iPhone 100% fabricado nos EUA já é realidade após Trump

A possibilidade de um iPhone 100% fabricado nos Estados Unidos sempre foi uma ideia vista com ceticismo. No entanto, o cenário começou a mudar após a presidência de Donald Trump. 

Durante seu mandato, Trump está fazendo da independência tecnológica estadunidense um dos pilares de sua política econômica, incentivando empresas a realocarem suas cadeias de produção para o território nacional. 

Com isso, a Apple, gigante da tecnologia e símbolo de inovação dos EUA, sofre de constante pressão para alinhar sua produção com esse discurso. Porém, hoje, mais do que uma promessa, essa possibilidade começou a ganhar contornos reais, ainda que envolva uma série de desafios logísticos, financeiros e técnicos.

Então, neste artigo, entenderemos o contexto da realidade do iPhone ser 100% fabricado nos Estados Unidos após Trump, bem como pensaremos sobre os impactos do celular da Apple no mercado de smartphones. Além disso, iremos explicar qual o modelo que está sendo fabricado nos EUA e incomodando a big tech e também listar as especificações do mesmo. Finalmente, discutiremos se outras empresas podem seguir essa tendência.

Entenda o contexto da realidade do iPhone ser 100% fabricado nos EUA após Trump

Donald Trump defende abertamente que os iPhones sejam fabricados nos Estados Unidos, como parte de seu plano estratégico para reduzir a dependência da China. A proposta, no entanto, esbarra em diversos obstáculos estruturais. 

Um dos maiores entraves sempre foi a falta de infraestrutura nos EUA para produzir, em larga escala, os componentes essenciais dos smartphones, como telas OLED, câmeras de alta resolução, baterias e chips sofisticados.

A complexidade da cadeia produtiva

Apesar de o chip principal do iPhone ser projetado pela própria Apple, a fabricação em si ainda depende da Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), com instalações primariamente localizadas em Taiwan. 

Para mudar esse cenário, a TSMC iniciou a construção de fábricas no Arizona, nos Estados Unidos, com apoio do governo estadunidense. Entretanto, mesmo com o avanço dessas plantas, o processo de nacionalização da produção não é simples. A fabricação de milhões de iPhones exigiria uma mão de obra altamente qualificada, equipamentos de última geração e uma cadeia de fornecimento de componentes quase toda globalizada.

A mão de obra qualificada e o custo de produção do iPhone

Vale ressaltar que a China tornou-se o epicentro da produção mundial de eletrônicos não apenas pelo baixo custo da mão de obra, mas também pela capacitação técnica de seus trabalhadores. 

Recriar esse cenário nos EUA implicaria em treinamentos massivos, adaptação de fábricas e, principalmente, aumento nos custos finais do produto. Isso levanta uma questão crítica: os consumidores estariam dispostos a pagar mais caro por um iPhone apenas para que ele fosse fabricado nos Estados Unidos?

A alternativa indiana

Para se adaptar ao cenário político e econômico, a Apple adotou uma estratégia intermediária: transferiu parte significativa da sua produção para a Índia. Atualmente, a maioria dos iPhones vendidos nos EUA já é fabricada em território indiano. Essa decisão permitiu à empresa driblar tarifas impostas à China e se adequar ao apelo do governo dos Estados Unidos sem ter que comprometer sua rentabilidade.

Os impactos do iPhone no mercado de celulares

O iPhone sempre teve papel central no mercado global de smartphones. Em outras palavras, cada novo modelo da Apple redefine padrões, impõe tendências e força concorrentes a se adaptarem. Logo, a possibilidade de um iPhone 100% fabricado nos EUA traz impactos significativos para a marca e para toda a indústria.

A valorização da produção local

A pressão política por reindustrialização tem impulsionado investimentos em estados como Texas, Califórnia e Arizona. Tal contexto tem destaque para fábricas de semicondutores e de montagem. Esse movimento pode incentivar outras empresas a seguirem o exemplo, fortalecendo a cadeia produtiva estadunidense.

Repercussão entre os consumidores

Para o consumidor, um iPhone “Made in USA” pode representar orgulho nacional, mas também preços mais altos. Sendo assim, a Apple teria o desafio de equilibrar custos e competitividade sem comprometer sua margem de lucro.

Influência do iPhone sobre os concorrentes

Empresas como Samsung, Xiaomi e Motorola mantêm produção em países asiáticos. Caso a Apple consiga produzir localmente sem perder competitividade, isso é algo que pode pressionar concorrentes a repensarem suas estratégias, tanto por questões de imagem quanto por eficiência logística e geopolítica.

O celular fabricado nos EUA que está incomodando o iPhone

Enquanto a Apple ainda caminha em direção à nacionalização completa da produção, uma concorrente já deu um passo importante. Nesse sentido, a Purism, empresa de tecnologia com sede nos Estados Unidos, lançou o “Liberty Phone”, um smartphone que, segundo seus desenvolvedores, é fabricado “inteiramente” em território estadunidense (ou quase isso).

O Liberty Phone da Purism

Apesar de o chip principal ser do Texas e a montagem ocorrer na Califórnia, alguns componentes do Liberty Phone ainda vêm da China e de outros países asiáticos, como a tela, bateria e câmeras. 

Mesmo assim, o aparelho atende às exigências do governo Trump no que diz respeito à fabricação nacional. O CEO da Purism, Todd Weaver, afirmou que a meta da empresa é alcançar 100% de nacionalização em todos os componentes.

Escala de produção e comparação com a Apple

Hoje, a Purism fabrica cerca de 10 mil unidades por mês e já vendeu aproximadamente 100 mil smartphones desde seu lançamento. Em comparação, a Apple vendeu mais de 230 milhões de iPhones em 2024, o que equivale a mais de 19 milhões por mês. Tal abismo evidencia os desafios que a Apple enfrentaria ao transferir toda a produção para os EUA.

A ameaça simbólica

Apesar da diferença de escala, o Liberty Phone representa uma ameaça simbólica ao domínio do iPhone, principalmente por levantar questões sobre privacidade, soberania digital e independência industrial. O fato de que a Purism pode escalar sua produção para 100 mil unidades mensais em apenas seis meses mostra que há um potencial mercado a ser explorado por fabricantes estadunidenses.

Especificações do celular que está preocupando o iPhone

O Liberty Phone, apesar de inovador em termos de produção local, ainda está longe de ser uma ameaça tecnológica ao iPhone. Seu sistema operacional é o Pure OS, uma distribuição baseada no Debian Linux, e apresenta limitações notáveis em termos de compatibilidade e desempenho.

Sistema operacional alternativo

O Pure OS não é compatível com Android ou iOS, e seu ecossistema de aplicativos é bastante restrito. Em outras palavras, isso limita significativamente sua aceitação entre os usuários convencionais, que estão acostumados com as facilidades e a vasta gama de apps oferecida pelos concorrentes.

Preço elevado e proposta de valor

Outro ponto que distancia o Liberty Phone do público em geral é o seu preço: cerca de 2 mil dólares. Por esse valor, consumidores podem optar por modelos de iPhone com muito mais funcionalidades, melhor design e suporte completo. 

A proposta do Liberty Phone está mais voltada à privacidade e segurança, atributos que atraem uma fatia específica do mercado. Nela, temos agências governamentais dos Estados Unidos, que hoje representam metade dos compradores do modelo.

Um nicho em ascensão?

A crescente preocupação com privacidade digital pode fazer com que modelos como o Liberty Phone conquistem espaço entre usuários mais exigentes ou com necessidades específicas. No entanto, ainda é difícil imaginar que esse tipo de dispositivo substitua, em curto prazo, o iPhone como principal escolha do consumidor estadunidense.

As especificações atuais do Liberty Phone fazem com que seu custo-benefício ainda seja uma questão a ser melhorada.
As especificações atuais do Liberty Phone fazem com que seu custo-benefício ainda seja uma questão a ser melhorada. | Foto: DALL-E 3

No futuro, outras empresas podem fabricar seus celulares nos EUA para incomodar o iPhone?

Diante do cenário atual, é plausível que outras empresas de tecnologia comecem a investir na produção local de smartphones nos EUA. Nesse sentido, a pressão política, aliada ao interesse crescente por soberania tecnológica e privacidade, pode abrir caminho para novos concorrentes e modelos de negócio.

Investimentos em fábricas de semicondutores

Com o apoio do governo dos Estados Unidos, empresas como por exemplo a TSMC, Intel e Samsung estão investindo bilhões de dólares em fábricas no território estadunidense. Esses investimentos criam um ecossistema favorável para a produção de componentes essenciais e reduzem a dependência de países asiáticos, especialmente da China.

Novos concorrentes e modelos híbridos

Empresas como a Framework, Fairphone e a própria Purism podem servir como catalisadores para um novo mercado: o dos smartphones éticos, modulares e com produção transparente. Mesmo que ainda representem nichos, seu crescimento pode provocar mudanças no comportamento do consumidor e forçar empresas maiores a se adaptarem.

O desafio da escala

No entanto, o maior obstáculo segue sendo a escala de produção. Fabricar milhões de unidades por mês requer uma estrutura logística e industrial massiva, além de uma cadeia de suprimentos extremamente eficiente. A Apple, por mais poderosa que seja, ainda depende de uma rede global para manter seu padrão de excelência.

Em suma, o iPhone totalmente fabricado nos EUA começa a se tornar viável, impulsionado por pressão política e investimentos locais. A iniciativa sinaliza mudanças na produção de smartphones, mas enfrenta desafios técnicos e econômicos, enquanto concorrentes como o Liberty Phone reforçam a tendência de nacionalização e autonomia industrial no setor.

Se você quer acompanhar mais sobre essa transformação da indústria e as inovações da Apple, continue acompanhando o tema com o intuito de não perder nenhuma atualização sobre a fabricação do iPhone!

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