Meta tira Brasil dos lançamentos de IA por incertezas regulatórias.

A gigante tecnológica Meta, que anteriormente era conhecida como Facebook, anunciou recentemente novas atualizações e recursos de suas ferramentas de Inteligência Artificial (IA) para vários mercados, incluindo, pela primeira vez, países da América Latina. No entanto, o Brasil não foi contemplado nessas atualizações devido a incertezas regulatórias que a empresa detectou no país.

Logo, vamos explorar mais sobre a história da Meta, bem como sobre sua entrada no setor de IA. Em conjunto a isso, explicaremos os motivos por trás da exclusão do Brasil nas atualizações de Inteligência Artificial da empresa, bem como discutiremos possíveis soluções futuras para essa questão.

A história da Meta 

A fundação da empresa Meta ocorreu no ano de 2004, sendo feita por Mark Zuckerberg e seus colegas de quarto da Universidade de Harvard. Desse modo, a plataforma começou como uma rede social exclusiva para estudantes de Harvard, mas rapidamente se expandiu para outras universidades e, eventualmente, para o público em geral.

Com o passar do tempo, o crescimento exponencial do Facebook transformou-o em uma das maiores redes sociais do mundo, conectando bilhões de pessoas ao redor de todo o mundo.

Ao longo dos anos, a empresa diversificou suas operações. Sendo assim, ela adquiriu outras plataformas populares como por exemplo o Instagram e o Whatsapp. Posteriormente, no ano de 2021, a empresa mudou seu nome para Meta.

Essa mudança refletiu uma nova direção estratégica do negócio. Essa postura é focada no desenvolvimento do metaverso, que é um espaço virtual coletivo compartilhado que promete transformar a maneira como interagimos digitalmente.

Portanto, essa mudança de nome da marca simbolizou a ambição que a empresa possui de liderar a próxima era da internet, ultrapassando as barreiras das redes sociais tradicionais, contexto no qual ocorreu a criação do empreendimento.

A Meta, que originalmente se chamava Facebook, é uma empresa que surgiu de uma rede social e continua expandindo constantemente suas operações.
A Meta, que originalmente se chamava Facebook, é uma empresa que surgiu de uma rede social e continua expandindo constantemente suas operações. | Foto: DALL-E 3

A entrada da empresa no setor de IA

Seguindo esse objetivo de liderar a próxima era da internet, a Meta não demorou para ingressar no setor de Inteligência Artificial. Sendo assim, a empresa entrou no setor de IA de forma robusta e estratégica, reconhecendo o potencial transformador dessa tecnologia.

Desde cedo, a empresa investiu pesadamente em pesquisa e desenvolvimento de Inteligência Artificial. Para isso, estabeleceu laboratórios de ponta e adquiriu startups especializadas para fortalecer suas capacidades internas.

Então, um dos primeiros passos significativos foi a criação do Facebook AI Research (FAIR) em 2013. Ele é uma iniciativa dedicada a explorar avanços em IA e também em aprendizado de máquina. 

Dessa forma, esse laboratório atraiu alguns dos melhores pesquisadores do mundo, resultando em inovações que impactaram diretamente os produtos da empresa. Logo, a Inteligência Artificial começou a ser usada para melhorar a experiência do usuário em suas plataformas, incluindo a moderação de conteúdo, a personalização de feeds de notícias e anúncios e o reconhecimento facial para fotos e vídeos.

Além dessas aplicações iniciais, a Meta desenvolveu modelos de linguagem avançados, como o Llama, que se destacaram por suas capacidades em processamento de linguagem natural. Esses modelos são utilizados para aprimorar a interação dos usuários com as plataformas da empresa, oferecendo respostas mais precisas e relevantes.

Em paralelo, a aquisição de startups como a Wit.ai, especializada em reconhecimento de voz, e a Ozlo, focada em assistentes virtuais, demonstrou o compromisso da Meta em consolidar sua presença no campo da IA.

Assim, esses movimentos estratégicos permitiram à empresa não apenas melhorar suas ofertas de produtos existentes. Eles também proporcionaram a exploração de novas fronteiras tecnológicas, posicionando-se como líder no setor de Inteligência Artificial.

Por que o Brasil não vai receber os lançamentos de IA da Meta?

No dia 23 de julho anunciou novos recursos e atualizações para suas ferramentas de IA em diversos mercados. Neles, estavam incluídos pela primeira vez os países da América Latina, como Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Equador e México. 

Entretanto, o Brasil ficou de fora dessa lista devido a uma determinação de suspensão que a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) fez. O órgão suspendeu o uso de dados dos usuários brasileiros para o treinamento de sistemas de Inteligência Artificial. Isso gerou incertezas regulatórias que levaram a Meta a excluir temporariamente o Brasil dos lançamentos.

Por outro lado, os países latino-americanos que receberam a atualização agora têm acesso à ferramenta de IA generativa da Meta diretamente pelos aplicativos como WhatsApp, Instagram, Messenger e Facebook.

No momento, esses recursos estão disponíveis apenas em inglês. Apesar disso, a Meta promete que as funcionalidades serão oferecidas em breve em diversos outros idiomas, atendendo a cada vez mais pessoas.

Finalmente, entre os novos recursos, temos o “Imagine Me”. Ele permite que os usuários peçam à Inteligência Artificial da Meta que produza imagens deles em diferentes situações, usando seus dados de imagens para isso.

Como essa questão pode ser resolvida?

A exclusão do Brasil dos lançamentos de IA da Meta devido a incertezas regulatórias destaca a necessidade de um diálogo mais eficaz entre empresas de tecnologia e autoridades regulatórias. Logo, para resolver essa questão no futuro, pode-se implementar algumas medidas.

Em primeiro lugar, é essencial que a ANPD e a Meta estabeleçam uma colaboração estreita para criar diretrizes claras que protejam os dados dos usuários sem sufocar a inovação. Então, essa parceria pode envolver a criação de um grupo de trabalho conjunto para discutir e resolver preocupações regulatórias de forma proativa.

Paralelamente, a Meta também pode investir em programas de conformidade robustos que atendam às especificidades do mercado brasileiro. Isso inclui adaptar suas práticas de coleta, armazenamento e processamento de dados às exigências locais, garantindo transparência e segurança. Além disso, a empresa pode desenvolver soluções de IA que respeitem os padrões que a ANPD estabelece. 

Por último, a harmonização das regulamentações em nível internacional, com base em melhores práticas globais, pode facilitar a implementação de novas tecnologias. O Brasil pode se beneficiar das experiências de outros países que já adotaram essas inovações, ajustando suas políticas para equilibrar proteção de dados e desenvolvimento tecnológico.

Em resumo, com essas medidas, é possível criar um ambiente regulatório que permita ao Brasil participar plenamente dos avanços em Inteligência Artificial da Meta. Isso pode beneficiar tanto a sociedade do país quanto sua economia.

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