Bitcoin: EUA e China compraram. Brasil deve comprar também?

Nos últimos anos, o Bitcoin (BTC) tem se consolidado como um ativo estratégico em nível global. Em tal sentido, grandes potências como os Estados Unidos e a China já possuem consideráveis reservas dessa criptomoeda. Sendo assim, tal movimento abre um importante questionamento: o Brasil deve seguir o mesmo caminho?

Portanto, explicaremos a compra de Bitcoin por EUA e China, bem como se o Brasil deve comprar a moeda virtual também. Em conjunto a isso, iremos discutir as consequências da entrada de países no mercado cripto e se, pensando nisso, é recomendável a compra de BTC.

Entenda a compra de Bitcoin por Estados Unidos e China.

Os EUA lideram o ranking mundial de reservas de BTC entre os países. Hoje, o governo estadunidense possui cerca de 213 mil unidades da criptomoedas, equivalentes a em torno de US$22,8 bilhões, considerando a cotação atual. Desse modo, quase metade das reservas globais de Bitcoin estatais estão sob o controle dos Estados Unidos.

Grande parte dessas unidades foi obtida por meio de apreensões governamentais. Um exemplo marcante foi o caso do Silk Road, um mercado clandestino na internet que foi desmantelado pelas autoridades estadunidenses.

Esse episódio resultou em significativas apreensões de criptomoedas. Além disso, o governo dos EUA tem planos ambiciosos de adquirir mais 1 milhão de BTCs com o intuito de transformar a cripto em uma reserva estratégica de valor.

Já a China detém aproximadamente 190 mil Bitcoins, avaliados em torno de US$20,4 bilhões, o que a deixa logo atrás dos Estados Unidos. O principal meio de aquisição também envolve apreensões, principalmente durante operações contra fraudes financeiras. Então, um exemplo notável foi o esquema PlusToken, uma pirâmide financeira de grande escala desmantelada no país.

Logo, diante desses fatos, fica claro que tanto os EUA quanto a China reconhecem o BTC como um ativo estratégico. Assim, a criptomoeda pode funcionar como uma reserva de valor importante, protegendo as economias de crises e da desvalorização de moedas fiduciárias.

Atualmente, Estados Unidos e China são os países com as maiores reservas globais de Bitcoin estatais.
Atualmente, Estados Unidos e China são os países com as maiores reservas globais de Bitcoin estatais. | Foto: DALL-E 3

O Brasil deve comprar Bitcoin também?

O Brasil já começou a considerar a criação de uma reserva nacional de BTC. Em junho de 2024, o deputado federal Eros Biondini (PL-MG) apresentou um projeto de lei para tornar isso realidade.

A proposta do político mineiro busca que o governo federal adote o Bitcoin como uma reserva estratégica soberana. Dessa forma, haveria proteção da economia e diversificação dos ativos brasileiros.

Esse projeto sugere a criação da Reserva Estratégica Soberana de Bitcoins (RESBit). O plano envolve a compra de unidades da criptomoeda pelo governo federal, com foco em fortalecer as reservas econômicas. Sendo assim, o BTC, como ativo descentralizado, poderia funcionar como uma proteção adicional em momentos de instabilidade.

Contudo, o projeto ainda está no início de sua tramitação. Após ser apresentado na Câmara dos Deputados, ele precisará ser discutido em comissões temáticas. Caso aprovado, irá seguir para votação no plenário da Casa. Em seguida, o Senado analisará a proposta. Por fim, irá caber ao presidente da República vetar ou sancionar o projeto.

Se aprovado, o Brasil daria um passo significativo rumo à modernização de suas reservas econômicas. Ao adotar o Bitcoin como reserva estratégica, o país poderia se alinhar com potências como os EUA e a China. O movimento também ajudaria a consolidar o Brasil como um participante crucial no cenário global das criptomoedas.

As consequências da entrada de países no mercado cripto

A entrada de países no mercado de BTC tem impactos significativos na percepção global das criptomoedas. Primeiramente, ela aumenta a legitimidade do Bitcoin como ativo de reserva de valor.

Quando potências como os Estados Unidos e a China compram criptos, elas reforçam sua confiança na tecnologia blockchain e em sua capacidade de proteger contra inflação e desvalorização de moedas fiduciárias.

Juntamente com isso, a presença de governos pode afetar o preço do BTC. A demanda institucional tende a elevar o valor do ativo, o que beneficiaria investidores que já possuem unidades.

Entretanto, isso também gera o risco de centralização do Bitcoin. Ainda que o ativo tenha sido criado para ser descentralizado, a acumulação por parte de governos pode resultar em maior controle sobre o mercado, o que pode ir contra a filosofia original da cripto.

Paralelamente, outro ponto importante é o efeito de segurança econômica. O BTC pode atuar como um hedge, protegendo países contra crises financeiras globais. Apesar disso, a volatilidade e a falta de regulamentação clara são aspectos que representam desafios.

Logo, o movimento da entrada de países no mercado cripto exige desenvolvimento de normas que garantam a segurança e a transparência das operações. Isso evita riscos como fraudes e manipulação do mercado.

Pensando nisso, devo comprar BTC?

Diante da crescente adoção do Bitcoin por potências como EUA e China, muitos investidores se perguntam se vale a pena comprar a criptomoeda agora. Nesse sentido, ela tem se consolidado como reserva de valor, protegendo contra a desvalorização das moedas tradicionais. Ou seja, os países demonstram confiança ao adquirir grandes quantidades de BTC, o que reforça sua posição no mercado global.

No entanto, é importante que se considere tanto os riscos quanto as vantagens dessa operação. Em outras palavras, o Bitcoin tem se mostrado um ativo valioso, principalmente em tempos de crise econômica.

Assim, ele funciona como uma proteção contra a inflação e a volatilidade das moedas fiduciárias. Então, caso o Brasil adote o BTC como reserva estratégica, o país ganharia uma camada extra de segurança econômica, o que também beneficiaria investidores.

Porém, o mercado cripto é volátil, com grandes oscilações de preço. Mesmo com o potencial de valorização no longo prazo, o Bitcoin pode ser arriscado para quem não está preparado para quedas bruscas de valor. A falta de regulamentação clara e a complexidade do mercado exigem cautela.

Em conclusão, investir em BTC demanda uma análise cuidadosa do perfil de risco e do tempo de investimento. Para iniciantes, é recomendável começar com uma quantidade menor até entender melhor o mercado. O Bitcoin pode ser uma boa oportunidade, mas requer paciência, estudo e estratégia.

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