Crocodilus: novo vírus invade aplicativos de banco. Proteja-se!

O Crocodilus é o mais recente e perigoso vírus digital. Nesse sentido, ele está preocupando especialistas em cibersegurança, usuários comuns e instituições financeiras. Isso se deve ao fato de que esse novo trojan bancário está invadindo aplicativos de banco, com foco principal em dispositivos Android, representando uma ameaça crescente e global. 

Desenvolvido com técnicas sofisticadas e capacidade de driblar os sistemas de proteção mais modernos, o Crocodilus já começou a fazer vítimas em diversos continentes. Seu avanço é alarmante e merece atenção redobrada, especialmente em países como por exemplo Brasil, Argentina, Índia, Indonésia, EUA e nações europeias, onde sua atuação já foi confirmada.

Então, neste artigo, entenderemos o que é o Crocodilus e também explicaremos como se proteger desse vírus. Juntamente com isso, iremos explorar o foco do mesmo em apps de banco, bem como pensar se ele é uma novidade. Por último, discutiremos a importância de entender o contexto dessa ameaça.

O que é o Crocodilus?

O Crocodilus é classificado como um trojan bancário, um tipo de malware que finge ser um software legítimo. Apesar disso, ele tem como objetivo principal roubar dados bancários e credenciais de acesso. 

Dessa forma, o mesmo foi identificado pela primeira vez pela empresa de segurança cibernética ThreatFabric, sediada na Holanda. Segundo a organização, essa ameaça começou a se espalhar na Europa e agora já alcança regiões como América do Sul, América do Norte e partes da Ásia.

Um malware com atuação global

A atuação do Crocodilus não se limita a um único país. De maneira preocupante, ele começou a avançar para mercados emergentes e de alta penetração de smartphones, como o Brasil. 

Sendo assim, através de campanhas de phishing, especialmente via redes sociais como o Facebook, o vírus é promovido por meio de anúncios falsos que imitam apps bancários ou de e-commerce.

Esses anúncios são responsáveis por incentivar os usuários a clicarem em links que prometem bônus ou recompensas. Portanto, ao clicarem, os usuários são direcionados para sites maliciosos que instalam o malware de modo disfarçado. 

Na Polônia, por exemplo, uma campanha chamou atenção dos analistas devido a sua sofisticação: os anúncios maliciosos ficaram no ar por apenas 1 a 2 horas. Porém, eles conseguiram impactar mais de mil pessoas por anúncio, com um público-alvo que era composto majoritariamente por usuários acima dos 35 anos.

Como o Crocodilus burla o Android 13+

Uma das características mais preocupantes do Crocodilus é sua capacidade de contornar restrições de segurança do sistema operacional Android, especialmente nas versões mais recentes como o Android 13+. 

Com isso, utilizando o chamado “conta-gotas” (dropper), o malware consegue instalar o código malicioso sem que o usuário perceba. Isso ocorre muitas vezes com o mesmo solicitando permissões disfarçadas, como acesso ao uso de acessibilidade ou notificações.

Como se proteger do Crocodilus?

A prevenção é o melhor caminho para lidar com o Crocodilus. Em outras palavras, uma vez que o malware esteja instalado, ele pode comprometer seriamente a privacidade do usuário e também causar prejuízos financeiros significativos.

Atualize sempre o sistema operacional e os aplicativos

Manter o sistema operacional e todos os aplicativos atualizados é uma das principais formas de proteção contra o vírus. Isso se deve ao fato de que fabricantes de sistemas e apps frequentemente corrigem brechas de segurança conhecidas, o que torna mais difícil a ação de malwares como por exemplo o Crocodilus.

Desconfie de anúncios com promoções “boas demais”

Evite clicar em links ou anúncios que prometem recompensas fáceis, bônus em dinheiro ou pontos em plataformas bancárias. Nesse sentido, muitos ataques que utilizam o Crocodilus começam com esse tipo de abordagem, especialmente nas redes sociais. Logo, tenha em mente: se algo parece bom demais para ser verdade, provavelmente é golpe.

Use antivírus de confiança

Usar soluções de segurança, como antivírus e firewalls, ajuda a bloquear tentativas de infecção por malwares. Em conjunto a isso, apps antivírus mais avançados conseguem detectar malwares escondidos sob aplicativos aparentemente legítimos.

Nunca conceda permissões suspeitas

Se um aplicativo pede permissões que não fazem sentido para sua função (como acesso a contatos, mensagens ou leitura de notificações) é um sinal de alerta. Tal situação acontece especialmente quando um app exige permissões de acessibilidade, que frequentemente são exploradas por malwares para controlar dispositivos remotamente.

Existem algumas medidas que podem ser responsáveis por te proteger do Crocodilus.
Existem algumas medidas que podem ser responsáveis por te proteger do Crocodilus. | Foto: DALL-E 3

O foco do Crocodilus em aplicativos de banco

O Crocodilus não ataca de forma aleatória. Por outro lado, ele é direcionado, com foco claro em aplicativos bancários e plataformas financeiras, inclusive de criptomoedas. Dessa forma, essa estratégia é algo que aumenta a efetividade dos ataques e o potencial de lucro para os cibercriminosos.

Disfarce de aplicativos populares

De acordo com os relatórios da ThreatFabric, o malware tem raízes na Turquia, onde os primeiros alvos foram usuários de grandes bancos e plataformas de criptoativos. Sendo assim, em uma das campanhas analisadas, o vírus se disfarçava de um app de cassino online, o que atraiu muitos usuários.

Em paralelo, outros exemplos mostram o Crocodilus camuflado como uma atualização de navegador, especialmente em países como a Espanha. Nesses casos, o vírus era capaz de detectar quando o usuário abria um aplicativo de banco, sobrepondo uma tela falsa de login, uma tática extremamente eficaz no intuito de roubar senhas e dados de autenticação.

Engenharia social e sobreposição de interface

A técnica de sobreposição de interface consiste em exibir uma tela que é falsa por cima do aplicativo legítimo. Com isso, o usuário digita sua senha ou dados bancários na interface fraudulenta, sem perceber. Tais dados são então capturados e enviados diretamente para os servidores dos criminosos.

Em conjunto a isso, o Crocodilus monitora o uso de apps específicos e ativa suas funções maliciosas apenas quando identifica que um aplicativo bancário está em uso. Isso é algo que torna sua detecção ainda mais difícil por antivírus tradicionais.

O Crocodilus é uma novidade?

Sim, mas com nuances. Em outras palavras, ainda que trojans bancários existam há anos, o Crocodilus representa uma evolução preocupante. Isso se deve ao fato de que o mesmo incorpora recursos inéditos que têm chamado a atenção de analistas de segurança digital.

Contato malicioso e controle remoto

Na sua versão mais recente, o Crocodilus consegue modificar a lista de contatos do dispositivo infectado. Ou seja, ao receber um comando específico (“TRU9MMRHBCRO”), o malware adiciona automaticamente um contato falso com o nome “Suporte Bancário”. 

Tal manipulação aumenta significativamente as chances de o usuário confiar em mensagens vindas desse contato, acreditando se tratar do atendimento oficial de sua instituição financeira.

Esse tipo de ataque explora técnicas avançadas de engenharia social. Uma simples mensagem via WhatsApp ou SMS, enviada por um número salvo como “suporte”, pode induzir até mesmo usuários experientes ao erro, levando à exposição de dados sensíveis ou realização de transações fraudulentas.

Roubo de carteiras de criptomoedas

Juntamente com o fato de atacar bancos tradicionais, o Crocodilus também avança sobre o universo dos criptoativos. Ele utiliza o recurso AccessibilityLogging para capturar tudo o que o usuário digita em aplicativos de carteiras digitais, como Trust Wallet, MetaMask e outras. 

Isso inclui chaves privadas e frases-semente, que, uma vez obtidas, permitem o roubo direto dos ativos armazenados. Dessa forma, o Crocodilus amplia seu escopo de ação e representa uma ameaça híbrida, capaz de comprometer tanto contas bancárias quanto patrimônios digitais.

A importância de entender o contexto do Crocodilus

A proliferação de trojans como por exemplo o Crocodilus acontece em um momento onde o uso de bancos digitais, PIX, criptomoedas e aplicativos financeiros nunca foi tão alto. Ou seja, milhões de pessoas movimentam grandes quantias de dinheiro diariamente através do celular. Isso transforma o smartphone em um alvo valioso para cibercriminosos.

A sofisticação dos ciberataques

O Crocodilus representa uma nova geração de malwares que vão além do simples roubo de dados. Em adição, eles atuam com inteligência comportamental, identificando padrões de uso, aplicativos preferidos e até mesmo o melhor momento para aplicar o golpe.

A aliança entre engenharia social, tecnologia de sobreposição e uso de redes sociais para disseminação torna o cenário ainda mais preocupante. Em outras palavras, não é mais necessário que o usuário acesse sites duvidosos ou baixe arquivos suspeitos, basta um clique em um anúncio aparentemente inofensivo.

A resposta das instituições

Instituições bancárias e empresas de cibersegurança têm buscado meios para bloquear ou reduzir os efeitos do Crocodilus. Algumas medidas incluem autenticação em dois fatores (2FA), sistemas de detecção de anomalias e bloqueios de segurança quando detectam comportamento incomum. Porém, isso não elimina a responsabilidade do usuário em manter boas práticas digitais.

Em resumo, o Crocodilus é um malware bancário altamente sofisticado que representa uma séria ameaça à segurança digital dos usuários de aplicativos financeiros. Sua atuação global, capacidade de se disfarçar como apps legítimos, e foco específico em plataformas bancárias e de criptomoedas demonstram o quão perigoso ele pode ser. 

Logo, estar informado e aplicar boas práticas de segurança são passos fundamentais para se proteger deste vírus devastador. Proteja-se agora mesmo: atualize seus aplicativos, ative autenticação em dois fatores e não clique em links suspeitos. Mantenha-se alerta contra o Crocodilus e preserve seus dados e seu dinheiro!

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