Geração Z: 51% dos gestores não querem lidar com jovens.

A relação entre os jovens da Geração Z e seus gestores está longe de ser perfeita. Nesse sentido, muitos chefes têm expressado frustração com a Gen Z, destacando dificuldades que englobam diversos aspectos do ambiente de trabalho. Tal constatação levanta preocupações e motiva reflexões sobre como integrar os zoomers no ambiente corporativo.

Então, iremos explorar uma pesquisa que revela uma grande porcentagem de gestores infelizes com a Geração Z, bem como as possibilidades para resolver esse problema. Além disso, discutiremos como a Gen Z pode ajudar no processo de resolução e também o que esses números representam.

Por que 51% dos gestores não têm interesse em lidar com a Geração Z?

Uma pesquisa da Intelligent com mil gestores aponta que mais da metade (51%, mais exatamente) enfrenta desafios ao trabalhar com os zoomers. Desse modo, esses gestores destacam frustrações com a falta de experiência e as dificuldades de comunicação dos jovens, juntamente com o impacto negativo que percebem na produtividade e no ambiente de trabalho.

Sendo assim, os números mostram ainda que 44% dos gestores relatam situações estressantes, com 31% expressando desapontamento. Enquanto isso, 27% dizem ter tido aumento na carga de trabalho e 26% precisaram de ajuda externa para lidar com esses desafios. Da mesma forma, 20% dos entrevistados associam esses problemas a uma queda de produtividade e 16% até sofreram burnout.

As dificuldades podem ser explicadas, em parte, pelo impacto da pandemia. Ela impediu a Geração Z de desenvolver algumas habilidades cruciais em seus primeiros anos de trabalho, como por exemplo comunicação, trabalho em equipe e gerenciamento do tempo. Ou seja, sem uma experiência prática, muitos desses jovens entram no mercado de trabalho com lacunas importantes.

Por fim, esses fatores também têm levado alguns gestores a tomar medidas drásticas. Em outras palavras, 27% deles estão excluindo jovens da Gen Z do processo de contratação e 18% dos mesmos consideraram até mudar de emprego com o intuito de evitar o estresse associado a lidar com os zoomers.

Diversos gestores têm relatado consequências negativas de suas relações com jovens da Geração Z.
Diversos gestores têm relatado consequências negativas de suas relações com jovens da Geração Z. | Foto: DALL-E 3

Como resolver esse problema?

O conflito entre gestores e a Gen Z não é uma questão irreversível. Embora haja um número crescente de queixas sobre o comprometimento dos jovens, seu comportamento e postura durante o expediente, a solução pode estar no desenvolvimento de empatia e adaptação.

A pesquisa aponta que, para 75% dos gestores, a chave para lidar com os zoomers está na oferta de mais tempo e recursos para que esses jovens possam se desenvolver. Como muitos profissionais dessa geração entraram no mercado sem uma experiência prática sólida, eles precisam de orientação constante e de um feedback regular que os ajude a desenvolver habilidades essenciais.

Dessa maneira, oferecer esse tipo de apoio exige um esforço adicional dos gestores, mas traz benefícios a longo prazo. Segundo 44%  dos entrevistados, estar mais atento e fornecer um acompanhamento próximo pode evitar que as dificuldades se agravem e que os conflitos se intensifiquem.

Tal suporte é crucial para que os jovens superem as limitações impostas pela falta de experiência e se integrem melhor ao ambiente corporativo. Em paralelo, outro ponto importante para resolver o problema é investir em comunicação e criar uma cultura de transparência.

Nesse sentido, os gestores podem adotar práticas de feedback mais frequentes e objetivas, além de estabelecer expectativas claras. Isso não apenas ajuda a reduzir a frustração de ambas as partes, mas também facilita o desenvolvimento de uma relação de confiança entre os líderes e a Geração Z.

Como a Geração Z pode ajudar nesse processo de resolução

Apesar dos desafios, a Gen Z também tem qualidades que podem ser valiosas para o ambiente corporativo. Como são nativos digitais, eles trazem uma visão inovadora e adaptada ao uso da tecnologia.

Isso pode ser útil para empresas que estão em processo de transformação digital. Ou seja, tal habilidade de adaptação rápida a novas ferramentas e tecnologias pode ajudar o negócio a se manter competitivo em um mercado que está em constante evolução.

Em conjunto a isso, os zoomers valorizam a diversidade e tem uma abordagem inclusiva que pode enriquecer a cultura organizacional. Sendo assim, essas características contribuem para a criação de ambientes de trabalho mais abertos e colaborativos. Com o suporte adequado, os jovens da Geração Z podem se tornar profissionais engajados e comprometidos com a missão da empresa.

Adicionalmente, outro aspecto importante é a flexibilidade e a habilidade de trabalhar remotamente, uma vez que muitos desses jovens se adaptaram a esse modelo durante a pandemia. Eles podem auxiliar as empresas a otimizar processos e a adotar práticas de trabalho mais flexíveis e produtivas, que são cada vez mais valorizadas no mercado.

Portanto, a chave para resolver as dificuldades entre gestores e a Gen Z é um processo de adaptação mútua. Os gestores devem investir em treinamento e orientação para apoiar o desenvolvimento desses jovens. Ao mesmo tempo, os zoomers precisam ajustar suas expectativas e se comprometer com as responsabilidades do ambiente de trabalho.

O que esses números representam?

Os números revelados pela pesquisa refletem a complexidade da relação entre gestores e a Geração Z. Esses jovens, que cresceram em um contexto digital e socialmente dinâmico, carregam características que se diferenciam das gerações anteriores. A Gen Z valoriza a flexibilidade, o bem-estar e a autenticidade, e muitas vezes questionam práticas tradicionais que não estão alinhadas com suas expectativas.

No entanto, esses traços também podem ser vistos de modo negativo por gestores que estão acostumados com uma estrutura corporativa mais rígida. O desapontamento de 31% dos líderes entrevistados é um reflexo desse choque de gerações.

Além disso, o aumento na carga de trabalho, bem como o desgaste emocional sentido por 16% dos gestores que sofreram burnout indicam que, sem uma mudança de abordagem, as dificuldades podem continuar crescendo.

Em suma, esses números também reforçam a importância de adaptação e resiliência dentro do ambiente corporativo. Assim como os jovens da Geração Z precisam aprender a lidar com as pressões e exigências do mercado, os gestores também devem repensar suas estratégias e adaptar suas expectativas.

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