O deepfake é uma tecnologia avançada cujo uso vem crescendo na sociedade durante os últimos anos. Ainda que tenha aplicações legítimas, como por exemplo no cinema e na dublagem, essa inovação também representa um grande risco. Em outras palavras, ela está sendo usada para disseminação de fake news, golpes financeiros e fraudes de identidade.
Com o avanço da Inteligência Artificial, ela vem impactando esse recurso. Ou seja, com a IA, tal tipo de produção está cada vez mais sofisticada e acessível, o que pode ser responsável por fornecer tanto benefícios quanto desafios.
Logo, neste artigo, explicaremos o que é deepfake, bem como explorar o impacto da Inteligência Artificial no mesmo. Juntamente com isso, iremos listar alguns exemplos desse tipo de recurso e também pensar como identificar uma produção desse tipo. Por último, refletiremos sobre as maneiras pelas quais a sociedade pode frear os malefícios desses conteúdos.
O que é deepfake?
O deepfake consiste em uma imagem ou em um vídeo que foi gerado por meio de tecnologias avançadas de Inteligência Artificial. Dessa forma, tal técnica permite a sobreposição de rostos, a modificação de vozes e até a recriação de expressões faciais e movimentos labiais de forma extremamente precisa.
Sendo assim, o resultado é um conteúdo altamente realista, que é capaz de enganar até mesmo espectadores atentos. Ou seja, é possível utilizar esse tipo de tecnologia com o intuito de diversos fins, desde aplicações legítimas no entretenimento até fraudes que são sofisticadas e representam sérios riscos à sociedade.
Adicionalmente, o termo deepfake é derivado da fusão entre “deep learning” (aprendizado profundo) e “fake” (falso). Isso significa que essa tecnologia se baseia em redes neurais artificiais e aprendizado profundo para criar conteúdos falsificados com um nível impressionante de realismo.
Em um momento inicial, as produções que se enquadram em deepfake eram rudimentares e facilmente identificáveis. Apesar disso, com o avanço da IA, tornaram-se cada vez mais convincentes e difíceis de detectar.
Nos últimos anos, o uso do deepfake se expandiu rapidamente. Primeiramente, no cinema, essa técnica é empregada no processo para recriar atores falecidos ou para rejuvenescer personagens.
Em segundo lugar, na dublagem, é possível utilizar a mesma com o intuito de sincronizar melhor o movimento labial em diferentes idiomas. No entanto, seu potencial prejudicial também é alarmante.
Isso se deve ao fato de que políticos, celebridades e figuras públicas são frequentemente alvos de vídeos manipulados, que podem ser responsáveis tanto por influenciar eleições quanto espalhar desinformação.
Além disso, criminosos utilizam o deepfake para golpes financeiros, fraudes de identidade e até extorsão. Diante desses desafios, especialistas trabalham no desenvolvimento de métodos para identificar e combater produções desse tipo, garantindo maior segurança digital.
Qual o impacto da Inteligência Artificial no deepfake?
O progresso da IA tem sido um fator determinante para a sofisticação do deepfake. Se, no passado, os avatares criados por Inteligência Artificial tinham falhas evidentes, como movimentos labiais descoordenados ou sombras artificiais, hoje os algoritmos conseguem gerar rostos, vozes e expressões praticamente idênticas às de uma pessoa real.
Desse modo, tal evolução se deve ao uso de redes neurais e aprendizado profundo, que são responsáveis por permitir a criação de conteúdos falsificados com um nível de realismo impressionante.
Em adição, a facilidade de acesso à tecnologia também tem um impacto significativo. Antes, era necessário conhecimento técnico avançado e um grande investimento em hardware para criar um deepfake convincente.
No entanto, atualmente, existem softwares acessíveis e até gratuitos que possibilitam a criação dessas manipulações com poucos cliques. Isso faz com que tanto profissionais da indústria do entretenimento quanto pessoas mal-intencionadas tenham acesso a essa ferramenta.
Da mesma forma, os riscos associados a essa evolução são inúmeros. Campanhas de desinformação podem ser amplificadas com o uso de deepfake, influenciando eleições, criando escândalos falsos e espalhando fake news. Juntamente com isso, cibercriminosos utilizam essa tecnologia para fraudes, que pode burlar sistemas de autenticação e enganar empresas e instituições financeiras.
Com o avanço da IA, a produção de deepfake se tornou rápida e barata. Nesse sentido, estima-se que um vídeo falso de 60 segundos pode ser criado em menos de 25 minutos, com um custo inferior a um dólar.
Isso torna essa tecnologia acessível não apenas para pesquisadores e desenvolvedores legítimos, mas também para criminosos, o que aumenta os desafios na detecção e no combate dessas manipulações.

Alguns exemplos de deepfake
Ainda que muitas pessoas associem o recurso de deepfake apenas a vídeos falsos de celebridades ou políticos, essa tecnologia já se diversificou e está presente nos mais diferentes formatos. Dessa maneira, na sequência, conheça alguns exemplos da mesma:
- Texto: o deepfake textual envolve a geração de textos que imitam a escrita de uma pessoa real. Em outras palavras, é possível utilizar o mesmo para criar e-mails falsos, publicações em redes sociais e até documentos falsificados. Com o auxílio de IA, golpistas podem imitar o tom e o estilo de um escritor ou influenciador com o intuito de espalhar desinformação;
- Redes sociais: o deepfake em redes sociais está se tornando cada vez mais comum. Nesse sentido, os golpistas criam perfis falsos usando imagens e vídeos manipulados, passando-se por pessoas reais para enganar usuários. Logo, eles podem usar esses perfis para realizar golpes financeiros, disseminação de fake news e até mesmo espionagem;
- Voz: a tecnologia de deepfake de voz é algo que permite a criação de áudios falsificados que imitam a fala de alguém de forma quase perfeita. Criminosos já utilizaram esse recurso para fraudar sistemas bancários que têm base em biometria de voz, bem como para aplicar golpes em empresas, passando-se por executivos para aprovar transferências financeiras;
- Uso do deepfake em tempo real: essa é uma das aplicações mais perigosas do deepfake. Com a tecnologia disponível atualmente, já é possível modificar um rosto em transmissões ao vivo, o que pode permitir que criminosos se passem por outra pessoa durante chamadas de vídeo ou conferências. Tal tipo de golpe tem sido usado para burlar sistemas de reconhecimento facial.
Como identificar um deepfake?
Embora o recurso de deepfake esteja cada vez mais realista, ainda existem alguns sinais que podem ajudar a identificar os mesmos. Portanto, entre os principais indícios de tal tecnologia, se destacam:
- Movimentos oculares e faciais inconsistentes: os vídeos que a IA gera costumam apresentar falhas sutis tanto nos movimentos dos olhos quanto nos da boca. Em muitos casos, os avatares piscam com menos frequência do que uma pessoa real ou exibem expressões faciais que parecem artificiais;
- Sincronização labial inadequada: outro problema comum em um deepfake é a falta de sincronia entre os lábios e o áudio do vídeo. Desse modo, em algumas situações, a boca parece se mover de forma estranha ou com um leve atraso;
- Falta de emoção realista: mesmo com o avanço da tecnologia, uma produção que se encaixe no grupo dos deepfakes ainda têm dificuldades para reproduzir emoções autênticas. Ou seja, pequenos detalhes nos músculos faciais podem ser responsáveis por denunciar a falsificação;
- Inconsistências na coloração da pele: a tecnologia de deepfake tem foco principalmente no rosto. Isso é algo que pode resultar em pequenas diferenças de cor entre o rosto e o pescoço ou colo. Assim, é possível detectar essas inconsistências com a realização de uma análise que seja mais detalhada.
Como a sociedade pode frear os malefícios do deepfake?
O avanço das produções que se encaixam em deepfakes é um movimento que é responsável por levantar preocupações sobre segurança digital, privacidade e confiabilidade da informação. Então, com o intuito de minimizar os impactos negativos, é possível que se adotem algumas medidas na sociedade:
- Desenvolvimento de tecnologias de detecção: grandes empresas de tecnologia já estão realizando investimentos que visam o desenvolvimento de algoritmos que sejam capazes de identificar um deepfake. Softwares de reconhecimento facial e análise de padrões podem ajudar a distinguir vídeos e áudios autênticos de falsificações;
- Educação e conscientização: a informação é uma das armas mais eficazes contra a desinformação. Em outras palavras, ensinar as pessoas a reconhecer um deepfake e a verificar fontes antes de compartilhar conteúdos é uma postura que pode reduzir o impacto das manipulações digitais;
- Legislação mais rigorosa: governos ao redor do mundo estão debatendo leis que visam a regulamentação do uso de deepfake. Sendo assim, penalidades para o uso indevido dessa tecnologia podem desencorajar criminosos e também limitar sua disseminação;
- Proteção de dados pessoais: evitar a exposição excessiva de informações pessoais e imagens na internet pode reduzir as chances de ser vítima de deepfake. Quanto menos material disponível, mais difícil será para um criminoso criar um vídeo ou áudio falso que seja convincente.
Em última análise, os conteúdos de deepfake representam um grande avanço da IA. Porém, eles também trazem desafios significativos. Logo, o uso responsável dessa tecnologia pode trazer benefícios. No entanto, seu uso mal-intencionado pode causar danos que são irreparáveis. Para se proteger, é essencial estar atento aos sinais de manipulação digital e adotar boas práticas de segurança.
Se você deseja saber mais sobre deepfake e como se proteger dessa ameaça digital, continue acompanhando as notícias sobre o assunto!