A Meta, empresa que já controla gigantes das redes sociais como por exemplo Facebook, Instagram e Whatsapp, lançou em julho de 2023, a plataforma de microblogging Threads. Desse modo, ela está posicionada como alternativa ao X (antigo Twitter). Logo, a novidade gerou grande expectativa e atraiu milhões de usuários rapidamente. No entanto, após esse início explosivo, muitos começaram a questionar se a rede social realmente vingou.
Então, vamos explorar o desempenho do Threads, bem como o surgimento dessa rede. Juntamente com isso, listaremos seus competidores e também refletiremos sobre o que a Meta pode fazer para que ela lidere seu setor.
O Threads flopou?
No mundo digital, “flopar” significa falhar em alcançar o sucesso esperado. Nos primeiros momentos após o lançamento, o Threads parecia ter sido um sucesso estrondoso, atraindo mais de 100 milhões de usuários em menos de uma semana. Nesse sentido, esse número refletiu o interesse de muitos em encontrar uma alternativa ao X, que estava passando por mudanças controversas desde a aquisição por Elon Musk.
Contudo, pouco tempo depois desse pico inicial, a base de usuários ativos começou a cair significativamente. Em agosto de 2023, apenas um mês após o lançamento, relatórios apontaram uma queda de até 80% no número de usuários ativos diários. Assim, essa desaceleração levantou dúvidas sobre a capacidade da plataforma de se manter relevante.
Paralelamente, um dos problemas que os usuários apontaram foi a falta de funcionalidades importantes que já existiam em concorrentes como o próprio X. Em outras palavras, o Threads não tinha ferramentas essenciais como busca avançada, tópicos em alta e uma versão web completa.
Além disso, por estar intimamente ligado ao Instagram, alguns usuários sentiam que não havia uma razão convincente para usar o Threads ao invés de outras plataformas que já estavam estabelecidas.
Diante desses pontos, embora o Threads tenha tido um início promissor, a perda de usuários engajados e a falta de recursos robustos sugerem que ele ainda não alcançou o potencial esperado. No entanto, dado o histórico da Meta em persistir em suas plataformas, não se pode afirmar que a rede social flopou de forma definitiva, pois ainda pode evoluir.
O surgimento dessa rede social
O Threads surgiu em um momento estratégico, aproveitando a insatisfação dos usuários com as mudanças no X sob a liderança de Elon Musk. Desde que Musk adquiriu essa rede em 2022, ela passou por diversas reformulações, incluindo a introdução de novos modelos de assinaturas e mudanças na moderação de conteúdo. Essas alterações desagradaram parte da base de usuários, criando um clima de incerteza.
A Meta viu essa oportunidade e lançou o Threads como uma extensão do Instagram, permitindo que os usuários criassem contas de maneira rápida e prática. Então, essa integração com o Instagram foi um dos pontos fortes do lançamento, facilitando a migração de uma base massiva de usuários já existentes.
Apesar disso, o lançamento apressado trouxe algumas desvantagens. O Threads não oferecia muitos dos recursos que os usuários esperavam de uma plataforma de microblogging robusta. Isso resultou em uma experiência de uso abaixo do ideal, frustrando os usuários que procuravam uma alternativa ao X.
Os competidores do Threads
O principal competidor do Threads é, sem dúvida, o X. Embora existam críticas e polêmicas envolvendo Elon Musk, essa rede ainda mantém uma base de usuários fiel, especialmente entre jornalistas, políticos e figuras públicas que utilizam a plataforma para comunicações diretas e instantâneas.
Sendo assim, o X é a rede social mais estabelecida no campo do microblogging, e sua familiaridade continua a ser uma grande vantagem. Mas, além do X, outras redes menores também representam uma competição significativa.
O Mastodon, por exemplo, ganhou tração como uma alternativa descentralizada ao X, permitindo que os usuários escolham servidores com diferentes regras de moderação. Esse modelo tem atraído especialmente aqueles preocupados com privacidade e liberdade de expressão.
Adicionalmente, outro concorrente em ascensão é o Bluesky, criado por Jack Dorsey, que é cofundador do antigo Twitter. O Bluesky tem como objetivo uma experiência de microblogging mais aberta e transparente. Ainda que esteja em fase de crescimento, a plataforma tem atraído o interesse de quem busca inovações nesse espaço.
Por fim, o Substack Notes, integrado à plataforma de newsletter Substack, também surge como alternativa. Focado em criadores de conteúdo, ele permite que escritores e jornalistas compartilhem rapidamente suas ideias enquanto promovem suas publicações.
Como a Meta pode tornar essa rede uma líder do setor?
Para que o Threads consiga se destacar no competitivo mercado de microblogging, a Meta precisa implementar melhorias significativas na rede social. Primeiramente, poderia adicionar funcionalidades essenciais que ainda faltam, como uma busca mais avançada, listas de tópicos em alta e uma versão web completa.
Em paralelo, a Meta deve apostar na criação de diferenciais. A integração com o Instagram é um começo, mas a empresa precisa ir além. Para isso, pode explorar formas mais fluídas de os usuários compartilharem conteúdos entre as plataformas. Isso poderia criar um ecossistema mais coeso e atraente para usuários de ambas as redes.
Outra estratégia seria tornar o Threads um espaço mais convidativo para criadores de conteúdo, marcas e influenciadores, oferecendo melhores ferramentas de monetização e engajamento. Assim como o X permite assinaturas, o Threads poderia adotar recursos que incentivassem os usuários a produzir conteúdo de qualidade, oferecendo uma plataforma de onde poderiam obter renda.
Por último, a Meta também precisa continuar a inovar e manter uma comunicação clara com sua base de usuários. Logo, se conseguir responder rapidamente às críticas e implementar mudanças significativas, o Threads ainda pode se tornar uma força relevante no setor de redes sociais.
Em suma, apesar dos desafios iniciais e da queda de usuários, o Threads ainda não está fora da disputa do setor de microblogging. Portanto, o sucesso da plataforma irá depender da capacidade da Meta de ouvir os usuários e trazer novidades que tornem o uso dessa rede não apenas funcional, mas também envolvente e relevante em meio a um contexto de forte concorrência.