O recente debate promovido pelo grupo Flow para as eleições de 2024 da prefeitura de São Paulo ultrapassou a marca de 8,2 milhões de visualizações. Nesse sentido, este número representa o maior público registrado durante os debates que visam o pleito atual da cidade. Desse modo, destaca a força das plataformas digitais e marca uma transformação na maneira como os brasileiros consomem conteúdo político.
Então, neste artigo, iremos ver como o debate do Flow estabeleceu, bem como comparar a audiência com a dos debates transmitidos na TV aberta. Juntamente com isso, refletiremos sobre o que esse contexto pode nos mostrar e também discutiremos como esse evento pode influenciar o futuro.
O recorde que o debate do Flow bateu
O debate do Flow alcançou um recorde inédito para os debates eleitorais do atual pleito municipal em São Paulo. Combinando as visualizações no canal principal (Flow Podcast) e no Flow News, já temos a soma de mais de 8,2 milhões de pessoas que assistiram ao evento. Sendo assim, esse número supera, por larga margem, os outros debates que já foram realizados para a eleição da capital paulista, seja no ambiente digital ou na TV aberta.
O sucesso se deve, em grande parte, à popularidade do Flow, um podcast conhecido por abordar diversos temas de maneira informal, e pela escolha de realizar o debate em plataformas digitais.
A flexibilidade de horário e a facilidade de acesso atraíram milhões de espectadores, muitos dos quais provavelmente não acompanhariam debates políticos na TV tradicional. O fato de ser um nativo digital possibilitou maior engajamento, compartilhamento e viralização de trechos nas redes sociais, ampliando ainda mais o alcance da transmissão.
Portanto, este recorde reflete uma mudança no comportamento do público, que cada vez mais busca conteúdos sob demanda, sem depender dos horários rígidos da TV. Assim, o debate do Flow ofereceu essa flexibilidade e, ao mesmo tempo, consolidou o ambiente digital como uma alternativa viável – e até preferível – para esse tipo de evento.
Comparação com os debates da TV aberta
Quando comparamos o desempenho do debate do Flow com os debates que foram transmitidos na TV aberta, a diferença de público é impressionante. Por exemplo, o debate da TV Cultura, que ficou famoso pela confusão entre José Luiz Datena (PSDB) e Pablo Marçal (PRTB), registrou 73 mil domicílios sintonizados.
Além disso, teve um pico de 439 mil aparelhos simultâneos no sinal na internet durante a transmissão ao vivo. Embora esse debate tenha ganhado atenção nas redes sociais devido à polêmica da confusão, totalizou cerca de quatro milhões de visualizações, bem abaixo dos 8,2 milhões já obtidos pelo grupo Flow.
Outras emissoras também tiveram números inferiores. O debate da Band atingiu 649,4 mil telespectadores da vivo, enquanto o da RedeTV! contou com 382 mil e o do SBT registrou 764 mil telespectadores. Todos esses números, somados, não alcançam o recorde do debate do Flow, evidenciando uma queda na audiência da TV tradicional em relação ao ambiente digital.
Por fim, a TV aberta enfrenta limitações em termos de interatividade e flexibilidade. As transmissões seguem um horário fixo, o que pode restringir a participação de parte do público. Já o ambiente digital permite que os espectadores assistam ao debate quando e onde quiserem, além de interagirem em tempo real, o que aumenta o engajamento e torna o conteúdo mais acessível.
O que esse contexto pode nos mostrar?
O desempenho do debate do Flow revela uma transformação importante na forma como os brasileiros consomem conteúdo político. A televisão, que por muitos anos foi o principal meio de comunicação de massa, está perdendo espaço para as plataformas digitais. Isso acontece especialmente quando se trata de eventos que demandam interatividade e flexibilidade de horário.
Sendo assim, o Flow conseguiu reunir uma audiência que ultrapassou em muito os números da TV aberta, mostrando que o público está migrando para formatos mais dinâmicos e acessíveis.
Do mesmo modo, o estilo menos formal do debate do Flow, sem as limitações de tempo e formato que a televisão impõe, pode ter atraído um público mais jovem e conectado, que já consome conteúdo majoritariamente online.
Esse novo cenário aponta para uma mudança de paradigma. O debate político não precisa mais ser exclusivo da TV, e o sucesso do Flow indica que o ambiente digital pode ser uma plataforma ainda mais poderosa para alcançar milhões de pessoas.
Logo, o fato de o debate ter ocorrido no canal de um podcast, tradicionalmente um espaço de conversas informais, mostra que o público está aberto a novas formas de discussão política, menos rígidas e mais acessíveis.
Como o debate do Flow pode influenciar o futuro?
O impacto do debate do Flow vai além do número de visualizações. Ele marca o início de uma nova era nos debates políticos no Brasil, onde as plataformas digitais desempenham um papel central. É provável que, no futuro, outros eventos eleitorais sigam o exemplo do Flow, apostando em transmissões ao vivo via internet para atingir um público maior e mais diversificado.
Os candidatos, por sua vez, terão que se adaptar a esse novo formato. Diferente da televisão, onde o tempo é limitado e as respostas são mais ensaiadas, o ambiente digital permite discussões mais longas e aprofundadas. Isso pode levar a debates mais autênticos e engajadores, nos quais os eleitores têm a oportunidade de conhecer melhor as ideias e propostas de cada candidato.
Outro aspecto importante é o potencial de viralização. Momentos marcantes dos debates digitais podem ser rapidamente compartilhados nas redes sociais. Isso aumenta o alcance do evento e garante que ele permaneça relevante por mais tempo.
Nesse sentido, no caso do Flow, isso aconteceu naturalmente, já que a própria plataforma incentiva o compartilhamento e a criação de trechos curtos de vídeo. Esses conteúdos são conhecidos como “cortes”, que viralizam e atraem ainda mais espectadores para o debate completo.
Em conclusão, o debate do Flow pode influenciar o futuro dos eventos políticos no Brasil, estabelecendo um novo padrão para a realização de debates e engajamento com o público. O sucesso nas plataformas digitais mostra que esse é o caminho a ser seguido, e que o ambiente digital pode se tornar o principal meio de comunicação política no país.