O Bitcoin (BTC), a maior criptomoeda em valor de mercado, registrou uma queda expressiva de 14% após bater sua alta histórica, um movimento que reacendeu debates sobre sua volatilidade e previsibilidade. Desse modo, a correção gerou cautela entre os investidores, mas também levantou questões importantes sobre os próximos passos do mercado. Afinal, o que esperar da cripto na última semana do ano?
Logo, analisaremos o cenário atual, bem como explicaremos se tal contexto deve mudar no começo do ano que vem. Além disso, iremos refletir se, pensando nisso, vale comprar Bitcoin agora e também listar as lições a aprender com o momento recente do ativo.
O que esperar do Bitcoin até o fim do ano?
Nesta segunda-feira, 23 de dezembro, o BTC apresentou uma leve recuperação, com alta de 0,97%, sendo negociado a US$96 mil por volta das 8h30 (horário de Brasília). Apesar disso, o sentimento de cautela permanece no mercado. Entre os principais motivos está o cenário macroeconômico global, que segue desafiador para ativos de risco.
Recentemente, o Federal Reserve dos Estados Unidos (Fed) reduziu a taxa básica de juros em 0,25 pontos-base. Ainda que esse movimento fosse esperado, o anúncio do mesmo veio acompanhado de um tom mais cauteloso, indicando apenas dois cortes adicionais de juros durante o ano de 2025.
Isso é algo que frustrou as expectativas de uma flexibilização monetária mais agressiva na principal economia do mundo. Essa realidade acabou por impactar negativamente o apetite por risco dos investidores.
Da mesma forma, outro fator que contribuiu para a recente queda foi a realização de lucros por parte de quem já está no mercado. Ou seja, após acumular ganhos de 63% em três meses, muitos investidores decidiram vender parte de suas posições.
Tal movimento consolidou o lucro dos mesmos com o BTC. Sendo assim, esse movimento é comum depois de períodos de alta prolongada, especialmente em mercados tão voláteis quanto o de moedas virtuais.
Por fim, na última semana do ano, especialistas apontam que o Bitcoin pode continuar oscilando entre níveis de suporte (US$90 mil). Enquanto isso, os investidores avaliam os desdobramentos do cenário macroeconômico e das condições de liquidez global.
Esse contexto deve mudar no começo do ano que vem?
Os ciclos de alta e correção do BTC seguem um padrão desde sua criação. Dessa maneira, em anos anteriores, como por exemplo 2017 e 2021, o ativo enfrentou quedas significativas logo após atingir picos históricos. Esses períodos de retração são caracterizados por ondas de venda e ajustes naturais no mercado.
Nesse sentido, dados históricos mostram que as correções no valor do Bitcoin costumam durar cerca de 154 dias a partir das mínimas do mercado. Portanto, caso esse padrão se repita, a cripto pode enfrentar novas quedas de até 30%, possivelmente até o início de janeiro de 2025. Tais ajustes podem preparar o terreno para uma nova onda de valorização.
Juntamente com isso, o cenário macroeconômico será algo crucial. Em primeiro lugar, se o Federal Reserve adotar uma postura mais flexível no ano de 2025, o BTC pode se beneficiar de um aumento no apetite por risco.
Por outro lado, políticas monetárias restritivas podem manter os mercados pressionados. Apesar das incertezas, o interesse crescente de investidores institucionais e a adoção de tecnologias blockchain continuam a favor do Bitcoin no longo prazo.
Pensando nisso, vale comprar Bitcoin agora?
Com a recente queda do Bitcoin, surge a dúvida: é o momento certo para investir? A resposta depende de diversos fatores, incluindo o perfil do investidor e também a sua disposição para lidar com a volatilidade.
Sendo assim, a retração recente pode ser vista como uma oportunidade para quem deseja entrar no mercado a preços mais baixos. Historicamente, o BTC tem se mostrado resiliente depois de grandes correções.
Ou seja, a criptomoeda retoma os ciclos de alta quando há uma melhora nas condições do mercado. Logo, o suporte atual em torno de US$90 mil pode servir como uma base para futuros movimentos ascendentes.
Entretanto, os riscos não devem ser ignorados. Desse modo, o cenário global ainda apresenta incertezas significativas, e a volatilidade do Bitcoin pode levar a novas quedas no curto prazo.
Posto isto, investidores que decidirem comprar agora devem estar preparados para possíveis oscilações e adotar uma estratégia de longo prazo. Em conjunto a isso, é essencial diversificar o portfólio, evitando alocar uma parcela muito grande do capital em um único ativo.
Finalmente, para aqueles que preferem uma abordagem mais cautelosa, pode ser interessante esperar por sinais mais claros de recuperação. Acompanhar de perto os movimentos do mercado, as declarações de autoridades monetárias e os níveis de suporte técnico do BTC pode ajudar a identificar o momento ideal para entrar no mercado.
Lições a aprender com o momento atual do BTC
O desempenho recente do Bitcoin traz lições valiosas para investidores. A primeira delas é a importância de entender a volatilidade intrínseca das criptomoedas. Em outras palavras, oscilações acentuadas de preço são uma característica do mercado, mas também oferecem oportunidades para quem adota uma abordagem estratégica.
Segundamente, outra lição é a influência do cenário macroeconômico. Nesse sentido, políticas monetárias de bancos centrais, como o Fed, têm impacto direto sobre o apetite por risco. Isso reforça a importância de acompanhar indicadores econômicos e declarações de autoridades.
Além disso, o comportamento dos investidores diante de altas expressivas é algo que demonstra a relevância de realizar os seus lucros em momentos pensados anteriormente. Dessa forma, o entendimento desse padrão ajuda a antecipar os movimentos de correção e também a tomar decisões mais informadas.
Em suma, o momento atual destaca a importância da gestão de risco. Portanto, investir em Bitcoin requer virtudes como paciência, disciplina e planejamento. Assim, estabelecer metas claras, diversificar investimentos e evitar decisões impulsivas são práticas essenciais para minimizar perdas e maximizar ganhos no longo prazo. O aprendizado com momentos de volatilidade prepara os investidores para aproveitar os ciclos de alta que podem surgir.
