Inteligência Artificial: seis usos inusitados da Tecnologia

Como sabemos, a inteligência artificial é uma tecnologia que simula a capacidade humana de raciocinar, aprender, resolver problemas e tomar decisões. Com a I.A., máquinas e sistemas podem executar tarefas complexas que envolvem processar grandes quantidades de dados.

A inteligência artificial aplica-se em diversos domínios da atividade humana, como saúde, educação, transporte, segurança, entretenimento, etc., e inúmeros benefícios.

No entanto, a I.A. também traz desafios como questões éticas, sociais, legais e de segurança. Mas a tecnologia recém desenvolvida não se limita a esses usos mais comuns e conhecidos. A inteligência também pode usar formas inusitadas e surpreendentes, mostrando como essa tecnologia pode ser criativa, divertida e inovadora.

Neste texto, vamos apresentar alguns exemplos de usos inusitados da I.A. que você talvez não conheça ou não imagine que sejam possíveis. São eles:

Inteligência Artificial na escrita

A inteligência artificial já provou ser capaz de produzir conteúdos com teor poético e lírico. Com isso, a tecnologia pode usar um tema, um estilo ou uma frase inicial para gerar textos de diversos tipos e gêneros, como histórias, ensaios, poemas, etc. Por exemplo, o projeto GPT-3, lançado em 2020, é um modelo de I.A. que usa uma rede neural profunda para gerar textos coerentes e relevantes, baseados em um grande conjunto de dados de textos da internet. Um outro projeto menos conhecido é a inteligência artificial Bing, um chatbot que usa o GPT-3 para conversar com os usuários e gerar textos sobre os assuntos que eles pedirem.

I.A. e a comédia

No mundo da comédia, a inteligência artificial pode criar piadas originais e genuinamente cômicas, usando um tema ou uma palavra-chave. O projeto Humorizer é um modelo de IA que usa técnicas de processamento de linguagem natural e aprendizado de máquina para gerar piadas em inglês, baseadas em um banco de dados de piadas existentes. Já um segundo projeto, patenteado como JokeBot, é um chatbot que usa o Humorizer para contar piadas aos usuários e avaliar se eles acharam graça ou não.

Essa integração entre comédia e inteligência artificial, apesar de muito específica, prova que a I.A. é uma inovação que deve permear por entre nichos extremamente inusitados ao longo do seu desenvolver.

A I.A. no mundo da música

Para os artistas do mundo da música, essa união talvez gere desconforto.

A inteligência artificial pode criar músicas originais e harmoniosas, usando um gênero, um artista ou uma amostra. Com a I.A., é possível gerar músicas que combinam letra, melodia, ritmo, harmonia e instrumentação. Essas criações são baseadas em um grande conjunto de dados de músicas da internet. A tecnologia é capaz de aprender com os estilos e as preferências musicais de diferentes artistas e gêneros. Através disso, é possível criar músicas que sejam similares ou diferentes deles.

O projeto OpenAI Jukebox é um modelo de I.A. que usa uma rede neural profunda para gerar músicas completas com letra e melodia, a partir de um gênero, um artista ou uma amostra. Já esse outro projeto, chamado Amadeus, é um chatbot que usa o OpenAI Jukebox para compor músicas aos usuários e tocar para eles.

Nessa dinâmica, o usuário pode escolher o gênero, o artista ou a amostra que deseja, ou deixar que o chatbot surpreenda-o com uma música aleatória.

Arte e Inteligência Artificial. Usos inusitados da IA
Arte e Inteligência Artificial. Usos inusitados da IA. Imagem: DALL-E 3.

Arte e Inteligência Artificial

Nós já sabemos que a inteligência artificial pode criar imagens originais e realistas, usando um tema, um estilo ou uma descrição. Com a I.A., é possível gerar imagens que combinam elementos de diferentes categorias, como animais, paisagens, rostos, etc., criando imagens híbridas que não existem na realidade.

Além disso, ela também pode seguir um estilo artístico específico, como alguma vanguarda europeia, e criar imagens estilizadas que expressam uma visão criativa que foi pensada no passado.

A inteligência artificial ainda pode gerar imagens que correspondem a uma descrição textual, criando imagens imaginativas que ilustram uma ideia. Como exemplo, temos o Artbreeder: um modelo de I.A. que usa uma rede generativa adversarial para gerar imagens híbridas e estilizadas, a partir de imagens de diferentes categorias. Aqui, o usuário pode combinar e modificar as imagens usando controles deslizantes que alteram os atributos das imagens.

Em outra perspectiva, o Sketcher é um chatbot que usa o Artbreeder para desenhar imagens aos usuários e mostrar para eles. O usuário pode pedir ao chatbot para desenhar uma imagem de uma categoria específica, de um estilo específico ou de uma descrição específica.

Inteligência Artificial e as Imitações

Aqui, percebemos que a inteligência artificial realmente está presente em todos os cantos, atuando das formas mais absurdas possíveis. Podendo ser usada para criar conteúdos que imitam a voz, o rosto ou o estilo de celebridades famosas, a partir de uma amostra ou uma frase, a I.A. também é uma ferramenta de imitação.

A I.A. gera vídeos e áudios que parecem reais, trocando os rostos ou as vozes de pessoas reais por outros. Assim, a inteligência artificial gera textos que parecem escritos por celebridades, baseados em seus estilos e personalidades. A I.A. também usa a voz, o rosto ou o texto de celebridades para gerar interações que parecem autênticas. Mas, na verdade, esses textos são simulados.

Essa junção levantou questões sobre a usabilidade da I.A. que preocupam aqueles que entendem o potencial destrutivo da inteligência artificial quando em mãos maliciosas. Com a capacidade de manipular informações, a batalha contra as Fake News, por exemplo, toma um rumo ainda mais intenso. Torna-se ainda mais difícil distinguir o que é ou deixa de ser realidade quando tudo pode ser arquitetado artificialmente.

Por exemplo, o projeto Deepfake é uma técnica de I.A. que usa redes neurais profundas para alterar vídeos e áudios de pessoas reais, trocando seus rostos ou vozes por outros. O usuário escolhe qualquer pessoa para ser o alvo ou a fonte da troca, e cria vídeos e áudios falsos que podem ser usados para entretenimento, sátira ou engano. É nessa última alternativa que mora um perigo gigantesco.

Brincando com o futuro: I.A. e as previsões

Além de tudo, inteligência artificial pode usar sinais cerebrais ou faciais para inferir o que uma pessoa está pensando ou sentindo. A I.A. decodifica e interpreta os sinais elétricos ou ópticos que o cérebro ou os músculos faciais de uma pessoa geram. E depois disso, usa-os para estimar o seu estado mental ou emocional. A I.A. também pode usar esses sinais para transmitir informações ou mensagens de uma pessoa para outra, sem o uso de palavras ou gestos. Vamos explicar:

Em suma, o BrainNet é uma rede neural artificial que usa eletroencefalografia para decodificar os sinais cerebrais de uma pessoa e transmiti-los para outra pessoa via internet. O EEG é uma técnica que mede a atividade elétrica do cérebro por meio de eletrodos colocados no couro cabeludo.

O projeto então usa algoritmos de aprendizado de máquina para extrair padrões dos sinais cerebrais e convertê-los em comandos ou mensagens. O BrainNet permite algo que há muito tempo se discute: a capacidade de duas ou mais pessoas se comuniquem diretamente pelo pensamento, sem o uso de linguagem ou movimento.

Esses são apenas alguns exemplos de usos inusitados da inteligência artificial que demonstram o potencial dessa tecnologia para transformar diversos aspectos da vida humana. A I.A. pode ser uma ferramenta poderosa para resolver problemas, gerar conhecimento, estimular a criatividade e melhorar a qualidade de vida das pessoas.

No entanto, também é preciso estar atento aos riscos e desafios que a I.A. pode trazer ao fazer parte de tantos contextos de inovação. Por isso, os desenvolvedores e os usuários de inteligência artificial devem agir de forma responsável, transparente e democrática, respeitando os valores e os direitos humanos.

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