Ainda não temos carros voadores, mas temos carros elétricos. Em suma, eles são veículos que usam a energia elétrica para se movimentar, em vez de combustíveis fósseis como gasolina ou diesel. Dessa forma, eles são considerados mais ecológicos, econômicos e tecnológicos do que os carros convencionais, mas ainda enfrentam muitos desafios para se popularizar no Brasil.
O tópico é controverso e sensível, principalmente, no território nacional. Os motivos? Diversos! Em tese, os veículos são opções mais econômicas… Porém, a longo prazo, ou seja, possuem um custo menor de combustível e manutenção. Mas, adquirir um carro elétrico foge da realidade de, pelo menos, 70% da população.
Neste artigo, vamos explicar por que os carros elétricos ainda não emplacaram no Brasil e quais são as perspectivas para o futuro.
O que são carros elétricos?
São veículos que possuem um ou mais motores elétricos que transformam a energia das baterias em energia mecânica, que faz as rodas girarem. Existem diferentes tipos de carros elétricos, dependendo da fonte de energia e da forma de recarga.
Tipos e exemplos de carros elétricos
BEV (battery electric vehicle):
São carros 100% elétricos, que não usam nenhum outro combustível além da eletricidade. Eles precisam ser recarregados em estações de energia ou tomadas especiais. Eles são mais ecológicos e econômicos, mas têm uma autonomia limitada pela capacidade das baterias. Para exemplificar: um carro BEV é o Tesla Model 3.
HEV (hybrid electric vehicle):
São carros híbridos, que usam tanto a eletricidade quanto a gasolina. Dessa forma, eles têm um motor a combustão que gera energia para as baterias e um motor elétrico que ajuda a mover o carro. Aliás, são mais eficientes e poluem menos do que os carros convencionais, mas ainda dependem de combustíveis fósseis. Os veículos não precisam ser recarregados externamente, pois usam a energia dos freios e do motor a gasolina. Um exemplo de carro HEV é o Toyota Prius.
PHEV (plug-in hybrid electric vehicle):
Também são carros híbridos que podem ser recarregados externamente, como os BEV. Porém, eles têm uma maior autonomia e são mais econômicos do que os HEV, pois podem usar apenas o motor elétrico por um período maior. Eles também emitem menos poluentes, mas ainda usam gasolina. Um exemplo de carro PHEV é o BMW i8.
FCEV (fuel cell electric vehicle):
São carros elétricos que usam o hidrogênio como fonte de energia. Eles têm uma célula de combustível que combina o hidrogênio com o oxigênio do ar e produz eletricidade para o motor. Eles são muito ecológicos, pois só emitem água e calor, mas têm um custo e uma infraestrutura elevados. Um exemplo de carro FCEV é o Toyota Mirai.
Os carros elétricos são uma alternativa mais sustentável e moderna de transporte, pois reduzem as emissões de gases poluentes e o consumo de recursos não renováveis. Eles também são mais silenciosos e têm menos manutenção do que os carros a combustão. No entanto, eles ainda enfrentam alguns desafios, como o custo, a infraestrutura, a autonomia e a reciclagem das baterias.
Inteligência Artificial nos carros elétricos
A IA, surpreendentemente, pode ser aplicada nos carros elétricos de diversas formas, trazendo benefícios como maior segurança, eficiência, conforto e sustentabilidade. Nesse sentido, separamos alguns exemplos:
Na simulação virtual
Acima de tudo, permite projetar e testar os carros elétricos de forma mais rápida, precisa e econômica, reduzindo o tempo e o custo de desenvolvimento. Afinal, a IA pode usar técnicas de modelagem, otimização, análise de dados e aprendizado de máquina para criar e avaliar diferentes cenários e soluções para os carros elétricos, como o design, o desempenho, a durabilidade, a segurança, etc.
Na impressão 3D metálica
Cria peças mais leves, resistentes e eficientes, com formatos complexos e personalizados, otimizando o desempenho e a durabilidade dos carros elétricos. A IA pode usar técnicas de visão computacional, processamento de imagem e aprendizado de máquina para controlar e monitorar o processo de impressão, garantindo a qualidade e a precisão das peças.
Na assistência ao motorista
Oferece um suporte mais preciso e seguro ao condutor, por meio de sensores e algoritmos inteligentes que detectam potenciais perigos, sugerem rotas mais eficientes, alertam sobre condições meteorológicas adversas, entre outras funções. A IA pode usar técnicas de reconhecimento de voz, processamento de linguagem natural, planejamento de trajetória e aprendizado de máquina para interagir com o motorista e auxiliar na direção.
Na condução autônoma
Permite que o carro elétrico se movimente sem a intervenção humana, por meio de sistemas de visão computacional, reconhecimento de voz, processamento de linguagem natural, planejamento de trajetória, entre outros recursos. A IA pode usar técnicas de aprendizado de máquina, aprendizado profundo, aprendizado por reforço e redes neurais para simular o raciocínio e a adaptação humanos e tomar decisões em tempo real.
No entretenimento a bordo
Proporciona uma experiência mais agradável e envolvente aos passageiros, por meio de sistemas personalizados que se adaptam às preferências do usuário, como música, vídeo, jogos, notícias, etc. A IA pode usar técnicas de recomendação, geração de conteúdo, síntese de voz e imagem e aprendizado de máquina para criar e oferecer conteúdos relevantes e diversificados.
Na monitoração da saúde
Verifica os sinais vitais do motorista e dos passageiros, detectando sinais de fadiga, estresse, desconforto, etc, e sugerindo medidas para melhorar o bem-estar, como pausas, massagens, aromaterapia, etc. A IA pode usar técnicas de análise de dados, reconhecimento de emoções, processamento de linguagem natural e aprendizado de máquina para avaliar e intervir na saúde dos ocupantes do veículo.
Na manutenção preventiva
Identifica problemas mecânicos ou elétricos no veículo, antes que eles se agravem ou causem falhas, e recomenda soluções, como troca de peças, ajustes, reparos, etc. A IA pode usar técnicas de análise de dados, diagnóstico de falhas, aprendizado de máquina e aprendizado por reforço para prever e prevenir problemas no veículo
Por que os carros elétricos ainda não emplacaram no Brasil?
Apesar de todas as vantagens e benefícios que os carros elétricos podem oferecer, eles ainda não se popularizaram no Brasil. Segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), em 2020 foram vendidos apenas 19.745 carros elétricos e híbridos no país, o que representa 1,1% do total de vendas de veículos leves. Em comparação, na China foram vendidos 1,3 milhão de carros elétricos em 2020, o que representa 5,4% do total de vendas de veículos leves.
Alguns dos motivos pelos quais os carros elétricos ainda não emplacaram no Brasil são:
Falta de política nacional:
O Brasil não tem uma política governamental específica para incentivar a eletrificação dos veículos como a redução de impostos, subsídios, metas de emissão e outras medidas adotadas em outros países, como a China e a União Europeia.
Autonomia reduzida:
Os carros elétricos ainda têm uma autonomia menor do que os carros a gasolina ou diesel, o que limita o uso para longas distâncias ou viagens. Além disso, o tempo de recarga é longo, podendo levar de 4 a 6 horas para uma carga completa .
Infraestrutura insuficiente:
Os carros elétricos dependem de uma rede de abastecimento de energia elétrica, que ainda é escassa e insuficiente no Brasil. Existem poucos pontos de recarga disponíveis, principalmente fora das grandes cidades. Ademais, a qualidade da energia nem sempre é adequada.
Custo de aquisição:
Os carros elétricos são mais caros do que os carros convencionais, pois exigem mais tecnologia e sofisticação para a fabricação. O preço das baterias também é alto e pode representar até 40% do valor do veículo. Os impostos de importação também encarecem o produto, já que a maioria dos modelos é estrangeira.
Desinformação sobre bateria:
Muitas pessoas ainda têm dúvidas ou receios sobre a durabilidade, a segurança e a reciclagem das baterias dos carros elétricos. Há mitos de que as baterias podem explodir, vazar ou perder capacidade rapidamente. Também há preocupações sobre o impacto ambiental do descarte das baterias.
Esses são alguns dos obstáculos que os carros elétricos ainda enfrentam no Brasil, que impedem a sua expansão e aceitação pelo mercado e pelos consumidores. No entanto, há também muitas oportunidades e potenciais para o futuro dos carros elétricos no país, que serão abordados a seguir.
Perspectivas para o futuro dos carros elétricos no Brasil
O futuro dos carros elétricos no Brasil é um tema que desperta muito interesse e curiosidade, pois se trata de uma tendência mundial que promete trazer benefícios para o meio ambiente, a economia e a sociedade. Segundo as fontes que consultei, podemos esperar algumas mudanças e desafios para os próximos anos, como:
1. Aumento gradual das vendas e participação dos carros elétricos no mercado brasileiro
Impulsionado por fatores como a redução dos custos, a melhoria da autonomia, a ampliação da infraestrutura, a conscientização ambiental e a inovação tecnológica. Estima-se que os carros elétricos representem 3% da frota em 2025, 9% em 2030 e 60% em 2035.
2. Necessidade de políticas públicas e incentivos fiscais para estimular a eletrificação dos veículos
Como a isenção ou a redução de impostos, o subsídio à compra, a renovação da frota, a padronização das normas, entre outras medidas que são adotadas em outros países, como a China e a União Europeia.
3. Adaptação da indústria automotiva e da cadeia produtiva
Para atender à demanda e à competitividade dos carros elétricos, como a capacitação da mão de obra, a atualização dos processos, a diversificação dos fornecedores, a integração com as fontes de energia renovável, entre outras ações que visam aumentar a eficiência e a sustentabilidade. Uma evolução das tecnologias e dos recursos dos carros elétricos, como o aprimoramento das baterias, o desenvolvimento dos sistemas de carregamento, a incorporação da inteligência artificial, a implementação da condução autônoma, a personalização do entretenimento, entre outras funcionalidades que visam melhorar o desempenho e a experiência dos usuários.
4. Diversificação dos modelos e dos tipos de carros elétricos
atendendo a diversas preferências e necessidades dos consumidores. Além dos carros 100% elétricos, existem os carros híbridos. Eles usam tanto a eletricidade quanto a gasolina. Aliás, os carros híbridos plug-in se recarregam externamente, enquanto os automóveis movidos a célula de combustível, usam o hidrogênio como fonte de energia.
O que esperar dos carros elétricos?
Os carros elétricos são veículos que usam a energia elétrica para se movimentar, em vez de combustíveis fósseis como gasolina ou diesel. Eles são, de fato, mais ecológicos e tecnológicos do que os carros convencionais, mas ainda não emplacaram no Brasil. Aliás, a questão econômica é um problema que dificulta essa estabilidade no comércio local.
Neste artigo, explicamos por que os carros elétricos ainda não emplacaram no Brasil e quais são as perspectivas para o futuro. Nesse sentido, vimos que os automóveis enfrentam muitos desafios, como a falta de política nacional, a autonomia reduzida, a infraestrutura insuficiente, o custo de aquisição e a desinformação sobre bateria, que dificultam a sua expansão e aceitação pelo mercado e pelos consumidores.
Por outro lado, vimos que os automóveis em questão também têm muitas oportunidades e potenciais, como o aumento gradual das vendas e da participação no mercado, a necessidade de políticas públicas e incentivos fiscais, a adaptação da indústria automotiva e da cadeia produtiva, a evolução das tecnologias e dos recursos e a diversificação dos modelos e dos tipos de elétricos, que podem trazer benefícios para o meio ambiente, a economia e a sociedade.