Exoesqueleto robótico: O que é? Está mudando a vida de idosos?

O exoesqueleto robótico é uma inovação tecnológica que vem sendo responsável por transformar a vida de muitas pessoas. Isso é perceptível em especial no caso de idosos e de indivíduos que sofrem de mobilidade reduzida. 

Dessa maneira, tal tecnologia vestível proporciona tanto maior autonomia quanto qualidade de vida para esses indivíduos. Ou seja, com o processo de envelhecimento da população global, soluções como essa tornam-se fundamentais para garantir mais independência e segurança para milhões de seres humanos. 

Assim, neste texto, iremos explicar o que é e como funciona o exoesqueleto robótico e também explorar o modo pelo qual ele está mudando a vida de idosos. Em conjunto a isso, listaremos outros possíveis usos para esse dispositivo, bem como refletiremos a importância de tecnologias que ajudem as pessoas com idade avançada. Por fim, iremos discutir se o aparelho pode chegar ao Brasil em um futuro próximo.

O que é o exoesqueleto robótico?

Os exoesqueletos robóticos são dispositivos vestíveis que são projetados com o intuito de auxiliar a locomoção de seus usuários. Nesse sentido, os modelos mais modernos pesam cerca de 1,8 kg, sendo presos à cintura e às coxas, prontos para fornecer assistência inteligente aos movimentos das pessoas.

A tecnologia utiliza Inteligência Artificial para sincronizar o dispositivo com os passos do usuário, o que oferece suporte e reduz o esforço necessário para se locomover. Em outras palavras, a cada passo, o exoesqueleto impulsiona o usuário para frente, como se fosse uma mão invisível auxiliando o movimento. A energia utilizada pelo aparelho vem de duas baterias, que garantem até cinco horas de uso contínuo.

Em adição, testadores que utilizaram o dispositivo relataram uma melhora significativa na mobilidade e na redução do cansaço. Tais indivíduos afirmam até mesmo que o exoesqueleto funciona tão bem que, ao removê-lo, a sensação de locomoção se torna estranha. 

Paralelamente, outros usuários apontaram pequenos inconvenientes, como a dificuldade de amarrar cadarços enquanto o dispositivo está acoplado. Mas, no geral, a experiência com o exoesqueleto robótico foi muito positiva.

Ademais, uma versão específica para idosos foi desenvolvida. Ela pesa um pouco mais (2,4 kg). No entanto, a mesma proporciona suporte extra para movimentos como por exemplo caminhar, correr e subir escadas. O preço também é relativamente acessível, com um valor estimado de US$2.334 no mercado da China.

Como o exoesqueleto robótico está mudando a vida de idosos?

O envelhecimento da população é um desafio para diversos países ao redor de todo o mundo. No caso específico da China, por exemplo, em torno de 22% (310 milhões de pessoas) dos habitantes têm mais de 60 anos atualmente.

Porém, algo a se ressaltar é que esse número deve ultrapassar os 400 milhões até o ano de 2035. Com isso, cresce a necessidade de tecnologias assistivas que sejam responsáveis por permitir aos idosos que se mantenham ativos e independentes.

Mais mobilidade e autonomia

Primeiramente, para idosos que sofrem com força reduzida ou que estão em processo de recuperação de lesões, o exoesqueleto robótico pode ser um grande aliado. Em tal sentido, o dispositivo ajuda a reduzir o esforço necessário para caminhar, o que torna o deslocamento mais fácil e também mais seguro. Isso permite que os idosos realizem atividades diárias sem depender constantemente de cuidadores ou de familiares.

Prevenção de quedas e lesões

Em segundo lugar, outro grande benefício dos exoesqueletos robóticos é a redução do risco de quedas. Dessa maneira, o envelhecimento é um processo que traz consigo uma perda natural de equilíbrio e força muscular.

Tal contexto aumenta as chances da ocorrência de acidentes domésticos. Com o suporte do exoesqueleto, os idosos ganham mais estabilidade e confiança para se locomover, algo que diminui consideravelmente os riscos.

Acessibilidade e adoção global

Por último, o desafio agora é tornar essa tecnologia amplamente acessível, não apenas na China, mas sim no mundo todo. Ou seja, se os preços caírem e, em contrapartida, a aceitação do público aumentar, o exoesqueleto robótico poderá ser uma solução revolucionária para milhões de idosos que estão em busca de mais independência e de mais qualidade de vida.

A qualidade de vida dos idosos pode ser aumentada consideravelmente por uma possível popularização do exoesqueleto robótico.
A qualidade de vida dos idosos pode ser aumentada consideravelmente por uma possível popularização do exoesqueleto robótico. | Foto: DALL-E 3

Outros possíveis usos para o exoesqueleto robótico

Apesar do fato de que os exoesqueletos robóticos estejam sendo amplamente discutidos como uma tecnologia que pode ser assistiva para idosos, suas aplicações extrapolam esse simples aspecto. Na sequência, temos algumas delas.

Auxílio para escaladores e aventureiros

Segundo o ZME Science, um dos primeiros usos populares dessa tecnologia foi no auxílio a escaladores. Com um custo estimado de apenas US$10 por escalada, o dispositivo se tornou popular entre os turistas e os aventureiros que desejam explorar montanhas sem sofrer com um desgaste excessivo.

Temos como exemplo o Monte Tai, um dos destinos mais icônicos da China, que se tornou um ambiente de teste para o exoesqueleto robótico. Dessa forma, tanto visitantes idosos quanto pessoas com mobilidade reduzida puderam experimentar a subida com mais facilidade. Isso é algo que permitiu uma vivência mais acessível e agradável para os mesmos.

Em paralelo, metade dos usuários que testaram o exoesqueleto nessa situação eram idosos, o que demonstra o seu potencial no processo de aumento da inclusão em atividades ao ar livre. Juntamente com isso, a tecnologia pode beneficiar profissionais que realizam trabalhos em terrenos acidentados, como pesquisadores e resgatistas.

Uso em reabilitação e fisioterapia

Além da mobilidade cotidiana e do turismo, os exoesqueletos robóticos também são estudados para serem usados em aplicações médicas. Sendo assim, clínicas de fisioterapia, esses dispositivos podem auxiliar pacientes em processos de reabilitação. 

Em tal contexto, eles ajudam na recuperação de lesões musculares e neurológicas. Logo, alguns modelos recebem programação para estimular movimentos específicos, o que  acelera a recuperação e também reduz o risco de acontecerem novas lesões.

A importância de tecnologias que auxiliem os idosos

Com o aumento da expectativa de vida global, também cresce a demanda por inovações que visem a melhora da qualidade de vida dos idosos. Desse modo, as tecnologias assistivas, como por exemplo os exoesqueletos robóticos, desempenham um papel fundamental nesse cenário, proporcionando mais autonomia e segurança para essa população.

Em conjunto ao fato de os mesmos promoverem independência, esses dispositivos ajudam a reduzir a sobrecarga de cuidadores e profissionais de saúde. Isso permite que idosos realizem atividades diárias com menor necessidade de assistência. 

Adicionalmente, esse contexto também pode resultar em menor número de internações e tratamentos médicos, o que reduz custos para os sistemas de saúde e aumenta a eficiência dos serviços oferecidos por eles.

Da mesma maneira, empresas de tecnologia e startups do setor de saúde estão cada vez mais investindo no desenvolvimento de soluções que sejam acessíveis e eficazes para essa população. 

Nesse sentido, algumas iniciativas incluem parcerias com instituições de pesquisa e testes em ambientes clínicos para aprimorar o desempenho dos dispositivos. Ainda assim, o desafio principal é garantir que essas inovações sejam acessíveis a um maior número de pessoas, principalmente em países em desenvolvimento, onde o custo pode ser um fator limitante.

Finalmente, com avanços contínuos na robótica e na IA, os exoesqueletos e as tecnologias para idosos tendem a se tornar mais sofisticados, compactos e financeiramente viáveis, o que promove a inclusão e qualidade de vida para essa parte da população em todo o mundo.

O exoesqueleto robótico pode chegar ao Brasil em um futuro próximo?

O Brasil enfrenta desafios semelhantes aos de outros países no que diz respeito ao envelhecimento da população. Segundo o IBGE, estima-se que, até 2050, cerca de 30% dos brasileiros terão mais de 60 anos. Diante desse cenário, tecnologias assistivas como o exoesqueleto robótico podem ter um grande impacto por aqui.

Possíveis barreiras para a adoção do exoesqueleto robótico no Brasil

Ainda que o preço estimado na China seja relativamente acessível, a chegada dessa tecnologia ao Brasil pode enfrentar desafios como por exemplo impostos elevados e custos de importação. Da mesma maneira, é necessário que haja um esforço de adaptação e a realização de testes para garantir que o dispositivo atenda às necessidades específicas dos idosos brasileiros.

Oportunidades para o mercado nacional

Com o avanço das pesquisas e também do interesse crescente na tecnologia assistiva, há chances de que empresas brasileiras comecem a desenvolver suas próprias versões do exoesqueleto robótico. 

Ou seja, parcerias entre startups e universidades podem ser um meio de acelerar esse processo, tornando a inovação mais acessível para a população idosa no Brasil. Se essa tecnologia for bem-sucedida e amplamente adotada, o impacto pode ser enorme, promovendo mais qualidade de vida e autonomia para milhões de idosos.

Conclusão

Em conclusão, o exoesqueleto robótico representa um avanço significativo na tecnologia assistiva, oferecendo maior mobilidade, segurança e independência para idosos e outras pessoas que possuem dificuldades de locomoção. À medida que essa inovação se torna mais acessível, seu impacto pode transformar a vida de milhões de pessoas no mundo todo.

Logo, se você quer saber mais sobre essa tecnologia e como ela pode beneficiar você ou um ente querido, acompanhe as novidades sobre o exoesqueleto robótico e descubra quando o mesmo poderá estar disponível em território brasileiro!

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