iFood começa a cobrar taxa de serviço em todos pedidos. Entenda!

Nos últimos dias, uma novidade surpreendeu usuários frequentes do iFood: a plataforma de delivery mais popular do Brasil passou a cobrar uma taxa de serviço obrigatória em todos os pedidos feitos por meio do aplicativo. 

Dessa maneira, a nova cobrança, fixada em R$0,99 por transação, já entrou em vigor em todas as cidades brasileiras desde o dia 25 de maio de 2025. Tal mudança pegou muitos clientes de surpresa, principalmente porque não houve comunicação direta via e-mail ou notificação pelo aplicativo. A única menção oficial ocorreu em uma curta publicação no site da empresa, no dia 20 de maio.

Com a implementação dessa nova taxa, diversas questões surgem: qual o real motivo da cobrança? Ela é realmente inédita? Como isso afeta a experiência do cliente e o mercado como um todo? 

Logo, neste artigo, entenderemos o contexto da nova taxa de serviço do iFood, bem como exploraremos se ela realmente é uma novidade. Além disso, iremos conferir a repercussão dela entre os clientes e também refletir se a mesma pode afastá-los. Por fim, discutiremos como a marca pode evitar as consequências negativas de tal contexto.

Entenda o contexto da nova taxa de serviço do iFood

Quem comprou pelo iFood nos últimos dias deve ter notado uma cobrança adicional de R$0,99 rotulada como “taxa de serviço”. Nesse sentido, tal cobrança, agora obrigatória, foi instituída de forma silenciosa pela plataforma. A justificativa apresentada pela empresa é que o valor será utilizado para “desenvolver melhorias constantes na tecnologia e experiência de compra”.

Sendo assim, a cobrança foi implementada oficialmente no domingo, 25 de maio de 2025, e vale para todos os pedidos realizados em qualquer cidade do país. O mais curioso é que o iFood não fez uma comunicação clara e ampla para sua base de clientes. Em outras palavras, não houve e-mail, nem notificações no aplicativo. Por outro lado, o único aviso foi uma curta nota publicada em seu site oficial cinco dias antes da implementação.

O que diz o iFood sobre essa taxa?

A nota no site do iFood apresenta a nova taxa como algo comum em plataformas de serviços digitais, tanto no Brasil quanto no exterior. De acordo com a empresa, esse tipo de cobrança é uma prática de mercado e tem o objetivo de manter e aprimorar o ecossistema da plataforma. Isso inclui investimentos em tecnologia, atendimento ao cliente, e ações de segurança para usuários, restaurantes e entregadores.

Por mais que R$0,99 possa parecer um valor pequeno isoladamente, seu impacto é expressivo quando analisado em larga escala. Ou seja, ao considerarmos os 110 milhões de pedidos mensais realizados na plataforma, o iFood poderá arrecadar até R$108,9 milhões por mês com essa nova taxa de serviço.

Essa taxa de serviço do iFood é realmente novidade?

Ainda que a cobrança da nova taxa esteja causando estranhamento, é importante lembrar que o iFood já aplicava uma taxa semelhante em pedidos de menor valor, principalmente abaixo de R$25, R$35 ou R$40, dependendo da cidade. 

Ou seja, essa prática não é totalmente inédita para os usuários da plataforma. Sendo assim, o que muda agora é a abrangência: a taxa de R$0,99 se tornou obrigatória para todos os pedidos, independentemente do valor total, localização ou forma de pagamento.

O que muda para os assinantes do Clube iFood?

Mesmo os clientes que assinam o Clube iFood, que custa R$12,90 por mês e oferece isenção ou redução em taxas de entrega e benefícios exclusivos, não escapam da nova cobrança. 

Em outras palavras, a taxa de serviço é aplicada a todos, inclusive aos assinantes. Isso causou frustração em parte dos consumidores, que acreditavam estar isentos de custos adicionais ao aderirem ao programa de fidelidade da empresa.

Quanto o iFood lucra com seu modelo de cobrança?

Juntamente com a nova taxa de serviço, a plataforma já possui outras fontes de receita consolidadas. Os restaurantes parceiros pagam comissões que variam de 12% a 23% sobre o valor dos pedidos, além de 3,20% sobre o processamento do pagamento. Caso a receita mensal ultrapasse R$1.800, o restaurante ainda precisa arcar com uma mensalidade entre R$130 e R$150.

Para os clientes, além do valor do pedido e da taxa de entrega, agora há também a taxa de serviço. Na prática, um pedido que custava R$50 pode facilmente ultrapassar os R$60 quando se somam todas as cobranças envolvidas.

Como a nova taxa de serviço do iFood repercutiu entre os clientes?

A mudança feita de modo silencioso gerou forte repercussão nas redes sociais. Em tal sentido, muitos usuários manifestaram descontentamento e passaram a buscar formas de contornar a nova taxa. Uma das alternativas encontradas foi usar o iFood apenas como vitrine: o cliente navega pelo cardápio no app, escolhe o prato desejado e entra em contato diretamente com o restaurante (por telefone ou WhatsApp) para efetuar o pedido.

Reações nas redes sociais

No Twitter, por exemplo, diversas postagens ironizam o “jeitinho brasileiro” no intuito de evitar a nova taxa. Paralelamente, em grupos de WhatsApp e fóruns online, circulam listas de restaurantes com atendimento direto, incentivando a compra fora do aplicativo.

Aumento para entregadores pode estar ligado à nova taxa

Outro ponto importante no contexto dessa cobrança é o reajuste da taxa mínima paga aos entregadores. Em abril de 2025, o iFood anunciou um aumento de 15% para entregas realizadas por motociclistas, passando o valor mínimo de R$6,50 para R$7,50. 

Na ocasião, a empresa garantiu que não haveria aumento nos valores cobrados dos clientes. Apesar disso, a nova taxa de serviço, implementada menos de um mês depois, contradiz essa promessa, ainda que de maneira indireta.

A visão dos restaurantes e concorrência

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) tem uma visão crítica do monopólio que o iFood exerce, o que faz com que ele detenha cerca de 80% do mercado de delivery no Brasil. Então, a entidade alerta para o risco de dependência excessiva de um único player e incentiva a diversificação de canais de venda.

Porém, vale ressaltar que o mercado começa a reagir: o 99Food anunciou seu retorno ao Brasil, e o aplicativo chinês Keeta, da gigante Meituan, confirmou que iniciará suas operações em breve. A entrada de novas plataformas pode oferecer alternativas mais competitivas, tanto para restaurantes quanto para consumidores.

Os clientes do iFood comentaram sobre a nova taxa de serviço nas redes sociais.
Os clientes do iFood comentaram sobre a nova taxa de serviço nas redes sociais. | Foto: DALL-E 3

Esse contexto pode afastar clientes do iFood?

A resposta mais provável é: sim. Em outras palavras, a fidelidade do consumidor não é garantida quando há aumento de preços sem justificativa clara ou sem transparência na comunicação. Portanto, o surgimento de taxas adicionais, ainda que de pequeno valor, pode provocar o chamado “efeito acumulativo” no bolso do consumidor, principalmente em tempos de inflação e aperto orçamentário.

O papel da transparência na manutenção da base de usuários

Um dos principais erros do iFood nesta mudança foi a falta de comunicação direta. Informar os clientes com antecedência, explicar os motivos e detalhar os benefícios esperados é uma estratégia essencial para manter a confiança dos usuários. Ao não fazer isso, a empresa criou um ambiente de desconfiança e irritação, o que é sempre prejudicial para a imagem de uma marca.

Como o iFood pode evitar as consequências negativas dessa situação?

O cenário atual oferece ao iFood a oportunidade de aprender com a situação e corrigir sua abordagem. Para isso, a empresa pode adotar algumas estratégias para minimizar os impactos negativos da nova taxa de serviço.

Comunicação clara e contínua

É essencial que o iFood passe a comunicar todas as mudanças de maneira aberta, usando todos os canais disponíveis: notificações no app, e-mails, redes sociais e até campanhas publicitárias. Transparência gera empatia, e empatia gera lealdade.

Recompensas e programas de fidelidade mais robustos

Expandir os benefícios do Clube iFood ou criar programas de cashback e promoções pode ajudar a compensar a insatisfação dos clientes. Se a empresa vai cobrar uma taxa adicional, precisa entregar mais valor para justificar esse custo.

Parcerias e inovação tecnológica

Se o argumento da taxa é investir em tecnologia, então os usuários precisam ver esses resultados. Logo, isso pode ocorrer por meio de um app mais rápido, sistema de recomendações mais inteligente, suporte mais ágil ou novas funcionalidades como pedidos via comando de voz ou integração com assistentes virtuais.

Incentivos para restaurantes e entregadores

Melhorar a remuneração dos entregadores e reduzir as taxas cobradas dos restaurantes também são medidas que podem fortalecer a imagem da marca e criar um ambiente de maior equilíbrio dentro do ecossistema do delivery.

Em suma, com a nova política de cobrança de taxa de serviço, o iFood abre um novo capítulo em sua trajetória como líder do mercado de delivery no Brasil. Ainda que a medida tenha causado desconforto entre os consumidores, a forma como a empresa reagirá a essa repercussão pode determinar seu futuro no segmento. 

Devido a um ambiente competitivo e digital, cada detalhe conta, especialmente quando ele impacta diretamente o bolso e a experiência do usuário. Quer saber mais sobre como o iFood está transformando o delivery no Brasil e o impacto dessa nova taxa? Acompanhe análises, notícias e tendências! Fique por dentro de tudo sobre a empresa.

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