A terceira temporada de Round 6 já está disponível na Netflix e os fãs da série sul-coreana têm motivos de sobra para comemorar (ou temer). Em tal sentido, com novas reviravoltas, cenas ainda mais brutais e pistas sobre possíveis desdobramentos internacionais, a produção continua desafiando os limites do entretenimento com crítica social afiada e tensão psicológica crescente.
Portanto, neste texto, iremos apresentar tudo que você precisa saber antes de assistir a nova temporada de Round 6 e também listar 7 curiosidades sobre a série da Netflix. Em conjunto a isso, pensaremos sobre o que explica o sucesso da produção, bem como refletiemos se vale a pena assistir sua nova temporada. Ademais, iremos explorar algumas lições que podem ser aprendidas com o contexto da mesma.
Tudo que você precisa saber antes de assistir a nova temporada de Round 6
Atenção: essa seção conta com spoilers da recém-lançada terceira temporada de Round 6.
A nova temporada de Round 6, lançada no dia 27 de junho de 2025, dá continuidade direta aos eventos dramáticos das duas primeiras temporadas, com foco na figura de In-ho, o Frontman.
Depois da polícia, que seu irmão Jun-ho lidera, descobrir a arena dos jogos, muitos esperavam que o macabro espetáculo finalmente chegasse ao fim. No entanto, o Frontman consegue escapar antes de ser capturado, o que já sinaliza que o enredo estava longe de acabar.
Em um salto narrativo, vemos In-ho embarcando em um voo até Los Angeles. Seu objetivo é entregar pessoalmente um pacote para a filha de Gi-hun, que agora está morto. O conteúdo do pacote é simbólico e poderoso: o uniforme do jogador 456 e o cartão bancário onde supostamente está armazenado todo o dinheiro que foi ganho por Gi-hun na primeira temporada.
Tal gesto, por si só, reacende perguntas sobre o propósito de In-ho e a continuidade dos jogos. Ao sair da casa da menina, In-ho presencia uma cena familiar: uma mulher de terno (interpretada por Cate Blanchett) jogando o ddakji (o jogo de recrutamento da série) com uma pessoa em situação de rua.
Vale ressaltar que o detalhe chama atenção porque sugere a existência de uma nova arena, desta vez nos Estados Unidos. A presença de Blanchett, uma estrela internacional, também é uma forte indicação da ambição global da série.
Embora o criador Hwang Dong-hyuk tenha declarado não pretender desenvolver novas temporadas da versão sul-coreana, ele não descartou a expansão do universo Round 6. De fato, as entrelinhas da terceira temporada plantam sementes para essa possível franquia internacional, indicando que o conceito dos jogos pode ser replicado em outros países.
7 curiosidades sobre Round 6
1. Temporadas 2 e 3 foram filmadas juntas
Uma das estratégias que a produção adotou foi filmar as duas últimas temporadas consecutivamente. Essa decisão visava otimizar custos, manter o elenco disponível e garantir consistência estética e narrativa entre os episódios.
2. Round 6 quase foi um filme
Inicialmente, Hwang Dong-hyuk concebeu Round 6 como um longa-metragem. No entanto, após anos sem conseguir financiamento, ele reformulou a para o formato de série, o que acabou sendo uma bênção disfarçada, já que o formato seriado permitiu explorar com mais profundidade os personagens e os jogos.
3. Inspiração em greve real da SsangYong
A história de Gi-hun, trabalhador demitido que entrou em greve, tem base em eventos reais ocorridos em 2009. Naquele ano, a montadora sul-coreana SsangYong demitiu quase metade de seus funcionários. Dessa maneira, a greve durou 77 dias e o governo reprimiu brutalmente a mesma. Sendo assim, esse pano de fundo real eleva ainda mais a densidade dramática da série.
4. 12 anos para escrever a primeira temporada, 6 meses para a segunda
Enquanto a primeira temporada foi fruto de mais de uma década de trabalho e rejeições por parte de estúdios, a segunda temporada foi desenvolvida em tempo recorde. A pressão do sucesso fez com que o diretor escrevesse os roteiros em apenas seis meses.
5. Acusação de plágio contra Hwang Dong-hyuk
Muitos fãs apontaram semelhanças entre a série da Netflix Round 6 e o filme japonês As the Gods Will. Ainda assim, Hwang negou qualquer plágio, afirmando que começou a trabalhar no roteiro da série em 2009, enquanto o longa japonês foi lançado apenas no ano de 2014.
6. A boneca assassina existe de verdade
A icônica boneca do jogo “Batatinha frita, 1, 2, 3” é real e pertence a uma vila no condado de Jincheon. Com isso, a produção da série apenas a emprestou para as filmagens e a devolveu ao museu após o término das gravações.
7. Máscaras inspiradas em formigas
Os símbolos nas máscaras (círculo, triângulo e quadrado) indicam a hierarquia entre os funcionários da arena. É importante destacar que o design teve inspiração em formigueiros, representando a estrutura organizacional rígida e a obediência inquestionável que os jogos exigem.
O que explica o sucesso de Round 6?
Uma crítica social universal
Round 6 vai muito além de cenas chocantes e desafios brutais. Em tal sentido, a série conquistou o público global ao apresentar uma crítica social contundente, especialmente sobre desigualdade, capitalismo extremo e desumanização.
Paralelamente, a identificação do público com os personagens endividados e desesperados ultrapassa barreiras culturais, o que torna a trama ainda mais poderosa. Sendo assim, ao mostrar como o sistema oprime e transforma vidas em apostas, a série provoca reflexão sobre até onde alguém iria por dinheiro em uma sociedade que valoriza o lucro acima da dignidade humana.
Narrativa envolvente e visual marcante
A direção de arte é outro ponto alto. Ou seja, cores vibrantes, cenários quase infantis que contrastam com a brutalidade dos jogos e um design minimalista tornam cada episódio visualmente impactante. Em adição, a narrativa é conduzida com ritmo, tensão e profundidade, mantendo o espectador preso à tela do início ao fim.
Personagens tridimensionais
Os personagens são complexos e humanos. Gi-hun, Sae-byeok, Il-nam e tantos outros não são heróis ou vilões simples. Na realidade, são pessoas comuns com falhas, sonhos e traumas. Isso gera empatia imediata e intensifica o impacto emocional da série.
Relevância global
Com dublagem e legendas em diversas línguas e distribuição pela Netflix, Round 6 se tornou um fenômeno cultural global, alcançando públicos dos mais variados contextos e despertando debates em todo o mundo.
Vale a pena assistir à nova temporada de Round 6?
Se você é fã de thrillers psicológicos, dramas sociais ou simplesmente de séries com alto nível de produção, a resposta para assistir à nova temporada de Round 6 é um retumbante sim.
A produção continua fiel ao estilo impactante das temporadas anteriores, com jogos tensos, dilemas morais profundos e personagens complexos. No entanto, desta vez, o escopo da narrativa se expande significativamente, trazendo não apenas mais ação, mas também um olhar mais atento para as estruturas políticas e econômicas que sustentam o sistema perverso dos jogos.
Vale ressaltar que a tensão cresce a cada episódio, com a condução de uma narrativa envolvente e cheia de reviravoltas. Ela desafia constantemente o espectador a repensar suas próprias convicções, em meio a escolhas difíceis e confrontos intensos entre os personagens.
Outro ponto de destaque é a participação de grandes nomes do cinema, como por exemplo Cate Blanchett, que adiciona ainda mais peso dramático à trama. Além disso, surgem indícios claros de que o universo de Round 6 poderá se expandir para outros países, ampliando sua dimensão global.
Logo, mesmo quem não se encantou com a segunda temporada pode se surpreender positivamente com os rumos criativos e corajosos tomados na terceira, que promete emocionar, chocar e fazer pensar.

Lições a aprender com o contexto de Round 6
A desigualdade como gatilho do desespero
A série escancara o quanto a desigualdade social pode ser responsável por levar pessoas a situações-limite. Em outras palavras, o desespero por dinheiro e dignidade transforma qualquer um em competidor, mesmo diante de desafios mortais.
A ilusão do mérito
Apesar de se vender como uma competição “justa”, Round 6 mostra como o sistema continua sendo manipulado por aqueles no poder. Sendo assim, é uma metáfora sobre o mito da meritocracia em sociedades capitalistas.
A banalização da violência
A transformação do sofrimento humano em entretenimento de luxo, sendo observada por bilionários mascarados, é algo que questiona a forma como a mídia (e o público) consome a dor alheia.
Escolhas morais em ambientes extremos
A série obriga o espectador a refletir: Até onde você iria por dinheiro? O que você abriria mão para sobreviver? Desse modo, o dilema ético é um dos pontos mais poderosos da narrativa.
Em última análise, se você está ansioso para mergulhar na terceira temporada de Round 6, é essencial conhecer os principais acontecimentos, bastidores e mensagens por trás da série.
Mais do que uma produção de sucesso, Round 6 é um espelho brutal e necessário da sociedade moderna. Com personagens envolventes, críticas sociais pertinentes e um enredo que desafia nossas convicções, a nova temporada promete impactar tanto quanto (ou mais) que as primeiras.
Logo, não perca tempo e prepare-se para uma maratona inesquecível com a nova temporada de Round 6. Assista agora e descubra por que essa série continua sendo uma das mais comentadas do mundo!