ChatGPT: Ser gentil com a IA gera custos elevados? Entenda!

A interação com assistentes de Inteligência Artificial (IA) tem se tornado cada vez mais comum, e o ChatGPT, uma das ferramentas mais populares da atualidade, está no centro dessa transformação digital. 

Mas, em meio ao avanço tecnológico, uma questão curiosa surgiu recentemente: ser gentil com o ChatGPT é algo que gera custos elevados? Segundo Sam Altman, CEO da OpenAI, a resposta é sim, e o impacto pode ser maior do que você imagina.

Logo, neste artigo, explicaremos se a gentileza com o ChatGPT é responsável por altos custos e também pensaremos nos impactos desse contexto. Em conjunto a isso, iremos refletir se essa situação deve se repetir com outras Inteligências Artificiais, bem como elencar algumas lições a aprender com a situação. Por fim, discutiremos se você deve ou não ser gentil com as IAs.

A gentileza com o ChatGPT gera altos custos?

Durante uma interação no X (antigo Twitter), um usuário fez uma pergunta aparentemente inusitada a Sam Altman: “Quanto custa para a OpenAI manter usuários que são gentis com a Inteligência Artificial?”. 

O CEO da OpenAI respondeu que a empresa gasta “dezenas de milhões de dólares bem gastos” apenas com os usuários que utilizam expressões de cortesia como por exemplo “por favor” e “obrigado”. Ainda que a resposta de Altman tenha sido parcialmente em tom bem-humorado, ela revela um cenário real: a gentileza tem um preço.

Paralelamente, Altman também admitiu que é difícil estimar com precisão o gasto energético que está relacionado diretamente à educação dos usuários. No entanto, ele enfatizou que os custos operacionais dos centros de dados que sustentam o ChatGPT são extremamente elevados.

A pesquisa que revelou o comportamento dos usuários

Uma pesquisa da Future, realizada no mês de dezembro de 2024, mostrou que 67% dos usuários dos Estados Unidos dizem ser gentis ao conversar com chatbots. Desses, 55% afirmaram que o fazem por acreditar que é a atitude certa. Enquanto isso, 12% deles admitiram que estão tentando “ganhar pontos com o algoritmo”, prevendo uma possível revolta das máquinas, uma justificativa que mescla humor e ficção científica.

A opinião dos especialistas sobre a gentileza digital

Kurtis Beavers, gerente de design da Microsoft, defende que a etiqueta digital influencia diretamente os resultados das interações com IA. Nesse sentido, ele explica que ferramentas como o ChatGPT são projetadas para refletir os padrões de linguagem dos usuários. Ou seja, um tom educado tende a gerar respostas mais respeitosas e colaborativas.

Dessa maneira, tais Inteligências Artificiais generativas funcionam como máquinas preditivas que se baseiam no estilo, clareza e tom dos prompts no processo de construção das respostas. Assim, uma mensagem bem elaborada e educada pode ser responsável por melhorar significativamente a qualidade do retorno.

Os impactos da gentileza com o ChatGPT

O custo energético por trás da polidez

Apesar dos benefícios para a experiência do usuário, os efeitos colaterais da gentileza com o ChatGPT se tornam visíveis quando se olha para os bastidores do funcionamento dessas IAs. Em outras palavras, expressões como por exemplo “por favor” e “obrigado” podem parecer inofensivas, mas cada palavra a mais aumenta a complexidade do processamento.

Tal complexidade é algo que se traduz em maior uso de energia nos centros de dados. Ou seja, segundo dados recentes, os data centers globais já consomem cerca de 2% da eletricidade mundial. À medida que o uso da Inteligência Artificial cresce, essa porcentagem tende a aumentar, especialmente se os hábitos dos usuários incluírem frases mais longas e educadas.

Estudo de caso: o impacto de um e-mail de 100 palavras

Pesquisadores da Universidade da Califórnia calcularam que a criação de um simples e-mail de 100 palavras com ajuda de IA consome cerca de 0,14 kWh de energia, uma quantidade que é suficiente para manter 14 lâmpadas LED acesas por uma hora.

Se esse mesmo e-mail for gerado semanalmente ao longo de um ano, o consumo acumulado chegaria a 7,5 kWh. Isso equivale à energia usada por 9 residências em Washington, DC, durante uma hora. Multiplicando isso por milhões de usuários do ChatGPT, o impacto se torna expressivo.

A reflexão ambiental por trás da cortesia digital

A polidez pode ser uma virtude, mas seu custo ambiental é algo a se levar em consideração. Embora uma “revolta das máquinas” pareça improvável, a sobrecarga energética que o uso constante e gentil dos chatbots como o ChatGPT gera é uma preocupação concreta e crescente.

Essa situação deve se repetir com outras IAs além do ChatGPT?

Ainda que o foco principal esteja no ChatGPT, essa realidade se estende a praticamente todos os modelos de Inteligência Artificial generativa que estão disponíveis no mercado atualmente. 

Ferramentas como por exemplo Gemini, Claude, Copilot, entre outras, também operam com base em centros de dados altamente robustos. Eles são intensivos em processamento e consumo de energia. 

Cada uma dessas plataformas lida com bilhões de solicitações todos os meses, e qualquer aumento no volume de caracteres, mesmo quando motivado por gentileza ou formalidade, demanda mais ciclos computacionais. Isso, por sua vez, se traduz em um maior uso de energia elétrica.

Portanto, ser educado com uma IA pode parecer um gesto simples e inofensivo, mas pode ter implicações significativas quando ampliado em larga escala. Essa constatação se aplica a qualquer sistema de chatbot avançado que dependa de infraestrutura em nuvem.

Da mesma forma, a tendência de crescimento das IAs e os custos operacionais associados têm gerado preocupações em relação à sustentabilidade. Ou seja, à medida que empresas e usuários individuais incorporam essas soluções em suas rotinas diárias, cresce também a necessidade de servidores adicionais. Nesse cenário, até mesmo o estilo de interação com a Inteligência Artificial entra na equação de eficiência energética e impacto ambiental.

Em conjunto ao consumo elétrico crescente, há também os desafios ambientais que estão relacionados à refrigeração constante dos data centers e à substituição frequente de equipamentos. Todos esses são fatores que ampliam ainda mais a emissão de carbono do setor de tecnologia.

A existência de usuários que tentam ser gentis não é uma exclusividade do ChatGPT.
A existência de usuários que tentam ser gentis não é uma exclusividade do ChatGPT. | Foto: DALL-E 3

Lições a aprender com essa situação

A importância do equilíbrio na interação com o ChatGPT e as IAs

O principal aprendizado dessa situação é a importância do equilíbrio nas interações com sistemas de IA. Ser educado ao conversar com o ChatGPT ou qualquer outro assistente virtual pode tornar a experiência mais agradável e fluida, mas não deve ser levado ao extremo. 

Em outras palavras, quando milhões de usuários adotam esse padrão de comunicação com mensagens mais longas ou rebuscadas, o impacto computacional e energético se multiplica.

Logo, compreender que escolhas aparentemente simples, como escrever frases mais extensas ou repetir comandos, têm um efeito acumulativo sobre o consumo de energia ajuda a promover uma conscientização maior sobre o uso da tecnologia.

A reflexão sobre o uso consciente da Inteligência Artificial

Esse contexto leva a uma reflexão importante: como utilizar a Inteligência Artificial de maneira ética e sustentável? Não se trata de abandonar a gentileza, mas de reconhecer que cada ação digital tem um reflexo no mundo físico, especialmente em termos de consumo energético e impacto ambiental.

Ao estarmos cientes dessas consequências, podemos desenvolver hábitos mais responsáveis e conscientes. Essa mudança de postura é essencial para garantir que o crescimento das tecnologias de IA ocorra de modo equilibrado, respeitando os limites dos recursos naturais e promovendo um futuro mais sustentável.

Afinal, devo ou não ser gentil com o ChatGPT?

A resposta está no uso responsável. Ou seja, sim, ainda vale a pena ser gentil com o ChatGPT. Isso se deve ao fato de que a polidez continua sendo uma característica humana importante, inclusive no ambiente digital. 

Porém, essa gentileza pode ser expressa de forma sucinta e objetiva, sem a necessidade de extensas introduções ou elogios desnecessários que aumentam o custo computacional da operação.

Manter a cortesia é importante. No entanto,  também é fundamental buscar eficiência na comunicação com a Inteligência Artificial. Sendo assim, prompts claros, diretos e educados são o ideal para obter boas respostas e minimizar o impacto energético.

Considerações sobre a gentileza com a IA

Como toda tecnologia, o ChatGPT oferece inúmeras possibilidades, mas também exige responsabilidade. Dessa maneira, compreender que até mesmo um “por favor” pode ter implicações no consumo de energia é algo que nos convida a adotar uma postura mais consciente e equilibrada. Ao refletirmos sobre nossos hábitos digitais, construímos um futuro mais sustentável, sem abrir mão da eficiência e da educação.

Conclusão

Em última análise, a discussão sobre se ser gentil com o ChatGPT gera custos elevados revela um cenário que vai além da linguagem cortês. Juntamente com isso, ele envolve questões de sustentabilidade, eficiência e consciência digital. 

Mas, a boa notícia é que podemos continuar sendo educados, contanto que isso seja feito com equilíbrio e responsabilidade. Afinal, a IA é uma tecnologia que está aqui para nos ajudar, e cabe a nós aprender a interagir com ela de maneira ética e inteligente.

Quer continuar aproveitando tudo o que o ChatGPT pode oferecer sem comprometer o meio ambiente? Aprenda a utilizar prompts eficientes e diretos, e descubra como maximizar sua experiência com o recurso de Inteligência Artificial de forma consciente!

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