Inteligência Viva: entenda o conceito apresentado no SXSW25

A tecnologia está em constante evolução e, a cada ano, novos conceitos emergem com o intuito de moldar o futuro da humanidade. Sendo assim, no SXSW25, um dos principais eventos de inovação e tecnologia do mundo, um novo termo foi apresentado e promete transformar a relação entre humanos e máquinas. Tal conceito se chama Inteligência Viva. 

Dessa maneira, criado pela futurista Amy Webb, essa ideia é algo que pode abrir caminho para a evolução de diversos sistemas em várias áreas da sociedade. No entanto, o que exatamente significa esse conceito e quais suas implicações?

Logo, neste texto, iremos entender o que é Inteligência Viva e também explorar a relação do conceito com os robôs. Além disso, discutiremos os cuidados necessários com o mesmo, bem como refletiremos sobre a importância de eventos que visam discutir o mundo da tecnologia. Por fim, explicaremos se a ideia de Amy Webb pode se popularizar no futuro.

Entenda o que é Inteligência Viva

Durante o segundo dia do SXSW 2025, Amy Webb, CEO do Future Today Institute e professora da NYU Stern School of Business, apresentou a 18ª edição do Tech Trends Report.

Nesse sentido, ele é um relatório extenso com mais de mil páginas que analisa as principais tendências tecnológicas do futuro. Entre os conceitos mais impactantes do relatório, destacou-se a Inteligência Viva, ou Living Intelligence (LI). Tal termo é algo que representa o próximo grande avanço na evolução da tecnologia.

Segundo Webb, a Inteligência Viva surge da convergência entre Inteligência Artificial, biotecnologia e sensores avançados. Ou seja, essa combinação tecnológica possibilita o desenvolvimento de sistemas e máquinas que não apenas executam comandos, mas também percebem o ambiente ao seu redor, aprendem com experiências, adaptam-se a novas circunstâncias e evoluem continuamente. 

Dessa forma, a especialista explicou que, ao contrário das inteligências artificiais convencionais, que operam dentro de limites pré-programados, a LI possui um nível de autonomia muito maior. Isso faz com que ela se torne uma ferramenta essencial para setores como por exemplo medicina, robótica, cidades inteligentes e até exploração espacial.

Em paralelo, Amy Webb ressaltou que essa tecnologia pode transformar radicalmente a maneira como interagimos com o mundo, reescrevendo as regras da realidade como a conhecemos. Apesar disso, ela também alertou para os desafios que acompanham essa inovação. 

O desenvolvimento de máquinas mais autônomas e capazes de tomar decisões por conta própria levanta questões éticas, legais e sociais complexas. Assim, para garantir um futuro equilibrado e seguro, é fundamental que governos, empresas e a sociedade iniciem desde já debates sobre a regulamentação e os impactos dessa nova era tecnológica.

Amy Webb foi a responsável por explanar o conceito de Inteligência Viva durante o evento de tecnologia SXSW25.
Amy Webb foi a responsável por explanar o conceito de Inteligência Viva durante o evento de tecnologia SXSW25. | Foto: DALL-E 3

A relação do conceito com os robôs

Outro ponto que foi levantado por Amy Webb durante sua apresentação durante o SXSW 2025 foi a relação da Inteligência Viva com a robótica. Segundo a especialista, estamos prestes a testemunhar uma grande transformação no modo como humanos e robôs interagem no dia a dia.

Nos últimos anos, muitos avanços na robótica chamaram a atenção do público, como o Atlas, robô humanoide desenvolvido pela Boston Dynamics. Entretanto, ainda que existam impressionantes protótipos, os robôs ainda não desempenham papéis significativos em nossas casas ou ambientes de trabalho. Isso, segundo Webb, está prestes a mudar.

A futurista previu que, nos próximos 12 a 24 meses, veremos avanços que tornarão os robôs mais integrados ao cotidiano da sociedade. Um exemplo desse progresso é o recente feito do Google DeepMind, que conseguiu treinar um robô para amarrar um sapato.

Essa sempre foi uma tarefa extremamente desafiadora para máquinas devido à complexidade dos movimentos e da coordenação exigida. Portanto, esse tipo de avanço indica que os robôs do futuro poderão realizar atividades antes consideradas exclusivas dos humanos.

Juntamente com isso, a convergência entre biologia e tecnologia tem levado ao desenvolvimento dos primeiros computadores comerciais construídos com neurônios humanos vivos. Em outras palavras, esse avanço pode revolucionar a forma como os sistemas processam informações.

Isso está abrindo caminho para a criação das primeiras máquinas que são verdadeiramente “vivas”. Webb destacou que essas inovações não apenas ampliam as capacidades tecnológicas. Adicionalmente, elas também desafiam conceitos fundamentais sobre o que significa ser inteligente e autônomo, levantando questões sobre os limites entre humanos e máquinas.

Cuidados necessários com a Inteligência Viva

Apesar das promessas empolgantes, Amy Webb fez, durante seu discurso durante o SXSW25, diversos alertas sobre os riscos da Inteligência Viva. Nesse sentido, a especialista destacou que a sociedade não está preparada para lidar com essa revolução tecnológica.

Isso acontece pois, conforme dito por ela, estamos cruzando uma linha sem ter plena consciência das consequências. Ou seja, segundo Webb, a evolução acelerada dessas tecnologias é algo que pode trazer impactos imprevisíveis, exigindo uma abordagem cautelosa e bem planejada.

Dessa maneira, um dos principais desafios envolve a ética da biotecnologia. Se os computadores do futuro utilizarem neurônios humanos vivos, de quem serão essas células? Como garantir que esses sistemas sejam desenvolvidos de forma ética e segura? 

Tais questões ainda não têm respostas claras e precisam ser amplamente debatidas por cientistas, governos e a sociedade. Em conjunto a isso, surge a preocupação sobre a autonomia dessas máquinas: até que ponto elas poderão tomar decisões por conta própria?

Paralelamente, outro problema levantado por Webb é o avanço desordenado da tecnologia, que pode ser mais prejudicial do que benéfico. No momento atual, não há um plano de longo prazo ou uma estratégia global para lidar com as transformações causadas pela Inteligência Viva. 

Sendo assim, ela alertou que as decisões tomadas na próxima década irão determinar o destino da civilização humana. Esse contetxo torna essencial a criação de diretrizes com o intuito de evitar riscos como por exemplo desigualdade tecnológica e uso indevido por empresas ou governos.

No entanto, longe de ser pessimista, a especialista acredita que ainda há tempo para tomar decisões responsáveis. Para isso, é fundamental que governos, pesquisadores e líderes tecnológicos desenvolvam estratégias que sejam eficazes para regulamentar o avanço da tecnologia. Tal postura pode garantir que ela seja utilizada de forma positiva e alinhada com valores éticos e humanos.

A importância de eventos que discutem a tecnologia

O SXSW 2025 reforçou a importância de eventos que promovem debates sobre o impacto da tecnologia na sociedade. Isso se deve ao fato de que o evento reúne especialistas de diferentes áreas para discutir tendências emergentes, desafios éticos e possíveis soluções para os dilemas do futuro.

Ao longo dos anos, conferências como o SXSW25 se tornaram fundamentais para antecipar as mudanças que moldarão o mundo. Desde IA e computação quântica até neurotecnologia e biotecnologia, esses eventos ajudam a identificar oportunidades e riscos antes que se tornem problemas críticos.

Do mesmo modo, tais conferências incentivam um diálogo aberto entre cientistas, empresários, formuladores de políticas públicas e o público em geral. Em outras palavras, elas permitem que diferentes perspectivas sejam levadas em consideração no desenvolvimento de novas tecnologias.

Finalmente, com a ascensão da Inteligência Viva, eventos como o SXSW 2025 ganham ainda mais relevância. Afinal, a única maneira de garantir que os avanços tecnológicos sejam benéficos para a sociedade como um todo é com a realização de discussões sobre suas implicações de maneira que seja transparente e responsável.

A Inteligência Viva pode se popularizar no futuro?

A popularização da Inteligência Viva dependerá de diversos fatores, incluindo avanços tecnológicos, aceitação social e regulamentações governamentais. Entretanto, algumas tendências sugerem que essa revolução pode ocorrer mais rápido do que imaginamos.

Conforme o passar do tempo, sensores avançados, biotecnologia e Inteligência Artificial evoluem. Logo, é provável que vejamos a adoção crescente de sistemas inteligentes em áreas como por exemplo saúde, segurança, transporte e automação doméstica. 

Dessa forma, dispositivos equipados com Inteligência Viva poderão prever necessidades humanas, ajustar-se automaticamente ao ambiente e tomar decisões complexas sem a necessidade de intervenção direta.

Além disso, a integração entre neurônios humanos e máquinas pode tornar a computação neural uma realidade comercial. Tal realidade poderá permitir que dispositivos operem de forma muito mais natural e eficiente. Ou seja, se isso se concretizar, teremos sistemas capazes de aprender e evoluir quase como um organismo vivo, redefinindo os limites entre humanos e tecnologia.

Contudo, a aceitação social será um fator determinante para um possível sucesso da Inteligência Viva. Assim como aconteceu com a IA tradicional, muitas pessoas podem ter receios sobre o impacto dessas inovações em suas vidas. 

Por isso, aspectos como a educação e a regulamentação serão essenciais com o intuito de garantir que a sociedade se beneficie dessas transformações sem gerar consequências indesejadas.

Conclusão

A Inteligência Viva representa um dos avanços mais promissores e, ao mesmo tempo, desafiadores da atualidade. Com potencial para transformar diversos setores, essa tecnologia promete inaugurar uma nova era de interações entre humanos e máquinas. No entanto, para que seus benefícios sejam plenamente aproveitados, é essencial que governos, cientistas e a sociedade discutam suas implicações com responsabilidade.

Em suma, se você quer se manter atualizado sobre as tendências tecnológicas que estão moldando o futuro, continue conteúdos sobre a Inteligência Viva. Tal conceito já é uma realidade, e entender seu impacto pode ser essencial para aproveitar as oportunidades que ele trará.

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