O iFood é, hoje, o principal canal de delivery de comida no Brasil, representando mais de 80% do mercado. Nesse sentido, com tamanho alcance, a forma como os pratos são apresentados nos cardápios digitais impacta diretamente as decisões dos consumidores.
Durante os últimos anos, o uso de imagens geradas por Inteligência Artificial (IA) cresceu exponencialmente em diversas áreas, inclusive na gastronomia. A dúvida, no entanto, permanece: será que o uso dessas imagens é permitido na maior plataforma de entrega do país? E mais importante, será que é eficaz?
Para responder a essas perguntas, é preciso analisar não apenas as diretrizes do app de serviço. Em adição, podemos observar também os efeitos reais que o uso dessas imagens tem causado no engajamento, na conversão de vendas e na experiência do cliente.
Logo, neste texto, iremos explicar se o iFood permite o uso de imagens que foram geradas por IA e também explorar as consequências de tal contexto. Em conjunto a isso, listaremos os motivos pelos quais esse tipo de foto está se tornando popular na plataforma, bem como pensaremos as maneiras pelas quais ela pode incentivar o uso de imagens reais. Por fim, iremos elencar algumas lições que podem ser aprendidas com essa situação.
O iFood permite o uso de imagens geradas por Inteligência Artificial?
Antes de mais nada, é fundamental entender que fotos de qualidade são um dos principais elementos de atração nos cardápios digitais. Em outras palavras, no ambiente competitivo dos aplicativos de entrega, uma imagem bonita, que desperta o apetite, pode ser decisiva.
Sendo assim, o iFood, ciente dessa realidade, oferece um curso online gratuito ministrado por uma fotógrafa profissional. Nesse sentido, ele tem foco especialmente nos parceiros que desejam aprender a tirar boas fotos dos seus pratos.
Ou seja, esse investimento da plataforma em capacitação fotográfica já mostra que a empresa valoriza fortemente a autenticidade e o apelo visual realista. Mas isso significa que imagens geradas por Inteligência Artificial estão proibidas?
A posição oficial do iFood sobre imagens criadas por Inteligência Artificial
Na prática, o iFood permite que os restaurantes utilizem imagens geradas por IA. Porém, há uma condição clara: essas imagens devem representar com fidelidade o produto que será entregue ao consumidor. Dessa maneira, é permitido o uso da Inteligência Artificial, desde que a imagem final não induza o cliente ao erro.
Adicionalmente, a empresa reforça que esse cuidado é algo essencial no intuito de garantir a experiência do usuário e a confiança no serviço. Se o cliente percebe uma discrepância entre o que vê e o que recebe, ele pode reportar o problema diretamente pelo app. Nesses casos, o restaurante pode ser penalizado, embora o iFood não divulgue exatamente quais são essas punições.
A preferência por imagens reais
Mesmo permitindo o uso de imagens geradas por IA, a empresa deixa claro que essa prática não é incentivada. Um representante do iFood afirmou, em vídeo oficial, que “apenas uma foto real transmite a verdadeira emoção do prato”.
Portanto, isso é algo que impacta diretamente na taxa de cliques e conversões dentro da plataforma. Vale ressaltar que o tom da comunicação indica que a foto feita com capricho e fidelidade continua sendo a melhor ferramenta de marketing gastronômico disponível.
Consequências do uso de imagens geradas por IA no iFood
Queda de engajamento e rejeição do público
Apesar do avanço e da crescente popularidade da Inteligência Artificial, muitos restaurantes que optaram por utilizar imagens geradas por computador em seus cardápios digitais notaram um declínio significativo nas visualizações, engajamento e até nas vendas.
Mesmo que sejam visualmente atrativas, essas imagens sintéticas muitas vezes não conseguem transmitir tanto confiança quanto o apelo emocional que uma boa fotografia real proporciona.
Sendo assim, clientes de aplicativos como por exemplo o iFood estão cada vez mais atentos e exigentes, reconhecendo facilmente quando uma imagem parece “boa demais para ser verdade”.
Ou seja, quando a comida entregue não corresponde à promessa visual feita pela imagem gerada por IA, a frustração é inevitável. Isso gera um aumento no número de reclamações, avaliações negativas e até mesmo cancelamentos de pedidos, o que afeta diretamente a reputação do estabelecimento.
Retorno às fotos autorais
Diante disso, muitos estabelecimentos estão abandonando as imagens artificiais e investindo em fotografia gastronômica autoral, muitas vezes com a ajuda de fotógrafos profissionais. Essa mudança tem trazido resultados concretos, com aumento no número de pedidos e no faturamento mensal.
O movimento é parte de uma tendência mais ampla chamada “real food marketing”, que busca evitar manipulações e exageros nas imagens, priorizando a transparência. Nesse novo cenário, as frases como “imagens meramente ilustrativas” estão perdendo espaço, e o consumidor valoriza cada vez mais a honestidade na apresentação dos pratos.

Por que as imagens geradas estão se tornando populares no iFood?
Facilidade, baixo custo e estética controlada
A popularização das ferramentas de IA generativa trouxe um atrativo poderoso para o setor alimentício: a possibilidade de criar imagens que sejam visualmente impressionantes a custo praticamente zero.
Em outras palavras, não é necessário investir em câmeras profissionais, iluminação, equipe de produção ou cenários elaborados. Com poucos cliques, até os restaurantes de pequeno porte conseguem gerar imagens que parecem ter saído de um catálogo gourmet.
Outro benefício percebido é o controle absoluto sobre a estética das imagens. Desse modo, as ferramentas de Inteligência Artificial eliminam imperfeições, padronizam os pratos e permitem criar composições ideais, independentemente das condições reais do ambiente ou da apresentação física do alimento. Para estabelecimentos com cardápios amplos e orçamentos apertados, isso representa uma solução ágil e econômica.
Velocidade na criação de conteúdo
A rapidez também é um grande diferencial. Enquanto a produção de um ensaio fotográfico pode levar dias, com logística e pós-produção, as imagens geradas por IA ficam prontas em poucos minutos. Isso facilita muito a criação de conteúdos promocionais, campanhas sazonais e o lançamento de novos itens no cardápio do iFood.
No entanto, essa praticidade pode trazer um custo oculto: a perda de autenticidade. Quando a imagem promete mais do que o prato real entrega, a confiança do consumidor fica comprometida.
Como o iFood pode incentivar os restaurantes a produzirem fotos reais para a plataforma?
O iFood já iniciou algumas ações relevantes nesse sentido, como a oferta de cursos com fotógrafos profissionais, incluindo treinamentos com especialistas em fotografia gastronômica. No entanto, para que essas iniciativas tenham maior alcance e impacto, seria interessante que a plataforma ampliasse seus esforços com medidas mais estruturadas.
Entre as possibilidades, o iFood poderia criar incentivos financeiros para restaurantes que mantêm cardápios com imagens reais, bem produzidas e bem avaliadas pelos consumidores. Isso estimularia a adoção de práticas mais transparentes e eficazes na apresentação dos pratos.
Outra ação importante seria a criação de uma rede de fotógrafos parceiros, com preços acessíveis e atendimento voltado para pequenos empreendedores, permitindo que mesmo os negócios de menor porte tenham acesso a fotos de qualidade profissional.
Além disso, o estabelecimento de padrões visuais claros, com exemplos reais de boas práticas, aliado a campanhas educativas, ajudaria a reforçar os benefícios do uso de imagens reais na fidelização do cliente.
Por fim, o iFood poderia adotar um sistema de recompensas por desempenho, como dar maior destaque nos resultados de busca a restaurantes com boas avaliações e imagens autênticas, valorizando a transparência e a confiança.
Lições a aprender com esse contexto do iFood
Autenticidade gera confiança
O principal aprendizado que podemos extrair da discussão sobre Inteligência Artificial e imagens no iFood é que o consumidor valoriza a honestidade visual. Dessa forma, o uso de imagens sintéticas pode parecer vantajoso à primeira vista, mas os dados mostram que o retorno não compensa a perda de confiança.
Sendo assim, o cliente moderno deseja saber o que está comprando, e espera que o prato entregue se pareça com o que foi visto no app. Nesse sentido, fotos reais bem produzidas transmitem mais emoção, desejo e segurança, impactando diretamente na taxa de conversão e fidelização.
Tecnologia deve ser aliada, não substituta
A IA é uma ferramenta poderosa, e seu uso deve ser feito com critério. Em vez de substituir totalmente a fotografia, a IA pode auxiliar na edição de imagens reais, na organização de cardápios ou na personalização da experiência do usuário.
Mas ela não consegue ocupar o lugar da imagem autêntica de um prato de verdade. Ou seja, a experiência gastronômica começa pela visão. E quando essa experiência é manipulada artificialmente, o sabor da decepção pode ser maior do que o da comida.
Concluindo, o iFood permite o uso de imagens geradas por Inteligência Artificial, desde que essas representem fielmente o prato ofertado. Apesar disso, a plataforma não incentiva diretamente essa prática, valorizando as fotos reais por sua capacidade de gerar engajamento, confiança e conversões.
Restaurantes que priorizam a autenticidade visual tendem a obter melhores resultados e maior satisfação dos clientes. Em um mercado onde a experiência do consumidor é tudo, apostar na verdade pode ser a melhor receita de sucesso. Quer que seu restaurante se destaque no iFood? Aposte em fotos reais, autênticas e bem produzidas e conquiste mais clientes com a força da imagem verdadeira!