Donald Trump quer deportar Elon Musk? 3 fake news sobre isso!

Nos últimos dias, as redes sociais e diversos portais de notícias foram inundados por manchetes bombásticas afirmando que o Donald Trump pretende deportar o bilionário sul-africano naturalizado estadunidense Elon Musk. 

Em tal sentido, a alegação ganhou força após uma entrevista dada pelo presidente dos Estados Unidos no dia 1º de julho de 2025, na qual ele, em tom agressivo, voltou a comentar o conflito entre ele e Musk. No entanto, é fundamental separar os fatos da ficção e entender o que realmente foi dito e o que constitui pura fake news.

De acordo com especialistas em política internacional e direito constitucional dos EUA, como por exemplo Guga Chacra, comentarista da GloboNews, as declarações de Trump carecem de base jurídica e são, em grande parte, retóricas. Apesar de polêmicas e repercutidas, algumas dessas falas foram distorcidas ou exageradas. 

Então, neste conteúdo, listaremos 3 fake news sobre a possibilidade de Donald Trump deportar Elon Musk e também exploraremos possíveis consequências desse embate entre os dois. Além disso, iremos pensar sobre a importância de conferir a veracidade das notícias sobre esse contexto, bem como elencar algumas lições a aprender com ele. Por fim, explicaremos como ajudar a combater essas notícias falsas.

3 fake news sobre a possibilidade de Donald Trump deportar Elon Musk

1. Trump tem o poder de deportar Elon Musk?

Uma das fake news mais compartilhadas é a de que Donald Trump poderia simplesmente deportar Elon Musk por discordar de suas ações ou declarações. Mas isso é juridicamente impossível. 

Em outras palavras, Musk é cidadão dos Estados Unidos por naturalização. Ou seja, isso significa que possui quase todos os mesmos direitos que um cidadão nato, com exceção de se candidatar à presidência ou vice-presidência.

Como explica Guga Chacra, a desnaturalização é um processo extremamente raro e complexo, reservado apenas para casos extremos como crimes graves (homicídios, pedofilia ou terrorismo, por exemplo). 

Sendo asssim, Trump, mesmo que seja o presidente dos EUA, não term o poder unilateral para conseguir revogar a cidadania de Musk. Dessa forma, a possibilidade de deportação nesse contexto é nula.

2. Musk poderia fundar um partido político viável contra Trump?

Outra especulação que alimentou o clima de confronto entre os dois magnatas é a de que Elon Musk estaria se preparando para fundar um partido político para desafiar Donald Trump nas próximas eleições. Ainda que a ideia soe atraente para muitos opositores do trumpismo, ela é extremamente improvável.

Em tal sentido, o sistema político dos Estados Unidos é rigidamente bipartidário, centrado nos partidos Democrata e Republicano. Logo, iniciativas de terceiros partidos raramente ganham tração nacional significativa. 

Mesmo que Musk tenha recursos financeiros e influência, criar um partido competitivo do zero exigiria uma reestruturação profunda do sistema eleitoral estadunidense, algo que poucos conseguiram tentar (e ninguém conseguiu de fato realizar com sucesso no século XXI).

3. Trump está certo ao questionar o título de estadunidense de Musk?

Durante sua entrevista, Trump afirmou que Musk “não é verdadeiramente estadunidense”, em uma clara tentativa de deslegitimar o empresário sul-africano. Essa declaração, juntamente com o fato de ser xenofóbica, alimenta uma fake news perigosa: a de que apenas cidadãos natos são “verdadeiros estadunidenses”.

Na realidade, a cidadania por naturalização confere os mesmos direitos civis e legais aos cidadãos dos EUA, com exceção das restrições para presidência e vice-presidência. Assim, Elon Musk é tão estadunidense quanto a esposa de Trump, Melania Trump (que nasceu na Eslovênia e foinaturalizada).

Em conjunto a isso, é cidadão dos Estados Unidos do mesmo modo que a própria mãe de Trump, que nasceu na Escócia e também se naturalizou. Com isso, usar o local em que o bilionário nasceu como argumento de exclusão é não apenas incorreto, mas também moralmente questionável.

Possíveis impactos do embate entre Donald Trump e Elon Musk

Polarização política ampliada

Donald Trump permanece como uma figura altamente polarizadora no cenário político dos EUA, inclusive dentro do próprio Partido Republicano. Suas recentes críticas a Elon Musk intensificam essa divisão, especialmente entre eleitores mais jovens e tecnologicamente engajados, que enxergam Musk como um símbolo de inovação e disrupção positiva. 

Por outro lado, setores mais conservadores e tradicionalistas tendem a ver o bilionário como uma ameaça à ordem estabelecida. Isso é algo que pode fortalecer o apoio a Trump entre esses grupos.

Instabilidade no mercado

As declarações públicas de Trump sobre Musk ou suas empresas (como por exemplo Tesla, SpaceX ou xAI) têm o potencial de abalar os mercados financeiros. Qualquer sugestão de intervenção ou de medidas punitivas contra essas companhias gera insegurança entre investidores. Sendo assim, isso se refletr em quedas nas ações e em maior volatilidade no setor tecnológico como um todo.

Riscos para a inovação tecnológica

Musk é um dos principais nomes do cenário tecnológico mundial. Um ambiente hostil politicamente para ele dentro dos Estados Unidos pode levar a uma eventual saída do empresário do país, o que seria um revés para o ecossistema de inovação dos EUA. Nesse sentido, a retórica de Trump pode, ironicamente, prejudicar a supremacia tecnológica do país.

A importância de conferir a veracidade das notícias da polêmica entre Donald Trump e Elon Musk

O papel da imprensa

A imprensa tradicional exerce um papel fundamental na checagem de fatos e na disseminação de informações confiáveis. No entanto, em um ambiente digital marcado pela velocidade e pela busca por cliques, portais sensacionalistas e perfis anônimos nas redes sociais frequentemente ganham mais visibilidade do que veículos sérios. 

Isso contribui para a circulação de informações imprecisas ou distorcidas. Dessa maneira, valorizar o trabalho de jornalistas que seguem critérios éticos, conferem fontes e prezam pela responsabilidade é essencial para combater a desinformação.

Ferramentas de checagem

Hoje existem diversas plataformas especializadas em fact-checking que ajudam o público a verificar a veracidade de declarações e notícias. Em outras palavras, iniciativas como Lupa, Aos Fatos, FactCheck.org e PolitiFact oferecem análises detalhadas e acessíveis. 

Sendo asssim, consultá-las antes de compartilhar uma manchete controversa ou uma informação viral é uma atitude simples, mas poderosa, no intuito de evitar a disseminação de boatos.

Educação midiática

Desenvolver senso crítico é essencial em um mundo saturado de informação. Compreender o funcionamento do sistema político estadunidense, por exemplo, basta para perceber que Trump não teria autoridade para deportar Musk. Por isso, investir em educação midiática desde a infância é vital para formar cidadãos mais conscientes e preparados.

Confirmar a veracidade das notícias da polêmica entre Donald Trump e Elon Musk é muito importante.
Confirmar a veracidade das notícias da polêmica entre Donald Trump e Elon Musk é muito importante. | Foto: DALL-E 3

Lições a aprender com as fake news do embate entre Donald Trump e Elon Musk

Desconfiança como defesa

Em tempos de desinformação em massa, cultivar a desconfiança é uma ótima forma de autoproteção. Ou seja, sempre que se deparar com uma manchete sensacionalista ou com conteúdo fortemente alinhado a uma ideologia específica, é prudente questionar. 

Nesse senrido, a verdade raramente é absoluta ou barulhenta. Por outro lado, ela geralmente é mais complexa, com nuances que não cabem em títulos simplificados ou provocativos. O hábito de checar antes de compartilhar evita a propagação de mentiras e reforça o pensamento crítico.

Conhecimento jurídico e político é essencial

Uma das principais ferramentas contra a manipulação é o conhecimento. Em outras palavras, entender minimamente como funcionam o sistema de governo, as leis de imigração e a estrutura de poder nos Estados Unidos, por exemplo, já seria suficiente para muitos perceberem que Trump não tem autoridade para deportar Elon Musk.

Como dissemos, isso se deve ao fato de que ele é cidadão estadunidense naturalizado. O desconhecimento desses limites legais torna o público mais vulnerável a narrativas falsas ou distorcidas.

Fama não significa verdade

Nem mesmo figuras públicas, por mais influentes que sejam (como Trump ou Musk), estão imunes a divulgar informações erradas ou distorcidas. Portanto, o senso crítico deve ser aplicado sempre, independentemente da popularidade ou da posição de quem fala.

Como ajudar a combater as fake news da polêmica entre Donald Trump e Elon Musk

Não compartilhe antes de verificar

Por mais atraente que seja uma manchete, pense duas vezes antes de compartilhá-la. Uma simples busca pode revelar que se trata de uma distorção dos fatos.

Informe-se por múltiplas fontes

Buscar informações em diferentes veículos (com diferentes vieses editoriais) permite uma visão mais ampla dos acontecimentos. Isso ajuda a formar uma opinião menos influenciada por polarizações.

Seja exemplo para sua rede

Ao praticar a verificação de fatos e incentivar outros a fazerem o mesmo, você contribui para uma rede mais consciente. Combater fake news é um esforço coletivo que começa com atitudes individuais.

Resumindo, a narrativa de que Donald Trump quer deportar Elon Musk é mais uma entre as inúmeras fake news que circulam em tempos de polarização política e disputas ideológicas intensas. 

Embora Trump tenha feito insinuações a respeito, juridicamente não há como colocar essa ideia em prática, especialmente considerando o status de cidadania de Musk. Mais do que nunca, é preciso discernimento, senso crítico e responsabilidade ao consumir e compartilhar informações.

Logo, ajude a desmascarar as fake news! Pesquise mais sobre esse tema e contribua para um debate mais honesto sobre a polêmica entre Donald Trump e Elon Musk.

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