Geração Z: trend “propagandas que não caio” viraliza entre jovens

A Geração Z, formada por jovens nascidos entre meados da década de 1990 e o início dos anos 2010, vem constantemente ditando o ritmo das redes sociais, da cultura e até da publicidade. 

E agora, essa geração altamente conectada, crítica e criativa, criou mais uma trend que reflete seu olhar aguçado e seu posicionamento diante de tudo o que consome. Nesse sentido, a tendência “propagandas que não caio” viralizou entre os jovens no TikTok, Instagram e outras plataformas. 

Sendo assim, ela se tornou uma maneira inteligente de expor os comportamentos ou os produtos que essas pessoas decidiram não seguir ou comprar, mesmo com o forte apelo midiático por trás.

Desse modo, tal nova onda digital vai muito além de um meme ou de uma mera lista de desgostos. Adicionalmente, ela representa um movimento cultural em que a Gen Z se recusa a seguir cegamente aquilo que é empurrado como ideal de vida. 

Ou seja, em uma era em que qualquer coisa pode se tornar viral em segundos, essa trend reflete um olhar mais maduro e crítico da juventude. Em outras palavras, aponta para um comportamento coletivo que se recusa a embarcar em tudo o que está na moda, mesmo quando isso significa ir contra o que parece ser “cool” ou “essencial”.

Logo, neste conteúdo, entenderemos a tendência “propagandas que não caio” que viralizou entre a Geração Z, bem como citaremos alguns exemplos de quem aderiu à ela. Além disso, iremos listar algumas lições que podem ser aprendidas com essa nova onda das redes sociais e também refletir sobre possíveis consequências da mesma. Por fim, discutiremos a importância das trends para a Gen Z.

Entenda a trend “propagandas que não caio” que viralizou entre a Geração Z

Se tem uma coisa que define o comportamento digital da juventude atual é a rapidez com que as trends ganham vida e se tornam fenômenos. Em tal sentido, desde os acessórios de Labubu, aqueles bonequinhos considerados colecionáveis e que se tornaram objeto de desejo instantâneo, até os hábitos fitness como correr maratonas, banhos de gelo e rotinas de skincare, tudo pode virar moda nas redes.

Com esse ambiente onde tudo é compartilhado em tempo real, surgem comportamentos padronizados. Dessa forma, pessoas mostrando sua vida matinal produtiva, aderindo ao matchá como superalimento ou às estéticas como “clean girl”, ganham milhares de visualizações. Mas será que seguir tudo isso faz sentido para todos?

O poder da comunidade digital e a consciência crítica

É aí que entra o aspecto mais interessante da Geração Z: o senso crítico aliado ao desejo de se posicionar. Vale ressaltar que a internet deu voz a essa geração e agora, mais do que seguir, ela quer questionar. 

Sendo assim, a tendência “propagandas que não caio” nasce justamente desse desejo de resistir. Jovens estão postando vídeos e fotos com listas das tendências, produtos ou ideias que escolheram não seguir, como uma forma de resistência simbólica. 

Com um toque de humor e ironia, muitos utilizam edições simples, uma imagem de fundo e uma lista na frente para expressar: “nisso aqui, eu não caio”. Portanto, a viralização foi tanta que já surgiu uma vertente mais cômica da mesma trend: “propagandas que eu caio”, que tem tom mais leve, mas também levanta pontos sobre influências pessoais.

Exemplos de jovens da Geração Z nessa tendência

Clarissa Muller e o recado contra o modismo exagerado

A cantora Clarissa Muller foi uma das primeiras artistas brasileiras a aderirem à trend com forte repercussão. Em sua lista de “propagandas que não caio”, ela incluiu temas bastante polêmicos.

Nesse sentido, podemos citar o uso de Ozempic (medicamento originalmente para diabetes que está sendo usado por famosos para emagrecer), o discurso de “separar o artista da obra”, o “coque de clean girl”, desenhos feitos por IA (Inteligência Artificial), e o discurso motivacional de que “todo mundo tem que empreender”. 

Dessa maneira, Clarissa trouxe um olhar honesto, mostrando como até mesmo as tendências que são aparentemente inofensivas podem esconder ideologias e pressões questionáveis.

Jéssica Cipriano e a crítica às estéticas dominantes

Paralelamente, outra criadora de conteúdo, Jéssica Cipriano, entrou na trend com ainda mais provocação. Entre suas “propagandas que não caio”, ela incluiu o próprio Labubu (ícone de consumo hype), o matchá (como símbolo de vida saudável sem contexto), a moda de maratonas e banhos de gelo, além de pautas como harmonização facial e o discurso de acordar às 4h para ser mais produtiva.

Até referências culturais entraram na mira: o “Team Jeremiah” da série “O Verão Que Mudou Minha Vida”, apontando que nem todas as escolhas românticas de personagens são aclamadas por todos.

A participação de profissionais de diferentes áreas

A trend se expandiu tanto que profissionais de áreas como por exemplo o mundo corporativo também começaram a entrar no jogo. Uma jovem, por exemplo, viralizou ao listar as “propagandas” corporativas que não compra: “aqui somos uma família”, “respeitamos sua individualidade”, e “pesquisas de clima são anônimas”. 

Isso demonstra como até discursos institucionais são colocados em xeque. Ou seja, tal contexto é algo que reafirma a autenticidade da Gen Z, que está menos disposta a aceitar narrativas prontas.

Lições a aprender com essa trend da Geração Z

Posicionamento político e social camuflado em humor

A grande sacada da tendência está em como ela pode ser responsável por transformar o entretenimento em ferramenta de reflexão. Em outras palavras, ao criar suas listas de “propagandas que não caio”, os jovens exercitam seu senso crítico. Desse modo, trazem à tona temas como por exemplo consumo consciente, saúde mental, estéticas opressoras e discursos corporativos vazios.

Isso mostra que a Geração Z consegue transformar até um meme em um posicionamento político, algo que gera identificação, mas também questionamento. Esses vídeos não são apenas engraçados. Adicionalmente, eles são um reflexo do incômodo coletivo com o excesso de tendências e a constante imposição de estilos de vida.

Autenticidade versus padronização

Outro ponto forte é o convite à autenticidade. Ao ver uma lista de “propagandas” rejeitadas, você, como espectador, pode refletir: “por que mesmo eu sigo essa tendência?”, ou “isso realmente faz sentido para mim ou estou só imitando?”. Então, o conteúdo vira gatilho para um exercício de autoconhecimento, algo que essa geração valoriza imensamente.

Sendo assim, ao contrário de gerações anteriores que seguiam tendências para pertencer, a Gen Z parece mais preocupada em construir uma identidade própria, ainda que isso signifique nadar contra a corrente.

A trend "propagandas que não caio" pode apresentar diversas características da Geração Z.
A trend “propagandas que não caio” pode apresentar diversas características da Geração Z. | Foto: DALL-E 3

Possíveis consequências dessa tendência da Geração Z

O enfraquecimento de narrativas impostas

Uma consequência clara dessa trend é o possível desgaste do marketing tradicional, especialmente aquele que ainda insiste em fórmulas genéricas para se conectar com o público jovem. 

Marcas que continuam apostando em discursos prontos, “copy-paste”, desconectados da realidade e sem diálogo genuíno, correm o risco de perder relevância e credibilidade rapidamente. 

Hoje, quando a juventude começa a listar o que não tolera mais: discursos vazios, promessas exageradas, e representações forçadas, o mercado precisa escutar com atenção. A linguagem imposta de cima para baixo já não convence como antes.

Influência na produção de conteúdo

Tal movimento também afeta diretamente o universo dos criadores de conteúdo. Em outras palavras, influenciadores que forem percebidos apenas como repetidores de tendências superficiais, sem filtro ou opinião própria, tendem a perder engajamento. 

Por outro lado, criadores que adotam uma postura mais reflexiva, autêntica e crítica ganham espaço. Sendo assim, o melhor disso tudo é que esse cenário abre portas para novas vozes, menos comerciais e mais humanas, capazes de estabelecer conexões verdadeiras com um público cada vez mais exigente, consciente e interessado em representações reais.

A importância das trends para a Geração Z

Para a Gen Z, trends não são só memes. Em adição, elas são maneiras de expressar visão de mundo, de comunidade e até mesmo de afeto. Ou seja, quando uma tendência como essa viraliza, ela revela muito mais do que gostos ou desgostos. Adicionalmente, revela valores, medos, desejos e até críticas sociais.

Do meme ao manifesto

Trends como “propagandas que não caio” mostram o quanto essa geração transita com naturalidade entre o entretenimento e a militância, muitas vezes sem perceber. Dessa forma, é o ativismo performático, fluido, que usa linguagem jovem para fazer grandes reflexões. Logo, nesse cruzamento entre cultura digital e consciência social é que reside a força desses jovens.

Em resumo, a tendência “propagandas que não caio” mostra o poder transformador da Geração Z nas redes sociais. Ao recusar seguir tendências só porque estão na moda, esses jovens estão propondo uma nova forma de consumo, mais crítica, consciente e alinhada com seus próprios valores. 

Portanto, isso muda tudo, do marketing ao comportamento coletivo. Se você ainda não refletiu sobre o que consome (visualmente, ideologicamente ou financeiramente), talvez seja hora de criar sua própria lista de “propagandas que não caio”.

Gostou de entender como a Gen Z está sendo responsável por mudar o jogo nas redes sociais? Então compartilhe essa trend e comece também a observar as “propagandas que você não cai”. Junte-se ao movimento de autenticidade da Geração Z!

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