A forma como os relacionamentos amorosos são vivenciados está passando por diversas transformações profundas. Isso ocorre especialmente entre os jovens que pertencem à Geração Z (também conhecida por Gen Z). No centro dessa mudança, surge o termo “situationship”.
Sendo assim, ele se refere a uma nova dinâmica afetiva, sem rótulos ou compromissos rígidos. Para muitos dessa geração, essa maneira de se relacionar é mais condizente com o estilo de vida moderno, em que a liberdade individual e o autoconhecimento ganham cada vez mais importância.
Portanto, neste conteúdo, iremos explicar o que é a situationship e também explorar os motivos pelos quais a Geração Z adota esse conceito em seus relacionamentos. Além disso, listaremos possíveis consequências dessa tendência, bem como pensaremos se é possível que os jovens deixem de lado a mesma no futuro. Finalmente, iremos discutir se tal comportamento pode se expandir para as gerações posteriores.
O que é a situationship?
“Situationship” é um termo relativamente novo no vocabulário das relações afetivas. No entanto, ele já se tornou bastante comum em conversas entre os jovens da Gen Z nas redes sociais.
Desse modo, tal conceito define um tipo de relacionamento informal, no qual duas pessoas compartilham intimidade (seja ela emocional, física ou ambas). Porém, isso ocorre sem o estabelecimento de um compromisso amoroso tradicional.
Ou seja, diferente de um namoro ou casamento, as situationships não exigem declarações públicas de compromisso, obrigações formais, nem expectativas claras sobre o que vai acontecer no futuro. Essas relações se situam numa zona intermediária entre a amizade e o romance, criando um espaço livre de rótulos, pressões ou exigências.
Ausência de expectativas claras
O principal diferencial desse modelo é justamente a falta de expectativas. Em outras palavras, os envolvidos vivem o presente, priorizando a conexão emocional, física e o prazer da companhia mútua.
Logo, não há, necessariamente, a intenção de “dar um passo adiante”. Isso pode ser libertador, especialmente para aqueles que desejam explorar vínculos afetivos de forma mais leve.
A valorização da flexibilidade
A flexibilidade é uma característica essencial das situationships. Nelas, os indivíduos podem manter sua autonomia, ajustar a frequência do contato conforme suas rotinas e necessidades e rediscutir os limites da relação com mais liberdade.
Sendo assim, essa fluidez é algo que se alinha perfeitamente com os valores da Geração Z, que prioriza o bem-estar emocional, a liberdade de escolha e também o respeito à individualidade de cada pessoa.
Motivos pelos quais a Gen Z adota a situationship
Contexto sociocultural da Geração Z e da situationship
A Gen Z, formada por pessoas nascidas a partir da segunda metade da década de 1990 até o início dos anos 2010, cresceu em meio a rápidas transformações sociais, econômicas e tecnológicas. Vivenciaram desde cedo a instabilidade financeira, crises globais, a revolução digital e a multiplicidade de identidades. Isso influenciou diretamente a maneira como percebem o amor, os relacionamentos e o compromisso.
Para esses jovens, os relacionamentos tradicionais podem parecer antiquados ou desajustados à sua realidade. Em outras palavras, o modelo clássico de namoro, com cobranças, exclusividade e planos de longo prazo, pode ser visto como limitante.
Individualidade em primeiro lugar
Outro aspecto importante é a valorização do autoconhecimento e da individualidade. Muitos jovens preferem priorizar seus objetivos pessoais, estudos, carreira, saúde mental e desenvolvimento emocional antes de assumir qualquer tipo de vínculo amoroso formal.
Dessa maneira, a situationship aparece como uma solução intermediária. Isso se deve ao fato de que, com ela, é possível ter alguém por perto, compartilhar intimidade e afeto, sem abrir mão da própria liberdade.
A influência das redes sociais na situationship
Plataformas como por exemplo TikTok, Twitter e Instagram têm contribuído de modo significativo para a disseminação e normalização das situationships. Nesses espaços, jovens compartilham experiências pessoais, fazem piadas, criam memes e produzem reflexões sobre o tema, o que contribui para criar uma sensação de pertencimento em torno dessa nova forma de se relacionar.
Ver outras pessoas passando por situações semelhantes reforça a ideia de que esse modelo é válido, aceitável e até desejável. As redes sociais funcionam, portanto, como um espelho e um espaço de validação para essas experiências.
Rejeição às normas tradicionais
Muitos membros da Geração Z têm uma postura crítica em relação às instituições sociais tradicionais, como o casamento ou os modelos familiares convencionais. Ou seja, eles tendem a desconfiar de estruturas que consideram opressoras ou ultrapassadas.
A partir disso, a ideia de construir um relacionamento sob os moldes antigos é muitas vezes descartada por esses jovens, em favor de alternativas mais contemporâneas, como a própria situationship.

Possíveis consequências da situationship
Falta de clareza e insegurança emocional
Apesar de suas vantagens, as situationships não são isentas de riscos. Nesse sentido, a ausência de definição pode gerar sentimentos de confusão, ciúmes e insegurança emocional, especialmente quando os envolvidos têm expectativas diferentes.
Por exemplo, uma das partes pode desejar transformar a relação em um namoro, enquanto a outra prefere manter a informalidade. Esse desalinhamento pode causar frustração e sofrimento, especialmente se não houver comunicação clara entre os parceiros.
Comunicação é fundamental
O sucesso de uma situationship depende da honestidade e da abertura ao diálogo. Sendo assim, desde o início, é importante que os envolvidos discutam suas expectativas, desejos e limites.
Isso pode incluir tópicos como exclusividade, frequência dos encontros, formas de demonstrar afeto e até a possibilidade de transformar a relação no futuro. A clareza nas conversas ajuda a evitar mal-entendidos e proporciona maior conforto para ambos os parceiros.
Limitações da liberdade absoluta
Ainda que a liberdade seja um dos principais atrativos desse modelo, ela também pode ser uma armadilha. Em alguns casos, a falta de compromisso pode dificultar a construção de vínculos mais profundos ou estáveis, deixando os envolvidos em um estado de constante incerteza.
Juntamente com isso, situações de dependência emocional podem surgir, especialmente se uma das partes estiver mais envolvida do que a outra. Isso é algo que cria um desequilíbrio na relação.
É possível que a Geração Z deixe de lado a situationship no futuro?
Com o tempo, é possível que muitos membros da Gen Z mudem suas preferências afetivas e de relacionamento. À medida que amadurecem, conquistam estabilidade profissional e emocional, e desenvolvem novas prioridades, é natural que alguns passem a buscar relacionamentos mais definidos e compromissados.
Isso não significa que abandonarão por completo o modelo de situationship, mas podem adaptá-lo às suas novas realidades. Algumas pessoas, por exemplo, podem optar por um namoro mais fluido, onde o compromisso existe, mas sem as exigências tradicionais.
A influência do tempo e da experiência
Com a experiência, os jovens da Geração Z irão aprender mais sobre si mesmos e sobre o que desejam em um parceiro. Sendo assim, este autoconhecimento pode levá-los a rejeitar dinâmicas que, antes, pareciam interessantes, mas que já não servem mais. Dessa forma, a situationship pode ser vista como uma fase de experimentação, válida e rica em aprendizados, mas não necessariamente permanente.
A tendência de situationship pode se expandir para as gerações posteriores?
Tudo indica que a maneira como os relacionamentos são encarados está passando por uma revolução profunda. Em outras palavras, a disseminação de ideias sobre relacionamentos não-monogâmicos, amor livre, vínculos afetivos fluidos e outros modos de conexão humanas aponta para um futuro onde a diversidade relacional será cada vez mais aceita.
Sendo assim, caso essa tendência se consolide, é bastante possível que as próximas gerações também adotem o modelo de situationship. Isso pode ocorrer tanto como fase transitória, quanto como modelo principal de vínculo.
As gerações Alpha e futuras
A Geração Alpha, que é formada por crianças nascidas a partir de 2010, está crescendo em um mundo hiperconectado. Sendo assim, está exposta a um maior acesso à informação e exposição precoce a temas de saúde mental, identidade de gênero, sexualidade e autonomia emocional.
Isso pode levar a uma nova geração ainda mais aberta a modelos alternativos de afeto. Se os valores de liberdade, respeito e individualidade continuarem em alta, as situationships poderão não apenas permanecer, mas evoluir em novas formas ainda mais complexas de relacionamento.
Conclusão
A situationship representa uma mudança significativa na forma como os relacionamentos são vivenciados na contemporaneidade, especialmente entre os jovens da Gen Z. Isso se deve ao fato de que esse conceito reflete valores como autonomia, liberdade, flexibilidade e autoconhecimento, além de estar profundamente conectado à cultura digital e às transformações sociais da última década.
Em resumo, embora apresente riscos e desafios, como a insegurança emocional e a falta de clareza, também oferece uma alternativa legítima para quem deseja experimentar conexões afetivas sem os moldes tradicionais. No entanto, é importante que haja comunicação, respeito mútuo e alinhamento de expectativas.
Seja como fase de transição ou modelo permanente, a situationship já é uma realidade no universo dos relacionamentos modernos. E você, está pronto para repensar suas conexões afetivas?
Quer entender mais sobre como a situationship pode influenciar sua vida amorosa e emocional? Continue acompanhando os conteúdos sobre o tema e descubra como tal conceito pode ser uma escolha consciente para o seu estilo de vida.