Robôs entregadores já são realidade. Veja onde e como funcionam

Os robôs entregadores deixaram de ser uma fantasia futurista para se tornarem uma realidade palpável em várias cidades do mundo. Nesse sentido, com o avanço da tecnologia e a necessidade crescente de soluções mais rápidas, eficientes e sustentáveis para logística urbana, empresas estão apostando cada vez mais em pequenos veículos autônomos capazes de realizar entregas com autonomia e precisão. 

Sendo assim, tais dispositivos, inicialmente vistos como curiosidades tecnológicas, agora começam a ser integrados ao cotidiano de moradores em cidades como por exemplo Austin, nos Estados Unidos. Dessa forma, eles estão transformando a maneira como pensamos o serviço de entrega.

Então, neste artigo, iremos explorar onde os robôs entregadores já são uma realidade e também explicar como esses aparelhos funcionam. Juntamente com isso, pensaremos sobre a importância desse tipo de criação, bem como refletiremos se é possível que eles cheguem a mais locais no futuro. Por último, iremos discutir se os mesmos devem evoluir ainda mais.

Onde os robôs entregadores já são realidade?

Quem caminha pelas calçadas do centro da cidade de Austin, no Texas, pode se deparar com uma cena digna de ficção científica. Dessa forma, ela consiste em pequenos robôs circulando calmamente ao lado de pedestres, carregando alimentos e encomendas. 

Isso se deve ao fato de que, desde o final do ano de 2024, a cidade tem sido palco de testes da Uber. A empresa decidiu explorar o potencial de realizar a entrega automatizada com o uso de robôs entregadores.

Essa iniciativa é uma colaboração com a empresa AV Ride, uma spin-off da gigante russa Yandex, especializada em tecnologia autônoma. Sendo assim, os testes começaram com entregas feitas via UberEats (serviço que, embora descontinuado no Brasil, ainda opera em outras regiões).

A partir disso, a frota de robôs passou a atuar dentro de um perímetro limitado da cidade, com raio de até 4 km. Vale ressaltar que a escolha da área central de Austin não é aleatória: trata-se de uma zona de alta densidade de escritórios, ideal para pedidos frequentes de refeições durante o dia.

Operação limitada, mas promissora

Segundo Yulia Shevyko, chefe de comunicações da AV Ride, a escolha de um raio máximo de 4 km se baseia em critérios de eficiência e segurança. Para distâncias maiores, a empresa ainda prefere utilizar entregadores humanos. Ou seja, essa abordagem híbrida é fundamental para equilibrar os testes da nova tecnologia com a demanda real dos usuários.

Mais um ponto importante é que o experimento em Austin não é isolado. Outras cidades dos EUA e até da Europa também começaram a explorar iniciativas similares, ainda que em menor escala. 

No entanto, o grande diferencial de Austin é a infraestrutura urbana já relativamente adaptada para tecnologias autônomas, como carros autônomos que também circulam pela cidade. A sinergia entre esses modais aumenta a eficiência dos testes e acelera a adaptação da população a esse novo tipo de serviço.

Como funcionam os robôs entregadores?

Os robôs entregadores em Austin, no Texas, são operados pela AV Ride, uma spin-off da Yandex, em parceria com a Uber. As entregas são solicitadas pelo app UberEats (inativo no Brasil), e, após a confirmação, o robô vai até o restaurante, recebe o pedido em um compartimento com capacidade de até 25 kg e inicia o trajeto até o destino.

Equipado com sensores, câmeras e o sistema Lidar (que cria um mapa tridimensional do entorno), o robô consegue navegar com segurança pelas calçadas. O dispositivo também identifica sinais de pedestres nos semáforos: para ao ver o sinal vermelho e só atravessa quando o verde acende. 

Já em ciclovias, ele reduz a velocidade ao detectar bicicletas ou patinetes. Sua velocidade máxima é de 8 km/h, mantendo distância de pedestres e sendo sinalizado por uma bandeira vermelha.

No centro de Austin, os robôs operam das 10h às 22h. É importante ressaltar que as ruas da região são majoritariamente comerciais e residenciais, e, ao chegar ao destino, o robô para na porta do prédio e aguarda o cliente por até 10 minutos. Como ele não sobe escadas, o usuário deve descer com o celular para desbloquear o baú e retirar o pedido. Gorjetas não são aceitas.

Todo o trajeto pode ser acompanhado em tempo real pelo aplicativo, de maneira semelhante ao que acontece com motoristas da Uber. A ideia da empresa é manter uma frota híbrida, usando robôs para entregas curtas e simples, enquanto os humanos ficam responsáveis por distâncias maiores, pedidos volumosos ou horários fora do padrão.

Segundo Yulia Shevyko, da AV Ride, os robôs entregadores têm boa aceitação e funcionam bem mesmo em áreas movimentadas, demonstrando que são mais do que uma curiosidade tecnológica: estão prontos para atuar no cotidiano urbano.

A importância de criações como os robôs entregadores

A principal contribuição dos robôs entregadores está na otimização da logística urbana. Ou seja, em cidades que estão cada vez mais congestionadas e com altos custos de entrega, especialmente na última milha (do centro de distribuição até o consumidor final), o uso de veículos pequenos e autônomos representa uma alternativa que é mais rápida, barata e sustentável.

Tais robôs não ocupam vias de trânsito, o que reduz o impacto no tráfego. Em paralelo, eles também consomem menos energia que carros ou motos. Da mesma forma, podem operar com baterias elétricas recarregáveis, o que promove uma mobilidade com baixa emissão de carbono.

Redução de custos e geração de dados

Do ponto de vista das empresas, os robôs entregadores significam redução de custos operacionais. Sem salários, benefícios ou folgas, esses sistemas funcionam com maior previsibilidade financeira. 

Além disso, o uso desses robôs gera uma grande quantidade de dados sobre padrões de consumo, rotas, horários de pico e comportamento do consumidor. Em outras palavras, todas essas informações são extremamente valiosas para o setor logístico.

Inclusão e acessibilidade

Outra vantagem importante é a democratização do acesso a serviços de entrega. Nesse sentido, em áreas onde há escassez de mão de obra ou restrições de acesso por veículos, os robôs podem preencher lacunas e oferecer um serviço constante, mesmo em condições adversas.

Os robôs entregadores são dispositivos que trazem benefícios tanto para as empresas quanto para os consumidores.
Os robôs entregadores são dispositivos que trazem benefícios tanto para as empresas quanto para os consumidores. | Foto: DALL-E 3

É possível que os robôs entregadores cheguem a mais locais no futuro?

A expansão dos robôs entregadores para novas cidades depende de uma série de fatores interligados. Sendo assim, entre os principais, destacam-se a infraestrutura urbana, a regulamentação local, o nível de aceitação da população e o custo envolvido na implementação da tecnologia. 

Em cidades com geografia plana, calçadas bem conservadas, boa iluminação pública e conectividade digital estável, a adoção tende a ser mais rápida e eficiente. Já em regiões com vias estreitas, pavimentação precária, obstáculos urbanos frequentes ou resistência cultural à automação, a introdução desses robôs pode enfrentar maiores desafios e ser mais lenta.

Apesar disso, à medida que a tecnologia evolui, ganha eficiência e se torna mais acessível financeiramente, cresce a expectativa de que robôs como os utilizados em Austin comecem a chegar a centros urbanos de médio porte. Inicialmente, isso deve ocorrer por meio de projetos-piloto, para depois se consolidarem como soluções permanentes e integradas aos sistemas logísticos locais.

Parcerias e regulamentação

Para atuar em novas regiões, será fundamental firmar parcerias com prefeituras, adaptar códigos de trânsito e trabalhar em conjunto com empresas locais. Em conjunto a isso, será necessário criar normas claras sobre segurança, seguro e responsabilidade civil em casos de falhas ou acidentes, pois é um campo jurídico ainda em construção.

Os robôs entregadores devem evoluir ainda mais?

Inovações tecnológicas em curso

O potencial dos robôs entregadores está longe de ter atingido seu ápice. Em outras palavras, no curto prazo, espera-se que os modelos ganhem maior autonomia energética, melhor capacidade de navegação em diferentes terrenos (inclusive escadas e desníveis) e integração com assistentes de voz e reconhecimento facial para garantir entregas mais seguras.

Dessa forma, empresas de tecnologia já trabalham em sistemas de comunicação entre robôs, o que permite que eles compartilhem informações em tempo real e escolham as melhores rotas com base na movimentação da cidade. Isso tornará o serviço ainda mais ágil e responsivo.

De entregas a outras funções

Além de entregas de comida, esses robôs poderão ser usados para envio de medicamentos, transporte de documentos confidenciais, ou até mesmo para patrulhamento de áreas públicas, com câmeras integradas a sistemas de segurança. Com o avanço da Inteligência Artificial, os robôs poderão entender comandos mais complexos, adaptar-se a novas tarefas e até interagir com humanos de forma mais natural.

Concluindo, os robôs entregadores estão mudando a forma como recebemos produtos e interagimos com a cidade. De Austin para o mundo, esses pequenos veículos representam uma revolução silenciosa, mas transformadora, no setor de entregas. 

À medida que a tecnologia evolui e se torna mais acessível, é apenas uma questão de tempo até que esses robôs estejam presentes em muitas outras cidades, promovendo eficiência, sustentabilidade e inovação.

Quer acompanhar de perto todas as novidades sobre os robôs entregadores e entender como essa tecnologia pode impactar o seu dia a dia? Continue acompanhando o tema e fique por dentro das inovações que estão moldando o futuro!

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