O mercado de criptomoedas é conhecido por sua volatilidade, atraindo investidores dispostos a correr mais riscos e aqueles que veem as moedas digitais como uma forma de diversificação de portfólio. Entre esses ativos, o Bitcoin (BTC) permanece como o principal, tendo passado por diversos ciclos de alta e baixa. Desse modo, em 2024, as expectativas dos especialistas são de que ele atinja a marca de 100.000 dólares.
Então, exploraremos as opiniões de alguns especialistas sobre essa possível valorização e também o que esse contexto pode ocasionar no valor do Bitcoin. Juntamente com isso, iremos refletir se vale a pena comprar o ativo neste momento, bem como isso afetará as outras criptomoedas.
Especialistas que preveem que o Bitcoin supere os 100.000 dólares
Entre os analistas que acreditam na valorização do Bitcoin está Valter Rebelo, head de análise de ativos digitais da Empiricus. Rebelo prevê que a criptomoeda deve atingir ou até mesmo superar a marca dos 100.000 dólares até o final de 2024.
Nesse sentido, ele argumenta que a crescente adoção institucional do Bitcoin, além da redução de oferta com o Halving, favorece a valorização. Para ele, esse ativo virtual tem se mostrado resiliente, mesmo diante de crises econômicas globais, o que reforça a expectativa de novos patamares de preço.
José Artur Ribeiro, CEO da Coinext, compartilha dessa visão, destacando a política de redução de juros do Federal Reserve (Fed) como favorável para o mercado de criptomoedas. Com a diminuição da atratividade dos títulos de renda fixa, o capital tende a migrar para ativos mais arriscados, como o Bitcoin. Segundo Ribeiro, essa combinação de fatores pode impulsionar o preço do ativo para além dos 100.000 dólares.
Por fim, Caio Leta, head de conteúdo e análise da Bipa, tem uma visão mais moderada, com influência de fatores políticos. Para ele, uma vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais estadunidenses de 2024 poderia levar o Bitcoin a valores entre 90.000 e 100.000 dólares até o final do ano.

O que essa espera de alta da criptomoeda pode ocasionar?
A expectativa de que o Bitcoin atinja 100.000 dólares pode trazer uma série de efeitos tanto para investidores quanto para o mercado financeiro. Primeiramente, essa previsão pode atrair novos investidores, especialmente aqueles que estavam receosos devido à volatilidade do ativo. O aumento na demanda tende a elevar mais o preço, criando um ciclo de valorização em que a expectativa alimenta o aumento de valores.
Em conjunto a isso, uma alta significativa do Bitcoin pode influenciar o comportamento de investidores institucionais. Grandes fundos de investimento que estavam à margem do mercado de criptomoedas podem considerar entrar, vendo a valorização da moeda como um sinal de maior aceitação global. Isso aumentaria a liquidez e traria mais estabilidade ao mercado de Bitcoin, tornando-o uma opção mais viável para quem busca diversificação.
Apesar disso, é importante lembrar que essa expectativa de alta pode vir acompanhada de um risco maior de correção. Grandes movimentos de alta, como o que se espera para o Bitcoin, muitas vezes são seguidos por quedas abruptas. Isso acontece porque muitos investidores buscam realizar lucros após períodos de alta, o que pode pressionar os preços para baixo.
Vale a pena comprar Bitcoin neste momento?
Com a previsão de que o Bitcoin possa atingir 100.000 dólares, muitos investidores se perguntam se este é o momento certo para comprar. Nesse sentido, a resposta varia de acordo com o perfil de cada investidor.
Em outras palavras, aqueles com maior tolerância ao risco podem ver no Bitcoin uma oportunidade interessante de ganhos significativos, especialmente se as previsões de alta se confirmarem. Entretanto, é fundamental ter em mente a volatilidade inerente ao mercado de criptomoedas.
Sendo assim, investidores que já possuem Bitcoin em seus portfólios podem optar por manter ou até aumentar suas posições, com base nas perspectivas otimistas. Já quem está entrando agora no mercado precisa estar atento às possíveis correções de preço, comuns após momentos de euforia. Portanto, o ideal é não comprometer uma parte excessiva do capital em um único ativo tão volátil.
Desse modo, para reduzir os riscos, muitos especialistas recomendam a prática de compras periódicas, que se conhece como “Dollar Cost Averaging” (DCA). Essa estratégia consiste em adquirir a criptomoeda em diferentes momentos, diluindo o risco de grandes flutuações de preço. Ou seja, assim, o investidor pode reduzir o impacto de uma eventual queda de mercado e se beneficiar de uma possível valorização a longo prazo.
Como esse cenário afeta as outras criptomoedas?
O desempenho do Bitcoin costuma impactar diretamente o restante do mercado de criptomoedas. Sendo o ativo digital de maior capitalização e o mais consolidado, ele serve como uma referência para o setor como um todo. Quando essa moeda valoriza, é comum que as outras também sigam a tendência de alta, já que o interesse no mercado de criptoativos aumenta de forma geral.
As chamadas altcoins, como Ethereum (ETH), Litecoin (LTC) e Binance Coin (BNB), tendem a se beneficiar do movimento positivo do Bitcoin. Muitos investidores que já possuem a cripto acabam diversificando suas carteiras ao comprar altcoins, na esperança de obter retornos ainda maiores. Isso ocorre porque elas têm, geralmente, uma capitalização de mercado menor, o que significa que podem apresentar oscilações mais acentuadas.
No entanto, o inverso também é verdadeiro. Quando o Bitcoin sofre correções, as altcoins tendem a ser ainda mais impactadas. Em momentos de queda, os investidores costumam migrar seus capitais para ativos que são mais seguros, como por exemplo o próprio Bitcoin ou até para fora do mercado cripto, o que gera uma pressão ainda maior sobre as altcoins.
Em suma, o impacto do Bitcoin no mercado de moedas virtuais é amplamente significativo. Se o ativo alcançar a marca de 100.000 dólares, é provável que o movimento traga valorização para outras criptomoedas. Porém, os riscos inerentes ao mercado de criptoativos permanecem elevados, e quem deseja investir nesse cenário deve adotar uma estratégia de gestão de risco adequada.