Inteligência Artificial: Educação sobre os 6 Ds da Inovação

Inteligência Artificial, robôs conversacionais, aplicativos de motoristas instantâneos… Todas essas inovações surgiram sorrateiramente na sociedade. Por isso, a educação sobre o ciclo de vida de uma inovação pode ser uma tarefa complexa, uma vez que as inovações deixam o estágio de “novidade” e passam a se tornar elementos do nosso cotidiano com muita discrição até tomarem conta de tudo. 

Isso nos leva a questionar: qual foi o processo percorrido por essas novas inclusões da tecnologia até chegarem à vida do público em geral? 

Muitas das inovações que hoje já têm pouco de novidade foram, antes de simplesmente inovadoras, propostas transgressoras para problemas que pareciam insolucionáveis ou, na maioria dos casos, que poderiam ser solucionados de forma mais inteligente. O que impulsiona essa fábrica de novas soluções é outra espécie de inovação, denominada inovação disruptiva. É sobre ela que falamos hoje. 

 

Disrupção – O que é: 

A disrupção é um fenômeno definido como uma quebra de padrões na lógica de um raciocínio. Na inovação disruptiva, há um divórcio entre parâmetros e paradigmas que eram rigidamente utilizados, algo semelhante a “fórmulas”. A disrupção surge nesse ambiente de pensamento inovador, onde a ideia é que surjam produtos, soluções e propostas completamente inovadoras em sua composição – desde a fonte de onde surgiu a ideia para a solução, até como ela se desempenha, seu mecanismo operacional, entre outros critérios. 

Em todo caso, a inovação disruptiva é uma grande aliada do mundo contemporâneo, uma vez que suas soluções não servem apenas como alternativas criativas e inteligentes para resolver problemas, mas também se tornam berços para o surgimento de novos mercados quando apresentam resultados superiores e acabam, por consequência da inovação, desestabilizando concorrentes. 

Saber disso e ter uma visão disruptiva afiada, além de compreender bem a definição dessa palavra, é cada vez mais importante para a era digital. Isso ocorre porque a necessidade de saber contornar problemas que ainda não existem se torna uma realidade imparável para os profissionais da tecnologia – mas não somente para eles.

 

Inteligência Artificial: Os 6 Ds da Disrupção

As tecnologias, antes de se tornarem inovações disruptivas, passam por um processo chamado de “Os 6 Ds da Disrupção”. Nesse processo, é fundamental compreender o funcionamento e aplicabilidade dessa estrutura quando o objetivo é otimizar o aprendizado e levar nossas habilidades de desenvolvimento a um nível disruptivo. 

Portanto, os 6 Ds da Disrupção quais apresentaremos aqui são: Digitalização, Decepção, Disrupção, Desmaterialização, Desmonetização e Democratização.

Inteligência Artificial: Digitalização

A primeira fase é responsável por tornar tudo digital, algo já familiar para a população. A informação digital é de fácil acesso, compartilhamento e distribuição, espalhando-se rapidamente pela internet. Quando um conhecimento é representado de forma binária em um computador, esse objeto se torna uma informação que usa a tecnologia como base e adentra o crescimento exponencial. 

Neste contexto, podemos realizar uma análise sobre a forma como a sociedade lida com as demandas do cotidiano com a ajuda do digital e como percebemos o crescimento exponencial mencionado: atualmente, conseguimos acompanhar regularmente as notícias por meio de portais de notícias online, realizar transações bancárias sem sair de casa e solicitar motoristas dispostos a nos levar do ponto A ao ponto B por meio de aplicativos.

Decepção

Quando algo começa a ser digitalizado, seu período de crescimento inicial parece decepcionar. Isso ocorre porque as tendências exponenciais não parecem crescer rapidamente em um primeiro momento. 

De acordo com Peter Diamandis, empreendedor americano que contribuiu para a formulação da teoria dos 6 Ds, a tecnologia se desenvolve em uma curva exponencial. Isso significa que as tendências exponenciais não parecem crescer rapidamente em um primeiro momento, pois o aumento é incremental (por exemplo, 01 + 01 é igual a 02, 02 + 02 é igual a 04, e assim por diante). No entanto, chega um momento em que esse fluxo é interrompido, e 02 se torna 32, e 32 se torna 32.000, antes que possamos perceber o quanto esses números se multiplicaram. 

Assim, mesmo que seu início seja cauteloso, tímido e hesitante, em algum momento ela deve despontar e crescer de forma exponencial. Há outro conteúdo disponível no Eduka.ai em que falamos sobre essa discrepância entre o crescimento exponencial e a forma como nós, enquanto seres humanos, acompanhamos esse avanço. No entanto, compreender essa diferença é fundamental para uma visão completa do circuito percorrido pelos 6 Ds.

Disrupção

A terceira fase é a da disrupção propriamente dita. O mercado existente para um produto ou serviço sofre uma disrupção pelo novo mercado criado pela tecnologia exponencial que foi aplicada a determinado produto. É natural que isso aconteça se pensarmos que o desempenho alcançado pela tecnologia disruptiva é maior do que as outras tecnologias já existentes, resultando em uma desvalorização nso preços e desempenhos.

Nesse estágio, a inovação atinge o nível em que é responsável por uma mudança drástica de cenário após sua implementação. Isso significa que uma ideia inovadora pode provocar alterações nas estruturas dos mercados, das indústrias, dos padrões de consumo, entre outros. O surgimento de um novo produto aprimorado sempre causa impacto na indústria predominante naquele setor.

Podemos usar como exemplo a relação entre as locadoras de filmes e os serviços de streaming atuais. Com o surgimento da Netflix, as lojas de aluguel de filmes se tornaram obsoletas, pois a novidade do cinema em casa se tornou acessível e democrática, em pouco tempo. Embora a palavra “democrática” deva ser usada com cautela, ela ganha importância mais adiante no texto. 

Mais do que o surgimento dos serviços de streaming e aplicativos, um grande exemplo de inovação disruptiva é a própria Inteligência Artificial. O que o mercado e todos estão aprendendo com o surgimento dessa nova participante no mundo da tecnologia, é um grande exemplo de inovação disruptiva. Desde o surgimento e, principalmente, com a popularização da inteligência artificial, inúmeras questões surgiram sobre o papel dessa ferramenta, impacto na sociedade, empregos, formas de trabalho, pesquisa, entre inúmeras outras funções desempenhadas pela Inteligência Artificial.

 Desmaterialização

Produtos físicos estão se tornando obsoletos a cada minuto que passa. As tecnologias que custavam muito, agora acabem em nossos bolsos. Abolimos a necessidade de adquirir um GPS, uma câmera, um gravador de voz, um rádio e outros aparelhos. Hoje, todos esses serviços estão concentrados em nossos dispositivos. 

As ferramentas são substituídas pelo digital, pois os dispositivos perdem seu propósito físico. Para realizar todas as funções de um computador, ou celular, são necessários diversos dispositivos funcionando simultaneamente. Todavia, a falta de praticidade não é útil para a tecnologia.

Desmonetização IA

Na desmonetização, temos a perspectiva de que o dinheiro fica cada vez menos determinante, uma vez que a tecnologia está se tornando cada vez mais barata, chegando ao ponto de ser gratuita. Agora, podemos baixar qualquer número de aplicativos em nossos telefones para acessar terabytes de informações e desfrutar de uma infinidade de serviços a custos próximos de zero. 

Com a redução dos preços, muitas “inovações” se tornam acessíveis. Durante muito tempo, essas inovações eram interessantes e de fácil acesso apenas para camadas privilegiadas da sociedade envolvidas no mundo da tecnologia.

Com a queda dos preços, ferramentas e plataformas como o Skype e tecnologias de streaming se tornaram produtos de uso massivo ao redor do mundo.

 

Democratização 

A última fase, mencionada anteriormente: está relacionada à democratização da usabilidade de todas as novidades. 

A desmaterialização e a desmonetização, são as inovações mais acessíveis, pois têm os custos reduzidos. Isso significa que o privilégio de utilizar tecnologia deixa de ser exclusivo de grandes corporações, governos ou pessoas privilegiadas. Estamos vivendo em um mundo onde mudanças que ocorrem hoje à noite podem alterar drasticamente o curso da humanidade até a manhã seguinte. 

 

Contudo, a tecnologia artificial se integra cada vez mais à vida das pessoas. É importante compreender o papel que a inovação disruptiva desempenha em diferentes contextos, especialmente com inteligências em desenvolvimento. É crucial nos aprofundarmos na educação sobre as maneiras de aproveitar os benefícios de uma Era Inovadora, com tanto empenho e entender como aplicá-las.

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Rodrigo Mourão
Rodrigo Mourãohttps://lp.rodrigomourao.com.br/
- CEO Holding RM Factory - COO Grupo AceleradorEspecialista em tecnologia e estrategista de negócios com 22 de experiência. CEO da Holding RM Factory e fundador do Na Prática Club. Já mentoreou mais de 420 empresários do mercado tradicional e digital. Implementou a arquitetura de negócios de grandes players do mercado. Atualmente é Diretor Executivo de operações do Grupo Acelerador Empresarial do empresário Marcus Marques e conduz um grupo de com dezenas de empresários de tecnologia que faturam entre R$ 800mil e R$ 12 milhões por ano.