Bitcoin x Greenpeace: entenda a polêmica briga entre as empresas

A recente disputa entre o Bitcoin e o Greenpeace tem atraído a atenção de muitas pessoas ao redor do mundo. Enquanto o Bitcoin, a primeira e mais famosa criptomoeda, continua sua ascensão meteórica como uma nova forma de moeda digital centralizada, o Greenpeace uma das mais renomadas organizações ambientalistas globais, tem levantado sérias preocupações sobre o impacto ambiental dessa tecnologia. 

Nesse sentido, a questão principal desse conflito gira em torno do alto consumo de energia necessário para a mineração do Bitcoin. Isso, segundo o Greenpeace, contribui significativamente para as mudanças climáticas.

Portanto, este artigo explora a ascensão do Bitcoin e o papel do Greenpeace. Em conjunto a isso, explica as razões para a briga entre eles e os possíveis desdobramentos desse embate.

A ascensão do Bitcoin

Uma pessoa (ou grupo de pessoas) sob o pseudônimo de Satoshi Nakamoto criou o Bitcoin no ano de 2008. Inicialmente, a ideia era criar uma forma de dinheiro digital que fosse descentralizada e não dependesse de bancos ou governos.

Utilizando a tecnologia blockchain, a criptomoeda permite transações peer-to-peer sem a necessidade de intermediários como bancos ou instituições financeiras. Esta descentralização oferece aos usuários maior controle sobre suas finanças, reduzindo a dependência de terceiros e promovendo a liberdade financeira.

Uma das características mais notáveis dessa moeda digital é seu fornecimento limitado. Apenas 21 milhões delas serão criadas, o que contrasta com as moedas fiduciárias tradicionais que podem ser inflacionadas por políticas monetárias governamentais.

Dessa maneira, essa escassez programada é um dos fatores que vem impulsionando o valor desse ativo digital, visto por muitos como uma reserva de valor que se assemelha ao ouro.

Além disso, o Bitcoin é altamente divisível, permitindo que os usuários transacionem frações mínimas da moeda, conhecidas como satoshis. Então, essa divisão facilita micropagamentos e torna a criptomoeda acessível a uma base de usuários mais ampla.

Outro aspecto fundamental dessa cripto é a sua segurança. Sendo assim, a rede é protegida por uma vasta quantidade de poder computacional que torna ataques e fraudes extremamente difíceis e dispendiosos. Este nível de segurança, aliado à transparência das transações registradas na blockchain, tem sido crucial para construir confiança nesse ativo ao longo dos anos.

Nesse contexto, a aceitação crescente do Bitcoin por comerciantes, investidores e até instituições financeiras tradicionais solidificou sua posição como a criptomoeda mais importante e influente do mercado global.

O Bitcoin é o primeiro e mais valioso ativo no mercado de criptomoedas.
O Bitcoin é o primeiro e mais valioso ativo no mercado de criptomoedas. | Foto: DALL-E 3

O que é o Greenpeace?

O Greenpeace é uma organização não governamental (ONG) ambiental fundada em 1971, conhecida por suas campanhas globais para proteger o meio ambiente e promover a paz. Desse modo, com sede em Amsterdã, na Holanda, a organização opera em mais de 55 países.

Suas operações abordam uma ampla gama de questões ambientais, que vão desde a preservação de florestas e oceanos até mesmo a luta contra as mudanças climáticas e a poluição. 

A missão do Greenpeace é catalisar uma mudança na maneira como a sociedade interage com o meio ambiente. Essa organização promove práticas sustentáveis e combate atividades que prejudicam o planeta.

Para isso, ela usa métodos como por exemplo: ações diretas não violentas, investigações científicas e campanhas de conscientização pública para pressionar governos e empresas a adotar políticas ambientais responsáveis.

Portanto, o Greenpeace tem uma longa história de ativismo, incluindo campanhas que são icônicas, como a luta contra os testes nucleares, contra a caça de baleias e contra o desmatamento da Amazônia.

Nos últimos anos, a organização tem concentrado grande parte de seus esforços na questão das mudanças climáticas. Isso significa que ela trabalha para destacar a necessidade urgente de reduzir as emissões de gases do efeito estufa e promover fontes de energia renováveis.

Por que há briga entre Bitcoin e Greenpeace?

A disputa entre Bitcoin e Greenpeace centra-se principalmente no impacto ambiental da mineração de criptomoedas. Nesse sentido, esse processo consome uma quantidade significativa de energia.

No entanto, grande parte desse consumo energético utiliza fontes não renováveis, como o carvão e o gás natural. Este alto consumo de energia é responsável por um aumento das emissões de carbono, que contribuem para o aquecimento global.

Desse modo, o Greenpeace tem criticado fortemente a indústria de criptomoedas por não abordar adequadamente essas preocupações ambientais. Então, a organização argumenta que, embora a tecnologia blockchain tenha o potencial de revolucionar o setor financeiro, isso não deve ocorrer às custas do meio ambiente.

Em 2021, o Greenpeace e outras ONGs lançaram a campanha “Change the Code, Not the Climate” (Mude o Código, Não o Clima). Ela apela para uma mudança no código do Bitcoin para um modelo de validação menos intensivo em energia, como o Proof of Stake (PoS), que já é usado por outras criptomoedas.

Por outro lado, defensores do ativo digital argumentam que a mineração pode, eventualmente, ser alimentada por fontes de energias renováveis e que a própria estrutura descentralizada do Bitcoin promove uma forma mais justa e inclusiva de sistema financeiro global. 

Do mesmo modo, eles também apontam que outras indústrias, como a financeira tradicional e a manufatura, também têm emissões de carbono significativas. Isso sugere que o foco exclusivo no Bitcoin pode ser desproporcional.

Possíveis desdobramentos desse conflito

Os desdobramentos do conflito entre Bitcoin e Greenpeace podem ter amplas implicações para a indústria de criptomoedas e o movimento ambientalista. Sendo assim, se a pressão do Greenpeace resultar em mudanças significativas no código do Bitcoin, como a adoção de um modelo de validação menos intensivo em energia, isso poderia reduzir drasticamente a emissão de carbono da criptomoeda.

Essa situação poderia tornar o ativo digital mais sustentável. Então, alternativas como por exemplo o Proof of Stake (PoS) poderiam ganhar mais aceitação, promovendo uma mineração mais ecológica.

Entretanto, a resistência dos mineradores e parte da comunidade pode retardar essas mudanças, levando a um impasse prolongado. Governos e reguladores, atentos às questões ambientais, podem intervir com regulamentações mais rigorosas, forçando a indústria a adotar práticas mais sustentáveis ou enfrentar penalidades.

Além disso, esse conflito pode acelerar a inovação tecnológica dentro do ecossistema blockchain, incentivando o desenvolvimento de soluções mais eficientes em termos de energia. Em paralelo, a colaboração entre ambientalistas e desenvolvedores de criptos pode resultar em novos paradigmas que equilibram inovação financeira com responsabilidade ambiental. 

Em resumo, o embate entre Bitcoin e Greenpeace tem o potencial de moldar o futuro das criptomoedas e suas interações com o meio ambiente. Isso pode promover um avanço rumo a um futuro mais sustentável e equilibrado.

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