Sorveteria usa IA para criar um sabor típico brasileiro de sorvete

Você já imaginou um sorvete que mistura cacau brasileiro, castanha de caju caramelizada com rapadura e geleia de pimenta-dedo-de-moça? Essa é a combinação inusitada que uma sorveteria de Juiz de Fora, em Minas Gerais, lançou no fim de 2023, com a ajuda da inteligência artificial (IA). O sabor, batizado de “SN3V3 IA”, promete trazer sabores, texturas e sensações típicas do Brasil, e já é um dos mais vendidos nas unidades da sorveteria. Mas como a IA ajudou na criação desse sabor? E quais são os benefícios e os desafios de usar a IA na culinária? Neste artigo, vamos explorar essas questões e mostrar como a IA pode ser uma aliada na criatividade e na inovação gastronômica.

Como a IA ajudou na criação do sabor?

A sorveteria usou uma ferramenta chamada GPT-4, que é capaz de gerar textos a partir de palavras-chave ou frases. Eles inseriram termos como “sorvete”, “Brasil” e “sabor” na ferramenta e receberam como resposta a mistura de cacau, castanha, rapadura e pimenta. Esses ingredientes foram escolhidos pela IA por serem típicos de diferentes regiões do país, como o Nordeste, o Norte e o Sudeste.

Depois de receber a sugestão da IA, os especialistas da sorveteria tiveram que desenvolver a receita, ajustando as proporções, as texturas e os sabores dos ingredientes até chegarem ao resultado final. A IA foi uma aliada na criatividade, mas o trabalho humano foi essencial para garantir a qualidade e a harmonia do produto.

O sorvete foi nomeado de “SN3V3 IA” e já é um dos mais vendidos nas unidades da sorveteria.

Outras aplicações da IA na culinária

  • Criadores de receitas com IA: São ferramentas digitais que usam algoritmos de aprendizagem automática para sugerir combinações de ingredientes, técnicas de cozinha e instruções de preparo. Eles podem levar em conta as preferências, restrições e objetivos nutricionais dos usuários, além de oferecer informações sobre calorias, alergênicos e substituições saudáveis. Alguns exemplos de criadores de receitas com inteligência artificial são Plant Jammer, Spoonacular e Chef Watson.
  • Robôs chefs: São dispositivos mecânicos que usam sensores, câmeras e braços articulados para cozinhar pratos variados. Eles podem imitar os movimentos de chefs humanos, seguir receitas pré-programadas ou personalizadas, e ajustar o tempo e a temperatura de cozimento. Alguns exemplos de robôs chefs são Moley Robotics, Spyce e Nymble.
  • Assistentes de voz inteligentes: São aplicativos ou dispositivos que usam o reconhecimento de voz e o processamento de linguagem natural para interagir com os usuários na cozinha. Eles podem fornecer instruções de cozinha passo a passo, responder a perguntas, fazer sugestões, controlar outros aparelhos inteligentes e tocar música

Essas são algumas das formas de aplicar a IA na culinária, mas existem muitas outras possibilidades. A IA pode ajudar a tornar a cozinha mais acessível, divertida e saudável para todos.

IA no desperdício de alimento

A inteligência artificial pode ajudar na redução do desperdício de alimentos de várias formas, como:

  • Monitoramento e análise dos excedentes alimentares: A tecnologia pode reconhecer visualmente os alimentos que sobram nas cozinhas, nos restaurantes ou nos pratos dos consumidores, e fornecer dados sobre a quantidade e o tipo de alimento desperdiçado. Com essas informações, é possível ajustar os cardápios, as porções e as compras para evitar o excesso de produção e consumo.
  • Gestão preditiva da demanda e do estoque: A tecnologia pode estimar o número de clientes, os pratos que serão pedidos e a quantidade de ingredientes necessários para prepará-los, usando algoritmos de aprendizagem automática que levam em conta variáveis como o clima, o dia da semana, as tendências e as preferências dos consumidores. Com isso, é possível otimizar o planejamento, a compra e o armazenamento dos alimentos, reduzindo as perdas e os custos.
  • Criação de receitas com ingredientes subutilizados: A tecnologia pode sugerir combinações de ingredientes que normalmente são descartados ou ignorados, como cascas, talos, sementes e folhas, para criar receitas nutritivas e saborosas. Isto é, a IA pode levar em conta as restrições, os objetivos e as preferências nutricionais dos usuários, e oferecer informações sobre calorias, alergênicos e substituições saudáveis.
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Quais são os benefícios e os desafios de usar a IA na culinária?

A inteligência artificial tem diversas aplicações na culinária, desde a criação de receitas até a preparação de pratos. Alguns dos benefícios e dos desafios são:

Benefícios:

  • Aumento da eficiência e da produtividade: A IA pode automatizar tarefas repetitivas, como cortar, misturar, medir e cozinhar, poupando tempo e trabalho manual. Aliás, a IA também pode monitorar e ajustar as condições de cozimento, como a temperatura, o tempo e a umidade, garantindo a qualidade e a consistência dos pratos.
  • Melhoria da criatividade e da inovação: A IA pode sugerir combinações de ingredientes, técnicas e receitas que podem surpreender e inspirar os cozinheiros. Isto é, a inteligência artificial pode levar em conta as preferências, as restrições e os objetivos nutricionais dos usuários, além de oferecer informações sobre calorias, alergênicos e substituições saudáveis.
  • Redução do desperdício e do impacto ambiental: A IA pode estimar a demanda e o estoque de alimentos, evitando compras e produções excessivas. Aliás, a tecnologia também pode aproveitar ingredientes subutilizados, como cascas, talos e sementes, para criar receitas nutritivas e saborosas. Contudo, a inteligência artificial pode contribuir para uma produção e um consumo mais sustentáveis e conscientes de alimentos.

Desafios

  • Necessidade de investimento e manutenção: A IA requer equipamentos e sistemas sofisticados, que podem ter um custo elevado de aquisição e atualização. Aliás, a IA também pode apresentar falhas, erros ou defeitos, que podem comprometer o funcionamento e a segurança dos aparelhos. Isto é, a IA pode exigir assistência técnica e reparação frequente.
  • Perda de autonomia e de habilidade: A IA pode substituir ou limitar o papel dos cozinheiros humanos, que podem perder o controle e a confiança sobre as suas decisões e ações. Além disso, a IA também pode reduzir a necessidade de aprender e praticar as habilidades culinárias, que podem se tornar obsoletas ou esquecidas. Nesse sentido, a IA pode afetar a identidade e a paixão dos cozinheiros.
  • Risco de homogeneização e de perda de diversidade: A IA pode padronizar ou simplificar os sabores, as texturas e as cores dos alimentos, que podem perder a sua complexidade e a sua singularidade. A IA também pode ignorar ou desvalorizar as tradições, as culturas e as preferências locais, que podem ser substituídas por tendências globais ou algoritmos. Além disso, a IA pode ameaçar a autenticidade e a originalidade dos pratos.

Em última análise…

Sobretudo, a sorveteria que usou a IA para criar um sabor típico brasileiro de sorvete é um exemplo do uso da tecnologia na culinária para gerar novas ideias e experiências gastronômicas. No entanto, a tecnologia também traz desafios e implicações éticas. A IA pode ser uma ferramenta útil e poderosa, mas também pode trazer consequências indesejadas ou imprevistas. Nesse sentido, é importante avaliar os prós e os contras da inteligência artificial, e usá-la com responsabilidade e ética.

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