Nos últimos anos, os serviços de streaming se tornaram uma parte indispensável do entretenimento diário de milhões de pessoas ao redor do mundo. Plataformas como por exemplo Netflix, Amazon Prime Video e Disney+ revolucionaram a maneira como consumimos filmes e séries.
Essas plataformas costumam ser conhecidas por oferecer uma vasta gama de conteúdos a um preço acessível. No entanto, recentemente, os consumidores puderam notar que ocorrerá um aumento no preço dessas assinaturas. Isso levanta preocupações e perguntas sobre o futuro desse mercado.
Portanto, neste texto, vamos explorar o crescimento dos streamings e o papel do Netflix nessa realidade. Além disso, explicaremos as razões por trás do aumento dos preços, bem como os pontos negativos dessa ocorrência.
O crescimento dos streamings
O mercado de streaming cresceu exponencialmente na última década. Nesse sentido, com a popularização da internet de alta velocidade e o aumento no uso de dispositivos móveis, as plataformas de streaming se tornaram acessíveis para um público vasto e diversificado.
Esse crescimento foi impulsionado pela conveniência de assistir a conteúdos sob demanda, sem a necessidade de horários fixos ou comerciais. Isso é algo que os canais de TV não conseguiam oferecer aos seus espectadores.
Do mesmo modo, a pandemia de COVID-19 acelerou ainda mais esse crescimento. Com as pessoas confinadas em casa, a demanda por entretenimento digital disparou. Serviços de streaming viram um aumento significativo nas assinaturas, uma vez que se tornaram uma das principais fontes de entretenimento.
Juntamente com isso, a concorrência aumentou com o surgimento de novas plataformas como Max, Hulu e Peacock, que buscaram conquistar uma fatia do mercado com conteúdo exclusivo e competitivo.
Entretanto, esse crescimento acelerado trouxe desafios significativos. As empresas de streaming investiram pesadamente em conteúdo original para atrair e manter assinantes, resultando em uma escalada de custos de produção. Em paralelo, a necessidade de expandir infraestruturas para suportar a crescente demanda de usuários aumentou os gastos operacionais.
O papel do Netflix nesse mercado
O Netflix, pioneiro no mercado de streaming, desempenhou um papel crucial na definição dos padrões e expectativas do setor. Desde a sua transição de um serviço de aluguel de DVDs para uma plataforma de streaming no ano de 2007, a empresa transformou a maneira como consumimos conteúdo audiovisual.
Sendo assim, com um modelo de negócios que se baseia em assinaturas, o Netflix ofereceu aos usuários acesso ilimitado a uma vasta biblioteca de filmes e séries. Isso foi responsável por revolucionar o mercado de entretenimento.
A empresa também foi pioneira na produção de conteúdo original com o lançamento de “House of Cards” em 2013. Esse evento marcou o início de uma nova era para a produção televisiva.
Desde então, o Netflix tem investido bilhões de dólares em conteúdo próprio, incluindo séries, filmes, documentários e especiais de comédia. Esse foco em produções exclusivas ajudou a diferenciar a plataforma e a fidelizar os assinantes, mas também aumentou significativamente os custos operacionais da empresa.
Além disso, o Netflix estabeleceu novos padrões para a experiência do usuário, com interfaces intuitivas, algoritmos de recomendação sofisticados e a capacidade de assistir a conteúdo em vários dispositivos simultaneamente.
Então, essas inovações não só atraíram milhões de assinantes, mas também forçaram os concorrentes a elevar seus padrões e investir em melhorias tecnológicas que se assemelham às do Netflix.
Apesar disso, o domínio do Netflix no mercado de streaming não está isento de desafios. Com a entrada de novos competidores, a empresa enfrenta uma concorrência acirrada, que intensificou a guerra por conteúdos exclusivos e aumentou a pressão para manter uma base de assinantes leal.
Por que os aplicativos de filmes e séries estão encarecendo?
O aumento dos preços dos serviços de streaming pode ser atribuído a vários fatores interligados. Um dos principais motivos é o aumento dos custos de produção. Nos últimos anos, as expectativas dos consumidores em relação à qualidade e variedade do conteúdo aumentaram significativamente.
Logo, para atender a essas expectativas, as plataformas de streaming têm investido grandes somas em produções originais, muitas vezes comparáveis aos orçamentos de filmes de Hollywood. Séries como “The Crown” e “Stranger Things” são exemplos de produções caras que, embora populares, exigem grandes investimentos.
Em conjunto a isso, a guerra por direitos de transmissão também contribui para o aumento dos custos. Com mais jogadores no mercado, a competição por direitos exclusivos de filmes e séries populares se intensificou. Isso elevou os preços que as plataformas de streaming precisam pagar para garantir que seu catálogo seja atraente para os assinantes.
Outro fator significativo é a necessidade de expansão e manutenção da infraestrutura tecnológica. A crescente demanda por streaming de alta qualidade (HD, 4K) requer investimentos constantes em servidores, largura de banda e tecnologia de compressão de vídeo. Em paralelo, as plataformas precisam investir em segurança para proteger os dados dos usuários e evitar pirataria.
Da mesma maneira, outra questão que pode ajudar a encarecer os streamings no Brasil é o chamado “PL dos streamings”. Esse projeto de lei está sendo discutido pelo legislativo e sua aprovação tem apoio do Governo Federal. A regulamentação prevê que as empresas do ramo que sejam estrangeiras precisariam pagar 6% de imposto para a Condecine (Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional).
Por fim, a inflação e os custos operacionais gerais também desempenham um papel no aumento dos preços. Assim como qualquer outro negócio, os serviços de streaming precisam lidar com esses fatores. Eles são repassados aos consumidores na forma de assinaturas mais caras.
Pontos negativos do Netflix e dos streamings mais caros
Embora os serviços de streaming tenham revolucionado o consumo de entretenimento, os aumentos nos preços apresentam várias desvantagens significativas. Primeiramente, a acessibilidade financeira é uma grande preocupação.
Com os preços em ascensão, uma parte considerável dos consumidores, especialmente em regiões com menor poder aquisitivo, pode ser excluído do acesso a esses serviços. Isso contraria a proposta inicial de democratizar o entretenimento e pode ampliar a desigualdade no acesso a conteúdos de qualidade.
Da mesma forma, a fragmentação do mercado é um problema crescente. Com várias plataformas oferecendo conteúdos exclusivos, os consumidores são forçados a assinar múltiplos serviços para acessar seus filmes e séries favoritos.
Esse aspecto resulta em uma carga financeira mensal maior, que pode ser comparável ou até superior aos custos antigos da TV a cabo. Isso elimina a vantagem econômica que o streaming inicialmente oferecia.
Outro ponto negativo é o potencial aumento da pirataria. Nesse sentido, quando os custos de assinatura se tornam proibitivos, muitos consumidores podem recorrer a métodos ilegais para acessar conteúdo, prejudicando a indústria do entretenimento e os criadores de conteúdo.
Finalmente, a busca incessante por produções originais e caras pode levar à redução da diversidade de conteúdo. Plataformas de streaming podem priorizar projetos de alto retorno financeiro, deixando de lado produções menores ou de nicho que oferecem inovação e variedade. Isso empobrece a oferta cultural e artística disponível para o público.
Em resumo, o aumento do preço dos streamings, mercado do qual o Netflix é líder, pode ser muito prejudicial para os consumidores. Ele é motivado por diversos fatores, como aumento de gastos, concorrência e impostos. Isso pode elitizar o acesso ao entretenimento moderno, causando diversas consequências na sociedade.