Inteligência Artificial e antecessores: Inovações Educacionais

Na segunda metade do século passado, filmes que previam a sociedade do futuro se tornaram famosos por suas representações fantasiosas do século 21. Na literatura e no cinema, temos diversas referências das especulações sobre qual seria a proporção da inteligência artificial – e da tecnologia como um todo – no futuro, bem como o tipo de educação adotado pelos seres humanos para se relacionarem com ela.

Hoje, em 2023, é assustador olhar para cenas do filme “2001: Uma Odisséia no Espaço”, por exemplo, e sentir a verossimilhança com o nosso cotidiano. Era absurdo e improvável, para os que acompanharam o lançamento dessa obra de ficção científica, imaginar que invenções daquele universo fantástico se tornariam o que entendemos por utensílios cotidianos. 

Após quase 50 anos de desenvolvimento e muitos avanços tecnológicos, não faz muito tempo que novas profecias, baseadas nas últimas evoluções tecnológicas, foram repassadas ao público e, novamente, a sociedade subestimou a capacidade de criação do ser humano.

A Inteligência Artificial, com certeza, é a mais subestimada das evoluções tecnológicas – mesmo que prove o contrário. Talvez, justamente pelo seu caráter ligeiramente utópico e por estar sempre tão presente nas telas dos cinemas, a sociedade tenha aprendido a alimentar uma descrença acerca do potencial transformador dessa criação do mundo moderno.

Acontece que a presença da inteligência artificial em nosso cotidiano já existe há muito tempo. Em parte, é exatamente como previram os escritores e diretores de filmes de ficção científica. Em outras, é infinitamente melhor (ainda que isso seja algo positivo). 

Para entendermos o quanto o futuro foi subestimado, listamos algumas das invençõe consideradas apenas “fantasias”, até chegarem em nossas casas.

 

Tablets

Os tablets fizeram uma aparição em algumas cenas do filme dirigido por Kubrick que mencionamos anteriormente. Apesar de a proposta do dispositivo no filme ser outra, ainda é surpreendente que anos depois nós tenhamos o mesmo aparelho em mãos. 

A necessidade de amadurecer um produto que chegaria a se tornar o tablet surgiu quando os computadores passaram a existir fora das empresas. Aqueles que trabalhavam com as máquinas estavam tendo dificuldades com o uso de um teclado, e foi então que, em 1989, a empresa GRiD lançou o primeiro GriDPad, que entendemos como o primeiro protótipo do que viria a ser o que conhecemos como ”iPad” (o tablet da Apple). Baseando a computação em canetas e fazendo a troca do teclado pela tela sensível que era ativada por stylus responsáveis por reconhecer a escrita. 

O primeiro tablet comercial a chegar no mercado foi o Write-Top. Com uma proposta muito diferente do que utilizamos hoje, ele tinha como função permitir a escrita com uma caneta stylus na tela. Depois de educar o tablet para reconhecer a letra de cada pessoa, o aparelho ficava responsável por converter a letra cursiva do usuário em textos. 

Hoje, o tablet desempenha outras funções que agregam na otimização da vida profissional de inúmeros trabalhadores. É incrível pensar que um dispositivo apresentado na categoria de ficção científica do cinema em 1968 tenha ganhado forma anos depois, aprimorado com a presença da inteligência artificial. 

 

Videoconferência

Entendemos por videoconferência a realização de uma reunião entre duas pessoas exercida de forma remota por ambas – ou seja, cada uma em um lugar diferente. A conexão é feita por meio de transmissões bidirecionais de vídeo e áudio. 

A primeira videoconferência acontece em 1964, onde um chamador poderia não somente ouvir a voz de quem estava do outro lado, mas também ver sua foto. É claro que isso não se compara com a nossa possibilidade atual de contatar qualquer pessoa, em qualquer lugar do planeta, por chamadas de vídeo – independentemente de estarmos conectados a uma rede Wi-Fi, considerando que podemos contar com o 4G e o ainda em desenvolvimento 5G. 

Apesar de ter sido realizada há muito tempo, a popularização da videochamada se tornou comum apenas no século atual.

 

Telefones celulares e Smartwatches.

Se quisermos deixar o histórico de profecias mais divertido e palpável, é legal continuar mencionando referências do mundo do entretenimento que acertaram com a responsabilidade de prever certas ferramentas do futuro. 

Já falamos de Kubrick e seu trabalho em ‘’2001: Uma Odisséia no Espaço’’, mas outro clássico que foi gigante em suas previsões foi a série Star Trek. Na sequência do seriado, nós temos comunicadores portáteis, comparados ao que temos hoje como celulares. Mas não somente celulares, como também algo que se tornou popular há menos tempo ainda que os smartphones: os smartwatches. 

O inventor do celular, Martin Cooper, admitiu ter a ideia do aparelho enquanto assistia a um dos episódios.

 

A chegada da Inteligência Artificial na sociedade comum

É possível perceber que há uma resistência em acreditar no potencial transformador da tecnologia. Em partes, podemos supor que essa hesitação ganha fundamento quando percebemos que, no mundo em que vivemos, a tecnologia talvez seja a coisa mais próxima do surrealismo que conseguimos materializar. 

Com a inteligência artificial, a subestimação acontece de forma camuflada. Ela existe quando, anos atrás, não imaginávamos poder realizar compras em um mercado e solicitar a entrega dos nossos produtos através de um aplicativo. Mas hoje, a escolha de sair ou não de casa, é inteiramente do usuário. 

Cenário IA mais atual

Hoje, o cenário começa a se pintar de forma diferente. A inteligência artificial está se desenvolvendo cada vez mais, tornando-se cada vez mais veloz. Estamos em um estágio onde as inteligências já são conhecidas por seus nomes, reconhecendo suas ferramentas e usabilidade. Isso significa que elas estão conseguindo se infiltrar onde precisam entrar – em nossas vidas.

Desde o ChatGPT, a discussão sobre a IA e como ela vem se mostrando, começou de forma nichada, mas podemos perceber pelas inúmeras fotos de bebês artificiais que ela já começou a encontrar formas de também se democratizar e tentar aparecer de forma mais simpática para um público que não tem uma exata noção do que está acontecendo no mundo da tecnologia e, principalmente, no ramo da inteligência artificial.

Existe uma certa graça, assim como uma ansiedade e um receio, em percebermos que vivemos a era das adaptações das obras de ficção científica. Podemos perceber que subestimar a tecnologia não é o caminho para um futuro harmonioso com a inteligência artificial e seus futuros avanços. 

 

Em vinte anos, talvez estejamos redigindo textos semelhantes a estes, onde argumentaremos sobre questões socialmente relevantes acerca da moradia, educação e saúde em Marte. O importante é manter a humildade perante a maior criação do ser humano até hoje. Seja impressionado!

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Rodrigo Mourão
Rodrigo Mourãohttps://lp.rodrigomourao.com.br/
- CEO Holding RM Factory - COO Grupo AceleradorEspecialista em tecnologia e estrategista de negócios com 22 de experiência. CEO da Holding RM Factory e fundador do Na Prática Club. Já mentoreou mais de 420 empresários do mercado tradicional e digital. Implementou a arquitetura de negócios de grandes players do mercado. Atualmente é Diretor Executivo de operações do Grupo Acelerador Empresarial do empresário Marcus Marques e conduz um grupo de com dezenas de empresários de tecnologia que faturam entre R$ 800mil e R$ 12 milhões por ano.