, como psicólogos, psiquiatras, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais, ou por pessoas treinadas para esse fim, como educadores, familiares e amigos. A intervenção terapêutica pode ter diferentes modalidades, como individual, grupal, familiar ou comunitária, e diferentes abordagens, como cognitivo-comportamental, psicanalítica, humanista ou sistêmica. A intervenção terapêutica pode ter diferentes objetivos, como aliviar o sofrimento psíquico, resolver conflitos ou dificuldades, desenvolver habilidades ou competências, fortalecer a autoestima ou a autoconfiança, melhorar a qualidade de vida.

Nesse sentido, pode facilitar na intervenção terapêutica criando inovações tecnológicas que aumentam a motivação, a adesão e a eficácia da terapia, além de proporcionar experiências imersivas e lúdicas para os pacientes. Algumas dessas inovações são:

Realidade virtual:

É a simulação computacional de um ambiente tridimensional que pode ser explorado e interagido por meio de dispositivos como óculos, luvas ou capacetes. A realidade virtual pode ser usada para expor os pacientes a situações que provocam medo, ansiedade ou fobia, como voar, dirigir ou falar em público, de forma controlada e segura, permitindo que eles enfrentem e superem seus temores. A realidade virtual também pode criar cenários que estimulam o relaxamento, a meditação ou a imaginação positiva, como praias, florestas ou montanhas. Um estudo mostrou que a realidade virtual foi eficaz para reduzir os sintomas de estresse pós-traumático em veteranos de guerra.

Realidade aumentada:

Corresponde a sobreposição de elementos virtuais sobre o ambiente real por meio de dispositivos como smartphones, tablets ou óculos. A realidade aumentada pode enriquecer a experiência terapêutica com informações adicionais, como dicas, lembretes ou feedbacks. A realidade aumentada também pode ser usada para criar jogos que envolvem o paciente em atividades divertidas e desafiadoras que trabalham aspectos cognitivos, emocionais e sociais. Um estudo mostrou que a realidade aumentada foi eficaz para melhorar as habilidades sociais em crianças com autismo.

Gamificação:

É a aplicação de elementos típicos dos jogos em contextos não lúdicos, como educação, saúde ou trabalho. A gamificação pode tornar a terapia mais atrativa e engajante para os pacientes, usando recursos como pontos, medalhas, níveis, missões, avatares e narrativas. A gamificação também pode ser usada para monitorar o desempenho e o progresso dos pacientes, oferecendo feedbacks e recompensas que incentivam o cumprimento dos objetivos terapêuticos. Um estudo mostrou que a gamificação foi eficaz para aumentar a adesão ao tratamento em pacientes com depressão.

Neurofeedback:

É uma técnica que permite ao paciente observar e modificar sua atividade cerebral por meio de sinais visuais ou auditivos.

Usos inusitados da IA na saúde mental

  • A IA pode ser usada para criar músicas terapêuticas personalizadas para cada paciente, baseadas em seus gostos, humor, histórico e necessidades. Essas músicas podem ajudar a reduzir o estresse, a ansiedade, a depressão e a melhorar o bem-estar emocional.
  • A tecnologia pode criar jogos interativos que estimulam o cérebro e a cognição, além de proporcionar diversão e entretenimento. Esses jogos podem ser adaptados ao nível de dificuldade, ao perfil e aos objetivos de cada paciente, e podem oferecer feedback e recompensas para motivar o progresso.
  • Ademais, ela também pode criar robôs sociais que interagem com os pacientes, oferecendo companhia, conversa, apoio e orientação. Esses robôs podem reconhecer as emoções, as expressões faciais e a linguagem corporal dos pacientes, e podem se ajustar ao seu humor e personalidade. Eles podem também monitorar a saúde física e mental dos pacientes, alertando os profissionais quando necessário.

Música terapêutica

Seria o uso da música como ferramenta para promover a saúde mental. A música terapêutica pode envolver a audição, a composição, a execução ou a improvisação musical. A música terapêutica pode ter diferentes objetivos, como reduzir o estresse, a ansiedade, a depressão e a dor; melhorar o humor, a autoestima, a criatividade e a comunicação; estimular a memória, a atenção, a cognição e a motricidade.

A IA auxilia criando músicas personalizadas para cada paciente, baseadas em seus gostos, humor, histórico e necessidades. Assim, as músicas podem reduzir o estresse, a ansiedade, a depressão e a dor; melhorar o humor, a autoestima, a criatividade e a comunicação; estimular a memória, a atenção, a cognição e a motricidade.

Por exemplo, um sistema de IA pode usar algoritmos que aprendem as preferências musicais do paciente por meio de questionários ou análise de dados de streaming. Com base nessas preferências, o sistema pode gerar músicas originaais ou adaptar músicas existentes para atender às necessidades emocionais ou físicas do paciente. Outro sistema de IA pode usar algoritmos que analisam os sinais fisiológicos do paciente por meio de dispositivos vestíveis, como batimentos cardíacos, pressão arterial ou nível de cortisol. Com base nesses sinais, o sistema pode ajustar as características musicais, como ritmo, tom ou volume, para induzir estados desejados, como relaxamento, alegria ou energia.

Jogos interativos com inteligência artificial

Os jogos interativos são atividades lúdicas que envolvem o uso de dispositivos eletrônicos, como computadores, consoles, smartphones ou tablets. Esses jogos podem ter diferentes gêneros, como ação, aventura, estratégia, quebra-cabeça ou educação. Sobretudo, os games interativos podem ter diferentes objetivos, como divertir, entreter, educar ou treinar.

A IA pode auxiliar nos jogos interativos criando jogos que estimulam o cérebro e a

cognição, além de proporcionar diversão e entretenimento. Esses jogos podem ser adaptados ao nível de dificuldade, ao perfil e aos objetivos de cada paciente, e podem oferecer feedback e recompensas para motivar o progresso.

Por exemplo, um sistema de IA pode usar algoritmos que geram desafios cognitivos para o paciente, como resolver problemas lógicos, matemáticos ou linguísticos. Esses desafios podem ajudar a melhorar habilidades como memória, atenção, raciocínio e aprendizado. Outro sistema de IA pode usar algoritmos que geram cenários imersivos para o paciente, como explorar mundos fantásticos, viajar no tempo ou viver aventuras. Esses cenários podem ajudar a melhorar habilidades como imaginação, criatividade, empatia e autoconfiança.

Robôs sociais e inteligência artificial

Os robôs sociais são máquinas que interagem com as pessoas de forma natural e amigável, usando recursos como voz, gestos, expressões faciais e linguagem corporal. Aliás, eles podem ter diferentes formas, como humanóides, animais ou objetos. Além disso, possuem diferentes funções, como companhia, conversa, apoio ou orientação.

A Inteligência artificial auxilia criando robôs que interagem com os pacientes, oferecendo companhia, conversa, apoio e orientação. Aliás, esses robôs podem reconhecer as emoções, as expressões faciais e a linguagem corporal dos pacientes, e podem se ajustar ao seu humor e personalidade. Eles também podem monitorar a saúde física e mental dos pacientes, alertando os profissionais quando necessário.

A colaboração da inteligência artificial e saúde mental existe!

Sobretudo, essas são apenas algumas das formas que a IA pode auxiliar na saúde mental. A IA é uma tecnologia em constante evolução e inovação, que pode trazer benefícios para a saúde mental de milhões de pessoas no mundo. No entanto, a IA também apresenta desafios e limitações, como questões éticas, legais e sociais, que devem ser consideradas e discutidas por todos os envolvidos nesse campo. A IA não substitui o papel dos profissionais da saúde mental nem a importância do autocuidado. Afinal, é uma ferramenta complementar que pode potencializar os recursos humanos e facilitar o acesso aos serviços de saúde mental. Enfim, a inteligência artificial é uma aliada para a saúde mental.

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