Inteligência Artificial Emocional (EAI): a IA que analisa sentimentos

A inteligência artificial pode não ter emoções, mas ela é capaz de monitorar as nossas. Pois é, existe uma tecnologia para acompanhar os nossos sentimentos, a inteligência artificial emocional (EAI). Em suma, essa área da tecnologia reconhece e imita as emoções humanas. Isto é, sabemos que a IA usa uma linguagem natural para se comunicar, porém, ela também consegue desenvolver um tipo de avaliação comportamental por meio das nossas expressões.

Por que estamos falando disso? Recentemente algumas startups estão oferecendo a EAI como oportunidade para as empresas, para medir a produtividade e saúde mental de seus funcionários – do RH até outros setores. A onda está crescendo e com isso, você pode acabar diariamente analisado por uma IA, durante sua rotina de trabalho.

Neste artigo, você vai saber mais sobre o que é a inteligência artificial emocional, como ela funciona, quais são as suas aplicações, vantagens, desafios e riscos, e qual é o seu impacto na sociedade. Portanto, acompanhe!

O que é a inteligência artificial emocional?

A EAI é uma área da tecnologia que visa imitar e reconhecer as emoções humanas em algumas de suas tarefas. A inteligência artificial emocional usa sistemas computacionais que simulam a inteligência humana em seu funcionamento. Como, por exemplo, o aprendizado de máquina, o processamento de linguagem natural, o reconhecimento de voz e imagem, e a análise de dados, para criar, captar e responder às emoções dos usuários em diferentes contextos e aplicações.

Sobretudo, essa tecnologia também depende da inteligência emocional humana. Afinal, a emoção é uma parte fundamental do comportamento humano, podendo estar presente inclusive em interações que os seres humanos têm com a tecnologia. A inteligência emocional é a capacidade de identificar, compreender, gerenciar e expressar as próprias emoções e as dos outros, de forma adequada e eficaz.

Ademais, a inteligência artificial emocional também tem o potencial de ajudar a reforçar a inteligência emocional, liberando as pessoas para se concentrar em suas habilidades socioemocionais e mais propriamente humanas, como a criatividade e o pensamento crítico.

Como funciona a inteligência artificial emocional?

A princípio, a inteligência artificial emocional funciona por meio de três etapas principais: a criação, o reconhecimento e a resposta às emoções humanas.

Etapas da EAI

1. A criação de emoções

É a capacidade de gerar emoções artificiais em sistemas computacionais, como chatbots, assistentes virtuais, robôs, avatares, etc. Esses sistemas podem usar técnicas de inteligência artificial para simular as emoções humanas. Essas emoções podem ser expressas por meio de palavras, sons, gestos, expressões faciais, etc. Acima de tudo, o objetivo é tornar a interação entre o usuário e o sistema mais natural, humana e empática.

2. O reconhecimento de emoções

É a capacidade de detectar e identificar as emoções humanas em sistemas computacionais, a partir de diferentes fontes de dados, como expressões faciais, voz, texto, gestos, batimentos cardíacos e outros sinais biológicos. Esses sistemas podem usar técnicas de inteligência artificial, como o aprendizado de máquina, o processamento de linguagem natural, o reconhecimento de voz e imagem, e a análise de dados, para extrair e classificar as emoções humanas, como a alegria, a tristeza, a raiva, o medo, etc. Sobretudo, o objetivo é entender o estado emocional do usuário, bem como as suas preferências, motivações, personalidades e comportamentos.

3. A resposta às emoções

É a capacidade de reagir e adaptar-se às emoções humanas em sistemas computacionais, de acordo com o contexto e o objetivo da interação. Em suma, o objetivo é atender às necessidades, às expectativas e à satisfação do usuário, bem como criar um vínculo emocional e uma relação de confiança entre o usuário e o sistema.

EAI enquanto análise comportamental

Algumas empresas pretendem usar essa técnica no dia a dia, no ambiente profissional, através de webcams e até cadeiras de escritório específicas, que compreendem alguns movimentos ou tensões corporais. Como diria o The News: “sorria, você está sendo analisado”.

O lado bom é que, por meio da análise de dados e da inteligência emocional das pessoas, a IA pode identificar possíveis problemas de saúde mental, estresse e outros fatores que podem impactar a produtividade e o bem-estar dos colaboradores. Além disso, a IA também pode oferecer feedbacks, orientações e recomendações personalizadas para ajudar os colaboradores a desenvolverem suas competências socioemocionais, como a empatia, a comunicação e a resolução de conflitos.

Apesar de ter seus benefícios, principalmente, para os chefes ou responsáveis pelo RH, a tecnologia pode acabar tirando a privacidade dos funcionários.

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Descubra onde e como a inteligência artificial emocional pode ser aplicada. Imagem: DALL-E 3.

Aplicações da inteligência artificial emocional

Atendimento ao cliente:

A EAI pode melhorar o atendimento ao cliente, usando chatbots ou assistentes virtuais que sejam capazes de reconhecer e responder às emoções dos consumidores, oferecendo soluções personalizadas e satisfatórias. Alguns exemplos são a Siri da Apple, a Alexa da Amazon, o Google Assistant e o Cortana da Microsoft. Esses assistentes podem reconhecer as emoções dos usuários a partir de suas expressões faciais, tom de voz, palavras e gestos, e adaptar suas respostas de acordo com o estado emocional do usuário.

Marketing e vendas:

A tecnologia pode aumentar o engajamento e a fidelização dos clientes, analisando os dados emocionais dos consumidores e criando estratégias de marketing e vendas que sejam mais alinhadas com as suas preferências, dores e sonhos. Alguns exemplos são a Netflix, o Spotify, o YouTube e o Amazon.com. Esses sistemas podem usar a inteligência artificial emocional para captar as emoções dos usuários a partir de seus comportamentos, feedbacks e históricos, e oferecer recomendações mais personalizadas e satisfatórias.

Recursos humanos:

Aprimora o clima organizacional e a produtividade dos colaboradores, monitorando e gerenciando as emoções dos funcionários, promovendo ações de bem-estar, motivação e reconhecimento. Alguns exemplos são a Humanyze, a Cogito e a Affectiva. Esses sistemas podem usar a inteligência artificial emocional para detectar as emoções dos funcionários a partir de suas características faciais, entonações, gestos e expressões, e usar esses dados para fins de segurança, entretenimento, saúde ou educação.

Liderança e gestão:

A inteligência artificial emocional também desenvolve a inteligência emocional dos líderes e gestores, utilizando ferramentas de inteligência artificial emocional para treinar e avaliar as suas competências socioemocionais, como a empatia, a comunicação e a resolução de conflitos. Alguns exemplos são a Realeyes, a Beyond Verbal e a Crystal. Esses sistemas podem usar a inteligência artificial emocional para analisar as emoções, as personalidades, as preferências e os estilos de comunicação dos líderes e dos liderados, e oferecer feedbacks, orientações e recomendações personalizadas.

Saúde e bem-estar:

Auxilia na prevenção e no tratamento de problemas de saúde mental, usando inteligência artificial emocional para detectar e monitorar os níveis de estresse, ansiedade, depressão e outros transtornos emocionais, bem como para oferecer suporte psicológico e terapêutico. Alguns exemplos são a Woebot, a Wysa e a Mindstrong. Esses sistemas podem usar a inteligência artificial emocional para interagir com os usuários por meio de texto ou voz, oferecendo conselhos, exercícios, meditações e outras intervenções baseadas em evidências científicas.

Educação e aprendizado:

A tecnologia também contribui para a educação e o aprendizado. Ou seja, adaptando o conteúdo, o ritmo e o método de ensino às emoções e às necessidades dos alunos. Assim, feedbacks e orientações personalizadas seriam oferecidos. Alguns exemplos são a ALEKS, a Knewton e a Duolingo. Esses sistemas usam a EAI para avaliar o nível de conhecimento, interesse, motivação e frustração dos alunos. Ademais, oferece conteúdos e atividades mais adequadas e desafiadoras para cada um.

O impacto da inteligência artificial emocional na sociedade

O impacto da inteligência artificial emocional na sociedade é um tema que envolve diversas questões, como as vantagens, os desafios, as oportunidades e os riscos dessa tecnologia. A inteligência artificial emocional é a capacidade de criar, reconhecer e responder às emoções humanas em diferentes contextos e aplicações, usando sistemas computacionais que simulam a inteligência humana.

Algumas das vantagens da inteligência artificial emocional são:

  • Melhorar a experiência do usuário, oferecendo serviços, informações e soluções personalizadas e satisfatórias, de acordo com o estado emocional do usuário.
  • Aumentar o engajamento e a fidelização dos clientes. Isto é, por meio da análise de dados emocionais dos consumidores. Assim, estratégias de marketing e vendas mais alinhadas com as suas preferências, dores e sonhos seriam criadas.
  • Aprimorar o clima organizacional e a produtividade dos colaboradores, monitorando e gerenciando as emoções dos funcionários, promovendo ações de bem-estar, motivação e reconhecimento.
  • Desenvolver a inteligência emocional dos líderes e gestores, utilizando ferramentas de inteligência artificial emocional. Assim, suas competências socioemocionais seriam treinadas e avaliadas. Como, por exemplo, a empatia, a comunicação e a resolução de conflitos.
  • Auxiliar na prevenção e no tratamento de problemas de saúde mental. Isto é, usando EAI para monitorar os níveis de estresse, ansiedade, depressão e outros transtornos emocionais, bem como para oferecer suporte psicológico e terapêutico.
  • Contribuir para a educação e o aprendizado. Afinal, a EAI pode adaptar o conteúdo, o ritmo e o método de ensino às emoções e às necessidades dos alunos. Assim, ela fornece feedbacks e orientações personalizadas para impulsionar o processo de ensino.

Desafios da inteligência artificial emocional

  • A complexidade e a diversidade das emoções humanas. Esses aspectos são influenciados por fatores biológicos, psicológicos, sociais e culturais que nem sempre são captados e interpretados pela tecnologia.
  • A falta de padronização e validação dos métodos e das métricas para medir e avaliar as emoções humanas, bem como a variabilidade e a subjetividade dos critérios e dos resultados.
  • A falta de transparência e de explicabilidade dos algoritmos e dos modelos de inteligência artificial emocional, que podem gerar vieses, erros, discriminações e manipulações.
  • A falta de regulamentação e de legislação sobre a coleta, o uso, o armazenamento e o compartilhamento dos dados emocionais dos usuários, que podem violar a privacidade, a segurança, a confiança e os direitos humanos.
  • A falta de consciência e de responsabilidade dos desenvolvedores, dos usuários e dos reguladores sobre os benefícios e os riscos da inteligência artificial emocional, bem como sobre os limites éticos e morais da tecnologia.
  • A perda ou a redução do contato humano e da empatia entre as pessoas, que podem ser substituídas ou superadas pela tecnologia, gerando isolamento, alienação e dependência.

Portanto, o impacto da inteligência artificial emocional na sociedade é um assunto que requer uma reflexão crítica e uma atuação consciente. Em outras palavras, é necessário seguir buscando sempre o equilíbrio entre a tecnologia e a humanidade. 

Em última análise…

Sobretudo, neste artigo, você aprendeu mais sobre o que é a inteligência artificial emocional e como ela funciona. Além disso, vimos quais são as suas aplicações, vantagens, desafios e riscos, e qual é o seu impacto na sociedade.

O que você achou da tecnologia? De fato útil ou uma invasão de privacidade? Como você se sentiria sendo analisado por uma máquina no seu ambiente de trabalho? Diz pra gente!

Enfim, esperamos que este conteúdo tenha sido útil e informativo para você, e que tenha despertado a sua curiosidade e o seu interesse pelo tema. Nos vemos no próximo conteúdo!

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