Coca-cola usa IA para criar tipografia de nova campanha

A Coca-cola é uma das marcas mais famosas e reconhecidas do mundo, com uma história de mais de 130 anos de inovação e criatividade. A empresa sempre busca se reinventar e se adaptar às mudanças do mercado e dos consumidores, usando as mais avançadas tecnologias para criar experiências únicas e memoráveis. Nesse sentido, a empresa está aderindo a IA.

Uma dessas tecnologias é a inteligência artificial (IA), que vem sendo cada vez mais utilizada pela Coca-cola para criar obras de arte, produtos e campanhas publicitárias. A IA é uma área da ciência da computação que estuda e desenvolve sistemas capazes de realizar tarefas que normalmente exigiriam inteligência humana, como reconhecer imagens, compreender linguagem natural, gerar conteúdo e tomar decisões.

Como a Coca-cola usou IA generativa para criar a tipografia da campanha “Best Coke Ever?”

A Coca-cola vem explorando as possibilidades da IA generativa em diversas iniciativas, como a criação de um novo sabor de refrigerante, a Y3000 Zero Sugar, em parceria com a OpenAI, a criação de arte digital usando as tecnologias DALL-E e ChatGPT, também da OpenAI, e a criação de cartões de Natal personalizados usando GPT-4.

Uma das mais recentes e impressionantes campanhas da Coca-cola que usou IA generativa foi a “Best Coke Ever?”, que teve como objetivo promover a nova receita e o novo design da Coca-cola Zero, lançados em 2021. A campanha foi descrita pela marca como sua “iniciativa mais digital e social feita até o momento”, e contou com um forte trabalho com influenciadores no TikTok.

A campanha teve como foco os consumidores da geração Z, que são os nascidos entre 1997 e 2012, e que representam um público exigente, conectado, diverso e engajado. A Coca-cola quis mostrar que a nova Coca-cola Zero era a melhor Coca-cola de todos os tempos, e que tinha um sabor tão bom quanto o da Coca-cola original, mas sem açúcar.

A criação da tipografia Coke Sans Sugar

Para isso, a marca usou uma estratégia de marketing que envolveu o uso de uma tipografia única, desenvolvida por IA, em uma tentativa de dar voz ao produto e fazer com que ele falasse por si mesmo. A tipografia foi chamada de Coke Sans Sugar, e foi criada a partir das bolhas, da condensação e da efervescência da bebida, usando um algoritmo de detecção de objetos por rede neural.

O processo de criação da tipografia foi o seguinte: a Coca-cola capturou mais de 100 mil fotos da Coca-cola Zero no momento em que as formas começaram a surgir na superfície da bebida, cada uma destacando um aspecto visual distinto do produto. Em seguida, a marca usou um algoritmo de detecção de objetos por rede neural, que é um tipo de IA que encontra objetos em uma imagem, para identificar letras do alfabeto nesse conjunto de imagens. Essas letras foram compiladas em um kit de ferramentas digitais que permitiu criar qualquer palavra, em qualquer idioma, de acordo com os recursos visuais da Coca-cola Zero.

A tipografia resultante acabou usada na publicidade da Coca-cola Zero, como em outdoors, banners, anúncios e embalagens, dando a impressão de que a bebida estava se comunicando com os consumidores, fazendo perguntas como “Best Coke Ever?” ou “Can you believe I’m sugar free?”. A campanha foi desenvolvida em colaboração com o núcleo do WPP dedicado à marca, o Open X, liderado pela AKQA e Ogilvy.

A repercussão da campanha com IA nas redes sociais

A campanha foi um sucesso, gerando milhões de interações, comentários, compartilhamentos e impressões nas redes sociais, especialmente no TikTok, onde a marca convidou influenciadores como Addison Rae, Charli D’Amelio, David Dobrik e Zach King para experimentarem a nova Coca-cola Zero e compartilharem suas reações com seus seguidores. A campanha também aumentou as vendas da Coca-cola Zero, que cresceram 7% no último trimestre de 2023, segundo o divulgado pela empresa.

Os benefícios e os riscos da IA generativa na arte e na publicidade

A Coca-cola mostrou, mais uma vez, como a IA pode criar tipografias e outras formas de expressão criativa, que podem melhorar a comunicação, a diferenciação e a conexão das marcas com os consumidores. No entanto, a IA também traz desafios e responsabilidades para os criadores, as empresas e a sociedade, como questões éticas, legais, morais e sociais.

Os benefícios da IA generativa

A IA generativa pode trazer diversos benefícios para a arte e a publicidade, assim como:

  • Aumentar a produtividade e a eficiência, reduzindo o custo e o tempo de criação de conteúdo,. Além de facilitar o processo para os designers, os criadores e as empresas.
  • Ampliar a criatividade e a inovação, oferecendo infinitas possibilidades de criação, personalização e adaptação de conteúdo, de acordo com as preferências e necessidades dos usuários.
  • Melhorar a qualidade e a relevância do conteúdo, usando dados e algoritmos para analisar o contexto, o público-alvo e os objetivos da comunicação. Além de gerar conteúdo que atenda às expectativas e aos interesses dos consumidores

Os riscos da IA generativa

A IA generativa também pode trazer diversos riscos para a arte e a publicidade, assim como:

  • Ameaçar a originalidade, a autoria e a qualidade do conteúdo, ao gerar conteúdo semelhante ou copiado de outras fontes existentes. Ou ao criar conteúdo que não reflita a visão, a identidade e os valores dos criadores e das marcas.
  • Facilitar a produção de desinformação e propaganda, ao criar conteúdo que possa enganar ou manipular os consumidores. Ou que possa violar os direitos, a privacidade e a segurança das pessoas e das organizações.
  • Trazer desafios éticos, legais e sociais, como a proteção dos direitos autorais, a responsabilidade pelos erros e danos causados pelo conteúdo. Além do impacto na comunicação humana e o respeito pela diversidade e pela inclusão.
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Imagem: DALL-E 3.

O futuro da IA generativa na arte e na publicidade

A IA generativa é uma tecnologia que pode transformar a forma como a arte e a publicidade acabam criadas e consumidas. Porém, também pode trazer riscos e incertezas. O futuro da IA generativa depende de como os criadores, as empresas e a sociedade vão usar, regular e monitorar essa tecnologia. A expectativa é que aconteça de forma ética e responsável.

Algumas das tendências que podem marcar o futuro da IA generativa na arte e na publicidade são:

  • A IA generativa será cada vez mais acessível e democrática. Assim, permitindo que mais pessoas possam criar e consumir conteúdo, usando plataformas e ferramentas online, como o Typeface, o Picsart e o Aplicativo.
  • A IA generativa será cada vez mais colaborativa e interativa. Isto é, permitindo que os criadores e os consumidores possam cocriar e coeditar conteúdo, usando feedbacks e sugestões.
  • A IA generativa acabará cada vez mais integrada e híbrida, permitindo que o conteúdo possa combinar diferentes tipos de mídia. Assim como texto, imagem, vídeo e áudio, e diferentes tecnologias, como realidade aumentada, realidade virtual, internet das coisas e blockchain.

Em suma, citamos algumas das possibilidades que a IA generativa pode trazer para o futuro da arte e da publicidade. Mas também existem muitos desafios e incógnitas. Isto é, IA generativa é uma ferramenta poderosa. Porém, seu uso deve acontecer de forma ética e responsável. Isto é, respeitando os direitos, as preferências e as necessidades dos criadores, das empresas, dos consumidores e da sociedade.

Em última análise…

Sobretudo, a Coca-cola é uma marca que se destaca pela sua capacidade de inovar e se adaptar às mudanças do mercado e dos consumidores. Usando as mais avançadas tecnologias para criar experiências únicas e memoráveis. Uma dessas tecnologias é a inteligência artificial (IA) generativa, que permite criar conteúdo original e relevante, a partir de dados e algoritmos.

A Coca-cola usou a IA generativa para criar a tipografia da sua nova campanha para a Coca-cola Zero, chamada “Best Coke Ever?”. A tipografia surgiu a partir das bolhas, da condensação e da efervescência da bebida, usando um algoritmo de detecção de objetos por rede neural. A tipografia foi usada para dar voz ao produto e fazer com que ele falasse por si mesmo. Assim, fazendo perguntas como “Best Coke Ever?” ou “Can you believe I’m sugar free?”.

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