Robôs humanoides já são realidade na China? Entenda!

Os robôs humanoides deixaram de ser apenas ficção científica e já são uma realidade palpável na China. Nesse sentido, impulsionada por avanços significativos em Inteligência Artificial (IA) e engenharia robótica, a indústria chinesa vem apostando fortemente no desenvolvimento de máquinas que se assemelham aos seres humanos tanto na aparência quanto na funcionalidade. 

Dessa maneira, com o apoio de investimentos bilionários e o envolvimento de grandes corporações e startups, esse tipo de dispositivo está cada vez mais presente em ambientes domésticos, comerciais e industriais. Com isso, trazem junto deles uma nova era de automação inteligente.

Logo, neste artigo, iremos explicar se os robôs humanoides já são uma realidade na China e também listar algumas funções que eles desempenham. Além disso, elencaremos alguns cuidados necessários com os mesmos, bem como discutiremos se é possível que eles cheguem a outras localidades. Por último, iremos pensar algumas lições que podem ser aprendidas com o contexto desse tipo de dispositivo.

Os robôs humanoides já são uma realidade na China?

A China tem se destacado como uma das nações que lideram a aplicação de tecnologias emergentes. Em tal sentido, a IA já está transformando diversos setores no país, desde o controle de tráfego até o setor financeiro. 

Hoje, algoritmos de Inteligência Artificial são responsáveis por escrever ensaios, dirigir veículos e até mesmo desenvolver códigos de programação. Mas agora, essa mesma tecnologia está dando vida a uma nova geração de robôs: os humanoides.

Tais dispositivos são projetados para se parecerem com seres humanos, não apenas na aparência, mas também em sua forma de agir. Dessa maneira, a ideia é que eles possam interagir com o ambiente de maneira mais natural. Isso é algo que os torna ideais para espaços já concebidos para uso humano, como por exemplo casas, escritórios e centros de distribuição.

Investimentos e crescimento acelerado

De acordo com dados da PitchBook, desde 2015, mais de US$7,2 bilhões foram investidos em mais de 50 startups voltadas para o desenvolvimento de robôs humanoides. Apenas em 2023, os investimentos ultrapassaram US$1,6 bilhão, um reflexo claro do crescente interesse por essa tecnologia. 

Esse número, inclusive, não contempla os aportes massivos de empresas como a Tesla, que desenvolve o robô Optimus, iniciado em 2021 sob a liderança de Elon Musk. Na China, o governo e empresas privadas estão alinhados na missão de transformar o país em um polo de inovação tecnológica, e os robôs humanoides estão no centro desse objetivo. 

Algumas das maiores feiras de tecnologia do país já apresentam dispositivos que andam, falam, expressam emoções e interagem com pessoas de uma forma surpreendentemente natural.

Funções que os robôs humanoides desempenham

No ambiente doméstico

Um dos principais usos vislumbrados para os robôs humanoides é a assistência em tarefas do dia a dia. Na China, protótipos já são testados em residências para ajudar a limpar a casa, organizar objetos, servir refeições e até cuidar de pessoas idosas ou com mobilidade reduzida. Ou seja, graças à sua forma humana e sensores avançados, eles são capazes de navegar por ambientes complexos e realizar tarefas que exigem coordenação motora fina.

Em conjunto a isso, os robôs humanoides são programados para aprender com suas interações. Por exemplo, ao limpar a cozinha, eles podem identificar padrões de uso dos utensílios e otimizar a organização dos espaços. Tal capacidade de adaptação faz desses dispositivos verdadeiros “ajudantes digitais” domésticos.

Em armazéns e fábricas

Os robôs humanoides estão sendo cada vez mais usados em ambientes industriais. Em outras palavras, diferente dos robôs fixos e especializados, os humanoides oferecem flexibilidade: podem andar, pegar diferentes objetos, operar máquinas e adaptar-se a novas funções. Isso é crucial em fábricas chinesas que desejam automatizar processos sem a necessidade de reformular completamente seu layout.

Essas máquinas já estão auxiliando na montagem de automóveis, separação de pacotes em armazéns e até mesmo na inspeção de qualidade de produtos. Sendo assim, elas estão substituindo parte da mão de obra humana em tarefas que sejam repetitivas ou perigosas.

No atendimento ao público

Outro campo promissor é o atendimento ao público. Em hotéis, aeroportos e centros de convenções na China, já é possível encontrar robôs humanoides que são responsáveis por fornecer informações, ajudar com check-ins, traduzir idiomas e até contar piadas para entreter os visitantes. Tais robôs, muitas vezes com feições simpáticas e expressivas, contribuem para melhorar a experiência do consumidor.

Os usos dos robôs humanoides na China são diversos e também surpreendentes.
Os usos dos robôs humanoides na China são diversos e também surpreendentes. | Foto: DALL-E 3

Cuidados necessários com os robôs humanoides

Ética e segurança

A introdução dos robôs humanoides na sociedade contemporânea levanta uma série de questões éticas e de segurança que precisam ser cuidadosamente consideradas. Essas máquinas, muitas vezes equipadas com Inteligência Artificial avançada, têm a capacidade de interagir de maneira cada vez mais próxima com os seres humanos. 

Isso inclui a coleta, o processamento e também o armazenamento de dados pessoais que são sensíveis. Dessa forma, torna-se essencial a implementação de protocolos rigorosos de privacidade, juntamente com sistemas robustos de cibersegurança para evitar vazamentos de informações e garantir a proteção dos usuários.

Paralelamente, outro ponto importante é a questão da autonomia desses robôs. Embora, atualmente, sua atuação seja majoritariamente supervisionada por humanos, a tendência é que, com os avanços tecnológicos, eles se tornem cada vez mais autônomos. Isso levanta preocupações sobre possíveis falhas operacionais, decisões equivocadas e ações não previstas pelos desenvolvedores, o que poderia gerar riscos tanto físicos quanto legais.

Impacto social e no mercado de trabalho

Outro ponto de atenção é o impacto no emprego. Nesse sentido, com os robôs humanoides assumindo tarefas que antes eram realizadas por pessoas, muitos postos de trabalho podem ser extintos. Isso exige que políticas públicas e programas de requalificação profissional sejam criados para mitigar os efeitos negativos dessa transição tecnológica.

Por fim, existe o risco de dependência excessiva dessas máquinas. Assim como ocorre com smartphones, há a possibilidade de que os usuários passem a depender tanto dos robôs humanoides que percam habilidades básicas do cotidiano.

É possível que os robôs humanoides cheguem a outras localidades?

Ainda que a China esteja atualmente na vanguarda do desenvolvimento e da aplicação dos robôs humanoides, outras regiões do mundo também acompanham de perto essa revolução tecnológica. 

Países como Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul e Alemanha investem fortemente em pesquisa e inovação, desenvolvendo seus próprios projetos avançados. Ou seja, a tendência é que os humanoides deixem de ser uma exclusividade de potências tecnológicas e se tornem uma presença comum em diversas partes do mundo.

Na Europa, por exemplo, já é possível encontrar robôs humanoides atuando em hospitais, auxiliando equipes médicas no cuidado a pacientes e na triagem de atendimentos. Em paralelo, no Japão, esses robôs são utilizados em recepções de grandes empresas, hotéis e até mesmo em escolas, onde participam do ensino de idiomas e atividades interativas com os alunos. 

Com a constante evolução da tecnologia, espera-se que esses dispositivos se tornem mais acessíveis, o que abriria caminho para sua expansão em países da América Latina, incluindo o Brasil.

Barreiras culturais e econômicas

Apesar da expansão, ainda existem barreiras importantes. Em muitas localidades, há resistência cultural quanto à presença de robôs no convívio humano. Da mesma forma, o alto custo de desenvolvimento e manutenção desses robôs pode limitar sua adoção em regiões com menos recursos.

Contudo, assim como ocorreu com os smartphones e outras inovações, a curva de acesso tende a diminuir com o tempo, e os robôs humanoides poderão fazer parte do cotidiano de uma parcela cada vez maior da população mundial.

Lições a aprender com o contexto dos robôs humanoides

Inovação com responsabilidade

O avanço dos robôs humanoides traz oportunidades únicas, mas também exige uma abordagem responsável. Nesse sentido, a China serve como um laboratório global para essa tecnologia, mostrando o que funciona e quais são os riscos. Logo, é essencial que o desenvolvimento ocorra com transparência, ética e inclusão.

Educação e preparo das novas gerações

O surgimento dessa nova categoria de robôs também exige uma mudança no modelo educacional. As crianças e jovens de hoje precisam ser preparados não apenas para usar essas tecnologias, mas também para criar e entender os princípios que as regem. Sendo assim, o letramento digital e o conhecimento sobre Inteligência Artificial serão habilidades fundamentais no futuro próximo.

Cooperação internacional

O desenvolvimento dos humanoides é uma questão global. Regras, padrões de segurança e boas práticas devem ser discutidos entre os países. Em outras palavras, assim como há tratados internacionais sobre armas e biotecnologia, também será necessário estabelecer diretrizes éticas para o uso de robôs com inteligência artificial.

Em resumo, os robôs humanoides já são uma realidade na China, e sua presença deve se intensificar nos próximos anos, não apenas em território chinês, mas também ao redor do mundo. 

Tais dispositivos representam uma revolução na forma como interagimos com a tecnologia, assumindo tarefas físicas e cognitivas que antes eram exclusivas dos humanos. Ou seja, com investimentos em inovação, políticas responsáveis e educação tecnológica, essa transformação pode trazer benefícios significativos para a sociedade.

Quer saber mais sobre como os robôs humanoides estão moldando o futuro da tecnologia? Continue acompanhando as publicações sobre o tema e descubra o que está por vir nesse universo fascinante!

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