Black Mirror (7ª temporada): Quais episódios não valem assistir?

A série Black Mirror possui reconhecimento por suas tramas provocativas, críticas sociais e abordagens tecnológicas sombrias que exploram o lado obscuro da humanidade. Ou seja, desde seu lançamento, a produção conquistou uma legião de fãs que aguardam ansiosamente por cada nova temporada. 

No entanto, a 7ª temporada chegou dividindo opiniões, com episódios que variam bastante em qualidade. Em outras palavras, embora a temporada contenha seis episódios no total, nem todos conseguiram manter o alto padrão que tornou a série um fenômeno global. 

Logo, neste conteúdo, iremos explorar quais episódios da 7ª temporada de Black Mirror que não valem a pena assistir e também listar os motivos pelos quais isso ocorre. Em conjunto a isso, pensaremos na popularidade da produção da Netflix, bem como elencaremos outros títulos que são parecidos com ela. Ademais, iremos explicar para quem a mesma é recomendada.

Quais episódios da 7ª temporada de Black Mirror não valem assistir?

A 7ª temporada de Black Mirror apresenta seis episódios, cada um com uma proposta única e provocativa. No entanto, nem todos foram bem recebidos pelo público e pela crítica. Para compor essa lista, consideramos os três episódios com menor nota no IMDb, o que indica uma recepção mais morna por parte da audiência.

1. Episódio 3: Hotel Reverie (Nota: 7.3/10)

Hotel Reverie tenta explorar o relacionamento entre os seres humanos e as Inteligências Artificiais em um contexto de nostalgia cinematográfica. Desse modo, a história gira em torno de Brandy, uma jovem solitária que decide participar de uma experiência imersiva onde é inserida digitalmente dentro de um filme noir dos anos 1940. Lá, ela conhece Clara, uma atriz digital controlada por uma IA que se chama Dorothy.

Em um primeiro momento, a proposta parece envolvente. Nesse sentido, é uma reflexão sobre os limites entre o real e o artificial, o amor idealizado e a tecnologia como válvula de escape emocional. Porém, o desenvolvimento do episódio peca pela superficialidade e previsibilidade. 

A relação entre Brandy e Clara não se aprofunda como o prometido, e a virada dramática que deveria ser o ápice da história não gera o impacto emocional necessário. A narrativa termina deixando mais perguntas do que respostas e não aproveita todo o potencial da proposta original.

2. Episódio 4: Brinquedo (Nota: 7.4/10)

No quarto episódio, temos o retorno de Colin Ritman, que é um personagem icônico do filme interativo Bandersnatch. Agora, ele está participando do desenvolvimento de um novo jogo com inteligência emocional que interage diretamente com os sentimentos dos jogadores. O protagonista da vez é Daniel, um jornalista solitário e desiludido que aceita testar o jogo em primeira mão.

A trama parte de uma premissa interessante (a ideia de um jogo que responde emocionalmente ao jogador). Entretanto, ela rapidamente se perde em uma sequência de eventos confusos e pouco inspirados. 

Mesmo com o retorno de Colin, o episódio não consegue replicar o mesmo charme e complexidade de Bandersnatch. Em outras palavras, a crítica à dependência dos jogos e à fuga da realidade é válida, mas o roteiro é raso e termina sem uma resolução que seja convincente.

3. Episódio 2: Bête Noire (Nota: 7.4/10)

Bête Noire começa com um tom de suspense corporativo e evolui para uma trama sobre realidades paralelas, manipulação de memórias e o já conhecido “Efeito Mandela”. Sendo assim, a protagonista, Maria, é uma executiva bem-sucedida que começa a perceber alterações sutis, mas perturbadoras, em sua realidade. 

Dessa forma, memórias que ninguém compartilha, lugares que mudam de uma maneira inexplicável e questionamentos sobre sua própria sanidade mental formam a base da narrativa.

Apesar da premissa intrigante, o episódio não consegue sustentar o mistério. Em tal sentido, ao tentar abordar múltiplos temas, que vão desde bullying na infância até crítica ao corporativismo e gaslighting, o roteiro acaba se tornando disperso e pouco coeso. O final, que deveria ser uma revelação impactante, é previsível e não condiz com o suspense que o episódio tenta construir desde o início.

Motivos pelos quais não vale assistir a esses episódios

Desenvolvimentos decepcionantes

Os três episódios destacados falham em desenvolver suas ideias de modo satisfatório. Em outras palavras, ainda que comecem com premissas originais e temas relevantes, como por exemplo a ética digital, a manipulação de informações ou a relação entre os humanos e a tecnologia, todos sofrem com roteiros que não se aprofundam. 

As tramas apresentam personagens que não evoluem ao longo da narrativa, dificultando a criação de empatia com o público. Juntamente com isso, os conflitos centrais muitas vezes são resolvidos de forma superficial ou abrupta.

Isso faz com que eles deixem lacunas importantes e também comprometam o impacto emocional. Em vez de gerar reflexões duradouras, como é característico dos melhores episódios da série, acabam deixando o espectador com uma sensação de vazio, frustração ou de que algo essencial ficou faltando.

Finais previsíveis ou pouco impactantes

Adicionalmente, outro ponto comum entre esses três episódios é a presença de uma conclusão pouco surpreendente. Enquanto episódios icônicos de temporadas anteriores, como White Bear ou San Junipero, deixaram o público boquiaberto, os da 7ª temporada em questão entregam finais apressados ou sem o peso dramático esperado. Isso compromete a experiência como um todo e enfraquece a mensagem que a série tenta transmitir.

Os espectadores e os críticos estão apontando alguns motivos para não aprovarem certos episódios da 7ª temporada de Black Mirror.
Os espectadores e os críticos estão apontando alguns motivos para não aprovarem certos episódios da 7ª temporada de Black Mirror. | Foto: DALL-E 3

A popularidade de Black Mirror

Desde seu lançamento no ano de 2011, Black Mirror se destacou como uma das séries mais inovadoras da televisão contemporânea. Nesse sentido, criada por Charlie Brooker, a série conquistou o público ao apresentar histórias que refletem os impactos da tecnologia na sociedade de forma provocativa e muitas vezes perturbadora. 

Sua proposta de episódios antológicos, cada um com elenco, ambientação e enredo próprios, foi algo que permitiu uma liberdade criativa enorme. Isso tornou a produção um verdadeiro laboratório para explorar distopias modernas e dilemas éticos cada vez mais atuais.

Episódios de Black Mirror que marcaram época

Ao longo das temporadas, episódios como por exemplo The Entire History of You, Nosedive e Hang the DJ se tornaram marcos por sua capacidade de combinar crítica social, emoção e entretenimento de alta qualidade. 

Esses capítulos não apenas instigaram debates, como também anteciparam discussões sobre privacidade, redes sociais e relacionamentos digitais. Mesmo com alguns tropeços, Black Mirror segue como uma referência sólida no gênero da ficção científica distópica.

Outros títulos parecidos com Black Mirror

Se você gostou do estilo de Black Mirror mas se sentiu decepcionado com os rumos tomados na 7ª temporada, há outras produções que podem oferecer experiências semelhantes. Em alguns casos, são até mais consistentes em termos de roteiro e impacto narrativo.

1. Love, Death & Robots (Netflix)

Essa antologia animada combina ficção científica, terror, fantasia e comédia em episódios curtos e visualmente deslumbrantes. Cada capítulo apresenta uma estética própria e histórias com finais impactantes ou reflexivos, muitas vezes abordando dilemas humanos em contextos futuristas.

2. Electric Dreams (Amazon Prime Video)

Inspirada nos contos de Philip K. Dick, a série segue o formato de episódios independentes e mergulha em temas como por exemplo identidade, tecnologia e livre-arbítrio, sempre com um toque existencial.

3. Inside No. 9 (BBC)

Combinando suspense, humor negro e reviravoltas inesperadas, essa série britânica surpreende pela criatividade e pela carga emocional de seus episódios, lembrando os momentos mais marcantes de Black Mirror.

Para quem a série Black Mirror é recomendada?

Público que aprecia ficção reflexiva

Black Mirror é indicada para os indivíduos que gostam de refletir sobre o impacto da tecnologia na vida cotidiana dos seres humanos. Em paralelo, também é recomendada para quem valoriza narrativas complexas, cheias de críticas sociais e morais.

Espectadores com interesse em filosofia, ética e psicologia

A série muitas vezes se aprofunda em dilemas éticos, discussões filosóficas e até mesmo transtornos psicológicos. Por isso, atrai um público que gosta de histórias que vão além do entretenimento e provocam debates.

Fãs de distopias e ficção científica

Se você é fã de filmes como por exemplo Ex-Machina, Her, Blade Runner ou séries como Westworld, provavelmente encontrará muitos elementos familiares e instigantes em Black Mirror.

Black Mirror ainda vale a pena, mas com ressalvas

A 7ª temporada de Black Mirror prova que nem toda ideia genial resulta em um episódio que seja memorável. Mesmo que a série continue relevante e inovadora, alguns capítulos não conseguem entregar a profundidade e a surpresa que os fãs esperam. Ou seja, episódios como Hotel Reverie, Brinquedo e Bête Noire demonstram que boas ideias precisam de execução precisa, ritmo adequado e conclusões marcantes. 

Em conclusão, para quem começou a assistir a série agora ou até mesmo para quem já é fã de longa data, talvez seja melhor pular esses episódios e investir o tempo nos mais bem avaliados, que continuam a elevar o nome da produção no mundo das séries distópicas.

Se você é fã de tecnologia, crítica social e enredos surpreendentes, continue explorando o universo de Black Mirror, mas esteja atento aos episódios que realmente valem o seu tempo. Descubra o que faz da série um fenômeno e compartilhe sua opinião com outros fãs da produção da Netflix!

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