Pílula eletrônica que monitora dados por dentro do corpo. Entenda!

Você já imaginou tomar uma pílula que pode medir seus sinais vitais de dentro do seu estômago e enviar essas informações para o seu médico? Essa é a proposta da pílula eletrônica da Celero Systems, uma empresa que está desenvolvendo uma tecnologia ingerível capaz de monitorar a frequência cardíaca, respiratória e temperatura corporal de forma simples, direta e menos invasiva do que os métodos tradicionais.

Neste artigo, você vai entender como funciona a pílula eletrônica, quais são os benefícios, as limitações e as aplicações dessa inovação para o ramo da saúde. Enfim, acompanhe!

Como funciona a pílula eletrônica?

Em suma, a pílula eletrônica é uma cápsula biocompatível que contém sensores, um microprocessador, antena de rádio e baterias. Ela é do tamanho de um comprimido comum e pode ser ingerida com um copo de água. Ela contém um sensor ativado quando entra em contato com o suco gástrico. Esse sensor, então, envia um sinal elétrico para um adesivo colado no tórax do paciente. Assim, o adesivo transmite as informações para um aplicativo no celular, compartilhado com o médico.

A pílula eletrônica é capaz de medir a frequência cardíaca, respiratória e temperatura corporal de dentro do estômago humano, após ser ingerida. Esses dados podem ser usados para diagnosticar, tratar e prevenir diversas doenças crônicas, como apneia do sono, diabetes, hipertensão, obesidade e outras.

Sobretudo, a pílula eletrônica é menos invasiva do que os implantes médicos e permanece intacta durante a passagem pelo sistema digestivo, transmitindo medições sem fio para um laptop. Aliás, ela é o primeiro dispositivo ingerível conhecido a monitorar atividade cardíaca e respiratória em humanos.

Quais são os benefícios da pílula eletrônica?

A pílula eletrônica oferece vários benefícios para o monitoramento da saúde, tanto para os pacientes quanto para os médicos. Alguns deles são:

  • Simplicidade: A pílula eletrônica é fácil de usar e não requer nenhum preparo ou procedimento especial. Basta ingerir a cápsula com um copo de água e esperar os resultados.
  • Conforto: A pílula eletrônica é indolor e não causa desconforto ou obstrução no sistema digestivo. Ela também não interfere na rotina ou na qualidade de vida do paciente, que pode realizar suas atividades normalmente.
  • Precisão: A pílula eletrônica mede os sinais vitais de forma direta e contínua, sem a influência de fatores externos ou emocionais. Ela também evita possíveis erros de leitura ou interpretação dos dados, que podem ocorrer com outros métodos.
  • Segurança: A pílula eletrônica é biocompatível, ou seja, não provoca reações adversas no organismo. Ela também é naturalmente absorvida pelo corpo, sem provocar efeito tóxico algum. Ela ainda conta com um sistema de criptografia e consentimento para proteger a privacidade dos dados dos pacientes.
  • Economia: A pílula eletrônica pode reduzir os custos com o monitoramento da saúde, evitando consultas, exames e internações desnecessárias. Além disso, ela pode melhorar a adesão ao tratamento, prevenindo complicações e agravamentos das doenças.

Quais são as limitações da pílula eletrônica?

A pílula eletrônica é uma tecnologia inovadora que pode trazer muitos benefícios para o monitoramento da saúde, mas também tem algumas limitações que devem ser consideradas. Algumas dessas limitações são:

  • Disponibilidade: A pílula eletrônica ainda está em fase de testes clínicos e não está disponível para o público em geral. Portanto, seu preço, sua eficácia e sua segurança a longo prazo ainda não são conhecidos.
  • Privacidade: A pílula eletrônica requer o consentimento do paciente e do médico para compartilhar os dados coletados, o que pode gerar questões éticas e de privacidade. Além disso, os dados podem ser vulneráveis a ataques cibernéticos ou interferências de outros dispositivos eletrônicos.
  • Efeitos colaterais: A pílula eletrônica pode causar efeitos colaterais indesejados, como náusea, vômito, dor abdominal, alergia ou rejeição. Ela também pode interagir com outros medicamentos ou alimentos, alterando sua absorção ou metabolismo.
  • Contraindicações: A pílula eletrônica talvez não se adeque para todos os pacientes, especialmente aqueles que têm problemas gastrointestinais, como úlceras, inflamações, obstruções ou sangramentos. Ela também não serve para pacientes que têm implantes metálicos, marcapassos ou desfibriladores.
  • Abrangência: A pílula eletrônica pode não ser suficiente para monitorar todos os aspectos da saúde, como a pressão arterial, o colesterol, a glicose ou outros biomarcadores. Ela também pode não detectar algumas condições que afetam outras partes do corpo, como o cérebro, o coração ou os rins.
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Descubra quais doenças podem ser tratadas com a pílula eletrônica. Imagem: DALL-E 3.

Quais são as aplicações da pílula eletrônica?

A pílula eletrônica pode ser usada para monitorar diversas doenças crônicas, que afetam milhões de pessoas no mundo todo. Algumas dessas doenças são:

Apneia do sono:

A apneia do sono é um distúrbio que causa pausas na respiração durante o sono, provocando roncos, sonolência, cansaço, dor de cabeça e outros sintomas. A apneia do sono pode aumentar o risco de hipertensão, diabetes, infarto e acidente vascular cerebral. A pílula eletrônica pode medir a frequência respiratória e cardíaca dos pacientes com apneia do sono, e alertar sobre episódios de parada respiratória. Ela também pode oferecer uma alternativa mais simples e direta para o diagnóstico da apneia, em comparação com os métodos tradicionais que exigem uma noite em um hospital.

Diabetes:

O diabetes é uma doença que afeta a capacidade do organismo de produzir ou usar a insulina, um hormônio que regula a glicose no sangue. O diabetes pode causar complicações como cegueira, insuficiência renal, amputações, infecções e problemas cardiovasculares. A pílula eletrônica pode medir a temperatura corporal dos pacientes com diabetes, e indicar possíveis alterações no metabolismo da glicose. Ela também pode ajudar a monitorar a adesão ao tratamento, verificando se o paciente tomou os medicamentos prescritos.

Hipertensão:

A hipertensão é uma doença que eleva a pressão arterial, forçando o coração a trabalhar mais para bombear o sangue pelo corpo. A hipertensão pode causar danos aos vasos sanguíneos, ao cérebro, aos rins e ao coração, podendo levar a infarto, derrame, insuficiência renal e outras complicações. A pílula eletrônica pode medir a frequência cardíaca dos pacientes com hipertensão, e avaliar o funcionamento do coração. Ela também pode ajudar a monitorar a adesão ao tratamento, verificando se o paciente tomou os medicamentos prescritos.

Obesidade:

A obesidade é uma doença que se caracteriza pelo excesso de gordura corporal, que pode prejudicar a saúde e a qualidade de vida. A obesidade pode aumentar o risco de diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, câncer e outras doenças. Nesse sentido, a pílula pode medir a temperatura corporal dos pacientes com obesidade, e estimar o gasto energético e o metabolismo basal. Ela também pode ajudar a monitorar a adesão ao tratamento, verificando se o paciente seguiu as orientações nutricionais e de atividade física.

Acima, citamos algumas das doenças crônicas monitoradas pela pílula eletrônica, mas existem outras possibilidades de aplicação dessa tecnologia para a saúde. Por exemplo, a pílula eletrônica pode ser usada para:

Administrar medicamentos:

A pílula eletrônica pode ser programada para liberar medicamentos no estômago ou no intestino, de acordo com a necessidade do paciente. Isso pode melhorar, de fato, a eficácia e a segurança dos fármacos, evitando efeitos colaterais, interações medicamentosas e resistência bacteriana. Aliás, um dos projetos da Celero Systems é testar uma versão da pílula que pode administrar medicamentos para reverter overdoses em animais, com testes em humanos previstos para 2024.

Detectar infecções:

A pílula eletrônica pode detectar a presença de bactérias, vírus ou parasitas no trato gastrointestinal, que podem causar doenças como gastrite, úlcera, diarreia, cólera e outras. A pílula pode identificar os agentes infecciosos por meio de marcadores moleculares, e enviar um alerta para o paciente e o médico. Isso pode facilitar o diagnóstico e o tratamento das infecções, evitando complicações e sequelas.

Avaliar a microbiota:

A pílula eletrônica pode avaliar a composição e a diversidade da microbiota intestinal, que é o conjunto de micro-organismos que habitam o intestino e que influenciam a saúde e o bem-estar. A pílula pode analisar o DNA dos micro-organismos, e determinar se há um desequilíbrio ou uma disbiose na microbiota. Isso pode ajudar a prevenir e tratar doenças como obesidade, diabetes, inflamação, alergia, depressão e outras.

Essas são algumas das aplicações potenciais da pílula eletrônica para a saúde, mas ainda há muitos desafios e incertezas para que elas se tornem realidade. Portanto, é preciso mais estudos, testes e aprovações para garantir a eficácia e a segurança dessas novas tecnologias.

Em última análise…

Sobretudo, a pílula eletrônica da Celero Systems é uma tecnologia ingerível que pode monitorar os sinais vitais de dentro do corpo humano, de forma simples, direta e menos invasiva do que os métodos tradicionais. Isto é, ela pode monitorar diversas doenças crônicas, como apneia do sono, diabetes, hipertensão e obesidade, e também para administrar medicamentos, detectar infecções e avaliar a microbiota. Aliás, ela oferece vários benefícios para o monitoramento da saúde, mas também tem algumas limitações que devem acabar consideradas. Contudo, ela ainda está em fase de testes clínicos e não está disponível para o público em geral.

Decerto, essa é uma inovação que pode revolucionar a saúde, oferecendo uma alternativa mais conveniente e acessível para o monitoramento interno de pacientes. Afinal, ela pode melhorar a qualidade de vida, a adesão ao tratamento e a prevenção de complicações e agravamentos das doenças. Além disso, ela também abre novas possibilidades de pesquisa e desenvolvimento na área da engenharia biomédica.

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