Bitcoin está caindo muito! Até onde vai? Especialistas explicam.

O Bitcoin (BTC) tem enfrentado uma forte queda nos últimos dias, o que gerou incerteza entre os investidores e os entusiastas do mercado de criptomoedas. Sendo assim, a volatilidade desse ativo digital não é novidade, mas os eventos recentes levantam questões sobre até onde essa desvalorização pode chegar. 

Dessa forma, para entender melhor esse cenário, vários especialistas estão analisando os principais fatores que impulsionaram essa queda e também qual pode ser o futuro do BTC nos próximos meses.

Portanto, neste conteúdo, iremos mostrar a explicação de três especialistas para a queda do Bitcoin e também até onde eles preveem que ela vai. Em conjunto a isso, refletiremos sobre a importância da análise deles nesse tipo de momento, bem como se, pensando em tal contexto, vale comprar BTC agora.

Explicação de Marcello Cestari para a queda do Bitcoin e até onde ela vai

O ataque à Bybit e o impacto no mercado

De acordo com Marcello Cestari, especialista em criptomoedas da Empiricus Gestão, um dos principais fatores que contribuíram para a queda do Bitcoin foi o grande ataque hacker que a corretora Bybit sofreu na sexta-feira da semana passada (dia 21 de fevereiro).

Nesse sentido, o roubo de cerca de US$1,4 bilhão em Ethereum foi uma ocorrência que abalou o mercado. Ela foi responsável por gerar receios de que a empresa não consiga se recuperar. Isso é algo que lembra a crise das moedas virtuais causada pela falência da FTX no ano de 2022.

Adicionalmente, Cestari ressalta que, embora haja um impacto significativo, a Bybit pode conseguir se reerguer. Segundo o mesmo, a incerteza momentânea é um aspecto que gera aversão ao risco, mas há indícios de que a corretora manterá suas operações.

A influência da política de Donald Trump

Em paralelo, outro fator apontado pelo especialista em criptomoedas da Empiricus Gestão está relacionado às políticas comerciais de Donald Trump. Ou seja, sua postura agressiva nas negociações de tarifas, inclusive com países aliados, foi responsável por criar um clima de instabilidade no mercado financeiro. Logo, a falta de clareza sobre os impactos dessas decisões reduziu a liquidez disponível, prejudicando ativos de alto risco, como o BTC.

O caso das memecoins e o efeito na confiança do mercado

Ademais, além do ataque à Bybit e das incertezas políticas, as recentes polêmicas envolvendo as memecoins (criptomoedas meme) também contribuíram para a desvalorização do Bitcoin. 

Em outras palavras, o caso do ativo meme associado a Milei, a $LIBRA, gerou grande desconfiança nos investidores. Tal contexto reforça a percepção de que o mercado cripto pode ser volátil e suscetível a golpes.

Ainda que o momento seja desafiador, Marcello Cestari acredita que essa fase não deve durar a longo prazo. Para ele, a queda pode representar uma oportunidade de compra para as pessoas que têm um olhar estratégico sobre o setor das moedas virtuais.

Explicação de Brian Quinlivan para a queda do Bitcoin e até onde ela vai

A redução da atividade das baleias de Bitcoin

Outro especialista que analisou a recente queda do Bitcoin foi Brian Quinlivan, analista da Santiment. Segundo ele, um dos principais fatores que explicam a desvalorização da cripto é a redução da atividade das baleias de BTC.

As baleias de Bitcoin (investidores que detêm grandes quantidades da criptomoeda) diminuíram suas operações nas últimas semanas. Esse comportamento indica menor interesse na compra do ativo, aumentando a probabilidade de novas quedas.

Quando esses grandes investidores reduzem suas movimentações, o mercado perde um de seus principais impulsionadores de liquidez, o que resulta em um menor volume de negociações e também em uma maior vulnerabilidade a correções de preço.

Fluxo líquido dos grandes detentores despencou

Dados da IntoTheBlock mostram que o fluxo líquido dos grandes investidores caiu mais de 600% nos últimos 30 dias. Isso, como dito, significa que as baleias estão vendendo mais Bitcoin do que comprando.

Tal cenário representa um aumento da oferta da moeda virtual no mercado e pressiona o preço da mesma para baixo. Então, esse cenário é algo que preocupa investidores menores, pois pode sinalizar um período prolongado de baixa.

Se essa tendência continuar, a recuperação do Bitcoin pode demorar mais do que o esperado. No entanto, Quinlivan ressalta que mudanças rápidas nesse cenário são possíveis, especialmente se investidores institucionais voltarem a demonstrar interesse no ativo digital. Em outras palavras, qualquer movimentação expressiva dessas entidades pode reverter a tendência de baixa e impulsionar o preço do BTC novamente.

Explicação de John Glover para a queda do Bitcoin e até onde ela vai

Faixa de preço prevista para o Bitcoin

Já John Glover, que é diretor de Investimentos da Ledn, acredita que o Bitcoin irá permanecer oscilando entre US$89 mil e US$108 mil em março. Sendo assim, ele vê dois possíveis cenários para a criptomoeda:

No primeiro cenário, o BTC pode cair para US$89 mil ou até US$77 mil antes de um novo movimento de alta em seu preço. Por outro lado, se já tivermos atingido o fundo no momento atual, a próxima movimentação pode levar o preço do ativo digital para a faixa dos US$130 mil.

Da mesma forma, para Glover, no curto prazo, o mercado seguirá sendo influenciado por notícias e também por decisões estratégicas de grandes investidores. Além disso, ele destaca que fatores como por exemplo a liquidez global, as políticas monetárias e a adoção institucional podem ser responsáveis por desempenhar um papel crucial na movimentação dos preços. 

Por fim, o diretor de Investimentos da Ledn enfatiza que previsões exatas são difíceis, pois a volatilidade da criptomoeda é altamente influenciada tanto por eventos externos quanto por especulações.

O “efeito Trump” já foi precificado?

Outro ponto analisado por Glover é o impacto das políticas de Donald Trump no preço do Bitcoin. Embora muitos investidores esperassem que sua postura pró-cripto beneficiasse o setor, Glover acredita que esse efeito já foi precificado no mercado.

Assim, mesmo que o presidente dos Estados Unidos continue a apoiar as criptomoedas, isso não significa que veremos uma valorização imediata do Bitcoin. O desempenho do ativo dependerá mais de fatores macroeconômicos, da regulamentação global e, principalmente, da confiança dos investidores institucionais e do varejo na sustentabilidade da valorização da cripto.

A importância da análise dos especialistas nesse tipo de momento

Diante da forte queda recente do Bitcoin, analisar o mercado com base em opiniões especializadas é uma medida essencial no intuito de tomar decisões informadas. Segundo Cestari, o setor de criptomoedas é altamente volátil, e movimentos bruscos de preço podem gerar incerteza, o que impacta tanto investidores de varejo quanto institucionais.

Como é possível observar, os especialistas apresentados neste artigo destacam diferentes fatores que influenciaram a queda recente do Bitcoin. Para Quinlivan, a redução da atividade das baleias indica menor interesse na compra do ativo, pressionando seu preço para baixo. 

Além disso, a queda no fluxo líquido dos grandes detentores reforça essa tendência, sinalizando que os investidores com maior poder de mercado estão vendendo mais do que comprando.

Outro fator relevante são os impactos políticos e macroeconômicos. Como dito por Glover, a postura pró-cripto de Donald Trump, por exemplo, já pode ter sido precificada, o que significa que seu apoio não necessariamente impulsionará o preço da criptomoeda no curto prazo. Juntamente com isso, a incerteza em relação a regulamentações e decisões de bancos centrais pode gerar novas oscilações no mercado.

Compreender esses aspectos permite que investidores tenham uma visão mais ampla e estratégica do mercado. Em um cenário de alta volatilidade, é fundamental acompanhar tendências, avaliar riscos e diversificar investimentos para minimizar impactos negativos e aproveitar oportunidades de valorização.

Em um contexto de queda e incertezas, ouvir a opinião de especialistas pode ser algo fundamental no mercado das criptomoedas e do Bitcoin.
Em um contexto de queda e incertezas, ouvir a opinião de especialistas pode ser algo fundamental no mercado das criptomoedas e do Bitcoin. | Foto: DALL-E 3

Pensando nisso, vale comprar BTC agora?

A resposta para essa pergunta depende do perfil de cada investidor e de sua estratégia no mercado de criptomoedas. Em primeiro lugar, se o objetivo for obter retornos no curto prazo, é importante considerar que o BTC ainda pode apresentar forte volatilidade nos próximos dias ou semanas. 

Paralelamente, a incerteza gerada por fatores macroeconômicos e pelas movimentações de grandes investidores pode tornar o investimento arriscado para quem busca ganhos rápidos.

Em contrapartida, para os investidores que possuem foco no longo prazo, a recente queda pode ser vista como uma oportunidade de compra. Isso porque, historicamente, momentos de baixa no mercado de moedas virtuais foram seguidos por ciclos de valorização. 

Da mesma forma, eventos importantes, como por exemplo a aproximação do Halving, tendem a impactar positivamente o preço do Bitcoin, pois reduzem a oferta da moeda virtual no mercado.

Por último, outro fator relevante é a possível entrada de novos investidores institucionais, o que pode impulsionar a demanda e, consequentemente, o preço do ativo digital. No entanto, qualquer decisão de investimento deve ser tomada com base em uma análise cuidadosa do cenário e de acordo com a tolerância ao risco, que é específica de cada investidor.

Em última análise, se você deseja acompanhar de perto as oportunidades do mercado e entender se este é o momento ideal para investir em Bitcoin, mantenha-se informado e tome decisões estratégicas para maximizar seus ganhos!

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