Você já imaginou se uma pessoa que perdeu os movimentos das pernas pudesse voltar a andar apenas com o poder da mente? Parece ficção científica, mas é uma realidade para um homem paraplégico que conseguiu esse feito graças a uma tecnologia incrível e inovadora que usa a inteligência artificial (IA) para conectar o cérebro à medula espinhal. Neste artigo, você vai conhecer mais sobre essa história, como funciona essa tecnologia, quais são as suas vantagens e desafios, e o que podemos esperar para o futuro dessa área. Vamos lá?
A história de Gert-Jan Oskam
Gert-Jan Oskam é um holandês de 35 anos que ficou paraplégico após sofrer um acidente de bicicleta em 2011. Ele perdeu a sensibilidade e o controle dos músculos das pernas, e passou a usar uma cadeira de rodas para se locomover. Ele nunca perdeu a esperança de voltar a andar, e se inscreveu em um projeto de pesquisa que prometia realizar esse sonho.
O projeto é liderado por pesquisadores da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL), na Suíça, e foi publicado na revista Nature em outubro de 2021. O projeto consiste em usar uma interface cérebro-computador (ICC) para restaurar a comunicação entre o cérebro e a medula espinhal de pessoas com lesões na medula espinhal, permitindo que elas controlem seus músculos das pernas apenas com o pensamento.
Gert-Jan foi um dos três voluntários que participaram do projeto, e o único que conseguiu andar com a ajuda de um andador. Ele passou por uma cirurgia para implantar eletrodos no córtex motor, que é a parte do cérebro responsável pelo movimento voluntário, e na medula espinhal, logo abaixo da lesão. Esses eletrodos captam e enviam os sinais elétricos gerados pelos neurônios do cérebro, que são interpretados por uma inteligência artificial, que os converte em comandos para os músculos das pernas.
Pós cirurgia
Após a cirurgia, Gert-Jan passou por um treinamento intensivo para se adaptar ao sistema e aprender a controlar seus movimentos. Ele usou um simulador de realidade virtual para visualizar seus passos e um exoesqueleto robótico para dar suporte aos seus membros. Depois de alguns meses, ele conseguiu andar com a ajuda de um andador, sem o exoesqueleto, mas ainda com os eletrodos conectados a um computador.
Gert-Jan disse que se sentiu muito feliz e emocionado ao voltar a andar, e que o sistema é muito intuitivo e natural. Ele também disse que sentiu algumas sensações nas pernas, como calor, frio e formigamento, que ele não sentia há anos. Ele espera que essa tecnologia possa melhorar ainda mais e se tornar mais acessível para outras pessoas com lesões na medula espinhal.
Como funciona a tecnologia a base de inteligência artificial
A tecnologia usada para fazer o paraplégico andar é baseada na interface cérebro-computador (ICC), que é um dispositivo que capta e interpreta os sinais elétricos enviados pelos neurônios do cérebro. Esses sinais são transmitidos para uma inteligência artificial, que os converte em comandos para os músculos das pernas. Assim, o homem pode andar apenas pensando em mover as pernas, sem precisar de nenhum controle externo.
Essa tecnologia é diferente de outras que também usam implantes cerebrais, como a da Neuralink, de Elon Musk, que usa um chip na superfície do cérebro, ou a da Synchron, que usa um dispositivo semelhante a um stent nos vasos sanguíneos do cérebro. A tecnologia suíça usa implantes eletrônicos no córtex motor, que é a parte do cérebro responsável pelo movimento voluntário, e na medula espinhal, que é a parte que conecta o cérebro ao resto do corpo.
Essa tecnologia é muito avançada e inovadora, mas ainda está em fase de testes e precisa de mais estudos para garantir sua segurança e eficácia. Além disso, ela requer uma cirurgia invasiva e um treinamento intenso para que o homem possa se adaptar ao sistema.
As vantagens e desafios da tecnologia
A tecnologia de interface cérebro-computador (ICC) tem muitas vantagens e desafios, tanto para as pessoas com lesões na medula espinhal quanto para a sociedade em geral. Algumas delas são:
Vantagens:
- A tecnologia ICC pode melhorar a qualidade de vida de pessoas com deficiência, dando-lhes mais autonomia, mobilidade e comunicação.
- A tecnologia ICC pode estimular a recuperação dos nervos danificados, melhorando a comunicação entre o cérebro e a medula espinhal.
- A tecnologia ICC pode avançar o conhecimento científico e tecnológico sobre o funcionamento do sistema nervoso e as possibilidades de intervenção.
Desafios:
- A tecnologia ICC requer uma cirurgia invasiva e complexa para implantar os dispositivos no cérebro e na medula espinhal, o que pode trazer riscos e complicações.
- A tecnologia ICC demanda um treinamento intenso e prolongado para que o paciente possa se adaptar ao sistema e aprender a controlar seus movimentos.
- A tecnologia ICC pode gerar questões éticas e sociais sobre a privacidade, a segurança, a responsabilidade e a acessibilidade da tecnologia.
Essas vantagens e desafios exigem uma reflexão cuidadosa e uma regulamentação adequada para garantir que o uso da tecnologia ICC aconteça de forma responsável, segura e justa.
O futuro da tecnologia a base de inteligência artificial
A princípio, o futuro da tecnologia de interface cérebro-computador (ICC) usada para fazer o paraplégico andar é incerto. Porém, cheio de possibilidades. Segundo os pesquisadores envolvidos no projeto, essa tecnologia ainda está em fase experimental e precisa de mais estudos e testes para garantir sua segurança, eficácia e acessibilidade. No entanto, eles também esperam que essa tecnologia possa ser aprimorada e ampliada para beneficiar mais pessoas com lesões na medula espinhal, ou até mesmo com outras condições neurológicas que afetam a mobilidade, como o mal de Parkinson, o acidente vascular cerebral (AVC) e a esclerose múltipla.
Além disso, essa tecnologia pode abrir caminho para outras aplicações da inteligência artificial na interface cérebro-computador. Isto é, elas podem melhorar ou aumentar as capacidades humanas, como a memória, a atenção, a criatividade e a inteligência. Aliás, essas aplicações podem trazer benefícios para diversas áreas, como a educação, a saúde, a arte e a ciência. No entanto, elas também podem trazer desafios éticos, sociais e legais, que exigem uma reflexão cuidadosa e uma regulamentação adequada.
Portanto, o futuro dessa tecnologia depende de vários fatores. Assim como o avanço científico e tecnológico, o interesse e a demanda da sociedade, e o equilíbrio entre os benefícios e os riscos da tecnologia.
Inteligência artificial em última análise…
Neste artigo, você conheceu mais sobre a história de Gert-Jan Oskam, um homem paraplégico que voltou a andar. Tudo graças a uma tecnologia incrível e inovadora que usa a inteligência artificial para conectar o cérebro à medula espinhal. Aliás, você também aprendeu como funciona essa tecnologia, quais são as suas vantagens e desafios, e o que podemos esperar para o futuro dessa área.