Inteligência Artificial: Prevendo as Etapas Futuras

Com todos os avanços que estão sendo desencadeados pelas novas tecnologias, é complexo e confuso acompanhar tudo o que está acontecendo no mundo paralelo e quase “subjetivo” do digital. Muitas pesquisas ainda estão sendo desbravadas e, apesar da quantidade significante de conteúdo disponível sobre a inteligência artificial – a educação sobre o que é, de fato, a nova era da tecnologia deixa espaço para muito receio e má compreensão. 

No mundo da tecnologia, consideramos a inteligência artificial como um conjunto de ferramentas e programas desenvolvidos para aprimorar a inteligência do software. Essa definição considera ainda que suas contribuições possam se equiparar a criações humanas.

Depois de uma parcela do público se familiarizar com seu nome, uma parte da população ficou bastante curiosa com o ChatGPT. O ChatGPT 3.5 é uma inteligência artificial responsável por responder perguntas, atender demandas específica, gerar e corrigir textos. Ele executa, ainda, inúmeras funções que merecem ser exploradas. Com isso, todo esse repertório funcional patenteou o início de uma discussão que transita entre o dilema do copo meio cheio ou meio vazio: a inclusão das máquinas em nosso cotidiano é um problema ou uma solução?

A discussão é válida e merece seu devido aprofundamento. Mas antes disso, o ideal é que o conceito de Inteligência Artificial e suas peculiaridades estejam bem esclarecidos na mente dos curiosos, certo? 

Partimos, então, para apresentação e tradução das três fases que constituem a saga da Inteligência Artificial.

Inteligência Artificial Estreita: ANI

A primeira fase da inteligência artificial, conhecida como Inteligência Artificial Estreita (ANI), realiza trabalhos repetitivos considerados “funcionais”, e a programação determina um prazo para seus criadores entregarem. A ANI é reconhecida pela categoria mais básica de inteligência artificial nessa fase inicial.

As equipes treinam os sistemas ANI utilizando dados que eles agrupam e empregam para tomar decisões ou realizar ações específicas, fundamentados no treinamento predefinido. Essa forma de inteligência pode, por exemplo, igualar-se à inteligência humana e até reproduzir sua eficiência.

As ferramentas, configurações e recursos que utilizam IA, mesmo as mais complexas, são derivadas da ANI. Um exemplo disso é a performance dessa inteligência artificial quando os smartphones a utilizam para espelhar o GPS ou para o desenvolvimento de aplicativos de música. Além disso, ela serve como base para assistentes virtuais como a Alexa e a Siri, que por si só são inteligências artificiais estreitas.

Inteligência Artificial Geral: AGI

Esta segunda fase da inteligência artificial é aquela que vem gerando preocupações mais intensas para aqueles que possuem um conhecimento mais aprofundado nessa área. 

A Inteligência Artificial Geral (também conhecida como IA Forte, um termo bem apropriado) atinge seu objetivo quando uma máquina desenvolve habilidades cognitivas equivalentes às de um ser humano. Isso implica que ela pode executar qualquer atividade intelectual que um ser humano realiza, e de maneira significativamente mais eficaz.

Essa segunda fase da inteligência artificial alcançou seu devido desempenho. Pensamos isso visto que alguns dos principais nomes da indústria expressaram uma preocupação compreensível visto que a substituição de nós está cada vez mais próxima.

Foi diante dessa ameaça que uma mobilização contendo mais de 1.000 especialistas em tecnologia, durante o primeiro trimestre de 2022, tomou forma para desacelerar os testes que estavam sendo realizados. Com inteligências ainda mais poderosas do que o GPT-4 (a última versão do ChatGPT), os testes provocaram um receio na comunidade. Em uma carta, os especialistas expressaram suas impressões em relação à velocidade que esses testes e treinamentos estavam ocorrendo e apontaram que esse avanço representa uma ameaça para a humanidade. 

Inteligência Artificial Geral (AGI): a repercussão

A carta, publicada pela organização sem fins lucrativos Future of Life Institute, reuniu as preocupações e os entendimentos mais relevantes sobre o assunto para questionar: “Devemos permitir que as máquinas inundem nossos canais de informação com propaganda e mentiras? Devemos automatizar todos os empregos, incluindo aqueles que trazem satisfação pessoal? Poderíamos desenvolver mentes não humanas que podem eventualmente se tornar mais numerosas, mais inteligentes e nos substituir? Devemos correr o risco de perder o controle de nossa civilização?” 

O próprio cofundador da Apple, Steve Wozniak, e o proprietário da Tesla (SpaceX Neuralink), compartilharam com o mundo suas preocupações em relação aos sistemas de IA. Com isso, foi validada a problemática envolvendo os sistemas que desenvolvem uma competência comprometedora para os seres humanos e para a sociedade como um todo. 

Inteligência Artificial Geral: a importância da regulamentação

A partir desse “manifesto”, as discussões sobre a regulamentação das inteligências artificiais ganharam ainda mais importância. Considerando que, provavelmente, a tecnologia com maior potencial no mundo contemporâneo é a IA, medidas de segurança e limites estabelecidos são justos à medida que exploramos esse novo contexto histórico.

Compreendemos que essa é uma preocupação legítima já levantada por especialistas no assunto. É natural, então, que a reação do público em geral, que possui menos conhecimento sobre o tema, se torne cada vez mais hesitante. 

Até hoje, as mudanças em escala global, sejam sociais, políticas, tecnológicas, etc., têm sido bem adaptadas pelos seres humanos. Essa adaptação demandou esforço, é claro, porém ela ocorreu. A sociedade estabeleceu essa bem-sucedida integração entre a evolução e a sociedade porque, até o momento, a sociedade parecia acontecer em sinergia com essas evoluções.

Mas o que acontece quando essas evoluções ultrapassam o poder de adaptação e, possivelmente, a compreensão humana? Como o processo de educação será eficiente, rápido e completo o suficiente para que os novos avanços da inteligência artificial consigam ser acompanhados pelos humanos a tempo de se atualizar?

Superinteligência Artificial (ASI)

É temendo todo o potencial revolucionário da segunda fase da inteligência artificial que o entendimento sobre a terceira se torna uma ameaça capaz de gerar ainda mais ansiedade. 

A interpretação da terceira fase da inteligência artificial como o ápice de todo o desenvolvimento das IAs tornou-a popular.

A Superinteligência Artificial (ASI) seria o estágio avançado em que uma inteligência sintética ultrapassaria todas as competências humanas. Essas competências poderiam ser intelectuais, profissionais, sabedoria geral, criatividade científica, pensamento abstrato ou habilidades sociais. 

Nesse cenário, existe uma teoria de que quando a máquina atinge a igualdade com os seres humanos, sua capacidade de se multiplicar exponencialmente por meio do próprio aprendizado supera qualquer tentativa humana de procriação. Isso causaria um número de inteligências artificiais maior do que o de seres humanos em um curto espaço de tempo. O problema é que as inteligências são imediatamente escaláveis, deixando os seres humanos em uma extrema desvantagem quando consideramos nosso processo biológico demorado para a reprodução da vida.

Superinteligência Artificial (ASI): escalonamento

O processo denominado “autoperfeiçoamento recursivo” viabiliza a capacidade de escalonamento exponencial em que um aplicativo de IA melhora a si mesmo de forma contínua. Esse aprimoramento, em algum momento, ultrapassa as capacidades humanas. 

Atualmente, as máquinas não são mais inteligentes do que seus colaboradores e desenvolvedores. O desafio, portanto, é entender até que ponto podemos desenvolver um aplicativo que possa significar uma mudança de rumo que nunca antes presenciada pelo mundo. 

Entre as discussões sobre qual é o verdadeiro futuro da inteligência artificial, voltamos ao dilema do copo meio cheio ou meio vazio. Estruturou-se, portanto, uma dicotomia entre entusiastas e receosos: de um lado, temos a crença de que a IA será capaz de alcançar a imortalidade, curar diversas doenças fatais e combater o aquecimento global. E do outro lado, temos a percepção de que a raça humana está diante de uma das maiores e mais perigosas ameaças à sua existência. 

O verdadeiro significado do desenvolvimento da inteligência artificial em um contexto amplo e que leve em consideração o futuro é importante. A humanidade nunca seguiu o caminho mais sábio ao subestimar a tecnologia. Inúmeras profecias em obras de ficção científica subestimaram o próprio futuro da sociedade, e não devemos descartar essas narrativas cada vez mais. Os escritores dessas obras se aprofundaram na educação sobre o assunto por anos. E, considerando que o que até hoje consideramos ficção está perto de se tornar uma realidade palpável, a memória dessas ficções se parecem muito presentes.

 

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Rodrigo Mourão
Rodrigo Mourãohttps://lp.rodrigomourao.com.br/
- CEO Holding RM Factory - COO Grupo AceleradorEspecialista em tecnologia e estrategista de negócios com 22 de experiência. CEO da Holding RM Factory e fundador do Na Prática Club. Já mentoreou mais de 420 empresários do mercado tradicional e digital. Implementou a arquitetura de negócios de grandes players do mercado. Atualmente é Diretor Executivo de operações do Grupo Acelerador Empresarial do empresário Marcus Marques e conduz um grupo de com dezenas de empresários de tecnologia que faturam entre R$ 800mil e R$ 12 milhões por ano.