Algoritmos e Inteligência Artificial (IA). Entenda a relação

Não há dúvidas sobre o potencial da inteligência artificial (IA), certo? A IA é, de fato, uma das tecnologias mais inovadoras e revolucionárias da atualidade. Aliás, esse campo da ciência da computação busca criar sistemas e dispositivos capazes de simular e superar as capacidades humanas. A tecnologia da IA pode ser aplicada em diversas áreas e setores da sociedade. O que muitos não sabem é que isso se deve aos algoritmos presentes em sua composição.

Mas como a IA funciona? Como ela é capaz de realizar tarefas complexas e inteligentes? A resposta está nos algoritmos. Os algoritmos são a base e a essência da IA, pois eles definem as regras, os critérios e os processos que permitem às máquinas e aos dispositivos aprenderem, tomarem decisões e executarem ações de forma autônoma e adaptativa.

Neste artigo, você vai aprender o que são algoritmos, quais são os tipos de algoritmos, como eles são criados, avaliados e quais são as suas limitações. Além disso, você também vai conhecer alguns exemplos de algoritmos usados na inteligência artificial, especialmente nas redes sociais. Então, bora começar!

O que são algoritmos?

Um algoritmo é uma sequência de instruções ou comandos realizados de maneira sistemática com o objetivo de resolver um problema ou executar uma tarefa. Por exemplo, uma receita de bolo é um algoritmo que te ensina como fazer um bolo seguindo alguns passos.

Os algoritmos são muito usados na computação e na internet, especialmente pelos motores de busca e pelas redes sociais. Eles são responsáveis por organizar e filtrar as informações que aparecem para os usuários, de acordo com diversos critérios e variáveis.

Ademais, os algoritmos também podem ser usados para criar conteúdos criativos, como poemas, histórias, músicas, etc.

Quais são os tipos de algoritmos?

Existem diferentes tipos de algoritmos, dependendo da forma como eles são representados ou escritos. Os quatro tipos mais comuns são:

1. Descrição narrativa:

O algoritmo é representado textualmente, elencando a sequência de instruções, a fim de resolver um problema ou executar uma tarefa. Por exemplo, uma receita de bolo é uma descrição narrativa de um algoritmo.

2. Fluxograma:

O algoritmo é representado graficamente, usando símbolos pré-definidos que indicam as ações e os fluxos de dados. Por exemplo, um diagrama que mostra os passos para trocar uma lâmpada é um fluxograma de um algoritmo.

3. Pseudocódigo:

O algoritmo é representado usando uma linguagem simples e estruturada, que se assemelha a uma linguagem de programação, mas não segue todas as suas regras.

4. Linguagem de programação:

O algoritmo é representado usando uma linguagem formal e padronizada, que pode ser interpretada ou compilada por um computador. Por exemplo, um código em Python.

Exemplos de algoritmos usados na inteligência artificial

Existem muitos exemplos de algoritmos usados na inteligência artificial, pois eles são os responsáveis por definir as regras, os critérios e os processos que permitem às máquinas e aos dispositivos aprenderem, tomarem decisões e executarem ações de forma autônoma e adaptativa. Alguns exemplos de algoritmos usados na inteligência artificial são:

  • Algoritmos de aprendizado supervisionado: São algoritmos que aprendem a partir de dados rotulados, ou seja, que possuem uma resposta ou uma classificação pré-definida. Eles realizam tarefas como reconhecimento facial, detecção de spam, tradução automática, etc. Alguns exemplos de algoritmos de aprendizado supervisionado são: regressão linear, árvore de decisão, k-vizinhos mais próximos, redes neurais artificiais, etc.
  • Algoritmos de aprendizado não supervisionado: São algoritmos que aprendem a partir de dados não rotulados, ou seja, que não possuem uma resposta ou uma classificação pré-definida. Eles realizam tarefas como agrupamento, redução de dimensionalidade, detecção de anomalias, etc. Alguns exemplos de algoritmos de aprendizado não supervisionado são: k-means, análise de componentes principais, autoencoder, etc.
  • Algoritmos de aprendizado por reforço: São algoritmos que aprendem a partir da interação com o ambiente, recebendo recompensas ou punições por suas ações. Eles servem para tarefas como controle de robôs, jogos, navegação, etc. Alguns exemplos de algoritmos de aprendizado por reforço são: Q-learning, policy gradient, deep Q-network, etc.
  • Algoritmos de geração de conteúdo: São algoritmos que aprendem a partir de dados textuais, visuais, sonoros, etc, e são capazes de gerar novos conteúdos criativos, como poemas, histórias, músicas, imagens, etc. Eles cuidam de tarefas relacionadas ao entretenimento, educação, arte, etc. Alguns exemplos de algoritmos de geração de conteúdo são: GPT, DALL-E, Ada, etc.

Algoritmos de IA nas redes sociais

Os algoritmos de inteligência artificial usados nas redes sociais correspondem a programas que analisam os dados dos usuários. Como, por exemplo: seus interesses, preferências, comportamentos, interações, etc. Essas informações servem para personalizar o conteúdo exibido para cada usuário, de acordo com critérios como relevância, engajamento, relacionamento e temporalidade.

Cada rede social tem o seu próprio algoritmo, que pode variar de acordo com o tipo de plataforma, o objetivo e o público-alvo. Por exemplo, o algoritmo do Instagram prioriza as postagens que geram mais curtidas, comentários, compartilhamentos e visualizações, além de considerar a proximidade e a frequência de interação entre os usuários. Já o algoritmo do Facebook leva em conta a qualidade, a diversidade e a autenticidade do conteúdo, além de avaliar a reação, o tempo de permanência e o feedback negativo dos usuários.

Os algoritmos de inteligência artificial usados nas redes sociais têm vantagens e desvantagens. Por um lado, eles podem melhorar a experiência dos usuários, oferecendo conteúdos mais adequados aos seus gostos e necessidades, além de facilitar a comunicação e a conexão entre as pessoas. Por outro lado, eles podem limitar a visibilidade e a diversidade de opiniões, criando bolhas de informação e favorecendo a disseminação de notícias falsas e de discursos de ódio.

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Descubra quais critérios compõem a avaliação dos algoritmos na Inteligência Artificial. Imagem: DALL-E 3.

Avaliação dos algoritmos na inteligência artificial

A avaliação dos algoritmos na IA acontece a partir de diferentes critérios, dependendo do tipo de problema, da técnica utilizada e do objetivo desejado. Alguns dos critérios mais comuns são:

Acurácia:

Quanto maior a acurácia, melhor o algoritmo. A acurácia é a medida da proporção de previsões corretas feitas pelo algoritmo em relação ao total de previsões. Nesse sentido, ela avalia algoritmos de aprendizado supervisionado, como classificação e regressão.

Precisão:

Quanto maior a precisão, menor a taxa de falsos positivos. Aliás, essa é a medida da proporção de previsões positivas corretas feitas pelo algoritmo em relação ao total de previsões positivas. Dessa forma, avalia algoritmos de aprendizado supervisionado, especialmente quando há um desbalanceamento entre as classes.

Recall:

É a medida da proporção de previsões positivas corretas feitas pelo algoritmo em relação ao total de casos positivos reais. Assim, avalia algoritmos de aprendizado supervisionado, especialmente quando há um alto custo associado aos falsos negativos. Quanto maior o recall, menor a taxa de falsos negativos.

F1-score:

É a medida da média harmônica entre a precisão e o recall. Avalia algoritmos de aprendizado supervisionado, quando se quer considerar o equilíbrio entre as duas medidas. Quanto maior o F1-score, melhor o algoritmo.

Silhueta:

É a medida da similaridade entre os elementos de um mesmo grupo e a dissimilaridade entre os elementos de grupos diferentes. A silhueta analisa algoritmos de aprendizado não supervisionado, como agrupamento. Quanto maior a silhueta, melhor o algoritmo.

Perplexidade:

É a medida da capacidade do algoritmo de prever novos dados, baseada na probabilidade inversa dos dados observados. Portanto, a perplexidade avalia algoritmos de geração de conteúdo, como modelos de linguagem. Quanto menor a perplexidade, melhor o algoritmo.

Sobretudo, esses são alguns dos critérios de avaliação de algoritmos na inteligência artificial, mas existem muitos outros, aplicados em diferentes situações e contextos.

Limitações dos algoritmos na inteligência artificial

As limitações dos algoritmos na inteligência artificial são os desafios e os obstáculos que impedem ou dificultam o seu funcionamento, a sua aplicação e a sua avaliação. Algumas das limitações dos algoritmos na inteligência artificial são:

Dependência de dados de treinamento:

A eficácia dos algoritmos na inteligência artificial depende fortemente dos dados de treinamento fornecidos. Para que um algoritmo funcione corretamente, é necessário alimentá-lo com uma quantidade significativa de dados relevantes, completos, limpos e rotulados. Isso significa que, quando os dados de treinamento acabam incompletos, tendenciosos, ruidosos ou mal rotulados, o desempenho do algoritmo é afetado negativamente.

Complexidade e interpretabilidade dos modelos de inteligência artificial:

Os modelos de inteligência artificial podem ser extremamente complexos, dificultando a compreensão de como eles tomam decisões ou fazem previsões. Essa falta de interpretabilidade pode ser um obstáculo significativo ao utilizar a inteligência artificial em certos setores, como na área da saúde, onde é fundamental entender o processo de tomada de decisão do sistema. Além disso, a complexidade dos modelos também pode dificultar a detecção de possíveis vieses ou discriminações ocultas.

Extrapolação limitada:

Outra limitação da inteligência artificial é a sua capacidade limitada de extrapolar para situações fora do escopo dos dados de treinamento. Isso significa que, mesmo que um modelo de inteligência artificial tenha sido treinado com um conjunto abrangente de dados, pode não ser capaz de lidar com cenários inéditos ou imprevistos. A inteligência artificial é mais eficaz quando confrontada com problemas similares aos que foram explorados durante o treinamento.

Substituição de empregos:

Uma das maiores preocupações com a adoção da inteligência artificial no ambiente de trabalho é a substituição de empregos humanos. Muitas tarefas repetitivas e de baixo nível de complexidade acabam facilmente realizadas por sistemas de inteligência artificial, o que pode resultar na redução do número de funcionários necessários para realizar essas atividades. Isso pode levar ao desemprego e a uma maior desigualdade social.

Vieses e discriminação:

A inteligência artificial se alimenta com dados de treinamento, e esses dados muitas vezes refletem os vieses existentes na sociedade. Isso pode resultar em sistemas de inteligência artificial que reproduzem e acentuam preconceitos e discriminações já presentes. Por exemplo, algoritmos de recrutamento treinados com base em dados históricos perpetuam desigualdades de gênero, idade ou raça, resultando em processos de seleção injustos.

Perda de controle e privacidade:

A introdução da inteligência artificial no ambiente de trabalho levanta questões sobre o controle e a privacidade dos dados. Afinal, os sistemas de inteligência artificial coletam grandes volumes de informações pessoais, o que resulta em preocupações com a privacidade e o uso indevido desses dados. Além disso, a automação de certas tarefas leva a uma perda de controle por parte dos indivíduos, já que as decisões acontecem pelos algoritmos, sem intervenção humana.

Em última análise…

Os algoritmos desempenham um papel fundamental na inteligência artificial, pois são as instruções lógicas que orientam as máquinas a realizar tarefas específicas. Eles são, de fato, essenciais para processar grandes volumes de dados, identificar padrões complexos e tomar decisões rápidas e precisas. Além disso, os algoritmos de aprendizado de máquina permitem que os sistemas de inteligência artificial se adaptem e melhorem com base na experiência, tornando-os mais eficientes ao longo do tempo.

Em suma, a importância dos algoritmos na inteligência artificial reside em sua capacidade de capacitar as máquinas a realizar tarefas inteligentes, simulando processos cognitivos humanos e impulsionando avanços significativos em diversas áreas, como saúde, automação, finanças e muito mais.

Enfim, neste artigo, você aprendeu sobre algoritmos, quais são os tipos de algoritmos, como eles surgem, quais as suas limitações e muito mais. Aliás, você também conheceu alguns exemplos de algoritmos usados na inteligência artificial, especialmente nas redes sociais.

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