Criptos: após o último Halving, qual será o futuro do Bitcoin?

O Bitcoin (BTC) é a criptomoeda mais valiosa e influente do mercado. Nesse sentido, sua estrutura de funcionamento envolve um processo que se chama “Halving” e que afeta de modo direto o preço e o contexto da principal moeda virtual e de outras criptos.

Logo, neste conteúdo, iremos explicar qual será o futuro do BTC e das criptos quando o último Halving ocorrer e não houver mais Bitcoins a serem minerados, bem como no que consiste esse evento em si. Em conjunto a isso, refletiremos sobre como funciona a preparação para a chegada do mesmo, quais suas consequências e também se o fato da escassez afeta o pensamento dos investidores no longo prazo.

Qual será o futuro do Bitcoin e das criptos após o último Halving?

O BTC possui um suprimento máximo de 21 milhões de unidades, conforme definiu Satoshi Nakamoto, o criador da principal das criptos. Sendo assim, atualmente, cerca de 19,7 milhões de Bitcoins já foram minerados, o que representa 93,7% do total. Então, restam apenas 1,3 milhão de BTCs a serem descobertos.

No entanto, a mineração dos ativos digitais ainda remanescentes não será um processo rápido. Ou seja, existem estimativas de que o último Bitcoin só será minerado por volta do ano de 2140.

Isso se deve à sequência de Halvings que continuarão acontecendo aproximadamente a cada quatro anos. Portanto, entre 2024 e 2140, espera-se que ocorrerão mais 29 Halvings, o que irá reduzir gradativamente a recompensa dos mineradores.

Dessa forma, após o último evento, a mineração de BTC deixará de existir, pois não haverá mais novas unidades para serem obtidas. Isso pode fazer com que muitos mineradores abandonem o mercado, vendam suas criptos e provoquem alta volatilidade nos preços. 

Em outras palavras, tal movimento de saída dos mineradores do mercado pode ser responsável por comprometer a segurança da rede, já que não haverão pessoas que estarão validando as transações da mesma.

Assim, se o Bitcoin for amplamente adotado como reserva de valor ou meio de troca, a rede poderá se manter operante por meio de taxas de transação. Por outro lado, se não houver incentivos suficientes, o futuro da moeda virtual pode se tornar incerto.

Mas, no que consiste o Halving em si?

O Halving é um evento programado no código do BTC que reduz pela metade a recompensa concedida aos mineradores. Desse modo, ele ocorre a cada 210.000 blocos minerados, o que equivale a cerca de quatro anos. Essa redução tem um impacto direto na oferta de novos Bitcoins, tornando-os mais escassos com o tempo.

Logo, o primeiro Halving aconteceu no ano de 2012 e reduziu a recompensa de 50 BTC para 25 BTC a cada bloco minerado. Na sequência, em 2016, ocorreu o segundo evento, que diminuiu esse valor para 12,5 BTC.

Após, o terceiro Halving foi verificado no ano de 2020, e cortou a recompensa dos mineradores para 6,25 BTC. Por fim, o quarto evento, que se deu no mês de abril de 2024, abaixou o pagamento para 3,125 BTC por bloco.

Com menos moedas virtuais sendo geradas depois de cada novo Halving, a emissão do ativo digital torna-se mais controlada. Tal contexto pode gerar efeitos positivos, como por exemplo a valorização do ativo devido à escassez. Porém, também traz desafios, como a redução dos incentivos para os mineradores continuarem atuando na rede do Bitcoin.

A programação do Halving no código do Bitcoin afeta diretamente o mercado dele e de outras criptos.
A programação do Halving no código do Bitcoin afeta diretamente o mercado dele e de outras criptos. | Foto: DALL-E 3

Como funciona a preparação para a chegada de um Halving e quais suas consequências?

A preparação para um Halving começa anos antes do evento. Ou seja, investidores, mineradores e traders acompanham de perto a redução da recompensa, antecipando movimentos no mercado das criptos. Como historicamente o preço do BTC sobe após os Halvings, muitas pessoas acumulam moedas antes da data do evento.

Por sua vez, os mineradores precisam se adaptar às novas condições. Em tal sentido, como a recompensa diminui, a rentabilidade da mineração cai, levando alguns mineradores a desligarem suas máquinas. Isso é algo que pode reduzir temporariamente o poder computacional da rede, impactando a velocidade das transações.

Apesar disso, a redução na oferta de novos Bitcoin costuma gerar escassez no mercado, o que pode elevar os preços. Historicamente, observaram-se ciclos de alta na sequência dos Halvings, com valorizações expressivas do BTC nos meses seguintes.

Sendo assim, como falamos anteriormente, até o ano de 2140, quando se minerar a última moeda virtual, mais 29 Halvings irão acontecer. Cada um deles irá reduzir ainda mais a recompensa dos mineradores e, potencialmente, levará a novos ciclos de valorização do Bitcoin e de outras criptos. Ainda assim, conforme os valores por bloco diminuem, o impacto de cada evento pode se tornar menos significativo.

O fato da escassez afeta o pensamento a longo prazo de investidores em criptos?

A escassez do Bitcoin é um dos fatores que o tornam atraente para investidores de longo prazo. Em outras palavras, diferentemente de moedas fiduciárias, que podem ser emitidas sem limites por bancos centrais, o BTC tem um suprimento finito.

Portanto, tal característica faz com que muitos vejam esse ativo como uma reserva de valor, semelhante ao que acontece com o ouro. Dessa maneira, grandes investidores institucionais e fundos de investimento começaram a adquirir a criptomoeda justamente por causa dessa escassez.

Então, a expectativa é que, com o tempo, a demanda continue crescendo enquanto a oferta diminui. Assim, esse fator pode ser responsável por impulsionar o preço da criptomoeda, tornando-a ainda mais valiosa no futuro.

Por outro lado, a incerteza sobre o que acontecerá após o último Halving pode ser algo que irá gerar dúvidas. Se não houver incentivos para a manutenção da rede, poderemos ver o comprometimento da segurança do Bitcoin. Logo, o desenvolvimento de novas soluções, como a adoção de taxas de transação mais elevadas, pode ser necessário para garantir a continuidade da rede.

Em resumo, o Bitcoin continuará passando por mudanças significativas durante os próximos anos. Sua escassez pode fortalecer sua posição como ativo de reserva de valor, mas também impõe desafios para o futuro da mineração, da rede e do mercado de criptos como um todo.

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