Nvidia desenvolve IA generativa que descobre remédios

A Nvidia, renomada empresa de tecnologia, está na frente de uma revolução na descoberta de medicamentos por meio do desenvolvimento de uma inteligência artificial (IA) generativa avançada. 

Tradicionalmente, a busca por novos medicamentos envolve extensas pesquisas, investimentos significativos e a realização de diversos testes ao longo de anos. No entanto, a tecnologia está prestes a transformar esse cenário, e o serviço BioNeMo, desenvolvido pela Nvidia, surge como um estímulo nessa revolução.

O BioNeMo é um serviço em nuvem alimentado por IA generativa, projetado para identificar moléculas com potencial terapêutico e prever interações com proteínas-alvo. Utilizando grandes bancos de dados e pesquisas anteriores, juntamente com milhões de simulações matemáticas, o BioNeMo acelera significativamente o processo de descoberta de medicamentos, que normalmente levaria anos nas pesquisas convencionais.

A aplicação da IA generativa no BioNeMo resulta em cálculos mais rápidos, agilizando a fase pré-clínica e reduzindo os custos laboratoriais. Além disso, durante os testes clínicos, a IA generativa contribui para uma maior precisão, representando um avanço crucial nessa evolução científica. A integração da inteligência artificial na descoberta de medicamentos promete um futuro promissor para a eficiência e inovação nesse campo vital.

A OMS destaca a necessidade urgente de novos medicamentos.

Apesar da percepção criada durante a pandemia da Covid-19, de que o tempo de descoberta de novas soluções foi encurtado devido à corrida por vacinas e antivirais, essa ideia é enganosa. Pode até ser verdadeira para medicamentos altamente lucrativos, como terapias oncológicas, que exploram o potencial do mRNA (RNA mensageiro) e da reprogramação genética, mas essas pesquisas demandam consideráveis recursos financeiros.

Por outro lado, áreas de pesquisa que poderiam salvar milhões de vidas são negligenciadas. Um exemplo notável é o estudo de novos antibióticos, cujo desenvolvimento não acompanha a rapidez com que surgem bactérias resistentes. A resistência antimicrobiana já se tornou uma das principais causas de morte no mundo, deixando os médicos com poucas opções de tratamento.

Diante desse panorama, um recente relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) ressaltou a importância de investir em novas pesquisas no campo do desenvolvimento de antibióticos. Há esperança de que avanços em serviços como o BioNeMo e a inteligência artificial, que aceleram e reduzem os custos dos testes pré-clínicos, possam impulsionar esses estudos. 

Atualmente, apenas 27 novos antibióticos estão em fase de testes clínicos globalmente, um número insuficiente diante da ameaça representada pelas bactérias, especialmente as hospitalares.

Como a IA desenvolvida pela Nvidia busca revolucionar as investigações na área farmacêutica?

O BioNeMo não apenas se destaca na descoberta de medicamentos. Afinal, ele também oferece seis novos modelos otimizados de código aberto, cada um projetado para impulsionar diferentes aspectos da pesquisa farmacêutica. 

O AlphaFold2, por exemplo, utiliza deep learning para determinar a estrutura de proteínas, enquanto o DiffDock revela como moléculas interagem com proteínas-alvo, como as encontradas na membrana de um vírus.

Um dos modelos mais intrigantes é o MoFlow, um modelo de química generativa capaz de criar moléculas a partir do zero, apresentando estruturas químicas previamente desconhecidas. Essa capacidade pode abrir caminho para terapias inovadoras e promissoras. 

Complementando o conjunto, o ProtGPT-2, o ESMFold e o ESM2 contribuem cada um com funções únicas. Assim, ampliando ainda mais o potencial da IA generativa na pesquisa farmacêutica.

O que é IA generativa?

A Inteligência Artificial (IA) generativa é uma fronteira no campo da tecnologia, desbravando novos horizontes para a criatividade computacional. Ao contrário de sistemas tradicionais que simplesmente processam dados, a IA generativa vai além, criando conteúdo original de maneira surpreendente.

No centro dessa tecnologia está a capacidade de aprender padrões complexos a partir de grandes conjuntos de dados e, em seguida, gerar novas informações, como imagens, textos ou até mesmo músicas. 

No contexto da saúde, uma das suas notáveis aplicações é na geração de representações visuais para diagnósticos médicos, otimizando a interpretação de imagens médicas complexas, e também, atualmente, na criação de remédios.

Alimentada por avanços notáveis em algoritmos, redes neurais e aprendizado profundo, a IA generativa está se tornando uma ferramenta essencial em diversas indústrias. Desde design gráfico até criação de conteúdo. Aliás, a capacidade de inovação e produção de resultados inesperados destaca essa tecnologia como uma aliada poderosa na era da transformação digital.

Este é apenas o início da jornada na exploração da IA generativa, onde a criatividade encontra novas formas de expressão impulsionadas pela inteligência artificial.

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Imagem: DALL-E 3.

Qual é o potencial da IA generativa na busca por novos medicamentos?

Kimberly Powell, vice-presidente de saúde da Nvidia, destaca o potencial transformador da IA generativa nos setores farmacêutico e de ciências biológicas. Em média, 90% dos projetos de desenvolvimento de novos medicamentos enfrentam falhas. Nesse sentido, as novas tecnologias desempenham um papel crucial.

Powell descreve o BioNeMo como um “laboratório de IA para descoberta de medicamentos”. Este serviço oferece modelos pré-treinados e possibilita a personalização com dados proprietários em todas as fases do pipeline de descoberta de medicamentos. Isso auxilia os pesquisadores na identificação de alvos, no desenvolvimento de moléculas e proteínas, além de prever interações no organismo para criar o candidato a medicamento mais promissor.

Em última análise…

O BioNeMo, desenvolvido pela Nvidia, é um exemplo concreto de como a inteligência artificial generativa está revolucionando a pesquisa farmacêutica. A colaboração entre a Nvidia e empresas farmacêuticas representa um avanço significativo nesse campo. Isto é, prometendo benefícios significativos para pacientes e profissionais da saúde por meio do desenvolvimento de novos tratamentos.

A IA generativa não apenas otimiza processos existentes, como a identificação de moléculas terapêuticas. Mas, também introduz modelos inovadores, como o MoFlow, capaz de criar moléculas totalmente novas. Aliás, esse potencial transformador tem o poder de redefinir o cenário da pesquisa farmacêutica, oferecendo soluções mais eficientes, rápidas e inovadoras.

À medida que exploramos essa fronteira da inteligência artificial, é emocionante visualizar o futuro promissor da descoberta de medicamentos, onde a IA generativa desempenha um papel crucial na busca por terapias inovadoras e na melhoria da saúde global. 

A parceria entre a tecnologia e a ciência farmacêutica está trazendo à tona uma nova era na qual a inovação é impulsionada pela IA. Assim, abrindo portas para um mundo mais saudável e resiliente.

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