A posse de um presidente nos Estados Unidos é sempre um evento de grande relevância, marcado por cerimônias que envolvem não apenas questões políticas, mas também sociais e econômicas. Desse modo, para a posse de Donald Trump, que irá retornar à Casa Branca em 2025, um aspecto chamou a atenção: a significativa contribuição financeira de grandes empresas de tecnologia, como Google e Microsoft.
Então, neste conteúdo, iremos entender os detalhes das doações de Google, Microsoft e outras big techs para a posse de Trump, bem como o que elas podem sinalizar. Juntamente com isso, exploraremos o papel histórico dessas contribuições em posses presidenciais dos EUA e também discutiremos a importância da boa relação entre empresas e governos.
Entenda as doações de Google e Microsoft para a posse de Trump
As big techs Google e Microsoft realizaram doações de US$1 milhão cada para a cerimônia de posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, que está marcada para o dia 20 deste mês de janeiro de 2025.
Esse fato da doação foi confirmado pelo próprio Google na segunda-feira da semana passada (6) e pela Microsoft na quinta-feira da mesma semana (9). Tal informação foi reportada pela agência Reuters com base em informações da CNBC.
De acordo com Karan Bhatia, chefe global de assuntos governamentais e políticas públicas do Google, a empresa também irá apoiar o evento de posse de Trump com outras ações. Nesse sentido, ela irá realizar ações como por exemplo uma transmissão ao vivo no YouTube e um link direto em sua página inicial. Além disso, o Google destacou seu compromisso com o comitê inaugural de Donald Trump por meio dessa doação significativa.
Por fim, outras gigantes do setor tecnológico também contribuíram financeiramente para a posse do presidente eleito dos EUA. Dessa forma, empresas como Meta, Amazon, Apple e OpenAI (dona do ChatGPT) demonstraram interesse em apoiar o novo governo por meio de suas respectivas contribuições. Sendo assim, essa movimentação reforça o interesse das big techs em estabelecer uma relação mais próxima com a administração de Trump.

O que as doações de Google e outras big techs sinalizam?
A doação das big techs para a posse de Trump é algo que revela uma tentativa de aproximação com o governo. Um exemplo disso é Elon Musk, CEO do X (antigo Twitter), que desempenhou papel de destaque como conselheiro de Donald Trump e foi nomeado para um cargo no futuro governo. Em conjunto a isso, Musk participou ativamente da campanha eleitoral do presidente eleito.
Dessa maneira, a postura das grandes empresas de tecnologia também ficou evidente após os resultados das eleições estadunidenses de 2024. Em tal sentido, diversos CEOs desses conglomerados tecnológicos publicaram declarações parabenizando Trump e destacando a importância de trabalhar em colaboração com a nova administração.
Outra amostra disso é que o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, anunciou recentemente o fim do programa de checagem de fatos da empresa. Isso se alinha à narrativa de liberdade de expressão que o novo governo promove.
Paralelamente, ele também afirmou que a empresa irá colaborar com Trump no enfrentamento de políticas de censura que outros países impõem contra companhias estadunidenses. Logo, esse movimento demonstra como as empresas têm se reposicionado estrategicamente com o intuito de fortalecer seus laços com o poder político nos Estados Unidos.
As doações para a posse do presidente são novidade nos EUA?
As contribuições corporativas para cerimônias de posse presidenciais são uma prática comum nos Estados Unidos, ainda que existam exceções. Nesse sentido, em 2009, Barack Obama recusou doações de empresas em sua primeira posse. Entretanto, ele reverteu essa decisão em 2013, durante sua segunda posse, conforme reportado pela Associated Press.
Primeiramente, o Google tem um histórico de doações modestas em posses anteriores. Ele contribui com US$285 mil tanto para a primeira posse de Trump quanto para a posse de Joe Biden. No entanto, a doação atual de US$1 milhão representa um aumento significativo no valor que a empresa investe em eventos de posse.
Do mesmo modo, a Microsoft também possui um histórico variado de doações. Sendo assim, a big tech contribuiu com US$1 milhão para a segunda posse de Obama, mas reduziu suas doações para US$500 mil nas posses de Trump, em 2017 e de Biden, em 2021. Já a Amazon, que doou US$58 mil para a posse de Trump em 2017, aumentou consideravelmente sua contribuição para o evento atual.
Por último, é importante ressaltar que os comitês de posse devem divulgar suas fontes de arrecadação de fundos. Mesmo assim, a participação financeira de empresas privadas em eventos do governo é algo que pode gerar questionamentos sobre uma possível influência nas decisões futuras do mesmo.
A importância da boa relação entre empresas e governos
A proximidade entre grandes empresas e o governo é essencial para o desenvolvimento de políticas que beneficiem tanto o setor privado quanto o interesse público. Ou seja, as doações para cerimônias de posse, apesar de levantarem questionamentos sobre possíveis interesses corporativos, também evidenciam o desejo das empresas de se engajarem em uma colaboração construtiva com a administração pública.
Portanto, tal relação pode fomentar um ambiente de cooperação, no qual as necessidades do mercado e as prioridades governamentais sejam equilibradas de forma estratégica nos EUA.
Sendo assim, o fortalecimento das relações entre o governo e as big techs apresenta vantagens significativas. Entre elas, temos: o estabelecimento de regulamentações mais claras, a oferta de incentivos à inovação e a promoção de um ambiente econômico mais competitivo e dinâmico.
Finalmente, o diálogo constante entre esses setores é indispensável para enfrentar desafios globais, como por exemplo a proteção de dados, a expansão da Inteligência Artificial e a preservação da liberdade de expressão.
Em suma, em um cenário político repleto de incertezas, a capacidade de empresas, como o Google e a Microsoft, e governos trabalharem juntos de forma ética, transparente e alinhada será crucial para garantir o progresso social e econômico. Isso acontecerá não apenas nos Estados Unidos, mas também em escala global.