A busca por protagonismo dentro do cenário global das finanças digitais acaba de ganhar mais um capítulo importante: uma criptomoeda quer ser o token oficial da Copa do Mundo 2026.
Esse movimento ambicioso representa não apenas uma tentativa de firmar a presença das moedas virtuais em um dos maiores eventos esportivos do planeta. Adicionalmente, é também uma estratégia ousada de marketing, regulação e expansão internacional.
Ou seja, à medida que o futebol e a tecnologia se entrelaçam, o setor cripto se move para consolidar sua presença no mercado de entretenimento esportivo, mirando a competição organizada por Estados Unidos, México e Canadá.
Logo, neste artigo, iremos explorar qual será a criptomoeda que tem o desejo de ser o token da Copa 2026 e também refletir sobre o que ela visa com esse movimento. Além disso, explicaremos se a conexão entre um ativo digital e o esporte é uma novidade, bem como listaremos as possíveis consequências desse contexto. Finalmente, iremos discutir se devemos ver mais movimentos parecidos no futuro.
Qual a criptomoeda que tem o desejo de ser o token da Copa 2026?
A empresa por trás da criptomoeda que almeja esse papel de destaque é a Chiliz (CHZ), já bem conhecida no mercado por seu envolvimento com fan tokens ligados a grandes clubes esportivos ao redor do mundo.
Nesse sentido, a iniciativa ganhou força após uma reunião estratégica da equipe da Chiliz com autoridades estadunidenses, que ocorreu no último dia 22 de abril. A conversa com representantes da SEC (Securities and Exchange Commission), a CVM dos Estados Unidos, foi parte de uma série de ações da empresa para inserir a sua criptomoeda no planejamento da Copa do Mundo de 2026.
Durante o encontro, os executivos da Chiliz propuseram um investimento significativo no evento: algo entre US$50 e 100 milhões. Essa quantia serviria para apoiar a organização do torneio e, ao mesmo tempo, posicionar a CHZ como o token oficial da Copa.
O interesse também vem na esteira da crescente relevância da Copa 2026, que será sediada em três países e deverá bater recordes de audiência, movimentação financeira e engajamento global.
Vale ressaltar que essa não foi uma reunião qualquer. A Chiliz mobilizou uma equipe de peso, composta por Alex Dreyfus (CEO da empresa), Cody Carbone (CEO da The Digital Chamber) e Josh Lawler (sócio do escritório Zuber Lawler), para dialogar com o grupo de trabalho da SEC responsável pelas criptomoedas. Essa aproximação mostra o grau de seriedade e estratégia do projeto.
O que a criptomoeda visa com esse movimento?
O objetivo da Chiliz com essa iniciativa vai além do marketing. A empresa está buscando criar um ambiente regulatório mais amigável para a atuação de tokens esportivos nos Estados Unidos.
Em tal contexto, a Chiliz se afastou temporariamente do mercado americano após o colapso da corretora FTX, receosa de que a repressão regulatória pudesse comprometer suas operações.
No entanto, com o novo posicionamento político e a possibilidade de um governo mais favorável à inovação digital, a empresa acredita que é o momento certo para seu projeto e sua criptomoeda voltarem ao mercado.
Durante a reunião com a Crypto Task Force da SEC, a Chiliz apresentou um histórico de suas operações, destacando o sucesso de seus fan tokens, como os do Barcelona, PSG e outros clubes europeus. A empresa pleiteou que tais tokens sejam compreendidos como produtos de engajamento com fãs e não como ativos mobiliários, buscando evitar sua criminalização no país.
Esse ponto é crucial, pois a categorização desses ativos interfere diretamente na forma como eles podem ser comercializados e promovidos. Caso obtenha respaldo legal para operar sem o rótulo de ativo mobiliário, a Chiliz abrirá caminho para uma nova era de interação entre criptoativos e eventos esportivos de grande porte.
A conexão entre uma criptomoeda e o esporte é novidade?
A ligação entre o universo esportivo e as criptomoedas, especialmente via fan tokens, não é nova, e a Chiliz tem sido uma das pioneiras nesse segmento. Em 2021, a empresa já havia investido cerca de US$80 milhões em parcerias com franquias da NBA e da NFL. Ao todo, 27 times da NBA e 13 da NFL assinaram acordos com a empresa, o que demonstra a robustez e o alcance de sua atuação.
No Brasil, a presença da Chiliz também se consolidou com fan tokens de clubes como Flamengo ($MENGO), Corinthians ($SCCP), Palmeiras ($VERDAO), Atlético Mineiro ($GALO), entre outros. Esses tokens oferecem experiências exclusivas para torcedores, como votações em decisões do clube, produtos licenciados, ingressos e muito mais.
O retorno da Chiliz ao mercado dos EUA depende da sinalização da SEC sobre a legalidade dessas operações. A empresa deixou claro em sua reunião que pretende retomar as atividades e realizar novos aportes, caso haja um ambiente propício. Em outras palavras, o respaldo institucional será determinante para que outras empresas também avancem nessa direção, fortalecendo a ponte entre o esporte e o mercado cripto.
Fan tokens como experiência e não como ativo financeiro
Um dos argumentos centrais da Chiliz durante a reunião com a SEC foi justamente destacar o caráter de entretenimento dos fan tokens. Para a empresa, esses ativos são instrumentos que ampliam a experiência dos torcedores.
Isso acontece pois eles permitem maior proximidade com seus times do coração, e não formas de investimento financeiro tradicionais. Essa diferenciação é vital para o futuro do mercado, já que muitos projetos enfrentaram restrições por serem classificados como valores mobiliários.

Possíveis consequências desse movimento da criptomoeda
A repercussão da reunião foi imediata no mercado. O token CHZ, nativo da Chiliz, valorizou cerca de 10% em apenas 24 horas após o encontro com a SEC. O salto no preço reflete a confiança dos investidores na possibilidade de a empresa retomar sua expansão, principalmente em um mercado estratégico como o estadunidense.
É importante mencionar que a principal concorrente da Chiliz nesse segmento é a Binance, que também atua na emissão de fan tokens por meio da Binance Fan Token Platform. Um dos exemplos mais notórios da Binance nesse nicho é o token do Santos Futebol Clube ($SANTOS), que alcançou grande adesão entre os torcedores.
Paralelamente, a movimentação da Chiliz não apenas aquece a competição. Além disso, ela também coloca pressão sobre outras plataformas e corretoras para reforçarem seus projetos e alianças com clubes esportivos. Caso a SEC ofereça um caminho regulatório claro, a tendência é que o setor volte a crescer rapidamente, com novos produtos e maior inovação.
Impacto no ecossistema cripto
Esse tipo de iniciativa pode representar um divisor de águas para o setor. A aceitação de tokens esportivos como parte legítima da indústria de entretenimento pode abrir portas para novas formas de monetização de eventos. Juntamente com isso, reforça o papel das criptomoedas em segmentos culturais e sociais. Mais do que um investimento isolado, o que está em evidência é a redefinição do papel das moedas digitais no cotidiano das pessoas.
Devemos ver mais movimentos como a dessa criptomoeda no futuro?
Dado o impacto positivo e o potencial de expansão global, é altamente provável que outros projetos de criptomoeda sigam os passos da Chiliz. A integração entre blockchain, esporte e entretenimento é uma tendência que vem se fortalecendo nos últimos anos e, ao que tudo indica, continuará a ganhar espaço.
Grandes eventos esportivos oferecem visibilidade internacional, engajamento massivo e uma base de fãs apaixonada. Esse é o cenário ideal para a aplicação de soluções que têm base em tokens. Além disso, os avanços tecnológicos permitem que essas experiências sejam mais ricas e personalizadas, o que aumenta o valor percebido pelos usuários.
Com o incentivo de governos que desejam transformar seus países em hubs de inovação digital, como o caso dos Estados Unidos com volta de Donald Trump ao poder, empresas de criptoativos podem encontrar condições ideais para florescer. A abertura de diálogo com órgãos reguladores, como a SEC, é uma etapa essencial nesse processo de amadurecimento.
A importância da regulação no avanço do setor
Ainda que o setor cripto tenha nascido sob uma filosofia de descentralização e liberdade, a regulação adequada é hoje vista como um passo fundamental para que o mesmo consiga se consolidar.
Ou seja, projetos sérios e sustentáveis precisam de segurança jurídica para crescer, captar investimentos e ganhar legitimidade. Por isso, movimentos como o da Chiliz são importantes não apenas do ponto de vista empresarial, mas também como indicativos do caminho que o setor pode seguir nos próximos anos.
Em resumo, a Chiliz quer tornar sua criptomoeda o token oficial da Copa do Mundo 2026, mostrando o avanço dos ativos digitais em grandes eventos. A negociação com a SEC, o interesse por grandes investimentos e a busca por regulamentação revelam uma estratégia promissora.
Assim, se for bem-sucedida, essa ação pode mudar a forma como os torcedores interagem com o torneio e também impulsionar o uso dessa criptomoeda e de outras em eventos de massa. Fique por dentro e descubra como essa revolução pode abrir novas oportunidades durante a Copa do Mundo 2026!