O Japão está na vanguarda tecnológica, transformando passos de sua população em energia elétrica. Dessa forma, em Tóquio, uma das metrópoles do mundo, está sendo implementada uma tecnologia que permite aproveitar o caminhar das pessoas para gerar eletricidade. Nesse sentido, o país oriental abre caminho para que o simples ato de andar abasteça cidades inteiras energeticamente.
Portanto, neste artigo, vamos entender como a tecnologia que o Japão criou funciona e também sua capacidade de geração de energia. Em conjunto a isso, listaremos outros lugares que já utilizam esse recurso e também algumas possibilidades futuras.
Como o Japão está produzindo energia com passos
Tóquio, capital do Japão, é uma das cidades mais populosas do mundo. Nela, houve o início de uma iniciativa inovadora com o intuito de gerar energia elétrica a partir do movimento das pessoas.
Sendo assim, em locais de grande circulação, como por exemplo passagens de pedestres, estações de metrô e centros comerciais, foram instalados azulejos especiais pretos, capazes de captar a energia gerada pelos passos.
Esses azulejos utilizam uma tecnologia que se chama piezoeletricidade, que transforma a pressão dos passos em energia elétrica. Para isso, ela aproveita a movimentação constante a fim de abastecer parte da iluminação pública e equipamentos eletrônicos da cidade.
O funcionamento dessa tecnologia é simples, mas eficaz. Em outras palavras, quando uma pessoa pisa no azulejo, o peso do corpo gera uma pressão sobre materiais piezoelétricos, como cristais e cerâmicas.
Tais materiais reagem à pressão criando uma carga elétrica, que é então captada e armazenada para uso. Cada pequeno impulso que um passo gera pode parecer mínimo. No entanto, em locais com milhares de passantes por dia, o acúmulo dessa energia se torna considerável.
Além de reduzir a dependência de fontes convencionais, essa abordagem sustentável também promove a conscientização sobre o impacto dos pequenos atos do dia a dia. Logo, o Japão está utilizando a energia de cada passo para criar uma cidade mais verde e inteligente, tornando o movimento das pessoas uma fonte constante de eletricidade.
Qual a quantidade de energia produzida?
A quantidade de energia que um único passo gera é pequena. Entretanto, quando se combinam milhares ou milhões de passos diários, o resultado é significativo. Um único passo em um azulejo piezoelétrico pode, em média, gerar energia suficiente para acender até dez lâmpadas bulbo por cerca de 20 segundos.
Essa quantidade de energia pode parecer mínima, mas considerando a circulação constante em Tóquio, o impacto acumulado é notável. Desse modo, o potencial dessa tecnologia é enorme quando aplicada em larga escala.
Nesse sentido, imagine o quanto de energia uma área como a Estação Shibuya, uma das mais movimentadas de Tóquio, poderia gerar em um único dia. Com a tecnologia atual, é possível abastecer painéis de LED e iluminações públicas em pontos de grande tráfego, reduzindo o consumo de energia de fontes tradicionais.
Juntamente com isso, os azulejos piezoelétricos são uma alternativa eficiente em espaços onde o custo para instalar outras formas de energia renovável, como a solar ou eólica, seria elevado. A tecnologia permite que cada passo se transforme em um pequeno impulso de energia que, somado a milhares de outros, ajuda a sustentar a demanda energética de determinados locais.
Outros locais além do Japão estão aplicando essa tecnologia?
A tecnologia de conversão de passos em energia não é exclusiva do Japão e está sendo adotada em outras partes do mundo. Na Europa, alguns países já instalaram azulejos piezoelétricos em áreas públicas, como praças e centros de eventos, para aproveitar a movimentação das pessoas. Em Londres, por exemplo, esses dispositivos foram instalados em algumas calçadas e em locais de eventos, onde o tráfego é intenso.
Da mesma maneira, a tecnologia também foi implementada em campos de futebol e playgrounds em diversos países. A ideia é aproveitar o movimento constante nesses locais para maximizar a produção de energia.
Nos campos de futebol os jogadores produzem energia ao caminhar ou correr sobre os azulejos. Enquanto isso, nos playgrounds, as crianças geram eletricidade ao brincarem. Ou seja, esses ambientes são ideais para essa tecnologia, pois têm grande fluxo de pessoas e atividade física, o que favorece a geração contínua de energia.
Sendo assim, a popularização da tecnologia piezoelétrica em outros países mostra que a inovação do Japão está inspirando uma transformação global. Cada vez mais, cidades ao redor do mundo reconhecem o potencial de utilizar o movimento humano como uma fonte de energia renovável e estão investindo em infraestruturas sustentáveis para integrar essa tecnologia em áreas públicas.
O que esperar dessa tecnologia no futuro?
A tecnologia piezoelétrica aplicada ao caminhar tem um futuro promissor, com avanços constantes na eficiência e nos materiais utilizados. Espera-se que os azulejos se tornem ainda mais eficientes, produzindo energia por passo, enquanto os custos de produção e instalação diminuem. Isso facilitará a expansão para outras cidades e áreas urbanas no mundo, permitindo que mais lugares adotem essa tecnologia sustentável.
Em paralelo, há um grande potencial para integrar esses dispositivos em espaços como prédios comerciais, shoppings e estações de transporte público, onde o movimento é intenso. Nessas áreas, o uso de pisos piezoelétricos poderia reduzir significativamente os custos de energia e contribuir para a sustentabilidade dos centros urbanos.
Adicionalmente, outra possibilidade é a combinação dessa tecnologia com outras fontes de energia que são renováveis, como a solar. Por exemplo, em locais com alto fluxo de pessoas e exposição ao sol, azulejos que fossem híbridos poderiam gerar eletricidade tanto pelo movimento quanto pela luz solar. Isso é algo que iria aumentar consideravelmente a capacidade de produção de energia.
Em última análise, a piezoeletricidade representa uma nova forma de pensar sobre o consumo de energia. Desse modo, ao invés de depender apenas de fontes externas, como usinas e redes elétricas, existe a possibilidade de gerar eletricidade apenas com as atividades diárias. Nesse sentido, o Japão lidera esse caminho, mostrando que pequenos movimentos, como caminhar, podem revolucionar o futuro da energia em todo o mundo.